Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Duro de aprender; o Brasil feito para os companheiros - Deirdre McCloskey, Diogo Costa
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Se a internet tivesse sido inventada pelo governo brasileiro (nao ria, pois seria tragico) - Diogo Costa
Paulo Roberto de Almeida
Se a Internet tivesse sido criada pelo governo brasileiro
postado por Diogo Costa | 27/03/2014
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Por que Cuba e' pobre - Diogo Costa
Por que Cuba é pobre
- Autor: Diogo Costa
- em Artigos, Economia de Mercado, Eficiência
- 31/01/2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Cinco grandes livros que vc nao corre o risco de ouvir falar nauniversidade - Diogo Costa
5 grandes livros que você não estudou na escola
terça-feira, 28 de junho de 2011
Uma aposta contra o supremo idiota: eu dobraria a aposta...
O mundo e os idiotas, ou um idiota do tamanho do mundo...
Agora tenho o prazer de postar uma aposta contra ele. Confesso que não tive paciência, nem tempo de preparar uma resposta, mas eu me ofereceria para pagar em dobro ao idiota supremo se ele conseguisse vencer o desafio do Diogo Costa.
Fica aqui, ampliada a aposta...
Paulo Roberto de Almeida
Capitalismo Terminal? Uma aposta para Leonardo Boff
por Diogo Costa
Ordem Livre, 27 de Junho de 2011
Quero desafiar Leonardo Boff para uma aposta.
Em artigo recente, Leonardo Boff declara que “a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal”
Boff lista dois motivos para sustentar tese, mas acaba oferecendo três explicações:
1. O uso dos recursos naturais chegou ao ponto de exaustão: “Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado”.
2. A tecnologia tornou o trabalho humano dispensável. Os níveis de desemprego atuais não abaixarão porque as pessoas não conseguirão ser mais produtivas do que as máquinas: “Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva”.
3. Os novos descontentes atingem um nível consciência social não visto no passado. Conforme exigências do mercado aumentaram a formação educacional dos trabalhadores, aumentou-se também sua capacidade de pensar criticamente: “Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da super-exploracão de suas vidas e da vida da Terra”.
Eu discordo das previsões de Leonardo Boff. Acho que sua análise combina wishful thinking socialista com incompreensão de teoria econômica e dos eventos correntes.
Sobre 1, entendo que recursos naturais são produto da inventividade humana, e não apenas um dado da natureza. O petróleo não era um recurso para os maias, mas passou a ser para os mexicanos. Fatores naturais pouco ou nada utilizados por uma geração acabam se tornando recursos para gerações futuras. Não há motivos para vermos nossa geração como exceção ao funcionamento da história tecnológica da humanidade. Se a produção de energia a partir de recursos fósseis se tornar excessivamente custosa no futuro, seu uso se reduzirá e novas tecnologias de energia serão desenvolvidas. Hoje utilizamos os recursos naturais de forma mais eficiente do que gerações passadas e continuaremos o percurso.
Sobre 2, Boff enxerga a tecnologia como o carrasco econômico que empobrece o proletário. A história econômica discorda. Apesar do reajuste do trabalho, a tecnologia melhora as condições dos trabalhadores de forma geral. Por causa da tecnologia, os trabalhadores do século XXI têm um nível de vida melhor do que os burgueses do século XIX. É verdade que nenhuma pessoa consegue tecer algodão mais rapidamente que uma máquia têxtil, nem montar carros com mais eficiência do que a indústria robótica. Mas as revoluções tecnológicas do passado não criaram uma massa crescente e permanente de desempregados. Em vez disso, novas profissões foram criadas. Desemprego estrutural sempre existiu no passado e vai continuar existindo no futuro. Mas a tecnologia não cria desemprego permanente e crescente. O talento e a capacidade humana sempre encontram novas formas de servir a sociedade e de aumentar o nível de vida geral.
