O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 20 de maio de 2014

O Chile de volta 'a America Latina: reflexao do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida

sábado, 29 de março de 2014

O erro fundamental do coletivismo - Mario Machado (Coisas Internacionais)

Meu amigo Mário Machado, e colega blogueiro, no Coisas Internacionais, assina aqui um dos melhores textos que já li sobre as perversões morais do coletivismo, um mal que nos afeta profundamente, pois ele está na base de TODAS as políticas equivocadas que estamos conhecendo no Brasil desde 2003, e que estão fazendo o Brasil retroceder absoluta e relativamente, sobretudo no plano educacional e mental.
Subscrevo integralmente cada uma de suas palavras e seria capaz de apontar muitas outras consequências práticas, em nossas vidas, das políticas de inspiração coletivista adoradas pelos companheiros totalitários.
O Brasil recua, a olhos vistos, e em todas as frentes, sobretudo no plano das políticas públicas -- e o que se salva não deve nada ao Estado, justamente -- e esses recuos são inteiramente devidos à ideologia coletivista dos companheiros.
Leiam o texto com atenção, e reflitam.
Paulo Roberto de Almeida 

Coisas Internacionais


Posted: 29 Mar 2014 08:48 AM PDT
atlasColetivista é aquele que crê que os interesses das abstrações sociais (classe, raça, gênero, etc.) são mais importantes que o individuo. Em geral, eles tratam o individuo como algo que deve ser enquadrado em padrões de desejos e comportamentos que seriam definidos pela estrutura coletivista que pertenceriam. O coletivista julga está fazendo o melhor para humanidade e geralmente tem um horizonte utópico arrebatador, basta ver as duas maiores expressões do coletivismo no século XX (Socialismo e Fascismo), para identificar as tendências que descrevo.
Para os adeptos do coletivismo, que não duvidem é um conceito muito difundido e influente, o pior comportamento humano possível é o individualismo, pois para eles o individuo nada mais é que um ente a serviço da causa. E a causa é sempre nobre, os comunistas tomaram o poder para realizar a justiça social plena e com um horizonte utópico desses o que são alguns milhares de “alienados” mortos ou encarcerados?
Quem ousa pensar diferente é um perigo é alguém a ser silenciado, afinal olha como é bom o futuro prometido e o caminho para chegar lá é silenciando o dissidente. É um mecanismo de controle eficiente e funciona bem, afinal, quantas críticas ao individualismo “selvagem”, “egoista” e outros muitos adjetivos lemos por ano? Agora mesmo o leitor desse texto pensou em várias.
Certa vez, quando eu reclamava do impacto negativo que certa aventura econômica do governo teria sobre os preços que eu pago sobre um produto um conhecido professor e escritor no campo das RI não duvidou e taxou um: “mesquinho e egoísta”. Eu tolamente tentei demonstrar que isso não era verdade, sou até moderadamente generoso e faço muitos trabalhos voluntários para a comunidade, mas tudo era respondido com a ironia e a soberba dos que se julgam superiores por seus valores coletivistas (e não importa quantos crimes esses valores tenham causado, nessa hora a culpa é estranhamente individual). Por fim, desisti do debate. Não haveria ali nada além de discurso emocional, carregado em palavras militantes, uma chatura sem tamanho.
Essa história me veio a cabeça e decidi compartilhar uma frase com vocês que soará como uma verdadeira heresia contra os dogmas do coletivismo. Mas, pareceu-me apropriado compartilhar.
“Minha felicidade não é um meio para nenhum fim. Ela é o fim. Ela é seu próprio objetivo. Ela é seu próprio propósito. Tampouco eu sou um meio para qualquer fim que outros possam desejar realizar. Eu não sou um instrumento para seu uso. Eu não sou um servo de suas necessidades.” Ayn Rand
Reitero: “Eu não sou instrumento para seu uso. Eu não sou um servo de suas necessidades”. Eu não sou uma ‘categoria de pensamento’, eu sou um indivíduo e um indivíduo permanecerei.
Mário Machado

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Guia politicamente incorreto da esquerda e do socialismo - Kevin D. Williamson

