Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Economia brasileira: cenarios para investidores, poupadores e trabalhadores
28/10.2014
A Dilma não tem como voltar atrás nos gastos sociais ou no aumento do tamanho do Estado, então a situação fiscal do governo só tende a piorar. Isso significa que muito dinheiro dos investidores internacionais vai sair do Brasil, e pouco vai entrar.
O empresário nacional vai investir muito pouco, provavelmente apenas para aumentar a produtividade, reduzir custos e demitir funcionários. Por isso, o PIB vai continuar como está. A inflação vai subir um pouco no ano que vem, mas não deve passar de 8%. O dólar vai subir muito nos próximos 6 meses.
Cuidado com o seu emprego:
Se você trabalha em uma empresa que importa muito, seja para vender aqui ou como insumo produtivo, melhor procurar outro emprego. Se sua empresa é industrial, a situação deve continuar ruim - pode ser que você não perca seu emprego, mas analise bem sua situação na empresa. Se sua empresa depende muito do consumo das pessoas, não espere promoções ou aumentos. Agora, se sua empresa exporta muito, ou você trabalha com concessionária de serviços públicos, você estará mais seguro nos próximos 4 anos. Não seja pego “de calças curtas”. Analise sua situação e faça alguma coisa sobre isso.
Suas economias:
Se você não sabe muito de finanças, deixe seu dinheiro no CDI. Tente gastar menos e economizar – você pode precisar. Se você entende mais de finanças e gosta de riscos, aplique em empresas exportadoras na bolsa (Klabin ou Suzano, por exemplo). Comprar um imóvel a um bom preço (vão ter muitos ano que vem), 80% financiado pela Caixa, também pode ser um bom negócio, porque a taxa é abaixo do CDI, o custo do empréstimo não sobe tanto por ser indexado à TR, e com uma inflação e incerteza maiores, o preço dos ativos reais pode subir em um segundo momento. Mas escolha um imóvel de 2 quartos até R$500 mil – taxa de juros menor, mais fácil de alugar e mais liquidez na venda. Agora, se você está devendo no “cheque especial”, venda o que for preciso para quitar essa dívida o mais rápido possível – com o aumento da inflação e inadimplência, os juros normais de bancos também vão subir.
Sobre o Brasil virar uma Venezuela ou confiscarem nosso dinheiro: Muito improvável, porque vai ser muito difícil o PT passar qualquer mudança estrutural de legislação no Congresso (para o bem ou para o mal) nesses próximos 4 anos. Primeiro porque perdeu muitos deputados e governadores nessa eleição. Segundo, porque vai estar muito ocupado se defendendo das acusações de corrupção pra conseguir “pagar” pelo apoio da base aliada
Economia brasileira: o custo PT prejudicando o crescimento
Agora, já era
Dilma: mais quatro anos
De acordo com alguns bancos de investimentos, entre cinco e dez operações de abertura de capital aconteceriam até o fim do ano se Aécio Neves tivesse vencido a eleição. Com a vitória de Dilma Rousseff, empresas e bancos vão se sentar à mesa para rediscutir os planos.
Por Lauro Jardim
(Veja)
Por que o Brasil nao avança? (petistas a parte, mas eles tambem) - Marcos Lisboa e Carlos Eduardo Gonçalves
Marcos Lisboa e Carlos Eduardo Gonçalves
Valor Econômico, 27/10/2014
Há países ricos que possuem sistemas de bem-estar social generosos, como os nórdicos; há países ricos com sistemas de bem-estar pouco generosos, como os EUA. Mas o que definitivamente não existe são países ricos com políticas macro e microeconômicas de viés heterodoxo com a extensão adotada no Brasil nos últimos cinco anos.
A receita dos que conseguiram saltar a difícil barreira do crescimento sustentável – conhecida como armadilha da renda média – é conhecida: plena liberdade política e econômica para amplos setores da sociedade, rigor na condução da área fiscal, estabilidade monetária e financeira, regras e regulamentação estáveis e, finalmente, investimento público eficiente em capital humano (saúde e educação) e infraestrutura.
Há saudável controvérsia sobre o efetivo papel desempenhado por políticas desenvolvimentistas em alguns casos de sucesso, como, por exemplo, as políticas industriais adotadas pelos Tigres Asiáticos, há cerca de três décadas. De um lado alega-se que essas políticas foram cruciais para que eles desenvolvessem parques industriais importantes. De outro, argumenta-se que elas foram irrelevantes, e o que de fato os teria levado aos atuais patamares de renda por habitante foram os investimentos maciços em capital humano. A verdade, possivelmente, está no meio do caminho. Contudo, frise-se que esses casos de sucesso são contrabalançados por um número muito maior de casos de fracasso, como na maioria dos experimentos levados a cabo na América Latina, por exemplo. Por estas bandas, fizemos bastante política industrial, mas não conseguimos os mesmos resultados.
Não avançamos na educação por má governança no setor público e incertezas regulatórias
Políticas de proteção existem, de fato, em muitos países, mas o que nos soa mais significativo é que os detalhes das políticas desenvolvimentistas mais bem sucedidas apresentam diferenças marcantes com a política industrial “à brasileira”, como, por exemplo, a fixação de metas claras de desempenho e a natureza temporária da proteção. O Brasil recente destoa pela extensão da intervenção pública, pela sua longevidade e pela falta de transparência dos benefícios concedidos sem avaliação de resultados.
