Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 3 de outubro de 2015
Governo petista manda comida para aplacar fome em Cuba - Polibio Braga
Ou foi sempre assim?
Paulo Roberto de Almeida
Este é o socialismo de fome que há 50 anos subjuga o povo cubano, imposição da ditadura dinástica comunista dos irmãos Castro. E que precisa de comida doada pelo povo gaúcho e brasileiro, os que trabalham em liberdade, de modo competitivo e produtivo, palavras desconhecidas na ilha, tudo para não passar fome maior ainda. -
O povo de Cuba só come o que o sistema de racionamento de libretas permite. Isto já dura 50 anos. Dilma já ajuda os Castro com o Programa Mais Médicos, pagou o novo porto de Mariel e agora manda também comida. A ditadura comunista não conseguiu, em 50 anos, sequer produzir alimentos para seu próprio povo. -
O editor examinou nesta sexta-feira o edital da Conab que colocou em leilão 625,4 mil toneladas de feijão para que a empresa vencedora ensaque e envie tudo já ensacado para Cuba.
O feijão é de Santa Catarina, que produz excedentes exportáveis, e sairá pelo porto de Navegantes, Itajaí.
É o segundo leilão que o governo Dilma executa em menos de uma semana, tudo para mandar comida para a população que vive há 50 anos sob o jugo da atrasada ditadura dinástica comunista dos irmãos Castro.
Esta semana, 1,3 mil toneladas de arroz gaúcho, que produz mais do que consome, também foi contratado pela Conab para ser embarcado devidamente ensacado para Cuba. A exportação sairá por Rio Grande.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Cuba: uma economia a beira do colapso (sem ajuda externa...)
Bela obra esse socialismo de 50 anos, que ainda pretende continuar sob uma forma atenuada durante mais alguns anos, tentando entrar no capitalismo à la China ou Vietnã, ou seja, preservando o monopólio do Partido Comunista e toda a autocracia que vem junto.
O próprio economista confirma que se teria de fazer uma desvalorização cambial ainda maior, ou seja, deixar o povo cubano ainda mais pobre do que já é.
Será que é por isso que os companheiros estão tentando ajudar seus companheiros cubanos?
Certamente, mas eles poderiam pelo menos reconhecer o fracasso completo da experiência cubana, e renegar não só o modelo econômico como a ditadura que o sustenta.
Paulo Roberto de Almeida
Entrevista da 2ª: Pavel Alejandro Vidal
Saída de Hugo Chávez provocaria um choque tremendo em Cuba
Economista diz que, sem a Venezuela, havana perde óleo barato e divisas com médicos, que rendem mais que turismo
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Folha de S.Paulo, 2/04/2012 – pág. A18
Sem Hugo Chávez na Venezuela, Cuba mergulharia em uma crise social e política difícil de superar. Viveria um choque tremendo -mais um, duas décadas após perder sua aliada carnal URSS.
O vaticínio -quando o discípulo de Fidel Castro se trata de um câncer e enfrenta eleições em outubro- pode ser repetido por muitos analistas, mas, na boca de Pavel Alejandro Vidal, economista da Universidade de Havana, ele se traduz em números.
O impacto do fim da cooperação com a Venezuela seria duplo. Por um lado, Havana perderia facilidades financeiras para comprar petróleo, que representou metade das importações da ilha em 2010.
Mas há mais que petróleo em jogo: os mais de 30 mil profissionais de saúde trabalhando nos programas sociais de Chávez na Venezuela rendem para Havana ao menos duas vezes mais que o turismo na ilha.
Ao menos US$ 6 bilhões, estima Vidal, ante US$ 2 bilhões de divisas provenientes dos turistas em 2010. Pelos acordos assinados há dez anos, Chávez paga um salário aos médicos cubanos em seu país e outra parte diretamente ao Estado cubano.
"É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo [ausência da cooperação com a Venezuela], dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários."
O economista de 36 anos, até 2006 funcionário do Banco Central de Cuba, faz parte do Centro de Estudos de Economia Cubana da Universidade de Havana, o mais importante do país e com considerável produção a respeito das reformas em curso.
Ele divulgará nas próximas semanas o resultado de sua mais recente pesquisa: um estudo sobre as reformas no Vietnã e o que da experiência pode ser aplicado em Cuba.
Leia trechos da entrevista.
Folha - O que o sr. encontrou nas reformas no Vietnã que pode ser útil para Cuba?
