O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

À la Recherche du Globalisme Perdu - Paulo Proust de Almeida

 À la Recherche du Globalisme Perdu

Paulo Proust de Almeida


Eu não estou interessado em escrever nenhum “Idiot’s Guide to Globalism”, ou algum outro manual ainda mais simplório, do tipo “O Globalismo explicado às crianças”, sobretudo porque esse tipo de literatura serve exatamente a objetivos opostos, isto é, continuar a luta contra esse monstruoso ente metafísico que ameaça diretamente nossa soberania, a acreditar nos debeis mentais que desgovernam nossa diplomacia e entregam a política externa brasileira de mãos e pés atados ao Grande Mentecapto do Império setentrional. 

Como eu sou um globalista convencido — como deve ser qualquer diplomata bem constituído, com a cabeça no lugar e perfeitamente à vontade nos foros multilaterais (como por exemplo a OCDE, onde os debiloides contraditórios pretendem colocar o Brasil) —, eu apenas fico me interrogando onde é que esse bando brancaleônico, templário e terraplanista, de indigentes mentais antiglobalistas, vai buscar os fundamentos teóricos e sobretudo empíricos de seus argumentos estapafúrdios, sem pé nem cabeça.

Veja você, caro leitor, que não é um especialista no antiglobalismo — nem pode ser: ninguém se especializa em coisas que não existem —, se você pode me ajudar a descobrir onde, neste nosso planetinha redondo, eu poderia encontrar esse monstro metafísico tal como descrito por um desses debiloides que pretendem mandar no chanceler acidental e na política externa, como transcrevo aqui:

“O globalismo é a tentativa de instrumentalização político-ideológica da globalização com a finalidade de promover uma transferência do eixo do poder decisório das nações para um corpo difuso de burocratas cosmopolitas e apátridas, que respondem não um corpo de eleitores mas um restrito conjunto de agentes de influência com acesso privilegiado a esses burocratas, o que no limite significa a substituição das democracias eleitorais representativas  por um regime pouco transparente, no qual o poder decisório está concentrado nas mãos de alguns poucos privilegiados.”

Gostou, caro leitor? 

Se você encontrar esse novo avatar por aí, me diga por favor, para que eu possa sacar o meu Proust da algibeira e perpetrar mais um daqueles panfletos pró-globalistas nos quais tenho me especializado desde a publicação, dez anos atrás, de meu livro “Globalizando” (agora livremente disponível nas minhas ferramentas de comunicação social). Mas tome cuidado, leitor: não vá deparar nessas andanças com um desses templários de lança em riste, disposto a espetar um globalista assumido como eu próprio; esses dementes podem ser perigosos, pela sua fé cega e faca amolada. 

Deus não quer nenhum sacrifício expiatório. Como diria um desses poetas zombeteiros e vagamente anarquista:

“Mourir pour des idées, d’accord,

Mais de mort lente...”

(Georges Brassens)

Faites attention, donc.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 21/10/2020

Marcelo de Paiva Abreu: Brasil: patrimonialismo e autarquia, livros de ensaios de história econômica, 2o. volume

 Na sequência da postagem anterior, as mesma informações para esta obra excepcional na historiografia econômica brasileira, por um dos maiores, senão o maior historiador econômico do Brasil, completando  a informação relativa aos dois volumes. Primeiro a ficha catalográfica do 2o. volume, pois o ISBN é específico a cada volume: 


Agora a capa e sumário e apresentação do segundo volume, finalizando pela contracapa. 
























Marcelo de Paiva Abreu: Brasil: patrimonialismo e autarquia, livros de ensaios de história econômica, 1o. volume

Acabo de receber um presente excepcional do autor: os melhores ensaios de história econômica do economista historiador (ou historiador econômico, ele escolhe), Marcelo de Paiva Abreu, professor na PUC-Rio, reunidos pelo autor, traduzidos em Português, aqueles originalmente publicados em Inglês, e enfim divulgados ao público brasileiro. Durante anos andei à cata de todos esses artigos, dispersos numa dúzia ou mais de publicações diversas, agora finalmente compilados nos dois volumes que apresentarei aqui, nos jpgs abaixo.