Blogs e Colunistas


03/02/2014
 às 21:51 \ HistóriaSocialismo

O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo

O socialismo já apanhou tanto da história, que inventariar os seus podres pode parecer chute em cachorro morto. O problema é que o fantasma do cachorro está vivo. E morde.
O autor americano Kevin D. Williamson resolveu fazer a autópsia da utopia que mobilizou as melhores intenções no século XX – o sonho da igualdade que, para as almas boas e os corações solidários, representou praticamente o casamento da política com a poesia. Williamson mostra pacientemente com quantos pecados mortais se constrói uma utopia paradisíaca. 
O mais impressionante não é o proverbial fracasso do socialismo como experiência, mas o seu renitente sucesso como poesia para incautos e propaganda enganosa. A publicação deste livro no Brasil é mais uma chance – quantas outras haverá? – para a opinião pública despertar de longa letargia populista. E para entender de uma vez por todas os truques ideológicos da esquerda.
Se a impostura socialista continuar governando boa parte dos bem-intencionados no planeta, pelo menos este livro divertirá os que já entenderam o golpe. Margaret Thatcher dizia que o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros. O economista Ludwig von Mises, um dos expoentes do liberalismo, completou: “O socialismo não é apenas um parasita econômico da propriedade capitalista, mas também um parasita intelectual do capitalismo.”
Se a doutrina lunática da esquerda ainda serve bem a políticos medíocres, entre os intelectuais ela é uma festa – como sintetizou Dwight Lee: “A existência de um enorme governo dá aos acadêmicos a possibilidade real de colocar em prática suas fantasias.”
Os lunáticos do bem vão muito além do campus de Harvard, esgrimindo por aí a sua bondade letal, como na defesa dos genocídios do Khmer Vermelho pelo novaiorquino Noam Chomsky, o “padroeiro da esquerda”. [...] o socialismo conseguiu se tornar a maior mentira da história: promete a felicidade estatal coletiva para obter vantagens privativas, comercializa a solidariedade, industrializa a boa fé. [...] a essência do socialismo não era a igualdade, mas o controle.
Ria com moderação e divirta-se se for capaz – porque o que dá para rir, dá para chorar.
Acima, trechos do excelente prefácio escrito pelo jornalista Guilherme Fiuza para O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo, que recebi hoje de presente e, naturalmente, já estou louco para devorar!
Rodrigo Constantino

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Por que Cuba e' pobre - Diogo Costa

Por que Cuba é pobre

Uma dica: não é por causa do bloqueio americano
Como escreve João Pereira Coutinho: “O embargo americano existe, sem dúvida, e deve ser condenado pelo seu óbvio anacronismo [...]. Mas é preciso acrescentar a segunda parte da frase: só existe o embargo americano. Que o mesmo é dizer: todo mundo que é mundo mantém relações com Cuba e nem assim a ilha se converteu numa espécie de Suécia do Caribe”.
Antes de 1959, o problema de Cuba era a presença de relações econômicas com os Estados Unidos. Depois o problema se tornou a ausência de relações econômicas com os Estados Unidos.
O embargo americano é obsceno, mas não é a raiz da pobreza cubana. De fato, como indica Coutinho, os cubanos podem comprar produtos americanos pelo México. Podem comprar carros do Japão, eletrodomésticos da Alemanha, brinquedos da China ou até cosméticos do Brasil.
Por que não compram? Porque não têm com o que comprar. Não é um problema contábil ou monetário — o governo cubano emite moeda sem lastro nem vergonha. O que falta é oferta. Cuba oferece poucas coisas de valor para o resto do mundo. Cuba é pobre porque o trabalho dos cubanos não é produtivo.
A má notícia para os comunistas é que produtividade é coisa de empresário capitalista. Literalmente. É o capital que deixa o trabalho mais produtivo. E é pelo empreendedorismo que uma sociedade descobre e realiza o melhor emprego para o capital e o trabalho.
É pelo empreendedorismo que uma sociedade descobre e realiza o melhor emprego para o capital e o trabalho
Mesmo quando o governo cubano permite um pouco de empreendedorismo, ele restringe a entrada de capital. Desde que assumiu o poder em 2007, Raúl Castro já fez a concessão de quase 170.000 lotes de terra não cultivada para agricultores privados. Só que faltam ferramentas e máquinas para trabalhar a terra. A importação de bens de capital é restrita pelo governo. Faltam caminhões para transportar alimentos. Os poucos que existem estão velhos e passam grande parte do tempo sendo consertados. Em 2009, centenas de toneladas de tomate apodreceram por falta de transporte.
Campanhas internacionais contra a pobreza global se esquecem dos cubanos. Parece que o uniforme dos irmãos Castro tem o poder de camuflar a pobreza em meio a discursos de conquista social. Dizem que Cuba tem medicina e educação de ponta. Ainda que fosse verdade, isso seria bom apenas para o pesquisador de ponta. E triste para o resto da população que vive longe da ponta, sem acesso a informação aberta ou aos medicamentos mais básicos, como analgésicos e antitérmicos. É como na saudosa União Soviética. A engenharia era de ponta. Colocava gente no espaço e tanques na avenida. Só não era capaz de colocar carro nas garagens nem máquina de lavar nas casas.
Cuba vai enriquecer quando a sua população se tornar mais produtiva para trabalhar e mais livre para empreender. Ou seja, quando houver capitalismo para os cubanos.
Fonte: Instituto Mises Brasil

