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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Eugenio Gudin: sintese de uma vida - O Globo

Gudin, engenheiro, pai dos economistas brasileiros e floricultor em Petrópolis
Fonte: Acervo O Globo, 24/10/2016
Criador da primeira faculdade de Economia no país, na atual UFRJ, e enviado do Brasil a Bretton Woods, o carioca, que morreu há 30 anos, inspirou políticos e ministros. 
O homem que recebe a alcunha de “pai da economia brasileira” começou a vida como engenheiro, foi economista autodidata, ministro, professor, literato, jornalista, cantor de óperas amador e morreu, no dia 24 de outubro de 1986, como floricultor de Petrópolis. Em seus 100 anos, Eugênio Gudin, oráculo do pensamento liberal, atravessou dois séculos e viveu como poucos a História do seu tempo. Ajudou a criar o primeiro curso universitário de Economia no Brasil, esteve na delegação brasileira que participou da Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos, em 1944, quando foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird), e participou ativamente da política do país como ministro da Fazenda no governo Café Filho e como inspirador de políticos, ministros e economistas brasileiros e estrangeiros, que o procuravam em seu apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, para ouvir opiniões e conselhos.

Colunista do GLOBO desde 1958 até o ano de sua morte, em 1986, Eugênio Gudin era ferrenho defensor do liberalismo econômico, sendo respeitado por economistas de diferentes correntes de pensamento. Apesar de ter como endereço durante décadas um prédio da Avenida Atlântica — com entrada pela Rua Miguel Lemos, para pagar IPTU menor —, em que recebia visitas de políticos e ministros, Gudin nasceu em outro bairro da Zona Sul, o Cosme Velho, no dia 12 de julho de 1886. Ao fazer cem anos, ganhou uma placa em sua homenagem, afixada na casa onde passou o início da vida, na Rua Cosme Velho 829. Nos dias que antecederam o aniversário, Gudin recebeu centenas de telegramas, entre eles o do diretor-gerente do FMI, Jacques de Larosière.

— Quando ele era criança, adorava esperar o carro de moer cana, puxado por burros, e que tinha um realejo. A garotada da rua corria atrás do carro. Era uma festa todo o dia. Mas pelo que sei, o professor nunca teve muito tempo para ser criança. Foi uma pessoa seriíssima, tanto que se formou engenheiro aos 19 anos de idade — disse ao GLOBO, em 14 de julho de 1986, o historiador e ex-goleiro da seleção brasileira e do Fluminense Marcos Carneiro de Mendonça, vizinho do economista, ao inaugurar a placa.

A formação precoce, em 1905, na Escola Politécnica, hoje pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dava uma pista da capacidade de Gudin. Ele trabalhou em grandes empresas, entre elas a Great Western of Brazil Railway, que construía ferrovias no Nordeste, da qual foi diretor-geral por quase 30 anos. Ele também construiu represas em Pernambuco e Ceará. Ajudou ainda a erguer a Represa de Ribeirão das Lajes, destinada a fornecer luz elétrica para o Rio de Janeiro. Porém, foi nas ciências econômicas que deixou seu maior legado, ao ser um dos responsáveis por idealizar o primeiro curso de Economia do Brasil, na opinião do professor Luiz Roberto Cunha, decano da PUC-Rio e neto de Gudin.

— Ele era um pessoa séria, mas também muito alegre, que gostava muito de conversar, especialmente com pessoas mais jovens. Ele dizia que os jovens são muito importantes para os mais velhos, e que eles ajudam a gente a viver mais. Ele também não gostava de beber água, só vinho. E brincava que todas as pessoas que morreram tinham uma coisa em comum: tomavam água — contou Cunha ao Acervo O GLOBO na última quinta-feira, acrescentando que passou a conviver com Gudin a partir dos 14 anos, depois que o economista casou-se com sua avó, Violeta. Sem filhos naturais, Gudin teve três casamentos, o último com Violeta, que lhe deu o prazer da vida em família e até bisnetos.

Gudin marcou gerações de economistas com o livro “Princípios de economia monetária”, de 1943 e hoje um clássico. Um dos seus discípulos, que bebeu na fonte da obra, foi o ex-ministro Mário Henrique Simonsen, que comandou o Ministério da Fazenda do governo Geisel, de 1974 a 1979. Gudin, cinco anos antes de escrever o livro, com Gustavo Capanema no Ministério da Educação de Getúlio Vargas, tornou-se um dos criadores da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas do Rio de Janeiro (FCEARJ), em 19 de dezembro de 1938. Incorporada à antiga Universidade do Brasil (hoje UFRJ) a partir de 1946, foi a primeira a oferecer um curso de Economia no Brasil. Gudin deu aula na instituição até 1957, quando se aposentou. A vida e obra de Gudin são contadas no documentário “Eugênio Gudin - o homem de dois séculos”, de 1986, dirigido por Silvio Lanna, Hillton Kauffman e Júlio Wolgemuth. Em 2012, sua vida ganhou as páginas do livro “Eugênio Gudin, inventário de flores e espinhos”, de autoria do historiador Márcio Scalercio (PUC-Rio) e do jornalista Rodrigo de Almeida (editado pela Insight Comunicação).