Voltando à nossa lista de condições necessárias ao desenvolvimento, existe liberdade política no Brasil, mas a nossa democracia ainda é carente de controles sobre a concessão pública de benefícios a grupos escolhidos, além de sujeita a recorrentes casos de corrupção. Tudo isso, claro, afetando a produtividade final da economia. Adicionalmente, são enormes as barreiras burocráticas à entrada nos mercados de bens por parte de empresas novas, fato que, em conjunto com a política de escolha de vencedores via crédito público, restringe o que chamamos de liberdades econômicas.
O rigor fiscal, duramente conquistado após 2000, foi abandonado. O superávit primário real nesse ano, por exemplo, está para perto de 0% do PIB, ou menos. Além disso, os mecanismos criativos reduziram a transparência e a credibilidade da política fiscal, marcos da LRF de 1999. Por sua vez, a condução equivocada da política monetária, reduzindo o juro na base do voluntarismo, resultou em inflação resiliente e em desancoragem das expectativas.
Seguindo na lista: o aumento das restrições ao comércio exterior, por meio de barreiras tarifárias e não tarifárias, isolou ainda mais a economia brasileira do comércio internacional. E as intervenções discricionárias, como no caso da energia, fragilizaram empresas, prejudicaram a produtividade e comprometeram o ambiente de negócios. Por fim, não conseguimos avançar na educação e na infraestrutura por má governança no setor público e incertezas regulatórias.
O resumo é que a produtividade estagnou, o que compromete nosso crescimento econômico sustentado, e a nova matriz macroeconômica resultou apenas em um legado de inflação alta num mundo de inflação baixa, além de graves desequilíbrios fiscais a serem enfrentados nos próximos anos.
Como reagem alguns dos economistas heterodoxos, direta ou indiretamente ligados ao governo, a essa crítica? Criando um argumento-espantalho. A invencionice vai na seguinte linha: os economistas que pregam rigor fiscal e reformas querem na verdade desfazer as conquistas sociais, estão contra a redução de desigualdade, alcançada via programas governamentais como o Bolsa-Família.
Não é verdade, é cortina de fumaça. Não defendemos o fim de programas sociais eficientes para redução da pobreza, nem algo que se assemelhe a “Estado Mínimo”, nem impostos mais baixos para os mais ricos, ou coisas do tipo. Essa tentativa de desqualificação da divergência é instrumento utilizado pelo baixo clero do debate intelectual. Inventam-se pretensos argumentos para rejeitar outros pontos levantados pelos críticos. Inventa-se, enfim, um espantalho.
Defendemos políticas sociais focalizadas nos mais necessitados; a maior qualidade da política pública em educação e saúde por meio da melhora da gestão e do reconhecimento meritocrático, permitindo melhores resultados com os recursos já disponíveis; a volta do rigor fiscal e do combate à inflação; transparência dos subsídios e proteção setoriais, que preferencialmente deveriam ser horizontais e submetidos a constante avaliação de resultados, para que não joguemos mais dinheiro público em empresas ineficientes; maior abertura econômica, que favoreça o consumidor brasileiro e diversas empresas que usam insumos importados, aumentando nossa inserção nas cadeias produtivas globais e, portanto, alavancando a produtividade.
Ser crítico dos equívocos da política econômica dos últimos anos não tem nada a ver com defender o fim das conquistas sociais alcançadas desde 1990. Argumentar nessa direção é fugir do debate sobre a condução da economia nos últimos anos. O espantalho pode ser eficaz para afastar os corvos. O debate, porém, merece mais. O país também.
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A lendária Terra Brasiliensis - Edmar Bacha
Um conclave de sábios foi convocado para propor uma alternativa à situação desesperançada do país
POR RAMDE AHCAB
O GLOBO, 28/10/2014
Há cem anos, no início do século XXI, realizaram-se renhidas eleições presidenciais que deixaram o país irremediavelmente dividido e polarizado entre distintas crenças e preferências políticas. As regiões ricas reclamavam das transferências fiscais às regiões pobres. Essas, por sua vez, reclamavam dos preços surreais que pagavam pelos produtos que consumiam das regiões ricas. Constatava-se também que havia anos estava o país preso na armadilha da renda média, incapaz de seguir uma trajetória de crescimento que o levasse para o nível de renda dos países que eram então os mais avançados do mundo.
Um conclave de sábios foi então convocado para propor uma alternativa à situação desesperançada em que o país vivia. Os sábios propuseram, os políticos relutaram, mas em plebiscito a população acolheu a proposta de abandonar o caráter unitário da nação e constituir uma confederação de regiões independentes, unidas entre si por um tratado para garantir a paz e o livre trânsito de bens, serviços e pessoas entre elas. Manteve-se o Real como uma moeda comum, gerida por um banco central independente, e criou-se um regime fiscal simples e unificado.
Sete unidades independentes foram constituídas a partir do antigo país:
Ao sul, criou-se a República Gaúcha, formada pelos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A eles, em tempo, se associou o Uruguai, havendo concordância em fazer de Montevidéu a capital da nova unidade. Como as facções peronistas cada uma puxava para um lado, a Argentina acabou ficando de fora.