Sobre 3, não se pode colocar todo o descontentamento político mundial na mesma categoria. Alguns grupos rebeldes são mesmo simpáticos a causa anticapitalista de Boff. Mas são os que lutam pela manutenção do status quo. Os jovens e velhos que saem às ruas de Atenas não lutam contra o sistema. Lutam pela preservação do sistema de privilégios do welfare state grego. Quem está em crise na Europa são os governos. Não foram os empreendedores que fizeram com que a Grécia acumulasse 44 mil dólares de dívida per capita com promessas e mais promessas de benefícios. Foram os políticos, com ideias de “conquistas sociais” que teriam até a aprovação do Leonardo Boff. Em contraste, os descontentes das economias fechadas do oriente médio estão mais dispostos a participar do liberalismo globalizado que os déspotas lhes negaram na prática e que Boff quer negá-los na teoria.
Em resumo, Boff entende que mais mercado levará a maior exploração e/ou desemprego das camadas menos favorecidas. Eu entendo que mais mercado levará a empregos melhores e mais bem pagos. Boff acredita na revolução do socialismo. Eu acredito no triunfo do liberalismo. Se eu estou certo, países que liberalizarem seus mercados terão mesas com mais comida, cabeças com mais conhecimento, e crianças com mais saúde. Se Boff estiver certo, ocorrerá o contrário.
Quem está certo? Felizmente, há uma forma para Leonardo Boff e eu testarmos nossa divergência. Podemos fazer uma aposta. Vamos examinar, dentro de 10 anos, o que irá ocorrer com os países que mais liberalizarem suas economias. Então saberemos se a população mais pobre estará ainda mais pobre, como prevê Boff, ou se estará mais rica, como eu prevejo.
Nossa aposta pode ser decidida da seguinte forma: indentificamos os dez países que mais liberalizarem suas economias de 2011 a 2021. Se a renda per capita dos 10% mais pobres desses países houver diminuído, eu pago 500 dólares a Leonardo Boff. Se a renda dos 10% mais pobres tiver aumentado, Leonardo Boff me paga 500 dólares.
Para medir o grau de liberalização econômica, podemos usar o Relatório de Liberdade Econômica no Mundo, publicação anual do Instituto Fraser do Canadá. Para medir a renda per capita dos 10% mais pobres, podemos usar dados do World Development Indicators do Banco Mundial.
Portanto:
Leonardo Boff, aceita meu desafio? Lanço essa aposta de boa fé. Se você de fato acredita na sua análise de que o capitalismo está em fase terminal, estou lhe oferecendo dinheiro de graça. Basta que ocorra o que você já disse que irá ocorrer para que você ganhe 500 dólares. Será até uma chance de fazer doação para uma das populações empobrecidas.
Aguardo resposta.
Diogo Costa
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PS.: Como disse antes, dobro a aposta...
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
More of the same (talvez pior): a possivel politica economica de Dona Dilma...
Na dúvida, os indicadores tendem a se deteriorar, como já ocorreu nas eleições de 2002, mas agora bem menos, pois a candidata oferece, na verdade, "continuidade" (claro, "aperfeiçoando o que deve ser aperfeiçoado").
Sem saber do que, e de quem, será feita essa política econômica, só podemos, pelo momento, especular, como faz o editor do Ordem Livre, site com o qual também colaboro, a convite.
Existem boas e más especulações, como gostaria de dizer alguns. Acredito que esta aqui é da boa. Não que agrade os interessados, mas se trata de um exercício baseado inteiramente em declarações dos mais próximos do pensamento político (se existe algum) da candidata oficial.
A conferir.
Paulo Roberto de Almeida
Apostando na mediocridade
Diogo CostaTags
Ordem Livre, 20 de Agosto de 2010
Ninguém sabia ao certo qual seria a política econômica do governo Lula antes de sua eleição. Agora todos acreditam saber exatamente qual será a política econômica da candidata Dilma Roussef caso eleita.
Assim como o pessimismo antes de Lula, o otimismo em relação a Dilma também pode ser exagerado. Por um lado, é possível que ela siga uma linha mais próxima de Palocci ou até mesmo (para a nossa sorte) de Henrique Meirelles. Por outro, há a possibilidade de Dilma se render à base do seu partido, que reivindica o socialismo petista.
