Esta noite de quinta para sexta, já sonolento, escrevi o que considero o meu trabalho número 3.000, o que de certa forma exige comemoração (vou ver se tem champagne na geladeira, para abrir com Carmen Lícia esta noite de sexta para sábado).
Eis aqui a ficha do dito cujo:
3000. “Relações
Institucionais Internacionais”, Brasília, 23 junho 2016, 3 p. Ementa de curso
de curta duração, a ser dado no quadro do programa de MBA de Relações
Institucionais do Ibmec Business School, nos dias 25/06/, 9/07 e 6/08, a ser
desenvolvido com base no trabalho 585 (Estrutura institucional das relações
econômicas internacionais do Brasil: acordos e organizações multilaterais de
1815 a 1997), atualizado no livro Relações
Internacionais e Política Externa do Brasil (2012).
Não é um trabalho completo, como vocês podem verificar abaixo, apenas o esquema do curso que vou dar durante três sábados seguidos, a começar amanhã. Mas o trabalho já está praticamente feito, com base no que já escrevi no passado (indicado na bibliografia ao final do programa), e também no que fui atualizando em três livros didáticos, e que vou agora transpor para apresentação em slides, para discutir pausadamente com os alunos, e depois repassar uma versão atualizada desse meu trabalho sobre a construção do multilateralismo contemporâneo.
Mas, não pensem que eu fiquei parado no trabalho 3000, pois já fui logo passando adiante. Esta manhã, antes de partir para o Uniceub, onde dei a última aula de Economia Política do semestre, para meus alunos de mestrado e doutorado, ainda escrevi uma pequena nota sobre o Brexit inglês, que vou transcrever em outra postagem. Esta a ficha do novo trabalho:
3001. “A Grã-Bretanha e a integração europeia depois
do Brexit: de volta a 1971, a 1967 ou a 1959?”, Brasília, 24 junho 2016, 2 p.
Nota sobre o contexto histórico dos processos negociados da GB em esquemas de integração
europeus, notadamente o MCE-CEE e Efta (1960), e o retrocesso atual, a ser
complementado por nova nota sobre o estado atual de indecisão entre Londres e
Bruxelas.
Transcrevo o meu trabalho 3000, apenas para conhecimento.
Paulo Roberto de Almeida
Ibmec Business School
MBA de Relações
Institucionais
Prof.
PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
Qualificação do professor:
Paulo Roberto de Almeida (São Paulo,
1949) é Doutor em Ciências Sociais (Universidade de Bruxelas, 1984), Mestre em
Planejamento Econômico (Universidade de Antuérpia, 1977), e diplomata de
carreira desde 1977. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de
Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI) e,
desde 2004, é professor de Economia Política no Programa de Pós-Graduação
(Mestrado e Doutorado) em Direito no Centro Universitário de Brasília
(Uniceub). Como diplomata, serviu em diversos postos no exterior e na
Secretaria de Estado. De janeiro de 2013 até outubro de 2015 foi Cônsul-Geral
Adjunto do Brasil em Hartford, Connecticut. De volta à Secretaria de Estado das
Relações Exteriores foi designado Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações
Internacionais, que se encontra integrado à Fundação Alexandre de Gusmão,
constituindo um centro de eventos culturais e acadêmicos.
Descrição e Objetivos da Disciplina:
O curso tem como objetivo expor a lenta construção do
multilateralismo contemporâneo, desde o século XIX (pós-Congresso de Viena),
representando por entidades multilaterais, de caráter intergovernamental, ou de
interesse da comunidade de negócios, desde aproximadamente o início da segunda
metade do século XIX. Ao mesmo tempo em que vai identificar cada uma das
entidades do multilateralismo contemporâneo, o curso vai examinar como funcionam
essas organizações (algumas universais, outras regionais, ou setoriais), bem
como a participação do Brasil em cada uma delas.
Ementa do Curso:
O curso se situa no próprio âmago do multilateralismo contemporâneo,
ou seja, da construção das principais instituições do direito internacional,
atualmente simbolizada sobretudo pela ONU e suas agências especializadas, que
ocupam lugar de destaque nas relações internacionais, em contraposição às
práticas diplomáticas tradicionais, baseadas sobretudo nas relações bilaterais
de cunho político, e na preeminência das grandes potências sobre a política e a
economia mundial. A diversificação da comunidade internacional aumentou a
complexidade do sistema, e a multiplicação de entidades e acordos de escopo
universal se torna menos impositiva e mais negociadora, o que, ao mesmo tempo,
redunda na diminuição da soberania absoluta dos Estados sobre aspectos por
vezes cruciais de suas atividades (como a economia e os intercâmbios), e no
âmbito dos espaços comuns.
Critérios de Avaliação:
O grau final do aluno neste curso
consistirá na soma dos graus obtidos em uma avaliação individual e sem
consulta, sob a forma de prova escrita, a ser realizada após o término da
disciplina (70%) e em trabalhos individuais ou em grupo realizados em sala ou
em casa (30%).
