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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios, 8: uma ditadura ordinaria

Exclusivo: os bastidores da reportagem que mudou a vida de dissidente cubana

O correspondente no Brasil, John Lyons, representou o The Wall Street Journal (WSJ) na coletiva de imprensa com a blogueira Yoani Sánchez, promovida pelo Estadão, nesta quinta-feira, 21. Quando ele se levantou para fazer uma pergunta, a cubana o interrompeu e disse que o jornalista foi responsável por mudar sua vida, em conseqüência de reportagem escrita em 2007. A dissidente do regime cubano se referiu à notabilidade que ganhou devido à repercussão de seu blog, ‘Geração Y’. "A minha vida mudou, por causa de um artigo que ele escreveu", disse.
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Yoani atribui a correspondente do WSJ notabilidade que ganhou desde 2007 (Imagem: Reprodução/Geração Y)
Lyons explica ao Comunique-se que há seis anos os cubanos que moravam em Miami (EUA) começaram a se questionar sobre a pessoa que mantinha o blog ‘Geração Y’ e sobre suas intenções em expor a realidade do país comunista na internet. “Fui a Cuba, cheguei como turista, com chinelo e roupa havaianos. É muito difícil para um americano conseguir o visto de Cuba”.

O americano permaneceu por uma semana na ilha caribenha. Antes de todos os encontros que teve com Yoani sempre ia a pontos turísticos de Havana para não levantar suspeitas do governo. “Ao sair do hotel, ia para pontos turísticos. Peguei um taxi irregular para ir até a casa de Yoani, mas acredito que a casa dela era vigiada constantemente”.

Correspondente do WSJ há nove anos, o jornalista conta que a reportagem sobre Yoani foi capa da edição impressa do veículo. Ele, entretanto, não assinou a matéria. Lyons e o editor concordaram que a melhor opção era não divulgar o nome do repórter para que ele pudesse entrar outras vezes na ilha comandada pelos irmãos Castro.

O jornalista fala que "medo" não é o termo mais apropriado para se referir a sensação que teve ao se passar por um turista em Cuba. “Senti um pouco da paranoia de morar em um regime totalitário. Eles colocam uma espécie de polícia na sua cabeça e você deixa de fazer coisas que faria normalmente”.

Yoani, a blogueira "turista"
Datado de 22 de dezembro de 2007, a matéria “Yoani Sánchez fights tropical totalitarianism, one blog post at a time” (“Yoani Sánchez luta contra o totalitarismo tropical, um post de cada vez”, em livre tradução) conta como a cubana contornava as proibições do governo e conseguia ter acesso à web para postar seus textos. “Para se livrar das restrições cubanas de acesso à internet, a aparente pária de 32 anos se passava por turista para entrar em um café com internet, em um luxuoso hotel da cidade, normalmente o bar Cubans. Vestida de shorts de surf cinza, camiseta e alpercatas verde-limão, ela passou por um guarda do hotel e deu um largo sorriso. O guarda, alto e de cabelo raspado, deu um passo para trás”, narra a cena. Lyons revela que a rotina se tornou comum na vida de Yoani desde abril daquele ano.

Na reportagem, o jornalista ressalta que geralmente blogs mantidos sobre Cuba são feitos ou por pessoas que visitam a ilha ocasionalmente ou por moradores antigos. “Ela não só escreve de Cuba, como também assina o seu nome e publica uma foto sua. Muitos blogueiros de Havana são anônimos”.

Um comentário:

Gilrikardo disse...

Prezado Professor,

não dá para não perceber a presença dos "blogger" neste mundo, eu entre eles. Somos iguais aos idealistas definidos por Nietzsche, se fizerem do nosso céu um inferno, aí então, idealizaremos o inferno nosso céu. É assim que percebo a Yoani Sanchez, tema de meu blog hoje:

QUINTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2013
Yoani Sanchez – Minha ficha caiu
Por Gilrikardo

Desde que a blogueira apareceu por aqui fiquei acompanhando as manchetes e o mundo virtual para esclarecer-me. Pois a dúvida ainda caminhava comigo, afinal de contas essa moça está a serviço de alguém ou é uma simples blogueira, como se autodenomina. Ao acompanhar as entrevistas ficou claro que ela é bem articulada, inteligente, fala mansamente, e com todas as letras, isto é, sem titubear ou perder-se no raciocínio. Mostra com isso boa cultura e que de fato está se preparando para ser jornalista na New_Cuba que se aproxima, segundo ela.

Por causa dela e de sua visita ao Brasil, dediquei-me à leitura e pesquisa em alguns blogs cubanos. Assim percebi algo que a Yoani fez questão de enfatizar, o fenômeno tecnológico das comunicações pegou os irmãos Castro de surpresa, pois ela imagina que eles não deram a devida importância ou concluíram que não passava de curiosidade do povo essa tal internet e seus blogs somados às facilidades proporcionadas pela informática ao armazenar e/ou distribuir informações em "terabytes" através de CD, DVD, HD, Pendrive, etc... E é por aí que está surgindo a nova Cuba, são milhares de blogueiros tentando construir um novo caminho para o futuro. É a temível propagação das idéias viajando porta a fora.

Mea Culpa – Há tempos venho detonando CÚba. Só agora percebi que meu real desejo é enterrar o comunismo, as ditaduras e os irmãos Castro, últimos representantes do atraso. E nessa luta, quem paga o pato mais uma vez, são os cubaneiros (povo em sua maioria) que não têm nada a ver com os revolucionários de meia pataca. Após dezenas de blogs visitados, encontrei um post cujo conteúdo poderia dizer, faço minhas tais palavras e "gracias" que posso rever minha opinião quantas vezes for necessário:

“No tiene importancia si es una falsa heroína, alguien que sólo busca protagonismo, una mártir o una chica que se cansó y se volvió “loca”. Eso no tiene la más mínima relevancia porque en sus post, no he descubierto una sola mentira. Porque a pesar de todo, es una persona valiente, una persona que defiende los derechos de los ciudadanos de su país. Eso es siempre admirable.
Fonte: Hasta cuándo!"

http://morgana-hastacuando.blogspot.com.br/2009/11/yoani-sanchez-y-mi-desconfianza.html