Subindo a costa, constituiu-se a Pauliceia Desvairada, ali onde se localizava o Estado de São Paulo. Em plebiscito, a população do Paraná optou por juntar-se à Pauliceia e não aos Gaúchos.
Na costa leste, formou-se o Reino do Samba, composto por Rio de Janeiro e Bahia, levando de roldão o Espírito Santo. Fiel à sua tradição imperial, essa região constituiu-se como uma monarquia constitucional, elegendo Fernando Gabeira para exercer o Poder Moderador.
Adentrando a região leste, formou-se a República do Grande Sertão Veredas, com capital em Belo Horizonte, e incorporando, além de Minas Gerais, os estados de Goiás e Tocantins.
Na direção da fronteira oeste, formou-se a república do Pantanal Brasiliense, compreendida por Mato Grosso do Sul e do Norte e Rondônia, e incluindo a antiga capital do país, onde ficaram confinados os políticos do ancien régime.
Retornando à costa leste, na fronteira norte do reino do samba e indo na direção noroeste até a fronteira com a floresta amazônica, foi criada a República do Engenho e Arte. Membros do Partido dos Tradicionalistas passaram a chamar essa região de Maquiladora Nordestina, pois ela foi a primeira a realizar tratados de livre comércio com os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Integrou-se, assim, às cadeias produtivas internacionais e se transformou numa verdadeira potência econômica, o que permitiu não só que dispensasse bolsas e transferências fiscais como se tornasse credora do regime fiscal compartilhado da confederação.
Finalmente, ao norte, foi constituído o Parque Ecossustentável do Amazonas, que recebeu uma grande doação dos países nórdicos. Com esses recursos, foi possível redirecionar a Zona Franca de Manaus para a exportação de produtos florestais ambientalmente corretos, tornando a região um exemplo de desenvolvimento sustentável e um símbolo da paz entre os povos.
Foi assim que há cem anos se constituiu a confederação Terra Brasiliensis, que logo passou a crescer harmonicamente, com equidade e sustentabilidade, para se tornar a região mais próspera e feliz do mundo neste início do século XXII.
Ramde Ahcab recebeu este artigo no ano de 2115 da Era Cristã, de um tataraneto de Edmar Bacha, autor da expressão “Belíndia”, para designar um país em que se misturam a Bélgica e a Índia
Read more: http://oglobo.globo.com/opiniao/a-lendaria-terra-brasiliensis-14379269#ixzz3HVRhKoeD
Quinto Congresso Latino-Americano de História Econômica (CLADHE V) - São Paulo, 19-21/07/2016
Universidade de São Paulo, São Paulo (Brasil)
Julho 19 – 21 de 2016
Primeira Circular
O Quinto Congresso Latino-Americano de História Econômica (CLADHE V) se realizará na cidade de São Paulo, Brasil, entre os dias 19 e 21 de Julho de 2016. As instituições organizadoras são as associações de História Econômica da Argentina, do Brasil, do Chile, do Caribe, da Colômbia, do México, do Peru e do Uruguai, assim como da Espanha e de Portugal, como convidadas. A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica – ABPHE – e a Faculdade de Economia, da Universidade de São Paulo – FEA/USP, com sede na cidade de São Paulo, são as instituições anfitriãs.
Seguindo a tradição dos congressos anteriores realizados desde 2007, o CLADHE V é um espaço acadêmico para debater as recentes pesquisas de história econômica da América Latina, assim como para abordar as perspectivas globais e comparativas com outras regiões. A organização do CLADHE busca incentivar a participação conjunta de pesquisadores dos países latino-americanos e de outras partes do mundo para difundir e discutir seus trabalhos bem como estabelecer agendas de pesquisa comuns. Pesquisadores de História Econômica e áreas afins são convidados a apresentar suas pesquisas.
Os idiomas oficiais do CLADHE V serão o espanhol e o português; entretanto, são bem-vindos também trabalhos em inglês. O congresso será organizado por meio de simpósios, mesas redondas e conferências.
CHAMADA PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE SIMPÓSIOS
As propostas de simpósios temáticos serão recebidas entre 1 de Julho e 15 de agosto de 2015 no seguinte endereço eletrônico: cladhe5@gmail.com
Com a finalidade de promover a participação conjunta dos colegas de diversos países e regiões do mundo, cada simpósio deverá contar com ao menos (2) coordenadores de nacionalidades distintas (com no máximo três coordenadores).
A proposta de simpósio temático deverá ser encaminhada com os seguintes documentos:
Um resumo com justificativa da proposta do simpósio;
Um curriculum vitae breve dos coordenadores: devem demostrar uma trajetória acadêmica reconhecida relacionada ao tema proposto;
Uma lista dos potenciais participantes e possíveis comentaristas, especificando em cada caso a filiação institucional.
As sessões devem contar com a participação de apresentadores de diversos países, com no máximo 50% procedente de um mesmo país e os simpósios deverão conter entre 10 e 18 apresentadores.
A aprovação dos simpósios ficará a cargo do Comitê Organizador Internacional (COI) e será comunicada por meio de email aos coordenadores conforme as datas especificadas. A aprovação deverá ser ratificada com a recepção dos trabalhos completos, atendendo ao número máximo e mínimo previsto. Os prazos devem ser cumpridos para que a publicação dos artigos possa ser realizada na página do evento.