Ferino polemista, Gudin criticou a criação da Petrobras, em 1953, que na época não produzia uma gota de óleo, e condenou qualquer tipo de dirigismo estatal em um debate histórico com Roberto Simonsen, então presidente da Fiesp, nos anos 40. Na ocasião, um ano antes de embarcar para a Conferência de Bretton Woods, convocada pelo presidente americano Franklin Roosevelt para discutir a nova ordem econômica mundial após a Segunda Guerra, o economista participou do primeiro Congresso Brasileiro de Economia, em 1943.

Muitas vezes em sua vida levantou a voz contra o desperdício de dinheiro público e defendeu a importância da educação para o desenvolvimento nacional. Gudin fez sua estreia como colunista do GLOBO em 23 de maio de 1958, escrevendo artigos até o ano de sua morte, em 1986. Dublê de economista e jornalista defendia teses que só décadas depois vingaram no Brasil, entre elas o controle da inflação, o equilíbrio fiscal e o câmbio flutuante. Alertou, em seu primeiro artigo para o jornal, sobre riscos da política de investimentos, conhecida sob o slogan de "50 anos em cinco" do então presidente Juscelino Kubitschek. Certa vez, afirmou sobre JK: "O Juscelino era um bom rapaz, bem intencionado, mas muito playboy. Ele criou uma capital que não produz nada".

As medidas da era JK eram opostas às de estabilização econômica — baseada no corte das despesas públicas e na contenção da expansão monetária e do crédito — que Gudin havia adotado, em meio a uma crise financeira, quando foi ministro da Fazenda do governo Café Filho, pouco antes, entre agosto de 1954 e abril de 1955. Durante sua passagem pelo ministério também foi decretada a Instrução 113 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que facilitava os investimentos estrangeiros no país e acabou sendo muito utilizada no governo JK, segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi ele também quem determinou que o Imposto de Renda passasse a ser descontado na fonte.

Em suas colunas publicadas no GLOBO, Gudin criticou também o então presidente João Goulart e apoiou o golpe militar de 1964, por acreditar que colocaria o país nos eixos. No final da década seguinte, porém, alfinetou o “milagre econômico” do regime militar comandado por Delfim Netto, que fez o Produto Interno Bruto brasileiro (PIB, conjunto de bens e produtos produzidos no país) passar dos dois dígitos, entre os anos de 1968 e 1973.

No final da década de 70, O GLOBO publicou uma série de 13 entrevistas com o economista, em que revisitava a História do Brasil desde a República Velha até o governo Geisel. A primeira delas saiu na edição do jornal em 14 de outubro de 1979, alinhando também memórias do ex-ministro e passagens de sua vida. Gudin foi ainda vice-presidente da FGV, entre 1960 e 1976, instituição com a qual mantinha vínculos desde a década de 40. Na Fundação, ele foi um dos responsáveis pela implantação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), das quais se tornou diretor.

Na última vez em que escreveu no GLOBO, em 19 de março de 1986, elogiava o Plano Cruzado e o “sucesso do combate à inflação” naquela altura, atribuída por ele à “obra do povo brasileiro, que respondeu ao apelo” do então presidente José Sarney. A inflação mensal em março daquele ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, era de -1,31%, após cinco meses seguidos atingindo a faixa dos dois dígitos. No ano seguinte, entretanto, os preços voltaram a ficar fora de controle e chegaram aos mesmos patamares vistos antes das políticas de controle implementadas por Sarney.

Apreciador de bons vinhos, bons pratos e da música clássica, Gudin costumava almoçar com a família fora de casa aos domingos. Um dos restaurantes que frequentava era o Alpino, no Leblon, na Zona Sul carioca. Entre os seus prazeres, conta o neto e economista Luiz Roberto Cunha, estavam as flores e o sítio em Petrópolis. Com frequência, Gudin se refugiava na sua casa de dois pavimentos plantada na Serra Fluminense, com vista para a catedral da cidade, cercada por quaresmeiras, lírios e begônias.

— Antes de tudo, sou um floricultor em Petrópolis — afirmou em entrevista ao GLOBO, publicada em 12 de julho de 1981, quando completou 95 anos.

Pela transcrição: 
Ricardo Bergamini

Autógrafo de Souza Dantas: documento negociado

Negociado no mercado de autógrafos por quase 10 mil reais, apenas por causa do recente filme de Luiz Fernando Goulart. A tradução da nota está errada: ele não disse que todas as guerras são ruins, e sim que elas são más. O texto abaixo, para vender o documento, é do leiloeiro.
Paulo Roberto de Almeida

Pensamento emocionante do "Schindler brasileiro", Luís Martins de Souza Dantas, que salvou centenas de judeus da perseguição nazista.