Primeiro a ficha catalográfica, para os que desejarem adquirir imediatamente: 

Agora, nesta primeira postagem, a capa do primeiro volume, ilustrada, tanto quanto a contracapa, in fine, e as mesmas ilustrações para o segundo volume, com documentos da época (títulos da dívida e outros), depois o índice e a apresentação deste primeiro volume, que permitem conhecer exatamente o conteúdo, as datas e locais de publicações originais e outras informações pertinentes. Em postagem subsequente, colocarei os mesmos arquivos relativos ao segundo volume.

Vou poder agora, finalmente, terminar meu segundo volume da história da diplomacia econômica do Brasil, na década final do século XIX e na primeira metade do século XX, pois tendo já coletado material do Arquivo Histórico Diplomático do Itamaraty no Rio de Janeiro, faltavam-me alguns dados primários que se encontram dispersos em diferentes fontes e bases de dados historiográficas, e que agora passam a estar reunidas nestes dois volumes de utilíssimas compilações. 









 





terça-feira, 20 de outubro de 2020

O “modernismo” brasileiro aos 100 anos - Paulo Roberto de Almeida

O “modernismo” brasileiro aos 100 anos 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoreflexões preliminares para futuro trabalhofinalidaderascunho]

  

 

Ideias movem o mundo?

Certamente!

O historiador Felipe Fernandez-Armesto dedicou um livro inteiro às grandes ideias que mudaram o mundo, desde a mais remota Antiguidade até a modernidade mais recente [Idéias que mudaram o mundo, São Paulo: Editora Arx, 2004]

Modernismo foi a designação que se convencionou atribuir ao movimento de ideias que realmente “movimentou” o Brasil desde o imediato pós-Grande Guerra (que só foi chamada de Primeira retrospectivamente, depois dos desastres incomensuravelmente maiores do grande conflito de 1939-45) e que foi simbolizado, poucos anos depois, pela Semana de Arte Moderna do início de 1922, o ano em que deveríamos estar comemorando (e realmente o fizemos) o centenário da “independência” (as aspas se justificam?).

Convém não esquecer que o “modernismo” brasileiro toma certo impulso a partir do “futurismo” de Marinetti, um movimento perfeitamente de avant-garde, que começou cultuando o industrialismo, a automação da segunda revolução industrial, mas que acabou desembocando no militarismo e no fascismo de Mussolini, com todos os horrores que daí decorreram, uma espécie de bolchevismo elitista que também se refletiria, mais tarde, no nazi-fascismo, o suprassumo dos instintos mais primitivos de destruição de tudo o que não se enquadrasse nos moldes eugênicos da raça pura.

Tampouco convém esquecer que o eugenismo e a busca insana da raça pura do nazi-fascismo tomaram impulso em tendências que estavam em evidência nos Estados Unidos do final do século XIX e início do XX, consideradas perfeitamente adequadas ao conceito de superioridade ariana de Rosenberg, que por sua vez foi o influenciador de Hitler, nas suas “ reflexões de cadeia” que resultaram no Mein KampfO assunto já tinha sido abordado pelo paleontologista Stephen Jay Gould, em The Mismeasure of Man (1981), mas foi abordado de forma mais incisiva na obra de James Q. Whitman: Hitler’s American Model: The United States and the Making of the Nazi Race Law (Princeton: Princeton University Press, 2017). 

Muitas dessas ideias, por sinal, se originaram em reflexões preliminares formuladas no Brasil por Gobineau, o ministro de Napoleão III no Rio de Janeiro e o “inimigo cordial do Brasil” (segundo George Raeders), que tinha verdadeiro horror à degenerescência da raça exemplificada pelos mestiços brasileiros, que levariam o Brasil a ser um completo desastre no contexto das nações civilizadas (todas elas supostamente de loiros dolicocéfalos).

Isso acabou desembocando nas teorias do “branqueamento da raça”, que tiveram muito sucesso no Brasil, dos anos 1870 até praticamente o final da Segunda Guerra, tal como analisado por Thomas Skidmore em Preto no Branco [Black into White: race and nationality in Brazilian Thought].