Os coordenadores dos simpósios temáticos serão os responsáveis pela avaliação do conteúdo e da qualidade dos textos, bem como da organização dos simpósios. O Comitê Organizador Local deve receber a lista dos apresentadores e de seus artigos, assim como o cronograma de apresentação do Simpósio para publicação no site e no material do congresso.
A INSTITUIÇÃO PROMOTORA: ABPHE
A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE), fundada em 10 de setembro de 1993, é uma sociedade civil que congrega economistas, historiadores, cientistas sociais e outros estudiosos da história econômica e disciplinas afins (história de empresas, história do pensamento, etc.). A ABPHE é a principal organização científica brasileira em sua área de atuação, promovendo estudos de história econômica por meio de revista especializada (História Econômica & História de Empresas, HE&HE ISSN 1519-3314), publicação de livros e realização de encontros regulares, nos quais a comunidade acadêmica debate artigos e paradigmas de interpretação, tem contato com pesquisas em andamento e dialoga com pesquisadores de outros países.
Entre os sócios honorários da ABPHE encontram-se pesquisadores e estudiosos que trouxeram significativas contribuições ao conhecimento da História Econômica do Brasil, como Alice Canabrava, Annibal Villanova Villela, Charles Ralph Boxer, Eulália Maria Lahmeyer Lobo, Frédéric Mauro, Nelson Werneck Sodré, Celso Furtado e Roberto Cortés Conde. Atualmente a ABPHE conta com cerca de 200 associados que representam profissionais com atuação em diferentes regiões e estados do Brasil.
A ABPHE comemorou no X Congresso Nacional de História Econômica e na XI Conferência Internacional de História de Empresas, em setembro de 2013 em Juiz de Fora/MG, os seus 20 anos de existência com eventos regulares – o Congresso de História Econômica e a Conferência Internacional de História de Empresas. Além disso, desde 2002 tem realizado regularmente o Encontro de Pós-Graduação em História Econômica que reúne mestrandos e doutorandos com pesquisas no campo da História Econômica.
Atualmente a ABPHE é integrante da Associação Latino-Americana de História Econômica (CLADHE) e da Associação Internacional de História Econômica (WEHC). A ABPHE filiou-se à Associação Internacional de História Econômica em 1996 e tem desenvolvido atividades com as associações latino-americanas. Em dezembro de 2007, participou da realização do I Congresso Latino-Americano de História Econômica – CLADHE I, que teve lugar em Montevidéu (Uruguai); em 2010 participou do CLADHE II organizado na Cidade do México (México); em 2012 participou do CLADHE III organizado em Bariloche (Argentina); e, em 2014, esteve no CLADHE IV, organizado na cidade de Bogotá (Colômbia).
A SEDE DO CONGRESSO A sede do congresso será a Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da USP (FEA). Faculdade criada em 1946, atualmente oferece os cursos de graduação de Administração de Empresas, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Atuária, e de pós-graduação em Economia, implantado em 1966, e de Administração e de Ciências Contábeis, ambos fundados em 1970. A FEA fica no campus da Universidade de São Paulo, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária. Para outras informações: http://www.fea.usp.br/ Diretoria da ABPHE (2013-2015) Presidente: Angelo Alves Carrara (Universidade Federal de Juiz de Fora) Vice-Presidente: Alexandre Macchione Saes (Universidade de São Paulo) Primeiro Secretário: Thiago Fontelas Rosado Gambi (Universidade Federal de Alfenas) Segundo Secretário: Felipe Pereira Loureiro (Universidade de São Paulo) Primeiro Tesoureiro: Afonso Alencastro de Graça Filho (Univ.Federal de São João Del Rei) Segundo Tesoureira: Cláudia Tessari (Universidade Federal de São Paulo).