Dedicatória original de Luís Martins De Souza Dantas para o livro "Pax Mundi, livro de ouro da paz". Uma folha. Em francês. Paris, março de 1928. Escrito nitidamente e em excelentes condições. Peça única.
Não podemos tolerar o crime que representa a guerra. Não existe guerra boa. Todas as guerras são ruins.
L. M. De Souza Dantas.
Paris, março de 1928.
Luis Martins De Souza Dantas (1876 - 1954) atuou como embaixador brasileiro na França antes e durante a Segunda Guerra Mundial. A ocupação nazista impunha a execução de ordens contra os judeus, incluindo o registro obrigatório, a segregação, o toque de recolher e a deportação para os campos de concentração.  Agindo contra o processo, Dantas emitiu vistos brasileiros para salvar cerca de 800 judeus, comunistas e outros perseguidos, incluindo o influente banqueiro de investimento e consultor financeiro Felix G. Rohatyn e, ainda com 12 anos de idade, o lendário negociador de arte, Leo Castelli. Dantas tornou-se o equivalente brasileiro do industrial alemão Oskar Schindler.
Posteriormente, Luís Martins De Souza Dantas foi investigado pelas autoridades brasileiras e mandaram-no de volta à sua casa para responder acusações de violação à política de imigração do país. Ele foi salvo da acusação por um mecanismo legal. Após o término da Guerra, Dantas retornou à França, onde passou o resto de sua vida e, em 2003, Israel o homenageou com o prêmio "Justos entre as Nações".
Após a devastação da Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações surgiu com o discurso do presidente americano Wilson.  Sob a liderança de George Dejean, a organização elaborou uma antologia que incluía comentários escritos sobre a paz por pessoas notáveis de todo o mundo. Entre 1925 e 1932, inscrições foram recebidas pela realeza, políticos, artistas, músicos e escritores, incluindo Dantas, a Rainha Elizabeth da Bélgica, Marie Curie, Einstein, Baden-Powell, King Faisal, Maginot, Colette, Sir Arthur Conan Doyle, Pirandello, Unamuno, Le Corbusier, Foujita, etc. A colaboração resultou em uma publicação de edição limitada denominada "Pax Mundi : livro de ouvro da paz". 

Por que esse documento é raro ?

O pensamento de Dantas, uma década antes de arriscar a vida por seus princípios durante o Holocausto, constitui por consequência um documento único e excepcional.

Plano Marshall e reconstrução da Austria: Günter Bischof, Hans Petschar - book review

Aos 70 anos da criação da OECE, que administrou o Plano Marshall na Europa, este livro constitui uma grande adição (estrito e lato sensos) à bibliografia.
Paulo Roberto de Almeida

Buchanan on Bischof and Petschar, 'The Marshall Plan: Saving Europe, Rebuilding Austria' [review]

by System Administrator

Günter Bischof, Hans Petschar. The Marshall Plan: Saving Europe, Rebuilding Austria. New Orleans: University of New Orleans Publishing, 2017. 336 pp. $49.95 (cloth), ISBN 978-1-60801-147-6.
Reviewed by Andrew N. Buchanan (University of Vermont)
Published on H-Diplo (April, 2018)
Commissioned by Seth Offenbach (Bronx Community College, The City University of New York)