Carga Horária Total:
24 horas/aula distribuídas em 3 encontros: 25/06; 9/07 e 6/08/2016.
Metodologia:
A metodologia de ensino consistirá de
aulas expositivas e participativas, utilizando recursos audiovisuais e recurso
à bibliografia especializada, estudos de casos e discussão sobre o papel das
entidades do multilateralismo contemporâneo, com foco na participação do Brasil
nesses foros e organizações que constituem uma parte substantiva de sua
diplomacia.
Plano de Aula:
Sessão
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Temas
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Casos
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Leituras Recomendadas
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1.
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Introdução à construção do
multilateralismo contemporâneo, em perspectiva histórica, desde meados do
século XIX até a atualidade.
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BARNETT,
Michael; FINNEMORE, Martha. Rules for the World: International
Organizations in Global Politics. Ithaca: Cornell University Press, 2004.
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2.
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As entidades multilaterais, desde as primeiras “uniões” de
interesse econômico até a ONU e suas agências especializadas; os organismos
econômicos de Bretton Woods
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3.
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A participação do Brasil no multilateralismo contemporâneo,
entidades regionais e foros de interesse setorial ou especializado.
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ALMEIDA, Paulo Roberto de: Relações internacionais e política externa do
Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização. Rio de Janeiro: GEN, 2012.
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4.
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PROVA
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Questões colocadas aos alunos
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Bibliografia Recomendada:
Básica:
ALMEIDA, Paulo Roberto de: Relações
internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no
contexto da globalização. Rio de
Janeiro: GEN, 2012.
_______ : Os primeiros
anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas.
São Paulo: Paz e Terra, 2002.
BARNETT, Michael;
FINNEMORE, Martha. Rules for the World: International Organizations in
Global Politics. Ithaca: Cornell University Press, 2004.
BAYNE, Nicholas; WOOLCOCK,
Stephen (eds.). The New Economic Diplomacy: Decision-Making and Negotiation
in International Economic Relations. Farnham: Ashgate, 2010.
COLLIARD, Claude-Albert. Institutions des relations internationales, 6ª ed., Paris: Dalloz,
1974.
COLLAS, Bernard, et alii. Accords Économiques Internationaux. Paris: Documentation Française,
1990.
GARCIA, Eugênio Vargas. Cronologia
das relações internacionais do Brasil. São Paulo: Alfa-Omega; Brasília:
Funag, 2000.
JACKSON, John H. The
World Trading System. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1997.
MURPHY, Craig N. International
Organization and Industrial Change: global governance since 1850. New York:
Oxford University Press, 1994.
NICHOLSON, Michael. International
relations: a concise introduction. New York: New York University Press,
1998.
SABORIN, Louis. Organismes
Économiques Internationaux. Paris: Documentation Française, 1994.
Complementar:
ALMEIDA, Paulo Roberto de: O
Brasil e o multilateralismo econômico. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 1999.
_______ : “A ordem política e
econômica mundial no início do século XXI: Questões da agenda internacional e
suas implicações para o Brasil”. In: BRANT, Leonardo Nemer Caldeira (org.), III
Anuário Brasileiro de Direito Internacional. Belo Horizonte: CEDIN,
v. 3, n. 2, 2008, pp. 151-189.
_______ : “Brasil: cronologia sumária
do multilateralismo econômico, 1856-2006”. In: SEITENFUS, Ricardo; VENTURA,
Deisy. Direito Internacional Público. 4a
ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
_______ : “OCDE, UNCTAD e
OMC: uma perspectiva comparada sobre a macroestrutura política das relações econômicas
internacionais”. In: CASELLA, Paulo Borba; MERCADANTE, Araminta de Azevedo
(orgs.). Guerra comercial ou integração mundial pelo comércio?: A OMC
e o Brasil. São Paulo: LTr, 1998, pp. 149-198.
_______ : “O Brasil e o
sistema de Bretton Woods: instituições e políticas em perspectiva histórica,
1944-2002”. In: MAZZUOLI, Valério de
Oliveira; SILVA, Roberto Luiz (orgs.). O Brasil e os acordos econômicos
internacionais: perspectivas jurídicas e econômicas à luz dos acordos
com o FMI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, pp. 30-64.
JAMES, Harold. International
Monetary Cooperation since Bretton Woods. Washington: International
Monetary Fund-New York: Oxford University Press, 1996.
KEYLOR, William R. The
Twentieth-Century World: An International History. Oxford: Oxford
University Press, 1996.
KRIEGER, Joel (ed.). The
Oxford Companion to the Politics of the World. New York: Oxford University
Press, 1993.
2 comentários:
A única explicação que encontro para o fato do Jararaca ainda estar solto é que ele, enfim, estava coberto de razão quando afirmou que os ministros do STF são um bando de COVARDES!!!
Anônimo,
como o tiranete não tem foro privilegiado, quem tem que tratar dele é a justiça de primeira instância. Moro, felizmente.
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