Como se vê, há um grande encadeamento de ideias e de formulações “civilizatórias”, que partem de pressupostos ingênuos, aparentemente tendentes a “melhorar” a humanidade e as sociedades, mas que podem redundar em verdadeiros desastres para povos antigos e civilizações inteiras. Os liberais ingleses do século XIX, por exemplo, não acreditavam que a democracia fosse “fitted for touaregs and bedouins”, justificando-se portanto o grande empreendimento imperialista e colonizador, à la Kipling, que levou o Reino Unido da era vitoriana a adquirir toda a Índia da Companhia das Índias Orientais britânica, e a conquistar metade da África, do Cairo ao Cabo.

Pouco depois, nesse mesmo impulso, o vigoroso novo presidente americano Theodore Roosevelt, proclamando o “Corolário Roosevelt” à doutrina Monroe, recomendava que se falasse macio, mas que se carregasse um “grande porrete”, supostamente para enquadrar povos recalcitrantes que ainda não estavam à altura das maneiras civilizadas dos anglo-saxões (esses “lazy” latinos e caribenhos, por exemplo).

Cabe não esquecer que mesmo um grande conhecedor do imperialismo britânico como era o Barão do Rio Branco não demorou muito para reconhecer a “independência” do Panamá, uma “costela” arrancada da Colômbia pelos novos imperialistas americanos, para apressar a construção do novo canal interoceânico, um pouco atrasada desde o desastre fraudulento da nova aventura de Lesseps, o construtor de Suez, que por sua vez entusiasmou Verdi na produção de Aída.

Ideias, como se vê, são perfeitamente contraditórias e podem levar a resultados surpreendentes na segunda ou terceira geração.

O grande movimento romântico alemão, que desempenhou um papel importante na conformação da luta pela unificação da Vaterland, conduzida por essa entidade mítica conhecida como das Volk, acabaria redundando na “metapolítica” dos wagnerianos que, fortalecida na música patriótica do grande mestre, e nos seus sentimentos perfeitamente antissemitas, se enquadraria, por sua vez, no caudal racista e supremacista do nazismo. A história está muito bem contada por Peter Viereck neste livro: Metapolitics: from Wagner and the German Romantics to Hitler (1941; expanded edition; 2004).

Por falar nisso, essa tal de “metapolítica” lembra alguma coisa, numa campanha presidencial, por exemplo? Ou uma outra “invenção”, a do nazismo como movimento “de esquerda”? O “globalismo”, o “comunavirus”... (Alguns exemplos bizarros desse tipo de pensamento figuram neste link: https://www.metapoliticabrasil.com/). Mais, passons...

Vamos voltar ao nosso modernismo de 100 anos atrás.

Ele foi muito mais risonho e franco do que o furor belicista, militarista, expansionista, do pré-fascista Marinetti, a despeito das críticas de um outro modernista impulsivo como foi Monteiro Lobato, considerado por muitos, mas equivocadamente, como um “inimigo” da Semana de Arte Moderna.

Nosso modernismo não foi só antropofagia, aquela coisa de canibais querendo deglutir o infeliz bispo Sardinha, mas também os mais contemporâneos europeus. Ele também resultou na consciência do nosso atraso, agitou os jovens tenentes na luta contra a corrupção política e congregou os primeiros reformistas consequentes a se unirem em associações pela melhoria da educação de massas que, dez anos mais tarde, resultou no Manifesto dos Pioneiros da Educação, a primeira grande revolução (inacabada) do Brasil pós-Abolição.

A Semana de Arte Moderna foi uma espécie de frenesi transformador, que agitou momentaneamente os corações e mentes da nossa République des Lettres, mas que depois hibernou na mesmice de Artur Bernardes e de Washington Luís, exasperando os jovens paulistas afoitos do novo partido “democrata”. Tudo bem: acabou confluindo para a Aliança Liberal que resolveu passar às vias de fato para liquidar de vez com a política “carcomida” da Velha República, nossa esperança jacobina que se transformou rapidamente em Ancien Régime. 

Como se vê mais uma vez, ideias e movimentos são surpreendentes e contraditórios, podendo conduzir a resultados inesperados.

A Semana de Arte Moderna causou aquele “agito” temporário, coloriu telas provocadoras, inovou na composição visual e gráfica da nova literatura, mas parece ter feito “chabu” em pouco tempo mais. Tanto é assim que um dos seus patrocinadores mais exaltados, Mario de Andrade, reconhecia, alguns anos depois, no provocador poema “O Poeta Come Amendoim”, e de forma algo frustrada, que “progredir, progredimos um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade”.