The bibliographic details of this book should probably include its size (9.5” by 12”) and its weight (five pounds). This is a physically impressive book, and its sheer size, beautiful design, and lavish illustration suggest a work intended for display on coffee tables rather than use in academic studies. Yet the authors are both senior scholars of Austrian history and of the Marshall Plan in particular. Günter Bischof is the Marshall Plan Professor of History at the University of New Orleans and Hans Petschar is a historian and librarian at the Austrian National Library and the holder of the 2016-17 visiting Marshall Plan Chair at the University of New Orleans. Their credentials suggest that the authors have something more than a coffee table book in mind, and as it weaves its way through the pages of photographs their text offers a serious scholarly appreciation of the working of the Marshall Plan in Austria.
Austria found itself in an ambiguous—not to say dangerous—position at the end of World War II. The occupation of the western part of the country by Allied armies and of the eastern part by the Soviet Red Army ensured that, like Germany, Austria would be subject to a four-way partition and military occupation. The strictures of Austrian geography left both the capital, Vienna, and the country’s traditional industrial heartland in Soviet hands. Austria also shared long borders with Czechoslovakia, Hungary, and Yugoslavia, all of which emerged from the war in the Soviet sphere, into which they were ever more firmly integrated in the late 1940s and early 1950s. Much of Austria’s prewar trade was with these countries, and ties between them remained strong; in the south, Josip Tito’s Yugoslavia laid claim to the southern Austrian province of Carinthia. As Bischof and Petschar show, these considerations forced Austria’s postwar government, formed in November 1945 as a “grand coalition” between the conservative People’s Party and the moderate Social Democratic Party, to walk a fine line. Austrian leaders wanted to avoid provoking Moscow into imposing a German-style partition, but at the same time they clearly recognized the economic and political benefits of pursuing integration into the American-dominated Western European bloc.
Bischof and Petschar discuss the evolution of American postwar aid to Austria in some detail, beginning with the emergency supplies of food delivered by the US Army, by the United Nations Relief and Recovery Administration (UNRRA), and by the privately organized Cooperative for American Remittances to Europe (CARE) that helped to stave off starvation during the desperate winter of 1945-46. After UNRRA operations were wound up, Washington stepped in directly, assuming responsibility for the Austrian trade deficit in January 1947. From there, American aid developed through the well-known steps, marked by Secretary of State George C. Marshall’s speech at Harvard University in June 1947 sketching out the main outlines of what would become the Marshall Plan; by the July 1947 meeting in Paris to discuss that plan, at which the continent clearly split into two hostile blocs; and by congressional approval of the Foreign Assistance Act that set up the European Recovery Program (ERP) the following summer.
As Bischof and Petschar show, Austrian leaders were adept at leveraging the difficult and complex situation in which they found themselves to maneuver between the emerging US and Soviet blocs in ways that maximized inflows of American aid while giving Austrian politicians a great deal of control over how that aid was deployed. In Austria the Marshall Plan produced “strange bedfellows,” with US “capitalist Marshall Planners cozying up to Socialist state planners” to secure American funding for heavy industry and large-scale power generation projects (pp. 128-29). At the same time, the Austrian government nationalized Nazi-funded plants like the steel mill at Linz in order to shield them from Soviet demands for reparations in the form of “German assets” (p. 128). To some extent, American support for these statist projects reflected a globalization of New Dear corporatism, but despite its short-term utility it was an approach that contradicted Washington’s increasingly forceful commitment to free trade and unregulated markets.
Tensions between American policymakers and Austrian politicians mounted as American policy shifted towards a new emphasis on rearmament and increased productivity in the light of the intensification of the Cold War and the outbreak of hot war in the Korean peninsula. American policymakers railed against what they viewed as Austria’s archaic corporatist “chamber state” and its semi-socialist business practices, and they did not shrink from threatening to withdraw aid in order to push through reforms (p. 167). Nevertheless, actual reforms were slow to materialize, and Austria continued to receive a disproportionate share of ERP funding. In 1951-52 American pressure to “stabilize” the Austrian economy finally provoked a severe political crisis that culminated in 1953 in new elections (p. 130). While the postwar Socialist Party/People’s Party coalition continued to govern, Julius Raab’s leadership signified a more market-friendly orientation, and by 1954 an Austrian economic miracle “of sorts” was underway (p. 230). Self-sustaining economic growth, boosted by the dramatic expansion of a tourist industry funded by the ERP, allowed the “American aid drip to end,” and American policymakers proudly “claimed victory” in their nine-year struggle to modernize the Austrian economy (p. 239). The following year, and based on a pledge of permanent neutrality, negotiations for the State Treaty that formally reestablished Austrian sovereignty were finally concluded, and the postwar military occupation ended. Satisfied that Austria would not become a forward bastion of NATO, Moscow supported the treaty. Faced with a deepening split with Yugoslavia, Soviet leaders had already quietly shelved their support for Tito’s claims on Carinthia.
For all its undoubted strengths as a blow-by-blow history of the operation of the Marshall Plan in Austria, however, Bischof and Petschar’s account remains locked in historiographical tropes that are—to say the least—a little dated. Throughout the book, the Marshall Plan/ERP is presented as an act of unalloyed and unambiguous American generosity, an approach summarized in the book’s subtitle (“Saving Europe, Rebuilding Austria”) and in its dedication to the “generous American taxpayers” who “unselfishly”—and no doubt largely unknowingly— funded Austria’s postwar recovery. The authors do acknowledge that “revisionist” historians mounted a “searing critique of American ‘penetration’ of the Austrian economy” that gained a “foothold in Austria” in the 1990s (p. 15). The implication is that it no longer needs to be taken too seriously. Beyond a few cursory references, critical analysis of the construction of America’s postwar hegemony has little salience here. Instead, US involvement Austria’s early postwar history is presented simply as a positive memory that needs to be “cultivated and kept alive” in ways that pay due homage to “American aid and postwar generosity” (p. 15).[1]
If this silence on the complexities and ambiguities of America’s postwar policy is troubling, so too is the absence of any discussion of the complexities and ambiguities of Austria’s own prewar and wartime history. Austrian politics during the decade of the Great Depression were marked first by the establishment of a homegrown rightist—or “Austrofascist”—government in 1934, and then by the widely supported Anschluss, or “joining,” of Austria and Nazi Germany in 1938From 1938 until the end of the war, the former state of Austria was known as Ostmark and integrated directly into the greater German Reich. As Bischof and Petschar explain, Berlin invested heavily in the industrial development of the western Ostmark—a region considered relatively safe from Allied bombing—and much of this new plant and equipment survived the war (p. 24). Wartime industrialization, later augmented by American investment, shifted the country’s economic center of gravity away from Vienna. As German investment poured in, 1.3 million men from the Ostmark were conscripted into the German military, serving on the same basis as those from elsewhere in the Reich. Nearly 250,000 of them were killed.[2]
The ongoing discussion over the degree to which Ostmark/Austria was willingly integrated into the Nazi Reich has important implications for understanding the development of Washington’s postwar relations with Austria, and hence for the Marshall Plan. Yet, while as John Boyer notes there is now “general skepticism” among scholars regarding the “ambivalent motives of the founders of the Second Republic,” none of this finds expression here.[3] This is an important omission. A degree of shared amnesia with regards to Austria’s immediate past was common to both Austrian and American leaders, and it played a critical role in setting the ideological framework for Austria’s incorporation in the postwar order in Western Europe. Beginning with the declaration of the Allied foreign ministers issued in Moscow in October 1943, the “polite fiction” that Austria was an unwilling “first victim” of Nazi expansionism was a key foundational element of both the new postwar sense of Austrian identity and of the development of American policy towards Austria.[4] In the context of rapidly deepening tensions between the United States and the Soviet Union, Austria’s postwar leaders were able to use the political space created by this shared fiction to secure disproportionately large amounts of US aid and, more importantly, inclusion into the postwar economic order taking shape in Western Europe. This shared fiction thus paved the way for the success of Washington’s effort to, as David Ellwood puts it, “remake” Austria and to secure its “anchorage in the West.”[5] Moscow had no answer to Washington’s economic power or to its pervasive and carefully cultivated cultural influence, and the Soviets’ “depredations” (as Bischof and Petschar unfailingly call them) of the Austrian economy through the seizure of (allegedly) German assets in its occupation zone only reinforced elite allegiance to the West (pp. 52, 58, 101). Of course, not everyone agreed, but in this account communist-led working-class protests are safely marginalized as mere “riots” (pp. 35, 52, 90).
I do not raise this question to prettify Soviet policy, but simply to suggest that the motives of the US policymakers who spent the money coughed up by “generous” American taxpayers and of the Austrian politicians who drew a convenient veil over their country’s recent past, must also be weighed a little more critically. The notion of remaking a foreign country through the twin levers of military occupation and economic aid should necessarily raise some fundamental questions of hegemony, sovereignty, and national self-determination, but none of these complexities register here.
Whatever the limitations of the text, the numerous pages of photographs offer a unique pictorial insight into postwar Austria. They include some arresting images: a picture of families returning to Vienna carrying huge bundles of firewood collected in the surrounding countryside is particularly striking. The illustrations are well integrated into the text, particularly in a compelling section on the work of Yoichi R. Okamoto, head of the United States Information Services (USIS) Pictorial Section in Vienna. In this section Bischof and Petschar reflect upon America’s growing cultural influence in Austria by highlighting Okamoto’s “highly imaginative” work and how it inspired a “cohort” of young Austrian photo artists (p. 201). Okamoto’s photos, supported by colorful graphic depictions of the impact of various ERP projects, helped to sell the Marshall Plan to the Austrian people. Over four hundred photos, many of them reproduced here, documented the Train of Europe’s forty-day tour of Austria. During the tour, over four hundred thousand Austrians visited the exhibitions housed on the train, where they were presented with a vision—as Bischof and Petschar describe it—of “a free Europe in a free world, based on democratic principles and supported and guided by the US economy” (p. 207). That vision is on full and sumptuous display here, and its graphic content alone makes this a book that your library should acquire. It is, however, a vision that the authors do not examine critically.

