O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

A marcha do impeachment: editoral despudorado do Estadao

Parece que a coisa vai se acelerar em agosto, mês aziago.
Paulo Roberto de Almeida 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, talvez por dever de oficio, reagiu à intensificação do movimento pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff acusando a oposição de, inspirada por reprovável “despudor democrático”, estar promovendo o golpismo e o revanchismo eleitoral. As declarações de Cardozo foram feitas no mesmo dia em que o Estado publicou artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contendo uma lúcida e aguda análise do papel das oposições diante da crise que o País enfrenta. Argumentou o ex-presidente que das oposições se espera que não tenham “o propósito antidemocrático de derrubar governos, mas tampouco o temor de cumprir seus deveres constitucionais, se os fatos e a lei assim o impuserem”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro da Justiça afirmou: “É de um profundo despudor democrático e de um incontido revanchismo eleitoral falar em impeachment da presidente como têm falado alguns parlamentares da oposição”. E acrescentou: “O desejo de golpe sob o manto da aparente legalidade é algo reprovável do ponto de vista jurídico e ético”.
Preocupado em mostrar serviço por pressão de seu próprio partido, Cardozo equivoca-se. As condições para que a discussão sobre eventual afastamento da presidente da República tenha entrado na agenda política não foram dadas pela oposição, mas pela própria Dilma Rousseff e pela incompetência de seu governo, que têm sido alvo de duros ataques até mesmo por parte do ex-presidente Lula. Foram as investigações da Lava Jato e as delações premiadas, e não a oposição, que levantaram suspeitas sobre a arrecadação de recursos na campanha reeleitoral de Dilma, abrindo a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vir a cassar-lhe o mandato. É o Tribunal de Contas da União (TCU), e não a oposição, que acha que as “pedaladas” fiscais de Dilma atentam contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e por isso ameaça reprovar as contas, o que abriria a possibilidade de, neste caso, o Congresso cassar-lhe o mandato. Não havia nada parecido com tudo isso quando, na oposição, o PT do ministro Cardozo sentiu-se no direito de exigir “Fora FHC”, por despudor democrático.
As condições políticas que estimulam a discussão do impeachment no âmbito do Congresso foram criadas pela incompetência de Dilma e de seus conselheiros políticos que, sob o efeito inebriante da vitória eleitoral em outubro, tiveram a pretensão de passar por cima de seu principal aliado, o PMDB, e impor sua vontade na eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados. Deu no que se vê.
Não é, portanto, o “despudor democrático” da oposição que está colocando em risco o mandato de Dilma Rousseff. As forças políticas que se opõem ao governo têm a responsabilidade – enfatizada por Fernando Henrique – de apontar um rumo para o País diante da crescente possibilidade de que Dilma seja legalmente impedida ou até mesmo se afaste espontaneamente da Presidência da República.
Se isso vier a ocorrer terá sido o resultado não de um golpe, como querem os defensores da presidente, mas da aplicação das medidas constitucionais destinadas a garantir a estabilidade das instituições republicanas, hoje ameaçadas – nunca é demais repetir – pela corrupção apascentada por eminentes líderes do PT e aliados, pela incompetência gerencial e pela desastrada ação política da chefe do governo, que resultaram na ampla reprovação popular a seu desempenho.
É preciso levar em conta ainda o fato de que o afastamento de Dilma pode representar, por paradoxal que pareça, o melhor caminho para a sobrevivência, no prazo mais curto, do projeto de poder do PT e da ambição de mando de seu principal líder. Pois parece ser isso o que leva Lula, diante da improvável perspectiva de recuperação da economia em tempo hábil para tornar possível a sua eleição em 2018, a dar uma no cravo e outra na ferradura quando se refere a sua criatura, sinalizando a intenção de descolar-se do desastre em que se transformou o governo de sua pupila e sucessora.
Com o impeachment ou a renúncia de Dilma, quaisquer que sejam os desdobramentos constitucionais, Lula estaria livre para assumir o comando da oposição com tempo suficiente para destilar o discurso de vendedor de ilusões que sempre embalou sua carreira populista. Aí sim, se consumaria o verdadeiro despudor democrático. (Estadão).

terça-feira, 7 de julho de 2015

Itamaraty: desventuras bolivarianas se acumulam

Oh céus, depois de tanto tempo dando certo, todo mundo se locupletando e se beneficiando, foi acontecer logo comigo, urubu no meu pedaço, mosca na minha sopa, caroço no meu angu?
Eu mereço isso?
O tempora, o mores...

