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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ditadores estao sempre achando que existem inimigos que precisam ser combatidos - Cuba

Sintomático. Mas os inimigos do regime comunista cubano são os próprios cubanos, simples cidadãos -- que gostariam de viver com dignidade, não na miséria oferecida por um regime falido -- e a História, com H maiúsculo, aquela que condena sistemas por seu anacronismo, puro e simples...
Paulo Roberto de Almeida

A matéria é da BBC:
http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-25575113


Cuba leader Raul Castro warns of 'subversive campaign'

People attend an event on 1 January, 2014, marking the 55th anniversary of the revolution that brought Fidel Castro to powerRaul Castro marked the anniversary by warning of "subversive activity"

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Cuban President Raul Castro has warned that Cuba is confronting "ideological and political subversion aimed at toppling its socialist system".
In a speech commemorating the 55th anniversary of the Cuban revolution, Mr Castro said "global power centres" were "subtly introducing neo-liberal and neo-colonial thinking" into Cuba.
But the president said he was confident the country "would emerge victorious".
He was speaking in Santiago, where his brother Fidel declared victory in 1959.
Fidel Castro and his 9,000-strong guerrilla army overthrew US-backed ruler Fulgencio Batista on 1 January 1959.
Cuban President Raul Castro gives a speech during a ceremony marking the 55th anniversary of the Cuban Revolution on 1 January, 2014 in Santiago de CubaRaul Castro delivered his speech from the same spot where his brother declared victory in 1959
Cuban revolutionary Fidel Castro during an address in Cuba after Fulgencio Batista was forced to flee on 1 January 1959Fidel Castro was in power until 2006, when he handed power over to his brother
A car drives past under a banner that reads "The Revolution will continue forward" in Havana on 31 December, 2013Cuban cities had been decorated with revolutionary slogans ahead of the anniversary
Fidel Castro went on to lead the country for almost five decades, handing power over to Raul in July 2006 when he became seriously ill.
Raul Castro led the commemorative anniversary gala at Cespedes park in Cuba's second largest city, Santiago - the same spot from where his brother told his supporters in 1959 that the overthrow of Fulgencio Batista had been successful.
"It's been 55 years of constant struggle against the plans of 11 US administrations, that with varying hostility, have not stopped in their goal to change the economic and social regime brought about by the revolution," he said.
Cuba has long blamed the US and the trade embargo it has been enforcing since 1960 for the island's economic woes.
But in Wednesday's speech Mr Castro acknowledged mistakes had been made: "The revolution's programme will be updated every five years so that it can always answer to the true interests of the people and promptly correct any errors."
Mr Castro has been implementing a series of economic reforms since he took over from his brother, including easing regulations on loans, home and car ownership, and loosening travel restrictions.
Handout picture taken on 13 December, 2013 and released by Cuban official website www.cubadebate.cu, of former Cuban President Fidel CastroSpanish journalist Ignacio Ramonet (left) said Fidel Castro seemed "alert and healthy"
In December, he shook hands with US President Barack Obama in a gesture which led to speculation as to whether it would signal a thawing of relations between the two foes.
But on Wednesday, Mr Castro defended the revolution, saying it "continues the same, without compromise with anybody, absolute with the people".
Fidel Castro, 87, did not attend the ceremony, but a Spanish newspaper journalist who spoke to him in December said he was "healthy and alert" during the 2.5-hour interview.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios, 9: viva a embaixada cubana, viva a SG-PR...

Estão de parabéns o embaixador cubano e o Secretário-Geral da Presidência da República.
Eles conseguiram!
Tiveram sucesso absoluto: conseguiram cumprir plenamente as ordens de seus chefes em Havana.
O embaixador deve ter mandado vários telegramas à sua chancelaria, relatando em primeiro lugar que "cumpri instruções", informando depois como atuaram os amigos de Cuba nos vários eventos programados para aparição da dissidente agente da CIA.
O SG-PR deve ter telefonado meio constrangido ao embaixador dizendo que também cumpriu instruções, mas que talvez o sucesso tenha sido bem sucedido demais, pois afinal de contas a tchurminha contratrada para atrapalhar acabou atrapalhando demais, e causou mais rebuliço que protestos em favor de Cuba.
Se ambos forem sinceros consigo mesmos, verificarão que foi um desastre total toda a operação, já que a população constatou que Cuba afinal é uma ditadura intolerante.
Como eles são incapazes de exibir tais sentimentos, devem estar apenas contabilizando o sucesso da operação.
Por isso mesmo, eu lhes estendo meus cumprimentos.
Conseguiram, bravo!
Conseguiram juntar um bando de fascistas do partido dos companheiros a uma das duas últimas ditaduras stalinistas moribundas do planeta.
Vão morrer com eles. Isso que é solidariedade e amizade.
Parabéns pela fidelidade canina. Aliás, de quatro patas...
Paulo Roberto de Almeida 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios, 8: uma ditadura ordinaria