Notes
[1]. Works including Reinhold Wagnleitner’s Coca-Colonization and the Cold War: The Cultural Mission of the United States in Austria after the Second World War, trans. Diana M. Wolf (Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1994); Gene R. Sensenig’s Österreichisch-amerikanishe Gerwerkschafts-beziehungen (Cologne: Pahl-Rugenstein Verlag, 1987); Hannes Hofbauer’s Westwärts: Österreichs Wirtschaft im Wiederaufbau (Vienna: Vlg f Gesellschaftskritik, 1992); and Arno Einwitschläger’s Amerikanische Wirtschaftpolitik in Österreich 1945-1949 (Vienna: Boehlau Verlag, 1998) appear in a footnote and in the bibliography but have no apparent salience in the text.
[2]. Richard Germann, “Austrian Soldiers and Generals in World War II,” Contemporary Austrian Studies 17 (2009): 29.
[3]. John W. Boyer, “Power, Partisanship, and the Grid of Democratic Politics: 1907 as the Pivot Point of Modern Austrian History,” Austrian History Yearbook 44 (2013): 168.
[4]. Tom Buchanan, Europe’s Troubled Peace, 1945-2000 (Malden, MA: Blackwell, 2006), 88.
[5]. David W. Ellwood, The Shock of America: Europe and the Challenge of the Century (New York: Oxford University Press, 2012), 337, 384.

Citation: Andrew N. Buchanan. Review of Bischof, Günter; Petschar, Hans, The Marshall Plan: Saving Europe, Rebuilding Austria. H-Diplo, H-Net Reviews. April, 2018.
URL: http://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=50939
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 United States License.

