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segunda-feira, 25 de julho de 2022

O Brasil e o golpe de Estado - Paulo Roberto de Almeida

Imaginando cenários, ou o roteiro de um filme

Paulo Roberto de Almeida

O que é um golpe de Estado, na sua versão clássica, ou mais simples?

Se trata de um pretendente a um novo regime, só seu, inclusive um chefe de governo já no poder, no sentido de utilizar forças armadas sob seu comando para invadir e manietar os dois outros poderes de Estado, assim como as principais ferramentas de comunicações, e proclamar, “em nome do povo”, o início de um novo governo, de “reorganização do país”. Essa é a versão clássica.

A outra versão, em câmara lenta, é o que fizeram candidatos a ditadores como Chávez, Ortega e Putin, ao controlar progressivamente os demais poderes, os meios de comunicação e os partidos de oposição, como ensina o novo manual de golpe de Estado e está descrito no livro sobre como morrem as democracias.

O Brasil não terá um golpe nouvelle manière como descrito nessa segunda versão. O pretendente a esse tipo de golpe é totalmente incapaz.

Portanto, só resta ao psicopata no poder o recurso às suas milícias, eventuais forças de segurança mobilizadas para tal efeito, tentar um golpe de Estado ao estilo antigo, sem o uso das FFAA, que provavelmente não entrariam nessa aventura.

O que poderiam fazer os chefes dos dois outros poderes, Legislativo e Judiciário, nessas circunstâncias?

Como faculta a Constituição, mobilizar as FFAA para se posicionarem em defesa dos poderes constituídos, dispersando as forças irregulares armadas e ordenando a prisão dos recalcitrantes, inclusive e principalmente o autor da tentativa de golpe. Tudo isso “provavelmente”, e desde que os personagens que respondem pelos poderes de representação popular e de defesa do Estado de Direito tenham a disposição que lhes faculta a Constituição de manter suas instituições funcionando segundo as regras constitucionais.

Imagino que os respectivos chefes desses dois poderes já tenhsm pensado nisso, e até conversado a respeito com os comandantes das FFAA.

Só imagino…

Roteiristas cinematográficos podem descrever os detalhes para o set de filmagem. Seria divertido e faria sucesso, inclusive no exterior. 

Os que fariam os parlamentares? Provavelmente se dividiriam, mas não pegariam em armas.

O que fariam os diplomatas profissionais (o que é uma curiosidade só minha)?

Provavelmente não fariam nada; esperariam a nova situação.

La nave va…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 25/07/2022

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