A fatalidade acabou atingindo o Brasil vários anos depois, sob as patas dos “cavalos castilhistas” importados do Rio Grande do Sul e apeados no Obelisco do Rio de Janeiro.

O castilhismo é aquele movimento supostamente positivista do Homem que Inventou a Ditadura no Brasil, que fez com que um de seus discípulos, o timorato, mas maquiavélico Vargas, desse início a um “breve período de 15 anos”, que realmente transformou o Brasil (para o bem e para o mal). Os militares que se acomodaram no poder em 1964, para um “breve período de 21 anos”, todos eles se formaram nas academias militares da “era Vargas”, com algumas concepções “prussianas” de “ciência bélica” e várias outras concepções quase “nazistas” de “ciência econômica” (autarquia, nacionalização vertical) e até algumas pontas de “stalinismo industrial” (mas para os ricos tão somente).

O Brasil, como se vê, sempre foi fértil de ideias, e continua sendo. Temos a capacidade de importas as ideias mais generosas, e as mais malucas, misturar tudo no liquidificador da academia e da política, e depois servir para o povo, como grandes símbolos da renovação do país.

A Semana de Arte Moderna de 1922 foi assim como uma Nova República avant la lettre, um grande impulso renovador que acaba sendo absorvido pelo realismo (e esperteza) da velha política corruptora (mas travestida de moderninha). Foi assim que caímos no novo coronelismo eletrônico de um “curral eleitoral” perfeitamente retrógrado (porque populista e assistencialista), mas que está sempre sendo renovado sob rótulos pouco originais, mas atrativos (“Renda Brasil”, “Renda Cidadã”, whatever...).

Cem anos depois, o que restou da Semana de Arte Moderna, do modernismo brasileiro?

Talvez a consciência de que deveríamos estar comemorando o bicentenário da “independência” (as aspas ainda se justificam) com um pouco mais de engajamento nas grandes reformas estruturais, como jamais o fizemos, mais de 130 anos depois da Abolição?

Não tenho certeza de que esse sentimento de angustiante e prematuro “reformismo” seja unanimemente partilhado por todas as elites brasileiras, os grupos economicamente dominantes e os politicamente dirigentes.

Ele não o foi desde a supostamente verdadeira independência, quando Hipólito da Costa e José Bonifácio, nossos primeiros (dentre os pouquíssimos) estadistas, preconizavam a extinção imediata do tráfico negreiro e a eliminação gradual da escravidão africana. O reformismo foi derrotado em 1789-92, em 1817, em 1822-23, novamente em 1824, outra vez em 1842 e em diversas outras oportunidades, inclusive em 1888, 1889 e em 1922, não tanto na Semana elitista, mas na praia de Copacabana, nas revoltas de 1924 e até na “Revolução Burguesa” de 1930. 

O Brasil oferece fartos exemplos de eventos, processos e movimentos que se enquadrariam perfeitamente nesses exercícios historiográficos do tipo do What If? O que teria acontecido se...

Antonio Paim, um dos nossos grandes pensadores, que começou na vida como marxista e que acabou se convertendo a um liberalismo lúcido (e, portanto, saudavelmente cético), já tentou um exercício passavelmente similar no seu livro sobre alguns do momentos decisivos na história do Brasil [Momentos Decisivos da História do Brasil, 2000], mas não tenho certeza de que os momentos tenham sido aqueles ou de que as “escolhas” se apresentassem da maneira como ele o fez nessa obra e numa outra sobre as dificuldades de se reformar o Brasil [O relativo atraso brasileiro e sua difícil superação, 2000].

Resumindo: cem anos depois da Semana “fatídica” de 1922, continuamos com o mesmo sentimento que tiveram os dois grandes estadistas de um século antes, e que talvez tenhamos agora, no bicentenário, os “modernistas” que sonhamos sempre um pouco mais alto: esse sentimento talvez seja algo similar ao dos abolicionistas frustrados de 132 anos atrás, ao dos jacobinos republicanos decepcionados com a primeira década de desastres do novo regime, ao dos idealistas do Diretas Já e da Nova República, igualmente descontentes e talvez deprimidos pela voragem inflacionária e pelas revelações da gigantesca corrupção política, quem sabe os mesmos sentimentos que hoje continuam a angustiar os diversos movimentos que lutaram por impeachment e por uma “nova política”, aquela que deveria ter sido “ética” e não foi, nem antes, nem agora. 