domingo, 22 de abril de 2018

A ditadura dos gramscianos de botequim - Carlos Maurício Ardissone

A ditadura na academia e o golpe de 2018

O aliciamento ideológico é feito diariamente em grande parte das escolas e 

universidades do Brasil




Carlos Maurício Ardissone*
O Estado de S.Paulo, 22 Abril 2018 | 03h00


É bastante duro, para não dizer impossível, ser ao mesmo tempo liberal e professor de Ciências Sociais no Brasil. Vida inglória a do professor que leciona num curso de humanidades e ousa proclamar-se publicamente “de direita”. O professor de Ciência Sociais que ousa questionar a cartilha marxista-gramsciana predominante e se recusa a se comportar como um intelectual orgânico em sala de aula enfrenta duras penas: é tachado de reacionário por muitos colegas, torna-se alvo de risadinhas e fofocas na sala de professores e frequentemente é punido com a perda de disciplinas e prejudicado em bancas de seleção para muitas universidades públicas por não integrar nenhuma das panelinhas ideológico-partidário-sindicais que dominam os corpos docentes nessas instituições.
Digo isso por experiência própria. Em 2004, durante um evento universitário alusivo aos 40 anos do golpe de 64, arrisquei-me a questionar os propósitos democráticos e libertários dos grupos que apoiavam João Goulart e dos que, após a tomada do poder pelo militares, organizaram a insurgência armada. Tinha ao meu lado opiniões de alguns historiadores e cientistas sociais e entrevistas de ex-integrantes das fileiras da resistência. Esclareci então que não propunha esse olhar para justificar nada a respeito da ditadura militar. Mas de nada adiantou. Fui alvo da reação agressiva e verborrágica de um dos integrantes da mesa (um professor mais experiente) que comparou o cenário do pós-64 com o de uma “guerra” para buscar uma justificativa moral para atos guerrilheiros de grupos armados, mesmo os que, sabidamente, atingiram civis inocentes, que nada tinham que ver com a repressão. Na plateia, outros professores apoiaram a reação do colega e vieram me censurar ao final do colóquio e revelar desapontamento comigo. Corria o ano de 2004, era professor universitário havia pouco mais de três anos e desde então me retraí para evitar ser repelido.
Esse singelo episódio é uma boa ilustração do ambiente repressivo que, diariamente, constrange inúmeros professores liberais, aos quais é imposta uma lei de silêncio quase marcial, por causa do temor de possíveis retaliações. São professores que dependem exclusivamente do magistério para sobreviver e, por essa razão, não podem expor abertamente o que pensam em redes sociais, em congressos, em seminários, em entrevistas de emprego ou em processos seletivos, especialmente para instituições públicas.
Não me referi à sala de aula porque esta merece uma atenção especial. Para os professores marxistas-gramscianos, a sala de aula é um espaço de desenvolvimento do pensamento crítico. Até aí, nada demais. Quem poderia discordar disso? O problema começa quando passam a pregar para os alunos que a única forma de aprender a ser crítico é a partir do receituário conceitual e ideológico em que acreditam. Daí para a doutrinação é um pulo, uma mera formalidade. Por mais maduros e esclarecidos que os jovens de hoje sejam, quem consegue resistir criticamente ao sonho de mudar o mundo e de corrigir todas as injustiças existentes, a começar pelas diferenças de classe? Quem resiste a culpar algo (o capital) ou alguém (o imperialismo americano, a burguesia, etc.) pelas mazelas universais? Funciona à perfeição o “canto da sereia”. E professores doutrinadores sabem como tirar proveito.
Para muitos dos professores marxistas-gramscianos, a impossibilidade de neutralidade axiológica representa, parafraseando o slogan de James Bond, uma “licença para doutrinar”. Funciona como uma espécie de álibi ou salvo-conduto para exercer sua militância travestida de atividade pedagógica, sem nenhum peso na consciência. Como estão convictos de que conhecem intimamente a fórmula para a redenção da humanidade e de que detêm o monopólio da virtude, naturalizam o processo de aliciamento ideológico que diariamente é realizado em grande parte das escolas e universidades do Brasil. Convocam alunos para passeatas e panfletagens de partidos, candidatos e sindicatos, sem a menor cerimônia. Pressionam-nos a se envolver e a apoiar agendas de movimentos sociais de esquerda, dentro e fora da sala de aula. Tudo sem jamais oferecer contrapronto digno de nota e confiança, nos conteúdos que supostamente cumprem como profissionais de magistério.
Diante de ambiente tão inóspito, não surpreende que em 2018 muitos cursos sobre o “golpe de 2016” estejam sendo oferecidos em universidades brasileiras. O panfletarismo ganha aparência de ciência normal nas mãos de professores-militantes. Regras das mais básicas da metodologia científica como a de não tratar hipótese como tese são simplesmente ignoradas.
Numa rede social, cometi a ousadia de transmitir a um professor que divulgava um desses cursos minhas restrições a tratar como inconteste que o impeachment de 2016 foi um golpe. Expus que o mínimo a esperar, como ponto de partida, seria garantir espaço para o contraditório a partir de uma pergunta inicial que poderia coincidir com o título do curso – por exemplo, “O impeachment de 2016: normalidade institucional ou golpe?”. Tal atitude permitiria que adeptos das duas versões pudessem dialogar e confrontar suas posições, chegando às suas próprias conclusões, sem maiores direcionamentos. Ainda mencionei as opiniões de um amplo leque de juristas, historiadores, escritores, jornalistas e intelectuais em geral, do Brasil e do exterior, para os quais o impeachment foi um ato perfeitamente legal e constitucional.
Recebi respostas muito “delicadas e receptivas” que prefiro não descrever aqui. Mas, se não foram das mais elegantes, revelaram-me claramente o que acontece quando narrativas com interesses específicos são elevadas ao patamar de História e ganham status acadêmico. O golpe é aqui e agora.
* DOUTOR E MESTRES EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELA PUC-RJ.

A tragédia fiscal brasileira: aumentos abusivos do funcionalismo público

Não é o Executivo que falhou no controle dos gastos públicos. O ministro Lewandowski foi tremendamente IRRESPONSÁVEL ao vetar o controle dos reajustes e ao impedir o aumento da contribuição previdenciária.
Paulo Roberto de Almeida

A tragédia fiscal brasileira: aumentos reais para o funcionalismo 

Matéria de imprensa:

Governo considera propor adiamento de reajuste de servidores, diz ministro
Por Alexandro Martello
G1, Brasília, 21/04/2018 

Ministro do Planejamento, Esteves Colnago, afirmou que essa é uma 'carta na mesa' que pode ajudar na observância do teto do gastos no próximo ano. Limite para custeio e investimentos poderá ser o menor em 12 anos em 2019.