Exclusivo: os bastidores da reportagem que mudou a vida de dissidente cubana

O correspondente no Brasil, John Lyons, representou o The Wall Street Journal (WSJ) na coletiva de imprensa com a blogueira Yoani Sánchez, promovida pelo Estadão, nesta quinta-feira, 21. Quando ele se levantou para fazer uma pergunta, a cubana o interrompeu e disse que o jornalista foi responsável por mudar sua vida, em conseqüência de reportagem escrita em 2007. A dissidente do regime cubano se referiu à notabilidade que ganhou devido à repercussão de seu blog, ‘Geração Y’. "A minha vida mudou, por causa de um artigo que ele escreveu", disse.
Yoani-sanchez_21
Yoani atribui a correspondente do WSJ notabilidade que ganhou desde 2007 (Imagem: Reprodução/Geração Y)
Lyons explica ao Comunique-se que há seis anos os cubanos que moravam em Miami (EUA) começaram a se questionar sobre a pessoa que mantinha o blog ‘Geração Y’ e sobre suas intenções em expor a realidade do país comunista na internet. “Fui a Cuba, cheguei como turista, com chinelo e roupa havaianos. É muito difícil para um americano conseguir o visto de Cuba”.

O americano permaneceu por uma semana na ilha caribenha. Antes de todos os encontros que teve com Yoani sempre ia a pontos turísticos de Havana para não levantar suspeitas do governo. “Ao sair do hotel, ia para pontos turísticos. Peguei um taxi irregular para ir até a casa de Yoani, mas acredito que a casa dela era vigiada constantemente”.

Correspondente do WSJ há nove anos, o jornalista conta que a reportagem sobre Yoani foi capa da edição impressa do veículo. Ele, entretanto, não assinou a matéria. Lyons e o editor concordaram que a melhor opção era não divulgar o nome do repórter para que ele pudesse entrar outras vezes na ilha comandada pelos irmãos Castro.

O jornalista fala que "medo" não é o termo mais apropriado para se referir a sensação que teve ao se passar por um turista em Cuba. “Senti um pouco da paranoia de morar em um regime totalitário. Eles colocam uma espécie de polícia na sua cabeça e você deixa de fazer coisas que faria normalmente”.

Yoani, a blogueira "turista"
Datado de 22 de dezembro de 2007, a matéria “Yoani Sánchez fights tropical totalitarianism, one blog post at a time” (“Yoani Sánchez luta contra o totalitarismo tropical, um post de cada vez”, em livre tradução) conta como a cubana contornava as proibições do governo e conseguia ter acesso à web para postar seus textos. “Para se livrar das restrições cubanas de acesso à internet, a aparente pária de 32 anos se passava por turista para entrar em um café com internet, em um luxuoso hotel da cidade, normalmente o bar Cubans. Vestida de shorts de surf cinza, camiseta e alpercatas verde-limão, ela passou por um guarda do hotel e deu um largo sorriso. O guarda, alto e de cabelo raspado, deu um passo para trás”, narra a cena. Lyons revela que a rotina se tornou comum na vida de Yoani desde abril daquele ano.

Na reportagem, o jornalista ressalta que geralmente blogs mantidos sobre Cuba são feitos ou por pessoas que visitam a ilha ocasionalmente ou por moradores antigos. “Ela não só escreve de Cuba, como também assina o seu nome e publica uma foto sua. Muitos blogueiros de Havana são anônimos”.

A blogueira e os mercenarios, 7 - Sandro Vaia

Democracia: agite antes de usar, por Sandro Vaia

22.2.2013
http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2013/02/129_229-sandro.jpgAlguma outra vez neste país a democracia foi usada para defender uma ditadura?
Não me lembro. Mas foi exatamente o que aconteceu com a manifestação contra Yoani Sanches, a blogueira cubana que se opõe à ditadura de seu país, que a impediu de falar e inviabilizou a exibição do documentário “Conexão Cuba-Honduras” de Dado Galvão em Feira de Santana, no interior da Bahia.
A grosseria, a incivilidade e a estupidez são algumas das características mais desagradáveis do ser humano e foram usadas em larga escala nao só na Bahia, mas também no plenário da Câmara Federal por algumas pessoas que ainda vegetam no estado primário do processo civilizatório.
Até aí, nada a fazer. Não podemos exigir uma nação de fidalgos nem exigir algum tipo de racionalidade de quem confunde a militância política com a barbárie.
Ninguém é obrigado a gostar de Yoani Sanches como ninguém pode ser proibido de admirar e cultuar ditaduras. Infelizmente, a história da humanidade é recheada de massas ululantes que seguem ditadores e homens providenciais de camisas verdes, negras, pardas, boinas vermelhas ou uniformes verde-oliva.
O fascínio pela servidão voluntária é uma das características mais degradantes do ser humano. O fato de que isso, ao longo da História, tenha produzido pilhas e pilhas de cadáveres pelo mundo todo, não inibe a prática da falta de fé democrática.
Ditadores pendurados de cabeça para baixo nas vigas de um posto de gasolina e outros miseravelmente fuzilados ao lado da mulher depois de tentar fugir das massas que os idolatravam até algumas horas atrás, não ensinam lição alguma a quem está disposto e decidido a nao aprender.

http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2013/02/129_2234-alt-www.jpg

A presença de Yoani Sanches no Brasil poderia ter sido aproveitada para estimular um debate sobre os caminhos que Cuba pode seguir num eventual processo de transição para a democracia.
É evidente que o regime está desgastado, caquético e moribundo, e aí não vai nenhuma figura de linguagem com relação a quem o dirige. Foi Fidel Castro e não qualquer “gusano” contra-revolucionário de Miami que disse, com todas as letras, que “esse modelo nao serve mais nem para nós”.
O que será de Cuba ? Uma nova China? Mas quem seria o Deng Xiaoping cubano que teria coragem de ir à Plaza de la Revolución para dizer que “enriquecer é glorioso”? O que será feito dos 500 mil servidores públicos que perderão seus empregos ?
Um debate interessante para quem está interessado em democracia e em evolução de modelos políticos. Um debate chato e desnecessário para quem prefere substituir o uso da inteligência pelo escorrer da baba elástica e bovina.