Esse sentimento é uma mistura de déjà vu e de desesperança, quase uma desistência: o que exatamente temos a comemorar em 2022?

Em 1922 havia certa sensação de que algo poderia ser feito, a despeito das frustrações com as primeiras três décadas da República: valia a pena tentar sermos “modernos”, o que o mundo também tentava, com a Liga das Nações, apesar do terrível legado da Grande Guerra.

Em 2022, o que temos, após 37 anos da inauguração de uma “Nova República”, que já tinha envelhecido menos de dez anos depois de seu início? Existe algo a ser comemorado num bicentenário de retrocessos, ignorância e obscurantismo? De elogios a torturadores e de destruição do patrimônio natural? De subserviência a uma potência estrangeira, ou a um dirigente ainda mais ignaro e preconceituoso do que certos velhacos arrogantes do passado?

Em 2020, ainda não temos respostas a essas perguntas, a essas dúvidas.

Por enquanto só nos cabe retirar o ponto de interrogação do título de uma conferência feita pelo embaixador Rubens Ricupero na Academia Brasileira de Letras: “Um futuro pior que o passado? Reflexões na antevéspera do bicentenário da Independência” (29/08/2019; disponível em formato de vídeo no site da Academia, neste link: http://www.academia.org.br/eventos/um-futuro-pior-que-o-passado-reflexoes-na-antevespera-do-bicentenario-da-independencia).

Temos menos de dois anos para inverter essa nova marcha da insensatez.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3774: 20 de outubro de 2020

 

 

Petrobras: um importante relatório sobre sua produção - 3Trimestre 2020

Petrobras: Destaques de produção e vendas no 3T20

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2020 – O desempenho operacional da Petrobras no 3T20 foi muito bom, considerando-se o cenário desafiador imposto pela pandemia da COVID-19. Nossa produção de óleo e gás no Brasil cresceu em 9,0% nos primeiros nove meses deste ano em relação ao ano passado. A produção dos campos do pré-sal se expandiu em 32%, enquanto nas demais áreas, pós sal, águas rasas e terrestres, houve contração.

Estimamos que a produção média em 2020 chegue em 2,84 MMboed, sendo 2,28 MMbpd de óleo, com variação de 1,5% para cima ou para baixo, superando o limite superior (2,5%) das metas originalmente divulgadas para o ano (2,7 MMboed e 2,2 MMbpd).

O crescimento da produção acima do esperado não resultou em estoques excessivos, o que seria possível face à expressiva redução da demanda global por petróleo. Pelo contrário, temos trabalhado com estoques inferiores aos do período pré-COVID graças à maior integração entre produção, refino, logística e comercialização.  

A proteção da saúde de nossos colaboradores tem sido prioridade número um da companhia. Home office, redução de pessoal a bordo e nas plantas industriais, higienização contínua, assistência médica com acesso à telemedicina e adoção da estratégia de testagem maciça com seleção, testagem, rastreamento e quarentenagem têm sido nossas principais ações. Até o momento aplicamos mais de 270.000 testes, e as empresas prestadoras de serviços para a Petrobras cerca de 110.000, o que tem permitido diminuir a taxa de transmissão da COVID através da identificação de muitos casos de assintomáticos.  

O cenário de contingência da COVID-19 continua limitando os efetivos a bordo das nossas instalações marítimas de produção, nos levando a postergar parte das paradas programadas no 4T20 para início de 2021. Entretanto, conseguimos executar atividades de manutenção, o que contribuiu para aumentar a eficiência operacional, operar com segurança e manter ótima performance. Outro destaque foi o sucesso obtido na campanha de inspeção dos dutos suscetíveis à corrosão sob tensão por CO2 realizada com novas tecnologias e ferramentas, cujos resultados viabilizaram a continuidade operacional de dutos de injeção de gás, reduzindo gastos e perdas de produção.

