8 de maio de 2025, em Moscou: para comemorar o quê?
Desde que Lula aceitou participar das "comemorações" pelos 80 anos da vitória contra a Alemanha nazista, Putin, sem qualquer estratégia definida em sua "Operação Militar Especial", ou seja, a guerra de agressão contra a Ucrânia, eliminou, por bombardeios deliberadamente apontados para alvos civis, dezenas de vidas ucranianas, entre mulheres e crianças.
Neste Domingo de Ramos, foram mais três dezenas de civis mortos por bombas de fragmentação e mísseis contra edifícios residenciais. Não existe um objetivo determinado, apenas destruição gratuita, mortandade errática assegurada.
Lula tem certeza de que pretende, mesmo assim, apertar a mão do criminoso procurado pelo TPI por crimes de guerra e contra a humanidade?
O Itamaraty não tem informado a Presidência sobre esse lado mais desumano da guerra de agressão contra a Ucrânia?
Nosso embaixador em Kyiv não tem informado Brasília sobre esse acúmulo de mortos sem qualquer objetivo militar determinado, apenas quebrar a resistência do povo ucraniano?
E Trump, pretende ainda assim conversar com Putin sobre seus projetos de "paz"?
Em certos momentos, sinto vergonha de pertencer à classe dos diplomatas profissionais, uma vez que, aparentemente, não temos nenhuma voz nas decisões de política externa do chefe da diplomacia brasileira.
Servimos para o quê, exatamente? Apenas para coonestar os impulsos pessoais do chefe de Estado? A imagem do Brasil no mundo não tem nenhuma importância nessa área?
Denuncio o presidente Lula por sua decisão de participar de um evento que esconde o fato de que foi precisamente a URSS de 1939 que permitiu ao Hitler do século XX dar início a uma guerra de agressão contra um país vizinho. O Hitler do século XXI dá continuidade a essa prática violadora do Direito Internacional.
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