Pavel Alejandro Vidal - Fomos buscar no Vietnã qual foi a velocidade das reformas. Nos final dos anos 80, o país aplicou uma desvalorização da taxa de câmbio de dez vezes -Cuba, provavelmente, vai ter que desvalorizar mais do que isso. Lá houve reformas em duas velocidades. Apesar disso, embora as reformas nesse ponto monetário tenham sido um choque muito parecido ao que aconteceu no leste da Europa, os resultados foram distintos.
No Vietnã, foi um sucesso, e lá foi um desastre. Por que a diferença de resultados?
Tem a ver, especificamente no tema monetário, com a estrutura das economias.
No Leste Europeu, eram grandes empresas estatais, indústrias. Esse tipo de economia costuma reagir muito mal a um choque monetário. São empresas em que há muita burocracia, muita inércia e pouca flexibilidade.
Já no Vietnã, a economia estava baseada em empresas familiares, na agricultura, em pequenos negócios. A economia respondeu muito bem a desvalorização da moeda, acompanhada de um processo de liberalização.
Cuba tem um tipo de economia muito mais parecido com o do Leste Europeu que com o do Vietnã e, portanto, não poderia aplicar um choque monetário. Existe um modelo de fazer a desvalorização gradualmente, mas a questão é saber se Cuba, especialmente os líderes da revolução, tem esse tempo.
Essa é uma das contradições e por isso o tema da velocidade é tão importante.
O melhor seria uma reforma gradual, mas não há tempo para isso. Se Cuba tivesse começado a reforma ao mesmo tempo que o Vietnã, poderia ser aplicada a gradualidade, mas agora não.
A recomendação que faremos ao governo, à luz dessa experiência, é fazer as reformas em duas velocidades. Acelerar muito mais as mudanças em vários setores como a agricultura.
A abertura, a liberalização deveria ser muito mais rápida, com acesso à importação, acesso a capital externo, maior flexibilidade de comercialização. E passar de pequenas empresas para pequenas e médias.
Mas nas diretrizes há barreiras a empresas maiores, se prega contra a concentração de riquezas...
Vão ter de permitir pequenas e médias empresas porque em Cuba o principal ativo para enfrentar com otimismo o futuro econômico é o capital humano. Não se tira muito proveito do capital humano na microempresa. Para isso, é preciso empresas de maior tamanho, que utilizem conhecimento, tecnologia.
Esse é o nosso diferencial positivo ao Vietnã. Aqui o capital humano tem mais possibilidades. Foi nisso que o país investiu nos últimos 40 anos. E agora o que é necessário é uma política econômica que use isso eficientemente.
O que impede que as reformas sejam aceleradas? Falta consenso no governo?
Reformas precisam de consenso, de apoio popular. O interessante é que a falta de consenso não é só no governo, é também na população. Estamos há 50 anos num modelo econômico, isolados de tudo, dos meios de comunicação.
Há um consenso de que é preciso mudar, mas não sobre para onde ir. As novas gerações estão mais preparadas para as mudanças, claro.
Não sou sociólogo, mas tenho a ideia de que parte dos cubanos tem como ideal os anos 80. Querem que as mudanças nos levem para o sistema de subsídios que vigorava na época soviética. Uma economia socialista especializada, com mais recursos. Mas isso não é replicável.
E o governo, o que busca como ideal? Uma economia "socialista de mercado", como China, Vietnã?
O modelo está sendo buscado de forma pragmática, mas não há uma crítica profunda ao modelo soviético. O modelo econômico cubano ainda depende muito dele, e isso dificulta pensar em um novo. Essa é uma das debilidades: parte do sistema de direção macroeconômico está baseada na noção de uma economia planificada. E não vejo com clareza que queiram mudar isso. Está se tentando mesmo aperfeiçoar.
Isso pode ser o pior equívoco das reformas: tentar aperfeiçoar o esquema de planificação centralizado que nunca funcionou.
Vamos adivinhando o novo modelo, por meio do que vai acontecendo na política. Nem eles mesmos sabem para onde vai. O período das diretrizes é o ano de 2015, mas 2015 está aí.
O sr. diz que a idade dos dirigentes cubanos é uma pressão para que acelerem as reformas. Mas há também o fator Chávez. Ele está doente e há eleições na Venezuela em outubro. Como fica Havana sem Caracas?
A dependência não chega a ser igual a que havia com a URSS. Cuba tem comércio e investimento mais diversificados agora, mas uma mudança de situação na Venezuela que tivesse impacto nos acordos com Cuba provocaria uma crise que seria política e socialmente muito difícil de superar. Um choque tremendo.
É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo, dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários.