Sandro Vaia é jornalista

domingo, 28 de outubro de 2012

Raul Castro "vota" antecipadamente na Florida (!??!?)

Sim, por mais estranho que possa parecer, esta é a opinião de um articulista de um órgão de oposição à ditadura castrista sediado na Florida.
Paulo Roberto de Almeida 


ELECCIONES ESTADOUNIDENSES: RAÚL CASTRO "VOTA" EN LA FLORIDA

En una coyuntura de virtual empate en la Florida, la dictadura cubana acaba de promulgar a las carreras el Decreto-Ley No. 302, que "maquilla" las carcelarias reglas migratorias cubanas, presentando a nivel internacional una apariencia de súbita apertura de la isla-presidio y extendiendo una mano "amiga" hacia los votantes cubanoamericanos de la Florida

1. A pocos días de las elecciones presidenciales estadounidenses, en el decisivo Estado de la Florida, que cuenta con un vasto contingente de centenas de millares de votantes cubanoamericanos, recientes pesquisas indican un virtual empate entre los candidatos Romney y Obama.

2. El suspenso es enorme, por las naturales consecuencias de las elecciones en la Florida, dentro del resultado electoral en los Estados Unidos. En ese país, el presidente resulta electo por un colegio electoral en el cual participan representantes de todos los Estados. Según las encuestas, hasta el momento Romney y Obama  podrían obtener un similar número de miembros en el colegio electoral a nivel nacional. Es por ello que el candidato que obtenga el triunfo en la Florida, con sus 29 votos, podrá inclinar decisivamente la balanza en favor del candidato demócrata o del republicano. Del punto de vista electoral, en español se considera a la Florida como un "Estado bisagra"; y en inglés, como un "swing State".

3. La Florida ya fue decisiva en varias elecciones presidenciales anteriores. El caso más impactante se produjo en el año 2000 cuando, por pocas centenas de votos de un pequeño municipio del interior de la Florida, que contaba con un número representativo de votantes cubanoamericanos, el candidato demócrata Al Gore perdió las elecciones en ese Estado y, en consecuencia, a nivel nacional, en favor del candidato republicano George Bush. En esa ocasión, el caso del  balserito cubano Elián González, brutalmente enviado a Cuba por las autoridades estadounidenses pocos días antes de las elecciones, fue decisivo para que muchos cubanoamericanos  normalmente adherentes de los demócratas, ejerciesen un "voto-castigo" que dio la victoria a los republicanos.

4. En esa coyuntura de virtual empate en la Florida, la dictadura cubana acaba de promulgar a las carreras el Decreto-Ley No. 302, que "maquilla" las carcelarias reglas migratorias cubanas de la Ley No. 1312 de 1976, presentando a nivel internacional una apariencia de súbita apertura de la isla-cárcel y extendiendo una mano "amiga" hacia los votantes cubanoamericanos de la Florida. Ese decreto promete que a partir de 2013 suprimirá la humillante "tarjeta blanca" como requisito para salir del país y facilitará la expedición de pasaportes supuestamente a todos los que lo soliciten.

5. No obstante, cumpliendo el adagio que dice que "quien hace la ley, hace la trampa", el Decreto-Ley No. 302 introduce discretamente dos disposiciones mediante las cuales La Habana mantendrá el control total de las entradas y salidas de la isla-cárcel: el régimen podrá denegar la entrega del pasaporte alegando "razones de Defensa y Seguridad Nacional", y también "cuando por otras razones de interés público" - que no se da el trabajo de enumerar - "lo determinen las autoridades facultadas". Entonces, con una mano se abre la puerta de la isla-cárcel, pero se deja la otra preparada para dar el portazo. En definitiva, el gobierno de Raúl Castro puede continuar denegando la salida o entrada en el país a quien quiera, como lleva haciéndolo desde hace más de medio siglo.

6. ¿Por qué motivo el régimen cubano habrá lanzado sobre la mesa esta carta política, psicológica y publicitaria, con apariencia distensiva y amigable, pocos días antes de las elecciones nacionales estadounidenses, y en el preciso momento de un empate electoral en la Florida, un Estado con fuerte contingente de votantes cubanoamericanos? Las metas de La Habana en el Estado de la Florida continúan siendo: aislar a aquellos líderes cubanoamericanos más opuestos a un acuerdo del gobierno estadounidense con el régimen castrista;  ablandar al electorado cubanoamericano que hasta hoy se opone al régimen comunista con base en motivos ideológicos, morales y religiosos; facilitar el surgimiento de una nueva generación de líderes políticos cubanoamericanos abiertos al "diálogo" y al entendimiento con los carceleros de la isla; y moverse en los bastidores para evitar una derrota demócrata, porque sabe que a Castro, a Chávez y a las FARC les será bastante más fácil conversar con Obama.