A produção média de óleo, LGN e gás natural no 3T20 atingiu 2,95 MMboed, 5,4% acima do 2T20. Concorreram para esse resultado o crescimento da produção no campo de Atapu, com a entrada em operação da FPSO P-70 e primeiro óleo no final de junho e a maior eficiência operacional da P-74, P-75, P-76 e P-77, no campo de Búzios. O desempenho dessas plataformas foi suportado pela ampliação temporária da capacidade de processamento de óleo e gás das unidades, utilizando folgas de capacidade de geração de energia e compressão de gás disponíveis até o início da exportação de gás, e pelo alto potencial de produção dos poços e do reservatório. Isso possibilitou o atingimento de recordes de produção mensal em Búzios, de 615 Mbpd de óleo e 765 Mboed no mês de julho e da maior produção mensal alcançada por um poço no Brasil, com a marca de 69,6 Mboed do poço BUZ-10 registrada em setembro. Nesse mês, ainda tivemos 2 poços de Búzios que superaram a marca dos 65 Mboed (BUZ-12 e BUZ-24, respectivamente com 67,4 e 65,8 Mboed). Em agosto, iniciamos o escoamento de gás da P-74.

O Campo de Tupi alcançou a marca histórica de produção acumulada de 2 bilhões de barris de óleo equivalente, após 20 anos de assinatura do contrato de concessão e 10 anos da instalação do primeiro sistema definitivo de produção. É atualmente o campo com maior produção em águas profundas do mundo e respondeu por 28% da nossa produção no 3T20. Em julho, atingimos a capacidade de produção instalada na plataforma P-67, de 150 Mbpd, em operação nesse campo. Tupi foi também pioneiro para o desenvolvimento do pré-sal e revelou a existência de um novo modelo exploratório, até então desconhecido no mundo.

Avançamos, também, no ramp-up das plataformas P-68, nos Campos de Berbigão e Sururu, e P-70, no Campo de Atapu, com destaque para o início do escoamento de gás da P-70, no dia 15 de outubro de 2020.

Dando continuidade à gestão ativa de portfólio, concentrando recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, no 3T20 assinamos contrato de venda da totalidade de nossa participação em 3 campos de águas rasas e 37 campos onshore. Adicionalmente, finalizamos a venda da totalidade da nossa participação nos Polos de Pampo e Enchova (Bacia de Campos), no Polo Lagoa Parda (Bacia do Espírito Santo) e nos campos Ponta do Mel e Redonda (Bacia Potiguar), pelo valor de US$ 437 milhões em caixa* e US$ 650 milhões em earn-outs que deverão ter impacto positivo sobre a geração de caixa da companhia nos próximos anos. Estes campos produziram 21,9 Mbpd nos primeiros seis meses de 2020, equivalente a 0,9% de nossa produção. 

Realizamos neste trimestre a hibernação adicional da plataforma de Merluza, localizada na Bacia de Santos, totalizando 63 plataformas em águas rasas hibernadas desde março de 2020. Ressalta-se que o Polo Merluza, composto pelos campos de Merluza e Lagosta, segue em processo de desinvestimento, conforme divulgado no dia 31 de março de 2020. 

No refino, a retomada da demanda no mercado doméstico resultou em recuperação das vendas e da produção de derivados. Consequentemente, o fator de utilização (FUT) das refinarias passou a flutuar em torno de 80% no 3T20, depois de atingir 55% em abril. Desse modo, a produção de combustíveis foi 17,8% maior do que no 2T20 e nos 9M20 superou em 1,7% a do mesmo período do ano passado. 

Desde julho a produção de diesel S-10, com baixo teor de enxofre, tem batido recordes, refletindo ações comerciais implementadas pela companhia para ampliar a oferta de diesel S-10 em substituição ao S-500, consistente com a estratégia de produzir combustíveis mais amigáveis ao meio ambiente. Em setembro, alcançamos a marca de 396 Mbpd. O crescimento da produção do diesel S-10 reflete a maior demanda pelo produto no Brasil, acompanhando a evolução dos motores de veículos pesados e utilitários movidos a diesel, responsáveis pela maior parte da circulação de mercadorias no território nacional. Em relação ao total de vendas, houve recuperação da demanda e de market share de diesel e gasolina em relação ao 2T20, período em que a demanda foi mais impactada pelas ações de isolamento social.  