Não há reservas para enfrentar uma crise dessa magnitude. Os acordos de médicos respondem por três vezes do que entra por conta do turismo. Estima-se que seja mais de US$ 6 bilhões.
Seria um choque duplo, então, por causa do petróleo...
Sim, teria os dois impactos. Cuba deixaria de ganhar por serviços médicos e teria de pagar mais por importações de petróleo sem facilidades financeiras existentes.
Há nervosismo no governo?
Há quem diga que quem quer que substitua Chávez não vai poder romper completamente os acordos, que a Venezuela também teria uma dependência de Cuba, o que matizaria um pouco as coisas. Mas o fato é que sem isso seria muitíssimo mais complicado. O cenário das reformas considera que Chávez continua e que não se descubra petróleo. Talvez uma coisa compense a outra.
Uma das variáveis para a velocidade das reformas é manter um ritmo que não comprometa o sistema político. O sr. concorda?
Sim, para manter a estabilidade é necessário priorizar a economia. Não obstante, as mudanças econômicas implicam mudanças políticas. Em 2015, como se diz nas diretrizes, espera-se que 30% ou 40% da população esteja empregada no setor não estatal. Isso implica uma mudança política importante. Será uma parte importante da população com uma relação com o governo de muito mais autonomia e independência, então a política terá de ser manejada de forma diferente.
Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/no1070062 |
domingo, 27 de novembro de 2011
Socialismos do seculo XX: as mistificacoes (algumas continuam)
Todos eles, sem exceção, TODOS, foram ditaduras sanguinárias, que só se sustentaram durante tanto tempo na base da censura, da repressão, algumas vezes do terror.
Quando é que os socialistas sinceros (existem muitos, mais ainda os do gênero ingênuos) vão aprender que eles fazem parte de uma obra de mistificação?
Aqui também, usada para enriquecer alguns, os mafiosos, a custa dos muitos, em especial dos capitalistas...
Da URSS a Russia: o fim da Uniao Sovietica - livros publicados na Franca
domingo, 13 de novembro de 2011
Livro: Ascensão e Queda do Comunismo - Archie Brown
Fiz um post sobre ele:
A vida sob o comunismo (como devia ser insuportável...)
Como sempre, recomendo aos que desejarem adquirir esse livro que não o façam na edição brasileira, a menos que desejem perder dinheiro à toa. Por US$ 1 (sim, UM dólar), ou no máximo US$ 4 qualquer pessoa pode encomendar o livro no maior sebo eletrônico de livros do mundo:
www.abebooks.com
Provavelmente o frete vai custar entre 10 e 15 dólares, mas ainda assim vai sair mais barato (ainda que demore um pouco) do que os 60 ou 70 reais (talvez mais) do que vai custar o livro no Brasil.
Se ele estiver disponível em formato digital melhor ainda: chega em um minuto, mas aí pode custar um pouco mais (entre dez e 19 dólares, calculo) e pode ser mais incômodo ler um livro grande na telinha do Kindle ou do seu iPad (mas garanto que ficará mais leve...).
Leiam, eu recomendo vivamente.
Paulo Roberto de Almeida
PS: Quem quiser ler mais um pouco do livro, suas primeiras páginas, por exemplo, pode fazê-lo na versão para Kindle, que a a Amazon disponibiliza em seu site, neste link.
(…)
sábado, 20 de agosto de 2011
Um historiador da Guerra Fria e o fim do comunismo: Richard Pipes
THE WEEKEND INTERVIEW: Richard Pipes
A Cold Warrior at Peace
By NANCY DEWOLF SMITH
The Wall Street Journal, AUGUST 20, 2011
America's leading Russia scholar reflects on the 20th anniversary of communism's collapse, and the new threats to the world order today.
Twenty years ago, on Aug. 19, an attempted coup in Moscow accidentally started the countdown on what would be the final days of the Soviet Union. The August putsch began as an effort by Communist Party hard-liners to overthrow President Mikhail Gorbachev and stop his reforms, including efforts to give the Soviet republics more freedom from the center. Civilian resistance in Moscow and other cities, aided by military units who refused to move against the protesters, effectively foiled the plot and made a popular democratic hero of Russian Federation President Boris Yeltsin. By the time Mr, Gorbachev resigned on Christmas Day and Mr. Yeltsin took power over Russia, most of the republics had declared independence and Soviet Communism was dead.
On the anniversary of the coup, you might expect to find a celebration under way at the house of the man who taught generations of Harvard students the history of the world's most powerful totalitarian regime. Especially someone who helped inform America's response to the Soviet military threat and served on the National Security Council under Ronald Reagan. Surely, this particular professor—still demonized in certain circles as the archetypal Cold Warrior or, sin of sins, a fantasist about Soviet military might—surely he is cackling with delight at the thought of how we beat the Sovs?