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Ministro do Planejamento, Esteves Colnago, diz que governo avalia adiar reajuste de servidores de 2019 para 2020. (Foto: Divulgação/Ministério do Planejamento)

O governo federal considera a possibilidade de propor adiamento do reajuste de servidores de 2019 para 2020 para ajudar no cumprimento do teto de gastos, informou neste sábado (21) o ministro do Planejamento, Esteves Colnago.
Segundo ele, essa é uma "carta na mesa" que está sendo avaliada pela equipe econômica para ajudar a aliviar a execução orçamenatária no primeiro ano do próximo presidente da República, que terá de lidar com fortes restrições sem novas medidas de contenção de despesas obrigatórias.
De acordo com dados oficiais, contidos na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2019, a verba destinada para custeio e investimentos dos ministérios, no ano que vem, poderá ser a menor dos últimos 12 anos. Isso ocorre por conta do teto de gastos - que limita o crescimento das despesas à variação da inflação em 12 meses até junho do ano anterior.
"É uma carta na mesa [o adiamento do reajuste dos servidores] que pode ajudar na observância do teto do gasto. Não há definição ainda e a questão foi posta como uma carta na mesa. Está entre as possibilidades para ajudar no respeito ao teto em 2019", declarou o novo ministro, que tomou posse recentemente.
Segundo ele, o impacto nas contas públicas, do adiamento do reajuste dos servidores de 2019 para 2020, seria de cerca de R$ 5 bilhões. Esse é o valor que, se a medida for implementada, poderia ser gasto com outras despesas dos ministérios.
Durante eventos do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, também adotou o mesmo tom. "2019 tem desafio (fiscal) e esta é uma alternativa", declarou ele.

Liminar do STF
O governo já havia tentado implementar esse adiamento, por meio de Medida Provisória, neste ano. Entretanto, ela acabou sendo barrada por decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Além de impedir o adiamento do reajuste, ele também barrou o aumento da contribuição previdenciária, de 11% para 14%, dos servidores públicos – ativos e aposentados – que ganham acima de R$ 5,3 mil.
A decisão liminar (provisória) de Lewandowski tem efeito imediato, mas ainda terá que ser analisada pelo plenário do STF, formado pelos 11 ministros da Corte, que poderá confirmar ou rejeitar a decisão monocrática.
Em 2017, os gastos do governo com pessoal (ativos e inativos) atingiram 41,8% da chamada receita corrente líquida (RCL), que é a soma das receitas tributárias de um governo, descontados os valores das transferências constitucionais. Trata-se do percentual mais alto desde a criação da LRF, em 2000. Para se ter uma ideia, em 2012 esse gasto equivalia a 30% da RCL.
Dificuldades de cumprir o teto nos próximos anos
A proposta do Ministério do Planejamento para as chamadas "despesas discricionárias", ou seja, aquelas sobre as quais o governo tem efetivamente controle, é de R$ 98,386 bilhões, o equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), para o ano que vem.
O valor consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2019, já encaminhado ao Congresso Nacional. É a primeira vez, desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em 2008, que o governo propõe que essas despesas fiquem abaixo da marca de R$ 100 bilhões.
Como os gastos obrigatórios (com Previdência e pessoal, entre outros) estão subindo acima da inflação, está sobrando cada vez menos espaço para as despesas sobre os quais o governo tem controle, classificados de "despesas discricionárias com controle de fluxo".
Sem contenção de despesas obrigatórias, o risco é de que falte dinheiro para algumas ações, como ocorreu em 2017, quando a impressão de passaportes e as fiscalizações contra o trabalho escravo, entre outras, chegaram a ser suspensas ou reduzidas. Nessa categoria entram desde os investimentos em universidades até a compra de insumos para o funcionamento da máquina governamental.

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Comentário de Ricardo Bergamini:


Prezados Senhores
A tragédia econômica promovida pelo governo Temer foi responsável pelo rebaixamento das notas do Brasil no mercado financeiro internacional. Tendo sido o aumento de gastos concedidos aos servidores públicos até o ano de 2019 que inviabilizou o ajuste fiscal necessário para a recuperação da economia. Cabe lembrar ter sido o descontrole dos gastos com pessoal a fonte primária que provocou a maior crise fiscal da história econômica do Brasil.

Cabe lembrar que o seu mais grave crime de responsabilidade fiscal foi o de ter concedido em 2016 aumentos salariais aos servidores públicos federais programados até 2019 (o seu efeito cascata se propagou para os estados e municípios) inviabilizando qualquer programa de ajuste fiscal no Brasil, já que o gasto com pessoal é a fonte primária da tragédia fiscal brasileira, conforme abaixo:

Em 2002 os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de 13,35% do PIB. Em 2016 foi de 15,27% do PIB. Crescimento real em relação ao PIB de 14,38% representando 47,16% da carga tributária de 2016 que foi de 32,38%. Para que se avalie a variação criminosa dos gastos reais com pessoal, cabe lembrar que nesse mesmo período houve um crescimento real do PIB Corrente de 34,70%, gerando um ganho real acima da inflação de 54,07% nesse período. Nenhuma nação do planeta conseguiria bancar tamanha orgia pública.
Em 2016 os gastos com pessoal da União (civis e militares) foi de R$ 277,2 bilhões. Em 2017 migra para R$ 304,1 bilhões. Aumento nominal de 9,75% para uma inflação de 2,9473% gerando um aumento real de 6,81%. Cabe lembrar que o teto para o limite de gastos deveria ser a inflação do ano de 2016 de 6,2881%, assim sendo está claro que Temer cometeu crime de responsabilidade fiscal, além dos crimes comuns já conhecidos de todos. Espero que o pau que dá em Chico, também dê em Francisco, ou transformaram o Brasil num grande puteiro, porque assim se ganha mais dinheiro. Que Deus tenha piedade da abissal escuridão e ignorância reinante no Brasil.