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A frase da semana: venezuelanos, bem-vindos ao socialismo

A frase está aqui, e ela resume todo o socialismo, em geral e na Venezuela em especial.
Tanto pelo lado da penúria, que é SEMPRE o fato mais evidente do socialismo, como pelo lado da MENTIRA, que é o outro lado da fraude socialista, ou seja, a penúria é real, mas que ela seja criada pela sabotagem dos opositores, dos ricos, dos burgueses, dos comerciantes, isso já é delírio dos pobres coitados e má-fé dos governantes:

A gente fica quatro horas na fila, debaixo do sol, para conseguir comprar um frango e um pacote de farinha. Isso não dá para a semana”, contou à Agência Brasil.

Mãe de sete filhos e eleitora de Chávez e do presidente Maduro, Dilia disse que as condições no país estão muito delicadas. Ela acredita nas alegações do governo de que o país tem enfrentado problemas devido à “sabotagem da direita do país”.

Esse é o socialismo (ou sociolismo, todos são sócios no fracasso, e alguns são sócios na roubalheira...).

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

As grandes contribuicoes do socialismo para a humanidade - Paulo Roberto de Almeida

Um leitor deste blog e do meu site, me formula as seguintes perguntas:

On 05/09/2013, at 23:12, L. P. <lpxxxxxxxx@uol.com.br> wrote:

Paulo,
Qual(is) de fato a(s) contribuição(ões) que o socialismo deixou para o mundo, se é que deixou algum? 
E no Brasil?

É realmente um mito que ele ajudou os trabalhadores a terem salários "melhores"?

Existem algum(ns) direito(s) social(is) que teve vá lá a contribuição dessa corrente genocida?

Abraço

Lxxxx Pxxxxx


Minhas respostas (PRA): 

Bem, parece que deixou 100 milhões de mortos, muitos povos bem mais pobres do que poderiam ser atualmente, sem suas teorias malucas, e mesmo os países economicamente avançados, já capitalistas, ficaram bem mais estatizados, e portanto mais esquizofrênicos economicamente, do que mereciam ser.
No Brasil, trouxe totalitários ao poder, disfarçados de distributivistas...

Os salários maiores apenas parcialmente foram elevados por lutas sindicais e reivindicações trabalhistas (e não apenas "socialistas", mas sindicatos puramente combativos, ou reformistas), mas a contribuição maior para a elevação progressiva dos rendimentos reais dos trabalhadores foi dada pelos ganhos de produtividade, algo intrinsecamente, inextricavelmente ligado ao processo de crescimento da produtividade do trabalho, e das transformações tecnológicas, que por sua vez deriva diretamente da competição em mercados livres.
Sistemas monopólicos - e no socialismo o monopólio é total, já que tudo pertence ao Estado -- só produzem estagnação, rentismo, preços altos (ainda que disfarçados pela falta de produtos a preços "tabelados"), perda de opções para os consumidores (que somos todos nós, trabalhadores), enfim, o socialismo é sinônimo de atraso e involução.