Blog Lauro Jardim, terça-feira, 7 de julho de 2015

11:32 \ Governo

Em campanha por Madri

Simões tem se articulado

Simões tem se articulado

Indicado por Dilma para a embaixada do Brasil em Madri,Antonio Simões tem se articulado para evitar ser boicotado pela oposição em sua sabatina no Senado.

Durante a leitura do relatório da indicação, Romero Jucá e Edison Lobão foram à Comissão de Relações Exteriores elogiá-lo.

O temor é que o clima contrário à política externa do governo para a América do Sul prejudique sua indicação.

Atualmente, Simões é subsecretário-geral de América do Sul no Itamaraty e, portanto, está diretamente envolvido nas relações com os países vizinhos.

Por Lauro Jardim

Global Economic Prospects; the world in transition - a World Bank Report

Global Economic Prospects, June 2015 : The Global Economy in Transition

cb
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Global growth is expected to be 2.8 percent in 2015, but is expected to pick up to 3.2 percent in 2016–17. Growth in developing countries and some high-income countries is set to disappoint again this year. The prospect of rising borrowing costs will compound the challenges many developing countries are facing as they adapt to an era of low commodity prices. Risks to this outlook remain tilted to the downside. This edition of Global Economic Prospects includes two Special Features that analyze the policy challenges raised by the two transitions in developing countries: the risks associated with the first U.S. central bank interest rate increase since 2006 and the implications of persistently low commodity prices for low-income countries. Global Economic Prospects is a World Bank Group Flagship Report that examines global economic developments and prospects, with a special focus on developing countries, on a semiannual basis (in January and June). The January edition includes in-depth analyses of topical policy challenges faced by developing countries while the June edition contains shorter analytical pieces.
Citation
“World Bank Group. 2015. Global Economic Prospects, June 2015 : The Global Economy in Transition. Washington, DC: World Bank. © World Bank. https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/21999 License: CC BY 3.0 IGO.”
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Global Economic Prospects