7. Es para intentar obtener esos objetivos de desmovilizar y desprestigiar al destierro cubano, y, en consecuencia, influir en las elecciones de la Florida, que pocos días antes de las elecciones estadounidenses, dando a conocer el Decreto-Ley-Maquillaje No. 302 sobre reglas migratorias, el dictador Raúl Castro "votó" anticipadamente en la Florida.

Destaque Internacional - Año XIV - No. 366 - Domingo 27 de octubre de 2012. Editorial interactivo. Responsable: Javier González. Envíe sugerencias, opiniones y críticas al e-mail destaque2016@gmail.com

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Gerontocracia cubana chega ao seculo 19: circulacao de pessoas

Vai demorar ainda certo tempo para que a liberdade se instale em Cuba: isso depende da velocidade da degenerescência (ou aggiornamento, o que vier antes) dos dinossauros que governam aquela ilha como se fosse uma grande fazenda pessoal.
No momento, eles acabam de chegar ao século 19, que foi quando as pessoas começaram a circular um pouco mais livremente pelo mundo. Mais um pouco, quem sabe, os "imortais" chegam ao século 20.
A imprensa de esquerda, no Brasil e alhures, apresenta essa medida como um grande gesto democrático, o que é um espanto.
Eu o vejo como uma terrível confissão do atraso mental de certas pessoas, na ilha e aqui. Como diriam os americanos, too little, too late...
Paulo Roberto de Almeida 


El pesidente de Cuba, Raul Castro, en Rio +20
Cuba elimina el permiso de salida al exterior en esperada reforma migratoria

Cuba anunció hoy la eliminación de los permisos de salida para viajar al extranjero y dejará sin efecto el requisito de la llamada carta de invitación dentro de una esperada reforma migratoria que entrará en vigor a partir del 14 de enero de 2013. 

El régimen de Raúl Castro explicó que este cambio forma parte del proceso de reformas.

Descargue la Ley de Migración PDF (212 Kb)
[ver artículo completo...]

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cuba: uma economia a beira do colapso (sem ajuda externa...)

Quem diz isso não sou eu, mas um economista cubano, vivendo em Cuba, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Havana, ex-funcionário do Banco Central -- não é mencionado porque saiu, já que se imagina que trabalhar no BC cubano deva ser algo mais próximo do objeto mais valorizado atualmente em Cuba, do que simplesmente ser professor universitário, com salário menor, provavelmente, do que um taxista -- e ele confirma o que já se sabia: sem os soviéticos, e sua generosa ajuda, a economia cubana entrou em colapso; aí, providencialmente, apareceu Chávez, o anjo enviado dos céus (com perdão dos crentes); ou seja, se Chávez desaparece, a economia cubana, que já está virtualmente em colapso, entrará definitivamente em colapso.
Bela obra esse socialismo de 50 anos, que ainda pretende continuar sob uma forma atenuada durante mais alguns anos, tentando entrar no capitalismo à la China ou Vietnã, ou seja, preservando o monopólio do Partido Comunista e toda a autocracia que vem junto.
O próprio economista confirma que se teria de fazer uma desvalorização cambial ainda maior, ou seja, deixar o povo cubano ainda mais pobre do que já é.
Será que é por isso que os companheiros estão tentando ajudar seus companheiros cubanos?
Certamente, mas eles poderiam pelo menos reconhecer o fracasso completo da experiência cubana, e renegar não só o modelo econômico como a ditadura que o sustenta.
Paulo Roberto de Almeida 



Entrevista da 2ª: Pavel Alejandro Vidal
Saída de Hugo Chávez provocaria um choque tremendo em Cuba
Economista diz que, sem a Venezuela, havana perde óleo barato e divisas com médicos, que rendem mais que turismo
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Folha de S.Paulo, 2/04/2012  – pág. A18

Sem Hugo Chávez na Venezuela, Cuba mergulharia em uma crise social e política difícil de superar. Viveria um choque tremendo -mais um, duas décadas após perder sua aliada carnal URSS.
O vaticínio -quando o discípulo de Fidel Castro se trata de um câncer e enfrenta eleições em outubro- pode ser repetido por muitos analistas, mas, na boca de Pavel Alejandro Vidal, economista da Universidade de Havana, ele se traduz em números.
O impacto do fim da cooperação com a Venezuela seria duplo. Por um lado, Havana perderia facilidades financeiras para comprar petróleo, que representou metade das importações da ilha em 2010.
Mas há mais que petróleo em jogo: os mais de 30 mil profissionais de saúde trabalhando nos programas sociais de Chávez na Venezuela rendem para Havana ao menos duas vezes mais que o turismo na ilha.
Ao menos US$ 6 bilhões, estima Vidal, ante US$ 2 bilhões de divisas provenientes dos turistas em 2010. Pelos acordos assinados há dez anos, Chávez paga um salário aos médicos cubanos em seu país e outra parte diretamente ao Estado cubano.
"É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo [ausência da cooperação com a Venezuela], dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários."
O economista de 36 anos, até 2006 funcionário do Banco Central de Cuba, faz parte do Centro de Estudos de Economia Cubana da Universidade de Havana, o mais importante do país e com considerável produção a respeito das reformas em curso.
Ele divulgará nas próximas semanas o resultado de sua mais recente pesquisa: um estudo sobre as reformas no Vietnã e o que da experiência pode ser aplicado em Cuba.
Leia trechos da entrevista.