Comitê Organizador Internacional (COI)
Integrado pelos Presidentes e Vicepresidentes ou Secretários das Associações
Roberto Schmit (AAHE)
Guillermo Banzato (AAHE)
Angelo Alves Carrara (ABPHE)
Alexandre Macchione Saes (ABPHE)
Salomón Kalmanovitz (ACHE)
Edwin Rivera López (ACHE)
Fabián Almonacid (AChHE)
Cesar Yáñez (AChHE)
Carlos Contreras Carranza (APHE)
Bruno Seminario de Marzi (APHE)
Johanna Von Grafenstein (AHEC)
José Antonio Piqueras (AHEC)
Sandra Kuntz (AMHE)
Yovana Celaya (AMHE)
Reto Bertoni (AUDHE)
Javier Rodríguez (AUDHE)
Associações Convidadas
Pablo Martín Aceña (AEHE)
José Miguel Martínez Carrión (AEHE)
José Alvaro Ferreira da Silva (APHES)
Comitê Organizador Local
Alexandre Macchione Saes (Universidade de São Paulo)
Angelo Alves Carrara (Universidade Federal de Juiz de Fora)
Cláudia Tessari (Universidade Federal de São Paulo)
Daniel Feldman (Universidade Federal de São Paulo)
Fábio Alexandre dos Santos (Universidade Federal de São Paulo)
Felipe Pereira Loureiro (Universidade de São Paulo)
Guilherme Grandi (Universidade de São Paulo)
Leonardo Weller (Fundação Getúlio Vargas-SP)
Luciana Suarez Lopes (Universidade de São Paulo)
Rodrigo Ricupero (Universidade de São Paulo)
Thiago Fontelas Rosado Gambi (Universidade Federal de Alfenas)
Vera do Amaral Ferlini (Universidade de São Paulo)
Comitê Acadêmico Internacional (CAI)
Albert Broder (Université de Paris Est‐Créteil, França)
Albert Carreras (Universitat Pompeu Fabra, Espanha)
Andrés Regalsky (Universidad Nacional de Luján e Universidad Nacional de Tres de Febrero, Argentina)
Antonio Ibarra (Universidad Nacional Autónoma de México, México)
Armando Dalla Costa (Universidade Federal do Paraná, Brasil)
Benjamín Nahum (Universidad de la República, Uruguai)
Carlos Dávila (Universidad de los Andes, Colômbia)
Carlos Gabriel Guimaraes (Universidade Federal Fluminense, Brasil)
Carlos Marichal (El Colegio de México, México)
Carlos S. Assadourian (El Colegio de México, México)
César Yáñez (Universidad de Valparaíso, Chile y Universidad de Barcelona, Espanha)
Colin Lewis (London School of Economics, Grã-Bretanha)
Daniel Díaz Fuentes (Universidad de Cantabria, Espanha)
Eduardo Cavieres (Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Chile)
Eduardo Míguez (Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires e Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina)
Enrique Cárdenas (Centro de Estudios Espinosa Yglesias, México)
Enrique Semo (Universidad Nacional Autónoma de México, México)
Fernanda Olival (Universidade de Évora, Portugal)
Guy Pierre (Universidad Autónoma Ciudad de México e Universidad Quisqueya, Haiti)
Héctor Pérez Brignoli (Universidad de Costa Rica, Costa Rica)
Henry Willebald (Universidad de la República, Uruguai)
Jaime Reis (Universidade de Lisboa, Portugal)
John Coatsworth (Columbia University, Estados Unidos)
Jordi Maluquer (Universitat Autònoma de Barcelona, Espanha)
Jorge Gelman (Universidad de Buenos Aires, Argentina)
José Antonio Ocampo (New York University, Colômbia)
José Luis Cardoso (Universidade de Lisboa, Portugal)
José Miguel Martínez Carrión (Universidad de Murcia, Espanha)
Josué Modesto dos Passos Subrinho (Universidade Federal de Sergipe, Brasil)
Leandro Prados de la Escosura (Universidad Carlos III de Madrid, Espanha)
Luis Bértola (Universidad de la República, Uruguai)
Luis Jáuregui (Instituto de Investigaciones Dr. José María Luis Mora, México)
Maria Lúcia Lamounier (Universidade de São Paulo, Brasil)
María Camou (Universidad de la República, Uruguai)
María Inés Moraes (Universidad de la República, Uruguai)
María Teresa Pérez Picazo (+) (Universidad de Murcia, Espanha)
Mario Cerruti (Universidad Autónoma de Nuevo León, México)
Nicolás Sánchez Albornoz (New York University, Espanha)
Noemí Girbal (Universidad Nacional de Quilmes, Argentina)
Óscar Zanetti (Universidad de La Habana, Cuba)
Pablo Martín Aceña (Universidad de Alcalá, Espanha)
Paola Azar (Universidad de la República, Uruguai)
Pedro Paulo Zahluth Bastos (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
Raúl Jacob (Universidad de la República, Uruguai)
Roberto Cortés Conde (Universidad de San Andrés, Argentina)
Rosemary Thorp (Oxford University, Grã-Bretanha)
Salomón Kalmanovitz (Universidad Jorge Tadeo Lozano, Colômbia)
Sandra Kuntz (El Colegio de México, México)
Stephen Haber (Stanford University, Estados Unidos)
Susana Bandieri (Universidad Nacional del Comahue, Argentina)
Tamás Szmrecsányi (+) (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
Victor Bulmer‐Thomas (Oxford University, Grã-Bretanha)
Wilson Suzigan (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
A frase da semana: com quem faremos a revolucao? - Roberto Arlt
Com os jovens. São estúpidos e entusiastas.
via Janer Cristaldo, A Força dos Mitos
(crônicas escritas em 1975 e 1976, publicadas em ebook em 2013)
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/forcamitos.html
E já que estamos falando do Janer Cristaldo, aqui uma frase dele, que consta do livro
Crônicas da Guerra Fria:
"...apesar sua experiência milenar, a Igreja romana ainda não aprendeu que todo index prohibitorum é contraproducente: só serve para vender o que pretendem proibir."
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cronicasdaguerrafria.html
Flanando em Paris, com Janer Cristaldo: sugestoes epicurianas
Como eu também estava me preparando para passar seis meses dando aulas em Paris (não foram exatamente seis meses, pois como as minhas aulas só ocupava dois dias na semana, o resto do tempo eu estava viajando pela Europa), anotei as recomendações, mas acho que não segui nenhuma. Em Paris existem tantas boas opções que a gente nunca tem tempo de seguir todas as que nos fazem...