Não consigo pensar em nenhum direito social que tenha sido trazido pelo socialismo: todos eles foram conquistas do liberalismo, econômico e político, ou seja, de um regime de liberdades máximas no plano individual. Socialismo é, por definição, um Estado policial, que vive do medo e da opressão.

Acho que fui claro...
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Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 5 de setembro de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Venezuela: falta de papel higienico merece editorial do Estadao

Eu já havia postado aqui uma matéria sobre a marca distintiva do socialismo, de todos os socialismos: a falta de papel higiênico, além, é claro de todos os outros gêneros de primeira, segunda e de terceira necessidade, sem falar da falta absoluta de produtos supérfluos.
Eis o link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/05/ok-camaradas-o-socialismo-chegou-de.html
Ou seja, o que caracteriza, antes de mais nada o socialismo é a penúria, a falta de tudo e de qualquer coisa.
Os companheiros que acham que o socialismo vai acabar com a desigualdade e a miséria são uns iludidos, ignorantes ou mal informados; o que o socialismo mais faz é trazer a igualdade da miséria, simples assim.
Paulo Roberto de Almeida

O naufrágio venezuelano

16 de maio de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
A Venezuela está à deriva. Comandado há quatro meses por um aprendiz de caudilho, que não sabe se governa ou se finge que é a reencarnação de Hugo Chávez, o país enfrenta uma crise tão ampla que começa no governo e termina, vejam só, nos estoques de papel higiênico. Símbolo tão cômico quanto trágico da irresponsável aventura estatista bolivariana, a escassez desse produto é o dado mais recente de uma conjuntura de tal modo dramática que revela toda a perniciosidade do tal "socialismo do século 21".
O governo de Nicolás Maduro anunciou que "a revolução importará 50 milhões de rolos de papel higiênico", para, nas palavras do ministro do Comércio, Alejandro Fleming, acabar com a "campanha midiática" que está promovendo "compras nervosas desnecessárias" do produto. "Vamos saturar o mercado (de papel higiênico) para que nosso povo se tranquilize e compreenda que não se deve deixar manipular", disse Fleming. Para o ministro, "o presidente Chávez deixou uma economia fortalecida". No entanto, os milhares de venezuelanos que se acotovelam diariamente em filas para tentar comprar produtos inexistentes nas gôndolas começam a deixar de acreditar nessa mentira que já dura 14 anos.
Em quatro meses de governo - três como presidente postiço e um como presidente eleito numa votação denunciada como irregular pela oposição -, Maduro não apresentou nenhum plano de longo prazo para lidar com a crise, limitando-se a tentar apagar incêndios, muitas vezes usando gasolina. Maduro prometeu "medidas para impedir uma guerra econômica" contra o país e atribuiu essa guerra ao setor privado, que já está totalmente de joelhos.
No momento em que precisa da união das forças produtivas para tirar a Venezuela do buraco em que o chavismo a enfiou, o presidente afronta os empresários, acusando-os de tramar contra seu governo. Ainda confiando no capital carismático deixado por Chávez, que erode à luz do dia, Maduro parece apostar no caos e na intriga para manter-se no poder. É o caminho mais curto para o desastre, cujos sinais abundam.
A inflação dos quatro primeiros meses do ano aponta para um índice anualizado de quase 30%. Os produtos da cesta básica subiram 10% em abril e 46,7% na comparação com o mesmo mês de 2012. A desastrada política de estatização e de controle de preços travou a produção de alimentos e outros itens de primeira necessidade, tendo como resultado o desabastecimento crônico - cujo símbolo mais impactante foi o de uma fila para comprar farinha de milho em Barquisimeto, na qual os venezuelanos tiveram a senha de espera escrita no antebraço. Para tentar contornar o problema, o governo anunciou um aumento de 20% nos preços da carne, do frango e do leite, além de isenção fiscal a produtores agrícolas, o que é apenas um paliativo num cenário em que produzir continua sendo um ato heroico.
Não bastasse a escassez de produtos básicos, os venezuelanos enfrentam uma crescente espiral de violência. A taxa de homicídios chegou a 67 por 100 mil habitantes, a maior da América Latina, quatro vezes superior à do México, que enfrenta uma guerra do narcotráfico. Tomada por gangues, Caracas tornou-se uma das três cidades mais violentas do mundo - nas duas primeiras semanas de maio, foram 186 homicídios.
Não à toa, a insegurança foi um dos principais temas da campanha presidencial do opositor Henrique Capriles. Pressionado, Maduro ordenou que o Exército passasse a fazer o policiamento das ruas da capital e em duas cidades do Estado de Miranda - governado por Capriles. O plano, chamado de "Pátria Segura", prevê a mobilização de 3 mil soldados apenas em Caracas. Trata-se do vigésimo plano de segurança adotado pelo governo chavista, prova mais do que óbvia de sua contínua incompetência.
Com Maduro, porém, a combinação de incapacidade administrativa e falta de legitimidade, num cenário de escassez e violência, prenuncia um futuro sombrio.