Reflexoes sobre o Brasil feitas em viagem - Paulo Roberto de Almeida


Um legado de desunião
O que foi feito do Brasil e o que cabe fazer no Brasil

Paulo Roberto de Almeida

O Brasil de 2014 se apresentava como um país profundamente dividido quando ele começou a sentir os primeiros efeitos da crise autoconstruída que se manifestaria com especial acuidade em 2015. Mas o Brasil de 2013 também já tinha sido dividido, assim como o mesmo Brasil dos anos anteriores, recuando no tempo até treze anos atrás aproximadamente. Foi naquele momento que o país começou a ser formalmente dividido em categorias sociais distintas – retoricamente separado entre “eles” de um lado, “nós” do outro – numa caracterização totalmente artificial, mas que valia de discurso político em diferentes circunstâncias, não apenas nas conjunturas eleitorais.
Esse tipo de discurso, na verdade, vigorava desde antes de 2003, mas passou a ser exercido em toda a sua exuberância a partir desse ano, quando chegou ao poder o partido salvacionista, maquiavelicamente envelopado na falsa retórica da “esperança que venceu o medo”. O discurso da separação era tradicional no partido segregacionista, na agremiação da luta de classes, no movimento maniqueísta que pretendia o resgate da profunda desigualdade social que sempre dividiu o país desde tempos imemoriais.
O discurso da separação exibia certa legitimidade, já que tinha fundamento nos dados da realidade brasileira, mas nas fileiras do partido segregacionista o argumento era defendido com ódio, com despeito, com desejos de vingança, mas sobretudo com a decisão de integrar um projeto de poder. Assim foi feito, e o Brasil mudou. Mudou para melhor? Talvez, pelo menos no plano da distribuição de alguns benefícios monetários a contingentes consideráveis de brasileiros desfavorecidos, não necessariamente porque eles constituíssem um exército de necessitados absolutos, mas porque eram uma parte assessória, mas importante, do mesmo projeto de poder.
O Brasil chegou a 2015 menos dividido do que se esperava, uma vez que parte considerável da cidadania decidiu romper com a mística fraudulenta da separação dos brasileiros entre “nós” e “eles”, ainda que para isso tenham contribuído duas crises simultâneas: a econômica, derivada dos equívocos acumulados por uma gestão particularmente inepta dos assuntos econômicos, e a política, que dela emergiu por que a sociedade que despertou do pesadelo da fraude separatista levou lideranças políticas a divergirem do partido hegemônico, convertido em partido das minorias. O legado de desunião semeado durante anos pelo partido segregacionista ainda produz efeitos no país, mas já não tem o poder de paralisar a cidadania e de determinar a agenda política. Ele sempre foi incapaz de unir, mas escondia esse fato sob a coberta do resgate social, que lhe serviu durante anos como retórica de legitimidade política. Isso agora acabou.
O Brasil de 2015 tem de recompor seu discurso político, seu tecido social, e as bases de funcionamento da governança, a começar pela restauração dos fundamentos econômicos que o coloquem novamente no caminho do crescimento, depois do imenso descalabro provocado pela inépcia dos segregacionistas. Não será uma tarefa fácil, nem pelo lado da eliminação dos desequilíbrios e desajustes econômicos, nem pela correção dos fundamentos morais da governança política, profundamente abalada pela gigantesca fraude causada por um partido composto por dirigentes eticamente delinquentes, e que ainda têm contas a ajustar com a justiça, mas sobretudo com a história.
O que falta fazer no Brasil é a recuperação do sentido moral da atividade política e a restauração da crença cidadã numa governança responsável. Para que isso seja feito, os anões morais precisam ser afastados do poder e banidos da política, abrindo espaço a que novas lideranças possam reconstruir o país segundo princípios que já figuram em sua carta maior, mas que foram vilmente ignorados e vilipendiados pelos delinquentes políticos que assaltaram o poder treze anos atrás. Os brasileiros estão prontos para banir a retórica da desunião, o discurso da separação, o apelo ao ódio de classes sociais e as falsas divisões regionais. A quase totalidade da cidadania disso já se convenceu: ela vai dar o empurrão final na classe política para que esta cumpra o seu dever.
A longa travessia do deserto dos homens e mulheres de bem, dos cidadãos simplesmente sensatos, está próxima do final. Um último esforço e o Brasil vai conseguir superar o legado da desunião.
Assim espero...

Em voo, Atlanta-Brasília, 2839: 7 de julho de 2015, 2 p.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Trapalhadas automotivas dos companheiros: Japao contra Brasil na OMC

BRASIL – OMC

Denúncia do Japão contra política industrial do Brasil surpreende governo
Assis Moreira
Valor Econômico, 6/07/2015