E não deixem de frequentar o seu blog, enquanto não acabar.
Recomendação: copiem ele inteiro, coloquem num arquivo de texto, e depois vocês poderão passar semanas e semanas só lendo Janer Cristaldo: desde outubro de 2003 até setembro de 2014, vocês terão milhares de postagens do maior cronista da internet: http://cristaldo.blogspot.com/
Paulo Roberto de Almeida
Janer Cristaldo sobre Paris
Segunda-feira, Setembro 26, 2011
Alexandre Breveglieri está com o pé no estribo e me pede dicas sobre Paris. Como não houve jeito de responder (seu email parece estar errado), segue aqui o mapa da mina.
Atenho-me principalmente à geografia etilogastronômica, informação que nem sempre encontramos nos guias de turismo. Cabe lembrar que esta oferta é imensa em Paris, e cada viajante sempre encontrará seus rumos. Cito aqueles que encontrei e gostei. São quase todos centenários e podem ser facilmente encontrados no Google ou no Google Earth.
Fora o Chartier e o Polydor, não são restaurantes baratinhos. Mas tampouco são caros. Praticam os preços médios de Paris. Normalmente, entre duas pessoas, janto por algo entre 60 e 90 euros, vinho incluído. Mas pode-se comer por dez euros naqueles restaurantes do Quartier Latin e Mouffetard. Há menus executivos que constam de entrada, prato principal, sobremesa e eventualmente um demi pichet de vin. Nem sempre se come bem. Mas também se pode comer bem por esse preço, é questão de ter olho clínico. Evite os que ficam em ruas com alto tráfego de turistas.
Bares
• Os grandes bares de esquina ou de bocas de metrô são sempre mais caros que os botecos mais discretos. Lá, se paga pela paisagem. Num botequinho modesto de meio de rua, pode-se tomar a mesma cerveja dos bares mais imponentes, quase pela metade de preço. Vale o mesmo para cafezinho ou refeições
• Mesmo assim, estacionar em pelo menos um dos dois cafés frente ao metrô Odéon: o Danton e o Relais Odéon, um quase em frente ao outro. Apanhar um jornal, pedir algo e olhar a fauna. Vale a consumação. Por outro lado, sentar numa terrasse numa tarde de inverno, mesmo que o cafezinho custe um pouco mais, é uma boa hipótese para observar as gentes
• Se você quiser uma taça de vinho, deve pedir um ballon, rouge ou blanc, conforme seu gosto
• Dar um giro pela rue Mouffetard, perto do Panteon. Há uma feira deliciosa nas manhãs de domingo. Almoços ótimos e abordáveis. Gosto em particular de um deles, o Tire Bouchon, na rua Descartes, ao lado da Mouff. É daqueles onde se come bem por dez euros, ao meio-dia. O patron se chama Antoine e sempre me recebe de braços abertos. A Mouff merece uma visita, é uma rua para onde os parisienses tentaram fugir, para escapar ao Quartier Latin. Se bem que o turismo já chegou lá. Saindo da Sorbonne, dá uns 10 ou 15 minutos a pé
• Um restaurante interessante a visitar é o Polydor, na rue Monsieur Le Prince, a uns cinco minutos da Sorbonne. Almoços relativamente baratos. Gosto muito, particularmente quando tem boudin no cardápio, o que não acontece todos os dias. Modesto, honesto e tradicional. Bom para um almoço sem maiores pretensões.
• Bem no início da Rue du Faubourg Montmartre, há um restaurante peculiar, o Chartier, bem no início, à esquerda, no fundo de uma “cour”. Simpático, folclórico e muito barato. Foi construído no final do século XIX, hoje está classificado como monumento histórico e gaba-se de servir o mesmo cardápio desde a inauguração. À noite, fecha às nove. Só pelo ambiente, vale a visita. Lembrar que em Paris as mesas, mesmo pequenas, são coletivas. Não se importe de sentar junto a estranhos ou que eles sentem em sua mesa. É normal
• Na Gare de Lyon há um restaurante suntuoso, um teto de cair o queixo, o Train Bleu. Vale a pena a visita, que mais não seja para tomar um cerveja no bar e contemplar o ambiente. Não aconselho comer nele. Muito caro. Rapport prix/qualité nada conveniente
• Na Rue de l’Ancienne Comédie, quase ao lado do Relais Odéon, há o Procope, fundado em 1686. Lá almoçaram desde Racine, Voltaire, Rousseau, D’Alembert até os revolucionários de 89 e Napoleão. Este deixou lá um chapéu a título de pindura. Está lá também a mesa em que Voltaire escrevia. Preços normais de Paris
• Há um belíssimo restaurante, o Julien, na rue du Faubourg Saint-Denis. Pratos excelentes, nada caros em termos de Paris. A rua é de prostituição, está um pouco deteriorada, mas é freqüentável sem problema algum