domingo, 20 de maio de 2012

Brasil ajuda Coreia do Norte: certo, um pais que precisa...

Pensei que se tratasse de uma ajuda emergencial, por alguma grande catástrofe, algum desastre humanitário, mas parece que não é: se trata de ajuda normal, constante, regular, para países que exibem carências alimentares.
Faz sentido! A Coreia do Norte exibe vários tipos de carências, inclusive a alimentar, que deve ser dramática "a nível de" população. Mas isso ocorre há anos, e não sei se os companheiros refletiram sobre isso: o socialismo, como um todo, é um caso emergencial, de UTI, uma enorme catástrofe humanitária, talvez até civilizacional. Finalmente, os companheiros precisam de aliados, pois nem os socialistas reformistas europeus são tão anti-imperialistas e anti-hegemônicos como deveriam; afinal de contas eles estão na OTAN e continuam a aplicar políticas neoliberais.
Nada como um bom socialismo, puro e duro, sobretudo isso, duro...
Paulo Roberto de Almeida 

Coreia do Sul critica ajuda brasileira a vizinho do norte


Jornal do Brasil, 19/05/2012
O diretor-geral do departamento para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Jang Keun-ho, criticou a ajuda humanitária que o Brasil vem dando ao seu vizinho do norte. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o diplomata reconheceu que a atitude do Brasil de enviar alimentos à Coreia do Norte é boa, mas pode ter um efeito negativo. 
O governo sul-coreano teme que o vizinho, com quem está tecnicamente em guerra, use as doações para ganhar fôlego e continuar seu programa nuclear.
A Coreia do Norte vive uma crise humanitária, e o Brasil já enviou 16 mil toneladas de alimento ao país, número que deve chegar a 21 mil toneladas nos próximos meses, segundo a Folha de S.Paulo. A Coreia do Norte já enfrentou crises de alimentos, e o governo americano interrompeu a ajuda humanitária ao país depois que o governo lançou um foguete em abril. O temor é que o lançamento tenha sido o teste de um míssil. 
De acordo com a Folha, o Itamaraty afirma que a doação de alimentos é regulamentada por uma lei de junho do ano passado, que prevê a ajuda a países com carências alimentares.
Tags: ajuda, brasil, coreias, crise, nuclear 

domingo, 27 de novembro de 2011

Socialismos do seculo XX: as mistificacoes (algumas continuam)

Como demonstra, sintética e magistralmente Leôncio Martins Rodrigues, todos os socialismos, sem exceção, TODOS, foram operações montadas por minorias, que engabelaram as massas e os próprios intelectuais que pretendiam apoiar causas nobres (justiça social, igualdade, etc...).
Todos eles, sem exceção, TODOS, foram ditaduras sanguinárias, que só se sustentaram durante tanto tempo na base da censura, da repressão, algumas vezes do terror.
Quando é que os socialistas sinceros (existem muitos, mais ainda os do gênero ingênuos) vão aprender que eles fazem parte de uma obra de mistificação?
Aqui também, usada para enriquecer alguns, os mafiosos, a custa dos muitos, em especial dos capitalistas...