The dissolution of the Soviet Union was one of "the most important events of the 20th century," says Richard Pipes. But he says this while serenely sitting on the porch overlooking the sunlit lake by his summer home. This is a Cold Warrior at peace.
No wonder. Surveying the post-Soviet universe, he sees no threats of the old magnitude on the horizon. When it comes to new foreign powers, he says, "China is the only successor, but the Chinese don't have such world-wide aggressive intentions. For the Russians, for them to triumph, the whole world had to be communist. I don't think that is true of Chinese Communism. They are perfectly content to be a rich and powerful country, to have influence in their region, but I don't think they have any intentions to take over Africa, or Latin America or anything like that."
Despite all he knows about Russia's sad history, he was upbeat even about that country for a time after 1991, after the last Communist czar, Mr. Gorbachev, stepped down. "I was rather optimistic" for the Russian people, Mr. Pipes says. "I thought all the chains which had held them had broken and they are free. But it didn't happen."
By 2000, ex-KGB strongman Vladimir Putin was in charge, and along with launching a war in Chechnya (and other grim misadventures in the near abroad of the former Soviet Socialist Republics) he began rolling back new freedoms in Russia, eliminating the election of governors, taking over television networks, and reinstating a culture in which free-speaking journalists get murdered. It may seem odd to us that, in the face of re-oppression, Mr. Putin's approval ratings soared. But Mr. Pipes is not surprised.
"Russians like strong leaders, autocratic leaders: Ivan the Terrible, Peter the Great, Stalin. They have contempt for weak leaders, leaders who don't impose their will but who listen to the people. Kerensky, who was prime minister of the provisional government in 1917, is held in contempt because he was a democratic leader."
How and why Russians missed the social and intellectual developments that infused the rest of Europe with ideas on the rights of man and civil society is the complex subject of Mr. Pipes's scholarship. In simplified form, he explains: "First of all, not only were the Russians peasants, which there were in Europe too, but they were serfs, which were not exactly slaves but close to it. They had no rights. They had no civil rights, no legal rights, no property rights. They were chattel. So that meant they did not develop any sense of belonging to a community."
This theory—received by many Russians as a Russophobic accusation that they have a slave mentality—has made enemies for Mr. Pipes, among them the late novelist and gulag survivor Aleksandr Solzhenitsyn. While both men saw the moral horrors and mass human sacrifice that constituted Soviet Communism, they explained its origins very differently. "He said it was because Marxism was a Western idea imported into Russia," Mr. Pipes says. "Whereas my argument is that it has deep roots in Russian history."
That drove the nationalist Solzhenitsyn up a wall, judging by his reaction after Mr. Pipes mailed a copy of his book, "Russia and the Old Regime," to Solzhenitsyn in Switzerland in the mid-1970s.
"I never heard from him until two years later," Mr. Pipes smiles, "when he attacked me . . . saying I was a 'pseudo scholar.'"
Some things do not change. Earlier this month Prime Minister Putin described the United States as "a parasitic" country. But name-calling may be about the worst that Russia can do anymore, at least to the West.
"They do pose a threat to their ex-republics," Mr. Pipes says. "They have no problem with Central Asia, because those [states] are rather docile. But they can't reconcile themselves to the loss of the three Baltic Republics [Estonia, Latvia and Lithuania] and Ukraine and Georgia. I feel fairly confident that if Georgia or the Ukraine were to join NATO, as they would like to, the Russians would invade and destroy their independence. But to us they don't pose a threat."
Even so, Mr. Pipes says, the rise of China has presented the U.S. with an opportunity to nudge Russia toward the fold of normal European countries. "I don't admire President Obama in general and I don't like his foreign policy. He doesn't have a clear course," Mr. Pipes says. "If you liked, as I did, Reagan's foreign policy, then you can't like Obama's."
But he gives the president good marks for his choice of an adviser on Russia, Michael McFaul, and he judges the administration's so-called "reset" policy with Russia as an apparent success. "There are no conflicts right now," he points out, although "how much this is a result of Obama's policy and how much is a result of [Moscow's] fear of China and the desire to move closer to Europe and the U.S., I don't know."
Mr. Pipes says Russia is "obsessed" with how its neighbor's growth and progress threaten to make Moscow seem irrelevant on the global stage. "China is becoming a great world power. And that bothers them terribly. They're willing to have America the second great power but they are worried about China being a great power."