A denúncia feita pelo Japão contra o Brasil na Organização Mundial do Comercio (OMC), atacando as bases da política industrial no governo Dilma Rousseff, na semana passada, "causou ondas" e mal estar em Brasília. A decisão de Tóquio de comprar briga com o Brasil foi recebida com surpresa, justamente quando as duas diplomacias preparam visitas de alto nível para reforçar as relações econômicas: o príncipe herdeiro Nahurito pode ir ao Brasil entre fim de outubro e início de novembro; e a presidente Dilma Rousseff tem planos de ir ao Japão em dezembro.
Visivelmente crente de que tem um caso para ganhar, o Japão resolveu ampliar a pressão contra a política industrial turbinada por exigência de conteúdo local, que é pessoalmente defendida por Dilma Rousseff, passando de "terceira parte" na disputa aberta pela União Europeia (UE) para protagonista de seu próprio caso na OMC contra o Brasil.
Se o governo tivesse negociado com os países, que não cessaram de reclamar em comitês da OMC antes de recorrer aos juízes da entidade, provavelmente teria garantido a essência do Inovar-Auto e dos outros programas e evitado esses contenciosos. No entanto, diante da rigidez do governo, os parceiros foram adiante. Fontes do governo, ainda atônitas, dizem que houve conversas com as montadoras para mostrar que não valia questionar o Brasil na OMC por causa do Inovar-Auto, já que elas seriam ganhadoras com o programa.
O Japão, assim como fez a UE, ataca 14 programas brasileiros no total, desde o Inovar-Auto até setores de informática, automação, inclusão digital e outros. É possível que forças internas no Japão tenham prevalecido sobre as montadoras, no mínimo para evitar que o exemplo brasileiro seja copiado por outros emergentes - o que não reduz o mal estar bilateral.
Tóquio acusa o Brasil de ter adotado uma série de medidas fiscais que seriam discriminatórias contra produtos estrangeiros, e de concessão de "ajuda proibida" aos exportadores nacionais.
Esse litígio ilustra como, na ausência da reforma tributária e outras, o custo Brasil pesa tão fortemente em toda a cadeia produtiva que o jeito é inventar remendos para dar alguma competitividade, como o Inovar-Auto. Só que era possível fazer isso sem atropelar frontalmente as regras internacionais e ficar exposto a sanções dos parceiros. A própria maneira de descrever as medidas adotadas tem peso. O Ministério da Fazenda, por exemplo, sob o controle de Guido Mantega, chegou a definir o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap) como programa para beneficiar "predominantemente companhias exportadoras", o que já coloca o Brasil na defensiva diante dos parceiros.
O histórico de 20 anos mostra que Brasil sabia usar as regras internacionais para derrubar barreiras para seus exportadores e para defender seu mercado. Foi assim que ganhou a briga do aço e de autidumping contra os EUA, do frango contra Argentina e UE, do açúcar contra a UE. Agora, a expectativa é sobre até que ponto os negociadores vão conseguir reduzir o impacto da condenação na OMC.

Academia.edu: os trabalhos mais vistos e os mais descarregados - Paulo Roberto de Almeida

Apenas para registro, como sempre. Existe alguns que não são meus: um se refere ao depoimento de um funcionário, até aqui incógnito, sobre a roubalheira na Petrobras patrocinada pelos companheiros.
Também tem o Bumerán Chávez, um relato impressionante sobre os bolivarianos mafiosos. 
Ainda, material do Ministério Público sobre o maior escândalo de corrupção do Brasil, do planeta, do universo, e da Veja, sobre o mesmo assunto. Os companheiros são mesmo universais: eles roubam até o fundo da galáxia...
O resto parece que é meu, mas só parece: qualquer disputa de copyright, eu mesmo me processo nos tribunais...
Paulo Roberto de Almeida 


Trabalhos de Paulo Roberto de Almeida
Academia.edu: documentos mais vistos e mais descarregados

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Academia.edu: estatisticas de um mes ate 5 de julho de 2015 - trabalhos Paulo Roberto de Almeida

Apenas para registro, e visualização de quais trabalhos meus têm sido os mais visitados e descarregados na plataforma Academia.edu, tal como pesquisado nesta data no Analytics, visualização de documentos.
Nem todos são trabalhos meus. Bumeran Chávez, por exemplo, é um livro do ex-guarda-costas do traficante-chefe dos bolivarianos, o presidente da Assembleia (e ele mesmo ex-várias coisas do caudilho falecido). Tem também o documento do Ministério Público sobre o caso Lava Jato, o monumental esquema de corrupção, capitaneado pelos companheiros. O resto é meu, mas apenas até os documentos que tiveram pelo menos dez acessos nos últimos trinta dias. Existem dezenas de outros com acessos em menor volume.
Paulo Roberto de Almeida 


Academia.edu - Paulo Roberto de Almeida
Estatísticas dos últimos 30 dias (de 6/06 a 5/07/2015)
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