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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ambiente de negocios: o inferno chileno e o paraiso brasileiro...

Sim, o inferno chileno: podendo abrir uma empresa no mesmo dia, os chilenos são obrigados a trabalhar imediatamente, não podendo aproveitar todos aqueles dias de ócio (enfim, o que for) que temos os brasileiros: quase quatro meses de espera para começar a trabalhar. Dá quase para dar uma volta ao mundo, e depois começar no batente, se não fosse pelas tribulações de ter de correr de guichê em guichê, pagar aqui e acolá, tirar dez cópias autenticadas, vinte firmas reconhecidas, e centenas, talvez milhares de carimbos e 45 repartições diferentes.
Enfim, esses chilenos são muito materialistas e produtivistas. Nada como a nossa non-chalance, o charme e a ginga de ser brasileiro...
Paulo Roberto de Almeida

5/02/2013 - 03h01

Chile aprova lei para abrir empresa em um único dia

DE SÃO PAULO
Quanto tempo é necessário para abrir uma empresa no Brasil? 119 dias. Se você acha muito, espere para ver quanto tempo leva para fechar uma empresa!
O custo de abertura também é salgado. Em média, R$ 2.038. Isso é uma ducha fria para qualquer empreendedor, especialmente aqueles interessados em internet.
Já nosso vizinho, o Chile, acaba de dar um olé no Brasil. Os hermanos aprovaram uma nova lei em que a abertura de empresas passa a ser feita em um único dia. Tudo pela internet, sem papelada.
E, para completar, a custo zero. O Chile percebeu que a melhor forma de promover o desenvolvimento é apostar na dobradinha empreendedorismo e inovação.
Outro exemplo de medida adotada por lá é o programa "Start-up Chile". Concede até R$ 80 mil para pessoas de qualquer lugar que queiram desenvolver uma boa ideia empresarial no país.
Até a obtenção de vistos é facilitada, tudo para atrair talentos globais. Os resultados são eloquentes: 600 start-ups criadas, originadas em 50 países diferentes.
Há alguns dias visitei a incubadora de empresas 21212 (o nome mistura o prefixo do Rio com o de Nova York), no Rio de Janeiro.
Fiquei surpreso com garotos e garotas, muito jovens, todos mandando ver em suas pequenas empresas de tecnologia.
Conversando com o fundador do projeto, Benjamin White, concordamos que os jovens brasileiros têm a ambição de empreender na internet.
O problema é que ficam desapontados assim que percebem o tamanho da encrenca da burocracia do país. Nesse quesito, o Chile está ganhando de goleada do Brasil.
Os gastos para se abrir uma empresa no Brasil são absurdos diante da celeridade conferida pelo meio da internet nos dias de hoje. Além disso, muito bem lembrado que, não bastasse o tempo excessivo para a abertura de uma empresa, ainda se leva mais tempo para fechar a mesma. A combinação da promulgação do Marco Civil da Internet com a redução drástica da burocracia têm em muito a nos favorecer no quesito inovação e incentivo aos empreendedores brasileiros. Aqui têm muita gente precisando disso.
  1. Ronaldo LemosRonaldo Lemos é diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons no Brasil. É professor titular e coordenador da área de Propriedade Intelectual da Escola de Direito da FGV-RJ. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como "Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música" (Aeroplano). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

Um comentário:

Eduardo R., Rio disse...

"CNPJ, a sigla que quer dizer tormento", por Sergio Barcellos.