Folha - O que o sr. encontrou nas reformas no Vietnã que pode ser útil para Cuba?
Pavel Alejandro Vidal - Fomos buscar no Vietnã qual foi a velocidade das reformas. Nos final dos anos 80, o país aplicou uma desvalorização da taxa de câmbio de dez vezes -Cuba, provavelmente, vai ter que desvalorizar mais do que isso. Lá houve reformas em duas velocidades. Apesar disso, embora as reformas nesse ponto monetário tenham sido um choque muito parecido ao que aconteceu no leste da Europa, os resultados foram distintos.
No Vietnã, foi um sucesso, e lá foi um desastre. Por que a diferença de resultados?
Tem a ver, especificamente no tema monetário, com a estrutura das economias.
No Leste Europeu, eram grandes empresas estatais, indústrias. Esse tipo de economia costuma reagir muito mal a um choque monetário. São empresas em que há muita burocracia, muita inércia e pouca flexibilidade.
Já no Vietnã, a economia estava baseada em empresas familiares, na agricultura, em pequenos negócios. A economia respondeu muito bem a desvalorização da moeda, acompanhada de um processo de liberalização.
Cuba tem um tipo de economia muito mais parecido com o do Leste Europeu que com o do Vietnã e, portanto, não poderia aplicar um choque monetário. Existe um modelo de fazer a desvalorização gradualmente, mas a questão é saber se Cuba, especialmente os líderes da revolução, tem esse tempo.
Essa é uma das contradições e por isso o tema da velocidade é tão importante.
O melhor seria uma reforma gradual, mas não há tempo para isso. Se Cuba tivesse começado a reforma ao mesmo tempo que o Vietnã, poderia ser aplicada a gradualidade, mas agora não.
A recomendação que faremos ao governo, à luz dessa experiência, é fazer as reformas em duas velocidades. Acelerar muito mais as mudanças em vários setores como a agricultura.
A abertura, a liberalização deveria ser muito mais rápida, com acesso à importação, acesso a capital externo, maior flexibilidade de comercialização. E passar de pequenas empresas para pequenas e médias.
Mas nas diretrizes há barreiras a empresas maiores, se prega contra a concentração de riquezas...
Vão ter de permitir pequenas e médias empresas porque em Cuba o principal ativo para enfrentar com otimismo o futuro econômico é o capital humano. Não se tira muito proveito do capital humano na microempresa. Para isso, é preciso empresas de maior tamanho, que utilizem conhecimento, tecnologia.
Esse é o nosso diferencial positivo ao Vietnã. Aqui o capital humano tem mais possibilidades. Foi nisso que o país investiu nos últimos 40 anos. E agora o que é necessário é uma política econômica que use isso eficientemente.
O que impede que as reformas sejam aceleradas? Falta consenso no governo?
Reformas precisam de consenso, de apoio popular. O interessante é que a falta de consenso não é só no governo, é também na população. Estamos há 50 anos num modelo econômico, isolados de tudo, dos meios de comunicação.
Há um consenso de que é preciso mudar, mas não sobre para onde ir. As novas gerações estão mais preparadas para as mudanças, claro.
Não sou sociólogo, mas tenho a ideia de que parte dos cubanos tem como ideal os anos 80. Querem que as mudanças nos levem para o sistema de subsídios que vigorava na época soviética. Uma economia socialista especializada, com mais recursos. Mas isso não é replicável.
E o governo, o que busca como ideal? Uma economia "socialista de mercado", como China, Vietnã?
O modelo está sendo buscado de forma pragmática, mas não há uma crítica profunda ao modelo soviético. O modelo econômico cubano ainda depende muito dele, e isso dificulta pensar em um novo. Essa é uma das debilidades: parte do sistema de direção macroeconômico está baseada na noção de uma economia planificada. E não vejo com clareza que queiram mudar isso. Está se tentando mesmo aperfeiçoar.
Isso pode ser o pior equívoco das reformas: tentar aperfeiçoar o esquema de planificação centralizado que nunca funcionou.
Vamos adivinhando o novo modelo, por meio do que vai acontecendo na política. Nem eles mesmos sabem para onde vai. O período das diretrizes é o ano de 2015, mas 2015 está aí.
O sr. diz que a idade dos dirigentes cubanos é uma pressão para que acelerem as reformas. Mas há também o fator Chávez. Ele está doente e há eleições na Venezuela em outubro. Como fica Havana sem Caracas?
A dependência não chega a ser igual a que havia com a URSS. Cuba tem comércio e investimento mais diversificados agora, mas uma mudança de situação na Venezuela que tivesse impacto nos acordos com Cuba provocaria uma crise que seria política e socialmente muito difícil de superar. Um choque tremendo.
É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo, dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários.
Não há reservas para enfrentar uma crise dessa magnitude. Os acordos de médicos respondem por três vezes do que entra por conta do turismo. Estima-se que seja mais de US$ 6 bilhões.
Seria um choque duplo, então, por causa do petróleo...
Sim, teria os dois impactos. Cuba deixaria de ganhar por serviços médicos e teria de pagar mais por importações de petróleo sem facilidades financeiras existentes.
Há nervosismo no governo?
Há quem diga que quem quer que substitua Chávez não vai poder romper completamente os acordos, que a Venezuela também teria uma dependência de Cuba, o que matizaria um pouco as coisas. Mas o fato é que sem isso seria muitíssimo mais complicado. O cenário das reformas considera que Chávez continua e que não se descubra petróleo. Talvez uma coisa compense a outra.
Uma das variáveis para a velocidade das reformas é manter um ritmo que não comprometa o sistema político. O sr. concorda?
Sim, para manter a estabilidade é necessário priorizar a economia. Não obstante, as mudanças econômicas implicam mudanças políticas. Em 2015, como se diz nas diretrizes, espera-se que 30% ou 40% da população esteja empregada no setor não estatal. Isso implica uma mudança política importante. Será uma parte importante da população com uma relação com o governo de muito mais autonomia e independência, então a política terá de ser manejada de forma diferente.
Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/no1070062