Um caminho diferente?
Leôncio Martins Rodrigues. 
O Estado de S.Paulo, 27 de novembro de 2011

Com a transferência do poder para o irmão mais moço, Raúl, Fidel Castro deu aparência de sobrevida ao socialismo cubano. Mas o que acontecerá quando o comandante supremo morrer? A resposta é fácil: desaparecerá, como aconteceu com todos os regimes socialistas que foram implantados no século 20 (a exceção está sendo a Coreia do Norte, talvez porque o herdeiro continue vivo).
Marx profetizara que regimes socialistas seriam resultado do próprio desenvolvimento das forças produtivas e da ação revolucionária da classe operária. O próprio jogo do mercado levaria à crise do capitalismo e à revolução proletária. Mas o socialismo nunca foi uma fatalidade econômica. Resultou sempre de um ato de vontade política de chefes, comandantes ou guias que visavam o poder total.
É claro - para reservar algum espaço para o materialismo histórico - que certas "condições objetivas e subjetivas" são necessárias para o êxito de ações revolucionárias. Uma delas é a hegemonia, na sociedade, de sistemas de valores que deixam pouco espaço para uma cultura cívica, para o individualismo, para o empreendimento e para a cidadania. Junto vêm a adoração do Estado e a crença de que as sociedades mudam por decreto.
Examinemos, a voo de pássaro, o aparecimento dos regimes socialistas mais importantes do século passado.
O primeiro, naturalmente, é o da Revolução de Outubro, na Rússia. A mistificação comunista transformou em revolução operária e camponesa o levante armado bolchevista de 1917. A decisão do assalto ao poder, com data marcada de antemão, foi decidida por dez pessoas na famosa reunião do Comitê Central de 10 de outubro (calendário russo). No dia 24, o Governo Provisório foi derrubado por um golpe militar dirigido pelo partido bolchevique. Não houve nenhuma participação popular, apenas uma gigantesca bebedeira em Petrogrado (então capital russa, atual São Petersburgo): a adega do czar caíra em poder dos soldados.
O segundo caso de socialismo que cumpre mencionar é o da China Popular. Também nesse caso a classe operária esteve ausente. Foi o exército revolucionário dirigido pelo Partido Comunista chinês que, em 1948, implantou o novo regime, sob a chefia do "grande timoneiro" Mao Tsé-tung.
No caso das democracias populares da Europa Oriental, o socialismo foi imposto de fora, pela União Soviética (URSS). A exceção foi a Iugoslávia. Mas não surgiu de uma revolução operária ou sublevação popular, mas da guerrilha liderada pelo general Josip Tito. No Vietnã o socialismo veio também pela via guerrilheira de Ho Chi Minh.
O caminho que levou ao socialismo cubano não diferiu essencialmente dos seus congêneres europeu e asiático. Em 1953, com apenas 113 combatentes, Fidel Castro organizou a sua primeira tentativa de chegar ao poder. O assalto aos quartéis de Moncada e Bayamo malogrou. Mas Fidel não desanimou. Em dezembro de 1956, com 81 homens, tentou novamente.
Explicitamente pelo menos, a meta castrista não era eliminar o capitalismo, mas derrubar a ditadura do ex-sargento Fulgencio Batista, que não era visto com simpatia pela elite cubana. Por isso os democratas cubanos, boa parte da classe alta (de onde provinha o próprio Fidel), e até mesmo a opinião pública dos Estados Unidos apoiaram a luta anti-Batista. O socialismo foi implantado pelas costas do povo. À noite, na residência de Che Guevara, um pequeno grupo preparou secretamente os decretos de estatização da economia e de transformação de Cuba num país socialista. Quando o trabalho terminou, todo o poder fora transferido para Fidel.
Deixando de lado a mistificação ideológica, o modo de implantação do socialismo é o mesmo em toda parte. Primeiro, sob a chefia de um líder supremo, um pequeno grupo de aventureiros (intelectuais revolucionários, na maioria) dirige o assalto do poder. Depois, constrói-se o socialismo. Nunca o novo regime resultou da chamada "ação das massas". Manifestações populares de apoio vêm posteriormente, sob a farsa da democracia direta.
A esquerda vê em mobilizações feitas de cima, depois da tomada do poder, a prova do apoio ao regime e de seu lado popular. Acontece que na época da política de massas, para dar alguma legitimidade a ditadores que se levantam contra as elites tradicionais, grandes mobilizações devem ser realizadas. Benito Mussolini foi um dos primeiros a usá-las. Getúlio Vargas e outros souberam imitá-lo. Naturalmente, certa distribuição paternalista de benefícios coletivos aos assalariados se deve seguir.
Sem dúvida, há diferenças entre o caso do socialismo cubano e os europeus e asiáticos. Na ilha, o Partido Comunista não teve nenhuma importância, os comandantes guerrilheiros sempre estiveram acima dos apparatchiks comunistas que não lutaram na Sierra Maestra. Na ausência dos intelectuais ou subintelectuais marxistas, as intermináveis discussões ideológicas, como as que existiram na URSS, não ocuparam o mesmo espaço na edificação do socialismo cubano. A mística da revolução substituiu a da classe operária. Por fim, a situação de subdesenvolvimento e a presença próxima dos Estados Unidos propiciavam sentimentos nacionalistas, que não foram fortes nos outros casos.
Trotsky declarou certa vez que sem Lenin não haveria Revolução Russa. Poderíamos dizer também, com muito menos possibilidade de errar, que sem Fidel não haveria socialismo em Cuba. Mas poderá haver após sua morte? Sem o comandante máximo, quanto tempo levará para chegar ao fim o regime que ele criou?
O retorno ao capitalismo, na verdade, começou depois do fim da URSS. Mas, como mostra o exemplo de outros países ex-socialistas, o retorno à democracia é bem mais complicado.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A grande estrategia do Brasil: Coreia do Norte