• Na rue Mabillon, procurar o Charpentier, excelente cozinha, preços humanos. Recomendo vivamente. Cuisine du terroir. O restaurante, simpaticíssimo, é ligado ao movimento de Compagnonage, uma confraria meio paralela à maçonaria. Recomendo vivamente as andouilletes AAAAA. Isto é, as andouilletes aprovadas pela Association Amicale des Amateurs d'Andouillettes Authentiques. O boudin aux pommes é superbe
• Na Île St. Louis, ilha ao lado da ilha da Notre Dame, na rue St. Louis en l’Île, procurar Le Sergeant Recruteur ou, ao lado, Nos Ancêtres, les Gaulois. São dois restaurantes com menu a preço fixo. Entradas, queijos e vinhos à vontade. Quanto aos pratos propriamente ditos, você escolhe um entre três opções. Não esquecer que o vinho é “à la volontê”. Não é lugar para se ir sozinho. Como é ambiente de alegria coletiva, o solitário fica um tanto deslocado. Se o garçom demora e você está sedento, estenda sua taça a seu vizinho de mesa e peça um pouco de seu vinho. Ele não vai negar. Nem estranhar
• Algo mais sofisticado e, evidentemente, mais caro: o Bofinger, numa pequena travessa da Place de la Bastille. É só chegar na Place e perguntar pelo restaurante. Sem falar na cozinha, só o interior vale uma tarde e alguns euros a mais. Quando sento lá, não tenho mais vontade de sair. Em frente, o Petit Bofinger, caso o Bofinger esteja lotado. Mas a arquitetura do Petit não se compara à do primeiro
• Um excelente restaurante, o preferido do Mitterrand, é a Brasserie Lipp, no boulevard Saint Germain. Abrigou várias gerações de intelectuais franceses. As esquerdas sempre sabem onde se come bem. Recomendo fortemente. O plat de resistance é o cassoulet, uma espécie de protofeijoada. Mas o jarret de porc tampouco é de se jogar fora
• Frutos do mar há por toda parte. Mas um dos locais mais reputados é o Au Pied de Cochon, no Les Halles. Em matéria de ostras, minhas diletas são as fines de Claire
• Em quase todos os restaurantes que arrolo, se você quiser vinho, em vez da bouteille pode pedir um pichet, ou, para amadores, un demi pichet ou un quart pichet. Ou seja, uma jarra de vinho, uma meia jarra ou um quarto de jarra. Em geral, o vinho é potável. Em restaurante bom, o vinho sempre é bom
• Tivesse eu de visitar apenas cinco restaurantes, pela ordem, eu começaria pelo Julien e Charpentier, continuaria pelo Procope e Bofinger, e terminaria com a Brasserie Lipp
• Não esquecer as virtudes da comida de rua. Há um sanduíche árabe em Paris que adoro, é o merguez au chili. Merguez é uma lingüicinha picante. Compra-se em quiosques de esquina. Atenção: munir-se de água. Pega fogo na garganta
• A gorjeta vem sempre incluída na conta. Lei do Mitterrand
• Fora isso, deve existir mais uns cinco mil restaurantes e cafés por lá, à sua espera
Outra dicas
• comer ou beber sentado custa uns 20 % a mais do que no balcão. Para um café da manhã, nada melhor que uma tartine au beurre, que é uma baguetinha com manteiga
• em compensação, se você pede um cafezinho ou chope numa mesa, pode a rigor passar uma hora sem que o garçom o incomode
• jamais pedir “une bière”, isto o denuncia como marinheiro de primeira viagem. Se o garçom for sacana, lhe empurra um litro de cerveja. Pede-se “un demi”, ou seja, un demi-verre.
• em boa parte dos bares há uma cerveja belga que gosto muito, é a Abbaye de Leffe. Esta geralmente não é servida em demi, mas em um copo um pouco maior. É mais cara que as triviais, mas vale a pena. Tem três versões: blonde, brune e radieuse. Qualquer uma é boa aposta
• se você vai ficar coisa de uma semana, tratar da carte orange (une semaine, deux zones). A semanal vale de segunda a domingo. Levar fotos 3 x 4. Ou tirá-las nas dezenas de máquinas automáticas, encontradiças em todas as ruas do centro. No metrô, se enfia o tiquete na catraca, no ônibus basta mostrar a carta ao motorista. Outra opção, carnê de dez bilhetes, mais conveniente se você chega no meio da semana e vai ficar pouco tempo
• Comprar a revista Pariscope, ou L’Officiel des Spectacles, em qualquer banca. Saem às quartas e dão toda a programação cultural da cidade. Lembrar que em Paris gastronomia também é cultura
• Usar ônibus tem a vantagem de lhe mostrar Paris. Neste sentido, o 69 é ótimo. Se você fizer o percurso de início a fim de linha, terá o melhor da cidade
Visitas a meu ver obrigatórias
No “centrão”, se é que se pode falar de centro em Paris:
As tradicionais: Notre Dame (tem concertos de órgão, domingo, às 17 hs, maravilhoso e grátis) Louvre, Sorbonne. (Na Sorbonne, depois do 11/9, não dá pra entrar mais. Só sendo estudante ou professor). Frente à Sorbonne há uns botecos agradáveis, para um lanche rápido ou leituras.