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Enxugando gelo e insistindo sobre o improvavel: Cuba, o PT, o Brasil...

O ex--diretor do InterAmerican Dialogue, Peter Hakim, acredita que o Brasil pode ainda fazer gestos positivos em relação aos direitos humanos (e políticos, e sociais, e culturais, etc) em Cuba. 
Vã esperança: com o PT no poder, os companheiros comunistas cubanos podem ficar completamente seguros de que o Brasil vai continuar adulando ditadores e violadores dos direitos humanos, e ainda vai ajudá-los economicamente, mesmo com enormes chances de que os enormes investimentos feitos em obras totalmente inúteis do ponto de vista do comércio brasileiro e internacional venham a ser objeto de enormes calotes, a começar por enormes inadimplências (o que aliás já é o caso...).
O PT deve ter enormes dívidas para com os comunistas cubanos, ou então está sendo chantageado por eles, já que não se compreende como pode comprometer sua credibilidade apoiando ditadores anacrônicos e comunistas esclerosados.
Um dia -- se os arquivos não forem limpos antes -- vamos talvez ficar sabendo desses negócios escusos e outras trapaças entre as duas partes.
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma em Cuba

PETER, HAKIM, PRESIDENTE EMÉRITO, MEMBRO SÊNIOR DO , INTER-AMERICAN DIALOGUE, PETER, HAKIM 

O Estado de S.Paulo, 18 de fevereiro de 2012 | 3h 07
Não obstante algumas expectativas no início de sua Presidência, a recente visita de Dilma Rousseff a Cuba deixou clara a improbabilidade de ela vir a emergir como paladina internacional dos direitos humanos ou da democracia. Esses são assuntos sobre os quais o Brasil deverá permanecer extensivamente mudo fora de suas fronteiras. Coerente com sua história, a política externa brasileira será restringida pelos interesses econômicos do País e por compromissos políticos de longa data, bem como pela enorme importância que o Brasil atribui à soberania nacional e à não intervenção na sua abordagem de assuntos internacionais.
Uma das mais conhecidas dissidentes cubanas, a premiada blogueira Yoani Sánchez, tinha alguma esperança de que Dilma advogasse publicamente por mais liberdade em Cuba. Yoani escreveu diretamente à presidente solicitando visto de entrada no Brasil para participar de um festival de cinema na Bahia em que seria apresentado um documentário sobre ela e outros blogueiros cubanos - e Dilma respondeu rápida e positivamente. Na verdade, Yoani identificava-se com Dilma, comparando os riscos e restrições de sua situação em Cuba, hoje, com as circunstâncias da presidente como guerrilheira presa durante o governo militar brasileiro, décadas atrás.
As expectativas de Yoani Sánchez, porém, não se concretizaram. Dilma manteve a agenda planejada, com enfoque nos laços diplomáticos e econômicos entre os dois países. Recusou encontrar-se com opositores do regime e não disse absolutamente nada, ao menos publicamente, sobre direitos humanos ou democracia. Dilma poderia muito bem ter levantado esses temas em reunião privada. Mas não há nenhuma evidência de que o tenha feito, nem o governo brasileiro fez nenhum apelo nesse sentido. Em vez disso, justificou o silêncio público da presidente sugerindo que a situação dos direitos humanos em Cuba não era uma questão de urgência.
Mais desalentador ainda foi o fato de que a presidente nem sequer tentou interceder em favor de Yoani para que as autoridades cubanas lhe concedessem a permissão para viajar para o Brasil, ou nada dizer quando essa licença lhe foi negada. Segundo Dilma, essa era uma decisão que cabia exclusivamente aos cubanos, o Brasil fez a sua parte concedendo o visto. Após a visita, Yoani comentou que "as pessoas esperavam mais".
"Eu esperava ao menos um pequeno sinal, uma frase com duplo sentido...", lamentou. Mesmo esse gesto teria indicado uma ruptura de Dilma com boa parte da história diplomática brasileira. Independentemente das suas inclinações pessoais, por enquanto parece claro que a presidente não considera nenhuma mudança dramática na política externa brasileira.
Ainda assim, Dilma tem mostrado mais flexibilidade e sensibilidade no que tange a democracia e direitos humanos do que seu predecessor, o ex-presidente Lula da Silva. Apesar da sua reiterada defesa dos direitos individuais em âmbito doméstico e da amplamente elogiada campanha para acabar com a fome no mundo, Lula olimpicamente sempre ignorou as violações de direitos humanos e políticos de fora. É difícil, portanto, saber se ele teria ou não concedido o visto a Yoani.
No governo Lula o Brasil votou repetidamente contra resoluções da ONU que denunciavam violações de direitos ou buscavam ações para detê-las. Já com Dilma Rousseff no comando, o Brasil optou por se abster em casos cruciais, como o da Líbia, E ela própria manifestou sua disposição de condenar as violações em algumas circunstâncias - como o costume de apedrejar mulheres acusadas de adultério, no Irã. Ao contrário de Lula, Dilma não menosprezou dissidentes nem depreciou manifestantes pró-democracia. E tem sido muito mais reservada nas relações com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O recente giro que ele fez pela América Latina intencionalmente não incluiu uma escala no Brasil. Dilma parece ter estabelecido uma certa distância do Irã, o que representa uma mudança na política brasileira.
Muitas pessoas, incluindo a blogueira Yoani, estão convencidas de que o Brasil agora dispõe de peso diplomático e econômico para fazer avançar uma agenda de democracia e direitos humanos e que isso podia fazer diferença na conduta de governos em países como Cuba, Venezuela e Irã. E elas podem estar certas, talvez em especial no caso cubano. O PT, partido no governo brasileiro, durante muitos anos manteve estreitas relações com o altamente controlador Partido Comunista de Cuba. Como seus "companheiros" cubanos, Dilma e outros líderes do governo e do partido vieram da experiência da guerrilha - e há um alto grau de confiança e respeito mútuos. Além disso, o Brasil vem dando importante apoio financeiro a uma Cuba economicamente manietada, incluindo o investimento de meio bilhão de dólares no que se tornará o mais importante porto de alto calado da ilha.
Ainda assim, sou cético quanto à capacidade de o Brasil influir significativamente na política cubana. Seis anos se passaram desde que um enfermo Fidel Castro transferiu o poder a seu irmão mais novo, Raúl - reputado como sendo bem mais pragmático e com visão externa mais ampla. Durante esse período Cuba progrediu minimamente em direção a uma reforma econômica e praticamente nada em termos de abertura política. A liderança permanece majoritariamente nas mãos da velha-guarda e Cuba continua, no geral, parada no tempo. Ademais, apesar da boa vontade e do apoio financeiro, outros países - Espanha, Canadá e Suécia, por exemplo - tiveram pouco sucesso em estimular mudanças em Cuba.
Mesmo assim, eu gostaria de exortar o Brasil fazer esforços nesse sentido - porque é a coisa certa a fazer, e pode acabar tendo sucesso.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cuba, again, and again, and again...