Mr. Pipes notes that when foreigners visited Russia in the 17th century, Russians would boast—fairly accurately as it turns out—that their country was the same size as the visible surface of the moon. It still is, although an eclipse by China seems unstoppable. "What can they do about it? They cannot reduce Chinese exports to the United States, the Chinese accumulation of hard currency, the military buildup and so on."
That is why Mr. Pipes believes Moscow may be ready to move closer to the West, an outcome that would remove a major irritant. This assumes NATO issues don't get in the way.
"I am very critical of what the Russians do but you also have to allow for their sensitivities," he says. "The Russians are very sensitive about NATO. If you ask Russians who is the No. 1 enemy of Russia—I think NATO would probably come in first place, even now."
That's one reason that NATO may have outlived its usefulness. "We have NATO acting in Afghanistan and et cetera," Mr. Pipes allows. "But NATO was created specifically against the Russian threat. The Russian threat does not exist. . . . So I think the time has come to consider dissolving it."
Mr. Pipes thinks the main challenge for America today is militant Islam. "This is difficult to fight with because it is not a direct threat. A direct threat you can stand up to. It is also different because you are dealing with fanatics," he points out.
"The communists were not fanatics. They were vicious people, but you could reason with them . . . and when the going got tough, they retreated." For instance, he says, "You had the Cuban missile crisis: Castro wanted the Russians to actually launch a nuclear attack on the United States, and he said 'OK, Cuba will be destroyed but socialism will triumph in the world.' And Khrushchev said no, nothing doing."
The communists "were never suicidal," either, Mr. Pipes adds, "and the ordinary Russians . . . they wanted to live. So this is a different danger. It's not as bad as the communist danger was because they don't [control] the arsenals of power, of military power. But they are fanatical, and they are irrational. We have to stand up to them and not be frightened of them. But we may be in for decades of the Muslim threat."
Do we have the fortitude for that? At the end of the Cold War, some of the victors questioned whether the U.S. and the West could ever muster the will and stamina for another prolonged ideological struggle.
This question seems to amuse Mr. Pipes, who still speaks with an accent of his childhood in Poland, from which he and his family escaped when he was 16. "I came to the U.S. in 1940 and I went to a college in Ohio, and the war was already on. And I remember discussions of whether America was strong enough, or too soft to meet the Nazis." Mr. Pipes laughs. "The same discussions, and that was 70 years ago. So I don't worry, I think that America is great."
As for defeating the last known enemy of world peace, Mr. Pipes gives credit to America's policy of containment, which held communists back in most places until the Soviet Union began an inevitable decline. But it might have lingered for decades longer if not for a big push. "Ronald Reagan contributed mightily to the collapse of the Soviet Union," he says. "It would have happened eventually, but not as soon as it did. Because he understood what communism was and how unnatural it was."
Another lesson is "that you should not give in for practical reasons to evil, which we had done for many years under détente and so on. We gave in and we treated these people not as crooks and criminals but as worthy partners. And this was a mistake, they were not. And history has proved it. Not to everyone, of course."
Partly he's referring to scholars, in his own and related fields, with whom he sparred for decades about the nature of the enemy. "In general, the profession in this country, they were not pro-communist but they thought—and that is why I had quarrels with them always—that the [Soviet] system was popular and that it would be there forever. Ergo we have to get along with them, which means we have to make concessions and live with them, and not attack them the way I wanted to attack them, or Reagan wanted to attack them. I mean Reagan, whom they thought a dummy, said this: The Soviet Union is going to collapse. And they said ridiculous, he doesn't know what he is talking about—and he was right."
So Mr. Pipes has been vindicated too? "Yes, of course. But they don't admit it," he laughs. "They have done no self-analysis asking: Where did we go wrong? And they just merrily go on."
More than once, Mr. Pipes refers to a woman he met in Russia in the 1960s, when he was visiting Leningrad and she was assigned as his driver. She had lost her husband in the war, felt utterly alone and "looked worn out." He tried to comfort her, he says, with words like, "'Don't give up. You are young, you will find a husband, you will find a family.' And I'll never forget her answer," he recalls with what looks like a shudder: "What do you know? You live in paradise."
Mr. Pipes seems a happy man today. Even the faltering U.S economy—whose former vigor played such a role in the Cold War victory—hasn't got him down. "I have been through these recessions before. If you're my age and you've been through Hitler and Stalin, nothing frightens you. . . . Who's going to frighten me, [Hugo] Chávez?"
Ms. Smith is a member of the Journal's editorial board.