Em 2018 está previsto gastos com pessoal da União de R$ 322,8 bilhões, o seja: 6,15% acima do ano de 2017, enquanto o limite constitucional aprovado pelo próprio governo seria de 2,94%, correspondente à inflação do ano de 2017. Com isso ratificando o seu crime de responsabilidade fiscal ao conceder em 2016 aumentos salariais até o ano de 2019, além dos crimes comuns já conhecidos de todos.

Ricardo Bergamini


IPRI: atividades programadas nas próximas semanas

Próximas atividades do IPRI

Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
[Objetivoplanejamentofinalidadeinformação aos interessados]


Atividades previstas no âmbito do IPRI nas próximas semanas, no âmbito das séries Diálogos Internacionais, Percursos Diplomáticos, ou outras

25 de abril, 16:45-18:30 – “O Direito Internacional no Brasil: Centenário do Boletim da Sociedade Brasileira de Direito Internacional”; Prof. Dr. George Galindo, Consultor Jurídico do Itamaraty; Prof. Dr. Wagner Menezes, professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Departamento de Direito Internacional;Auditório do Instituto Rio Branco.

27 de abril, 15:00-17:30 – Depoimento na série “Percursos Diplomáticos” de Celso Lafer, ex-chanceler (1992-94 e 2000-2002), ex-representante brasileiro em Genebra,professor emérito da Faculdade de Direito da USP, ex-presidente da Fapesp. Local: Auditório do Instituto Rio Branco.

7 de maio, 15:00-17:30 – “Brexit and its implications: a view from Ireland”; Denis Staunton, jornalista irlandês, atualmente chefe do bureau do jornal ‘Irish Times’ em Londres, anteriormente nos principais escritórios do jornal no exterior: Bruxelas, Berlim e WashingtonLocal: Auditório Paulo Nogueira Batista, Anexo II, do MRE.

8 de maio, 15:00-17:30 – "Élections françaises en 2017: rupture et renouvellement"; Pascal Perrineau, politologue, spécialiste en sociologie électorale, professeur à SciencesPo, et auteur de plusieurs ouvrages sur la politique française ; discussants : Prof. Francisco Rezek ; Secretário de Assuntos Estratégicos da PR, Hussein Kalout ;Local: Auditório Paulo Nogueira Batista, Anexo II, do MRE.

9 de maio, 15:00-17:30 – “Dinâmica global do agronegócio brasileiro: visão estratégicaem uma conjuntura de incertezas”; Marcos Jank; Presidente da Aliança Agro Ásia-Brasil (Asia-Brazil Agro Alliance – ABAA), um programa de representação institucional na Ásia patrocinado pela APEX, ABPA, ABIEC e UNICA. Foi presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e fundador do Instituto de Estudos do Comércio e das Negociações Internacionais (ICONE), além de professor associado da Universidade de São Paulo, na FEA e ESALQ. Local: Auditório do Instituto Rio Branco.

11 de maio, 15:00-17:30 – Russia: political challenges at home and abroad”,  Dimitri Trenin, Director of the Carnegie Moscow Centre; Local: Auditório Paulo Nogueira Batista, Anexo II, do MRE.

15 de maio, 10:30-12:30 – Mesa redonda com Antonio Jorge Ramalho da Rocha, sobre temas da Unasul. Local: Sala C ou D.

15 de maio, 15:00-17:30 – “Política e integração na América do Sul: Unasul, CDS, ESUD”; Antonio Jorge Ramalho da Rocha; professor de Relações Internacionais do IRel-UnB; atual diretor  da Escola Sul-Americana de Defesa (ESUDE), em Quito; Local: Auditório Paulo Nogueira Batista, Anexo II, do MRE.

25 de maio, 15:00-17:30 – Depoimento na série “Percursos Diplomáticos” de RonaldoSardenberg, ex- representante permanente do Brasil na ONU, em Nova York, ex-embaixador em Moscou, ex-professor de Relações Internacionais na UnB. Local: Auditório do Instituto Rio Branco.

30 de maio, (horário a definir) – Kissinger, o pensador e o homem de ação, no contexto global e nas relações bilaterais; mesa redonda sobre a presença de Henry Kissinger nas relações internacionais e na política regional; Celso Lafer, Rubens Ricupero, Marcos Galvão, Sérgio Eduardo Moreira Lima, Carlos Henrique Cardim, Matias Spektor, Paulo Kramer, Paulo Roberto de Almeida. Local: sala San Tiago Dantas.

xx de junho, 15:00 ...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de abril de 2018