¡Que vergüenza!

Por Juan Larraín*
Diário de las Américas (Venezuela), 5 Febrero 2012

La visita de Dilma Rousseff viene a darle continuidad a la que fue política de Lula hacia la dictadura castrista. Ella se enmarca además en una suerte de liturgia que siguen los mandatarios de izquierda de la región, que no pueden dejar de viajar a La Habana para recibir de su líder espiritual sus bendiciones y consejos.

El Canciller de Brasil, Antonio Patriota, definió con mucha franqueza los términos de la visita de doña Dilma, la que responde como es lógico al nivel en que se encuentra la relación bilateral, en una reciente entrevista que le concedió a un medio chileno de prensa. Al respecto, el Ministro Patriota destacó que su país es cercano a Cuba tanto en lo político como en lo económico, puntualizando que empresas brasileñas están involucradas en ambiciosos proyectos de infraestructura, como el puerto de Mariel, teniendo mucho interés de seguir allí pues el país cuenta con una mano de obra de excelente calidad.

En cuanto a la cercanía política, el comentario del Canciller es sorprendente y pretende justificar la situación que se vive en la isla, como “consecuencia de la guerra fría”, lo que es absurdo pues esta terminó hace más de veinte años. Pero lo que resulta realmente increíble es cuando se refiere al “reconocimiento de la especificidad cubana” que los países de la región deben hacer. Patriota trata de explicarla, a mi juicio infructuosamente, indicando que “el embargo norteamericano ha creado condiciones que son distintas a las de los demás países...”

Es difícil entender que pueda haber afinidad política entre una democracia vibrante como la brasileña y una dictadura comunista como la que implantaron los hermanos Castro hace más de cincuenta años. Pueden existir relaciones diplomáticas y comerciales entre Brasil y Cuba, pero cercanía política es algo muy distinto y de boca del Canciller son palabras que desconciertan.

Enfatizar, por ejemplo, la aceptación por parte de Cuba de la cláusula democrática de CELAC como una muestra que el régimen está evolucionando es una tomadura de pelo si lo dijo en serio, pues cuesta imaginar que el Canciller se crea tal patraña. Basta enterarse de lo que acaba de declarar Raúl Castro, luego de una reciente conferencia del partido comunista -el único autorizado a existir- para reafirmar la convicción de que el régimen en lo político es el mismo de siempre. Las pocas “reformas económicas” que le permiten al pueblo cubano por primera vez en más de medio siglo realizar algunas operaciones comerciales, son el vivo reconocimiento del desastre de un sistema universalmente fracasado, que es incapaz de proveer ni siquiera la satisfacción de las necesidades básicas del país.