Em geral, faltam perguntas da mídia por maiores detalhes da política econômica de Dilma, e falta articulação da candidata para responder questões mais específicas. Ontem, Alessandro Teixeira, coordenador do programa de governo de Dilma, tentou sintetizar a visão econômica de um suposto governo Dilma em entrevista para o Estadão online.
Se Teixeira é um representante fiel do pensamento de sua equipe, a candidata irá insistir na mediocridade.
Teixeira frisou repetidamente sua visão de “estado fomentador, um estado que ajuda a dar dinâmica a economia.” Eu defendo que nenhum jornalista permita a políticos e economistas usar analogias como “fomentar” “movimentar”, ”dinamizar” impunemente. Verbos como esses escondem a ação verdadeira que esses sujeitos têm em mente. “Estado fomentador” para Teixeira é estado gastador. Só que com uma diferença: “nós não chamamos isso de gasto”, diz Teixeira, “é investimento”. Chamar despesas de investimento: não é esse o truque de qualquer vendedor de seguros?
Fomentar a economia por meio de gastos, já disse Russel Roberts, é similar a tentar encher a parte rasa de uma piscina com a água retirada da parte funda da mesma piscina. Os baldes entornados podem até fazer barulho, mas o nível da água permanece o mesmo.
Todo recurso que o estado diz injetar na economia precisa sair do bolso dos brasileiros. Diz Teixeira que “PAC 1 e PAC 2 colocaram na economia mais de 700 bilhões de reais.” Bem, Sr. Teixeira, onde estavam esses 700 bilhões que o governo colocou na economia? Flutuando no éter, numa altura que apenas a mão estatal consegue alcançar para trazer ao plano da economia real? Claro que não. Esses bilhões já estavam na economia. O que seu governo fez foi desviar os recursos que atenderiam aos objetivos da sociedade civil para que eles passassem a atender aos objetivos estatais.
Mas não esperem que essa ilusão contábil mude com Dilma. De acordo com Teixeira, “do ponto de vista de condução macroeconômica, política macroeconômica, com todos os dados positivos que nós temos, e nós não temos um dado negativo — nenhum dado negativo — nós não podemos mudar a condução porque o resultado tem sido colocado.”
Então a equipe de Dilma não tem nenhum dado negativo da política macroeconômica? Permita-me sanar a ignorância do time do Sr. Teixeira. De 2003 a 2008, a média do crescimento econômico brasileiro foi de 4.1%. A média da América Latina e Caribe durante o mesmo período foi de 4.8%. Ou seja, durante o período do governo Lula a média de crescimento brasileiro ficou abaixo da média de uma região que não deve ser modelo para nada. Se formos analisar o desempenho dos outros membros do BRIC, a comparação fica pior. China, India e Rússia cresceram em uma média de 8.7% durante o período — mais que o dobro do crescimento brasileiro. Dá até pra desconfiar, como fez Martin Wolf no Financial Times, se o Brasil merece mesmo fazer parte do grupo.
Se o Brasil quiser dar motivos para o otimismo, é preciso redefinir o papel do estado na economia. Os países que mais crescem são aqueles em que a intervenção na economia é limitadíssima, e a proteção a propriedade bem segura. Infelizmente, Teixeira não quer discutir o papel do estado: “Não existe nenhum estado hoje que vai advogar o seguinte: estado mínimo e não investimento na área social porque isso significa gasto. Essa visão está ultrapassada hoje em qualquer país.”
Uma das formas mais comuns de refutar os liberais é situá-los nas pegadas da história. No diálogo “A politician in sight of haven” Auberon Herbert já coloca na boca do adversário estatista: “Todo mundo hoje imagina que o laissez-faire está do outro lado do horizonte atrás de nós”.
A verdade é que ninguém consegue apontar onde está essa época libertária, de estado mínimo, de laissez-faire. Em todas as épocas, os defensores do estado mínimo estão em minoria. Mas a verdade é que, onde quer que as ideias liberais sejam aplicadas, seja o imposto único na Rússia, ou a abolição das tarifas de exportação na Estônia, o resultado é maior prosperidade para todos. Será que algum dia os políticos brasileiros aprenderão a lição?
Diogo G. R. Costa é editor de OrdemLivre.org