• Além do Louvre, há o Musée d’ Orsay, às margens do Sena, belíssimo. (E mais umas duas ou três centenas de museus, é claro). Conforme seu tempo, terá de passar rapidinho por museus, ou não verá nada da cidade
• Saint Chapelle, no Palais de Justice, no Boul'Mich. Belíssima
• Les catacombes, metrô Denfert-Rochereaux. Antes abriam apenas um domingo por mês. Agora estão abertas durante a semana toda. Imperdível
• Centro Beaubourg, conjunto com biblioteca, exposições, etc. Se você subir ao último andar, terá uma bela vista de Paris, sem ter de enfrentar as filas nem os preços da torre Eiffel. Deambular pelas adjacências
• Um passeio pelo parque Luxembourg, a cinco minutos da Sorbonne é algo imperativo. Diria que são quatro parques em um só: a cada estação do ano, uma beleza diferente
• Le Forum des Halles. Arquitetura subterrânea criada no espaço do antigo mercado, Les Halles. Hoje é um imenso centro comercial. A bem da verdade, passei por lá em minha última viagem a Paris e não gostei. Me pareceu muito deteriorado. Mas a arquitetura em seus entornos é interessante
• Dedicar pelo menos uma hora percorrendo as gôndolas da FNAC, a mais poderosa livraria do país. Acho que há três FNACs em Paris. Nas FNAC há muita oferta em matéria de som e eletrônicos. Música que você jamais encontrará aqui. Neste sentido, a FNAC de Montparnasse é mais diversificada
• Tudo isto pode ser feito a pé e a arquitetura, por si só, já é uma festa. Se você se perde em algum pedaço, vai descobrindo novas geografias
• Perambular pelo Marais (bairro onde está o centro Beaubourg), Palais Royal, Place des Vosges, principalmente esta última, último reduto da aristocracia parisiense. (Mas já vi mendigos dormindo por lá)
• Dar uma olhadela no café Deux Magots (metrô Saint Germain), pelo menos em homenagem aos existencialistas dos anos 60. Fica em frente ao Chez Lipp.
• Dar uma passada no Boulevard Montparnasse, à noite. Há uma livraria interessante, L’ Oeil qui écoute. Mais cafés dos existencialistas, La Coupole, Le Dôme, também caros e turísticos. Eu gostava particularmente do Select Latin, onde curti centenas de horas de leitura
• Pode-se subir a Montmartre de barco. É só pegar no Sena, às 9 da manhã, um barquinho chamado La Patache, que ancora ao lado da piscina Deligny. Vai subindo por canais subterrâneos e eclusas, até o Canal Saint Martin. Chega-se ao pé do morro lá pelas 11. (Não sei se este barco existe ainda. Conferir no Pariscope)
Saindo do “centrão”:
• Perambular pela Champs Elysées, Trocadero, Eiffel, Arco do Triunfo, etc
• Pegar um metrô expresso, o R.E.R., e ir até La Défense. Ver a Arche, que os jornalistas brasileiros insistem em chamar de Arco. É o lado modernoso de Paris, frio e imponente. Acho que deve ser visto, para não se ficar com uma idéia apenas da Paris que imaginávamos. Estando lá, dar uma olhadela no Omnimax, o cinema de 360 graus. Vale
• Cité de la Science et de l’Industrie, em La Villette, ao norte, no XXe. Tem de tudo. Cabe uma visita ao Geode, outra sala de cinema com uma tela de 360°. Sessões de hora em hora. Melhor escolher um só setor da Cité, senão perde-se um dia todo
• Se der tempo, mas só se der tempo, visitar La Grande Bibliothèque, último monumento faraônico do Mitterrand. Aqueles quilômetros e quilômetros de mogno que forram paredes e pisos foram surripiados do Brasil, via o cacique Paulinho Paiakan.
• Père Lachaise, é claro. Em Asnières, ao sul de Paris, há um cemitério de cães que vale a pena como folclore. Há um outro em Villepinte. Visitá-los em dia de Finados é um espetáculo à parte
• Procurar a Promenade Plantée. É um passeio belíssimo. Apanhá-la de manhã, por exemplo, de modo a chegar pela 1h ou 2h da tarde na Bastille e aproveitar para um almoço no Bofinger.
Et bon voyage!
- Enviado por Janer @ 2:26 PM
Janer Cristaldo, uma homenagem critica - Carlos U. Pozzobon
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/uma-lagrima-para-janer-cristaldo-uma.html
esta bela apreciação crítica ao Janer Cristaldo, a quem nunca conheci pessoalmente (talvez tenhamos trocado algumas mensagens lacunares, mas sinceramente eu não me lembro), mas de quem eu admirava a verve sempre ferina (para quem merecia) e tambem irônica (até para quem não merecia).
Ele era tão antireligioso, impiedoso, que não chegava a ser ateu, era até um estudioso das religiões, e provavelmente complacente com os ingênuos, mas implacável contra os que faziam da religião ofício e meio de vida, sempre fraudulentamente.
Provavelmente foi o mais articulado dos jornalistas anti-sistema, qualquer sistema, mas sobretudo os dos néscios, ignorantes e falastrões, o que certamente o colocava na linha de tiro dos petralhas. Mas ele estava acima de tudo isso, pois seu mundo das ideias não tinha nada a ver com o mundo das ideias toscas daqueles que ele criticava sem dó nem piedade.
Vai fazer falta, pois pessoas inteligentes, mordazes e sinceras sempre fazem falta.
Uma homenagem que recolho do rodapé para enquadrá-la devidamente.
Paulo Roberto de Almeida