O Brasil é generoso: alimenta os pobres dos coreanos do norte, que estão morrendo de fome por causa do cerco imperialista e do embargo americano. Ops, acho que isso é com Cuba. Não importa: o Brasil ajuda mesmo assim, ajuda todos os pobres socialistas, que ficaram pobres por causa do capitalismo. Ops, acho que foi por causa do socialismo mesmo. Não importa: temos nossa estratégia para influenciar o mundo inteiro, através dos nossos alimentos fartos, abundantes e sobretudo baratos. 
Socialistas do mundo: venham que tem comida para todos...
Paulo Roberto de Almeida 


Brasil aposta na Coréia do Norte para influir na Ásia
InfoRel, 25/11/2011 - 19h20




Brasília - O Brasil está decidido a influenciar politicamente na Ásia e aposta no estreitamento das relações com a Coréia do Norte para ocupar um papel de destaque na região. Para o Itamaraty, o país é vítima do desconhecimento sobre as suas intenções e capacidades, inclusive militares.
A Coréia do Norte é rica em recursos naturais - o país possui grandes reservas de magnesita, carvão, tungstênio, grafite, molibdênio, barita, minério de ferro e fluorita - e o Brasil pretende investir em obras de infraestrutura e alavancar o comércio bilateral.
Em outubro de 2010, o país enviou uma missão de cooperação técnica a Pyongyang com representantes do Itamaraty e da Embrapa que vai trabalhar o melhoramento da soja norte-coreana para o consumo interno e a exportação.
Também no ano passado, o Brasil doou US$ 400 mil em ajuda humanitária à Coréia do Norte por meio do Programa Mundial de Alimentos.
Na visão do ministério das Relações Exteriores, a Coréia do Norte paga um preço alto por seu isolamento político. Pyongyang tem uma ideologia própria não-alinhada com Moscou ou Pequim, avalia o Itamaraty.
Rússia, China, Estados Unidos e Japão, são os principais atores na Península Coreana e a forte presença militar norte-americana na vizinha Coréia do Sul, impede que Pyongyang aceite qualquer tipo de desarmamento.
A região tem a maior concentração de poderio militar do mundo e Seul não acredita na reunificação nos próximos 20 anos.
Na prática, esperava-se que a Coréia do Norte e Cuba desaparecessem após o fim da União Soviética.
Cenário
Para a diplomacia brasileira, a Coréia do Norte tenta reduzir sua dependência da China e mira na Rússia, mas também tem interesse no Brasil por conta da sua política externa independente.
Pyongyang apóia o ingresso do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e votou a favor da candidatura do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e em José Graziano para o cargo de diretor-geral da FAO.
Informe do Itamaraty diz que o Brasil "tem ajustado sua interlocução com a Coréia do Norte de acordo com o comportamento do país asiático no campo internacional, mantendo diálogo fluido nos momentos de normalidade e adotando posição cautelosa quando se acirram as relações do país com a comunidade internacional".
O Brasil acredita na potencialidade das relações bilaterais num quadro de estabilização peninsular. Caso isso ocorra, a Coréia do Norte poderá integrar-se de maneira muito mais intensa à cadeia econômica asiática e servir de ligação viária com a Rússia e a China.