Pero lo más pasmoso de la entrevista del Canciller Patriota es cuando intenta homologar a los demás países del continente con lo que vive Cuba en materia de violaciones de los derechos humanos y la falta total de democracia. Sostener esto es un verdadero insulto no sólo para el resto de América sino para aquellos que luchan por conquistar la libertad, incluso arriesgando sus vidas, en “el paraíso” que construyeron los hermanos Castro. Esto no es novedad si se recuerda la reacción de Lula ante la inmolación de Orlando Zapata Tamayo, cuando se encontraba de visita en La Habana. Además, el Canciller brasileño tuvo el atrevimiento de insinuar maliciosamente que en Chile se han violado los derechos humanos con motivo de las recientes manifestaciones estudiantiles, que dijo “seguir con mucho interés”.

Pobre Cuba. En este contexto, puede darse por seguro que la Sra. Rousseff mientras estuvo en La Habana no habrá movido un dedo por la liberación de los presos de conciencia que se pudren en el gulag de la isla ni escuchado a los disidentes. Su pasado ideológico y el temor de contrariar a sus anfitriones habrán pesado más que los valores que su país dice defender, justificándose ante la prensa que ella es partidaria de hablar de los derechos humanos en todo el mundo, incluido Brasil y sin olvidar a Estados Unidos y Guantánamo y reclamando su enfoque multilateral.

Juzgue el lector de qué lado está la Sra. Rousseff y su gobierno, pero es claro que no en el de los derechos humanos y la democracia en Cuba.

*El autor es profesor de la Universidad de Miami y ex Embajador de Chile en la Organización de las Naciones Unidas (ONU) y la OEA.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A frase da semana: multipartismo como instrumento do imperialismo - Raul Castro

Esta frase mereceria figurar em qualquer seleção de expressões memoráveis -- acrescentem adjetivos, se desejarem -- pois ela realmente traduz o desconcerto de que padecem certas pessoas que vem seu mundo desabar:


Raul Castro declared that a multiparty system would not be part of the government's reforms because it would expose the country to U.S. imperialism.

Vejamos: o governo ditatorial diz que não pode permitir mais de um partido na ilha pois seria abrir o caminho a um partido do imperialismo. Que tal se os companheiros, atualmente em visita, prometessem abrir uma filial do seu partido na ilha-prisão o processo não começaria a andar: dois partidos, depois mais um do PCdoB, outro do Sarney, e assim, pouco a pouco a ilha teria partidos maravilhosos, fazendo concorrência ao partido do imperialismo?
Apenas uma sugestão, claro.
Paulo Roberto de Almeida 

Castro defends one-party system as bulwalk against U.S.

Cuba's President Raul Castro attends to the plenary session of the summit of leaders from the 33-member Community of Latin American and Caribbean States (CELAC) in Caracas December 2, 2011. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Cuba's President Raul Castro attends to the plenary session of the summit of leaders from the 33-member Community of Latin American and Caribbean States (CELAC) in Caracas December 2, 2011.
Credit: Reuters/Carlos Garcia Rawlins
HAVANA | Sun Jan 29, 2012 7:07pm EST

(Reuters) - President Raul Castro defended Cuba's one-party political system as a bulwark against U.S. imperialism and said it would remain as it is in a speech on Sunday to a Communist Party conference.
He also said previously announced plans to put term limits on the country's leaders were not fully official, but could gradually go ahead.
This weekend's conference, which is the first in the party's history, came amid wide-ranging reforms that have given Cubans the right to open small businesses and to buy and sell cars, but have included no promises of significant political change.
Castro held to that line in his speech when he railed against the United States, Cuba's longtime ideological foe, and its political system and said the Caribbean island 90 miles from Florida intended to remain a one-party state.
The Communist Party is the only legal political party in Cuba and, under a national constitution in effect since 1976, the supreme guiding force of the society and the state.
"In Cuba, based on its experience in the long history of the fight for independence and national sovereignty, we defend the one-party system instead of the demagoguery and commercialization of politics," Castro said.
He said permitting additional parties would open the door to U.S. interference. It "would be the equivalent of legalizing a party of imperialism on our soil," Castro said.
While the party will remain unchallenged, Castor said the country's leaders will be limited to two consecutive five-year terms, an idea he first mentioned at a party congress in April.
Castro said the party was still working out the legal measures for term limits, which will require a change to the constitution, but that implementation could begin "gradually, even before the constitution is changed."
He did not explain how that would be done or when it might start.
Term limits would be a break from the past in the Cuba, where Fidel Castro ruled for 49 years after the 1959 revolution and was succeeded by Raul Castro, his younger brother.
They also could help bring new blood into the government, whose current leaders are elderly and have no obvious replacements.
Raul Castro is 80, his vice president Jose Ramon Machado Ventura is 81 and Fidel Castro, now mostly retired but still present behind the scenes, is 85.
There was talk before the conference that the party might impose age limits on leaders and promote new, younger people into the party hierarchy, but there had been no mention of either.
Bert Hoffmann, a Cuba specialist at German Institute of Global Area Studies in Hamburg, said the message of the conference appeared to be "to downplay any expectations that economic reforms might entail political change."
(Additional reporting by Rosa Tania Valdes and Marc Frank)