Além disso, o Itamaraty acredita que em 15 de abril de 2012, o líder norte-coreano Kim Jong-il poderá transferir o poder ao filho mais jovem, Kim Jong-un, promovido em 2010 a general de quatro estrelas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cuba: taxation without representation - uma Carta Magna a caminho?...

...ou uma revolução (não dos nobres, mas) dos pobres?
O Estado cubano quer taxar os cidadãos trabalhadores para melhor pagar os seus milhares de burocratas, aparatchiks e outros funcionários que já não acreditam no comunismo oficial, mas não sabem muito bem como fazer para retornar o país ao capitalismo.
Na dúvida, eles começam cobrando impostos.
No ex-socialismo, os trabalhadores fingiam que trabalhavam e o Estado fingia que os pagava.
Na transição ao capitalismo, os novos pequenos capitalistas fingem que ganham um décimo do que ganham na verdade, e o Estado finge que acredita (mas se prepara para cobrar mais).
Acho que vamos caminhar para uma fronda tributária dentro em pouco...
Paulo Roberto de Almeida



Taxes in Cuba

Get used to it

The Castros’ subjects get acquainted with that other sure thing

Half your monies are belong to us
WHEN Raúl Castro, Cuba’s president, announced last year that the government would cut its payroll by up to 20% and promote self-employment, state media hailed the birth of a “tax culture”. As most Cubans had never paid income tax, the Communist newspaper published a guide to the concept. Government economists predicted a 400% increase in tax revenue from individuals.
The experiment has been bumpy. Last October Cuba published a tax code for workers in its 181 newly authorised occupations, ranging from furniture repairer to professional clown. As in the early 1990s, the last time Cuba tried economic liberalisation and taxation, the rates were punitive: 10% on turnover, 25% for social security and up to 50% on income. Such levies discouraged some people from risking self-employment. By May applications for job licences were tailing off.
Moreover, Mr Castro failed to beef up the National Tax Administration Office (ONAT), which was soon overwhelmed by filings. That has delayed revenue collection, and allowed both intentional and inadvertent tax cheats to go unpunished. “They seem even more confused about this than we are,” says Ernesto, an engineer who obtained a licence to set up a plumbing business in March. He admits that he simply guesses how much he has earned each month and declares a tenth as much.
But Mr Castro seems more flexible than his brother and predecessor Fidel, who blamed the self-employed for sowing inequality and happily taxed private firms out of existence. Eager to find jobs for up to 1m public workers he plans to fire, he has carved out exemptions from the social-security tax and twice increased the scope for deductions. He has also ordered ONAT to retrain its staff and hire new inspectors. “There certainly is an element of making up the rules as they go along,” says one European diplomat based in Havana. “But Raúl seems totally determined to make this work.”
Further reforms are on the way. By the end of 2011, Cubans will be allowed to buy and sell homes and cars. It remains to be seen how long they will accept taxation without representation. “They happily take our taxes,” says Michel, a barber who recently founded a business. “But they still keep their secrets.”