Lançamos em setembro de 2020 o programa Biorefino 2030, que prevê projetos para a produção de uma nova geração de combustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais, como o diesel renovável e o bioquerosene de aviação (BioQAv). O diesel renovável é um biocombustível avançado, produzido a partir de óleos vegetais e com a mesma estrutura do óleo diesel convencional, capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% quando comparado ao diesel regular e em 15% quando comparado ao biodiesel. Concluímos com sucesso os testes em escala industrial e aguardamos a autorização do Conselho Nacional de Política Energética para comercialização do diesel renovável no Brasil. Já o BioQAv passará a ser obrigatório no Brasil a partir de 2027 e seu processo de hidrogenação utiliza as mesmas matérias primas necessárias para a produção do diesel renovável. As unidades industriais que produzem o BioQAv têm como coproduto o diesel renovável.

As vendas de asfalto também foram recordes, em julho, atingindo 227 mil toneladas, o maior volume mensal desde setembro de 2016.

Em agosto de 2020 a entrega de bunker no Porto de Santos foi de 190 mil toneladas, 46% do mercado brasileiro, a maior quantidade entregue desde abril de 2009, motivada pela exportação de grãos do período e a retomada da movimentação de contêineres.

No 3T20, a exportação de petróleo e derivados totalizou 983 Mbpd. Atingimos em setembro novo recorde de exportação de petróleo de 1.066 Mbpd. A exportação de correntes de óleo combustível subiu 5% em comparação com 2T20.

No segmento de Gás e Energia, a recuperação da demanda foi observada principalmente nas vendas para o mercado não termelétrico e se intensificou no 3T20, com destaque para volume vendido de 36 MM m³/dia em setembro, aproximando-se dos patamares pré-crise, fruto da retomada gradual da indústria e afrouxamento do isolamento, com maior consumo de GNV e recuperação do consumo comercial. 

* inclui US$ 7 milhões referente à venda de Ponta do Mel, a ser recebido em 18 meses.


Clique aqui para acessar o relatório completo.

Clique aqui para acessar o relatório completo.


Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRAS - Relações com Investidores 
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Website de RI   

Ruy Castro sobre a grande família bolsonarista

 Ruy Castro identifica algumas espécies, tipos, representantes, exemplos e modelos da já grande família bolsonarista.

Vc, caro leitor, pode estar entre eles, veja bem se se enquadra em algumas delas.

Ou não. Pode ser um cidadão ou cidadã perfeitamente honesto(a), ingênuo(a) e true believer, isto é, um verdadeiro crente nas supostas virtudes do capitão.

Ou não, e ser apenas um(a) idiota útil, ou inútil, para mais uma tropa de assaltantes do Brasil.

Leia, reflita, observe, conclua:

Paulo Roberto de Almeida

Ruy Castro (FSP, 19/10/2020)

“Texto de Rui Castro, hoje na Folha

Rui Castro, hoje na Folha. vale a leitura. 

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Todos os fãs de Bolsonaro

Se você gosta dele e acha que a corrupção acabou, veja se se enquadra em alguma categoria. Iludem-se os que acreditam que Jair Bolsonaro só tem adeptos entre a meia dúzia que vai vê-lo quando ele sai do Alvorada para, digamos, trabalhar. Bolsonaro tem seguidores em muitas categorias. Eis algumas.

Pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, grileiros e incendiários infiltrados na Amazônia, no Pantanal, na mata atlântica, nos manguezais, restingas, dunas, terras indígenas e quaisquer santuários que possam ser destruídos e enriquecer amigos. Ex-cupinchas da Velha Política, sempre prontos a ser comprados. Profissionais das bancadas do boi, da bala e da Bíblia. Assessores de gabinete dispostos a ceder 80% de seus salários pagos com dinheiro público, lavá-los e depositá-los nas contas de seus familiares. Formadores de quadrilha, praticantes de peculato e operadores de esquemas, investigados, denunciados ou réus em ações judiciais. Juízes complacentes e advogados corruptos. Lobistas diversos, íntimos dos 01, 02 e 03.

Militares ideológicos, fãs confessos de torturadores, ou apenas oportunistas, a fim de cargos no governo. PMs expulsos, delegados venais, chefes de milícias e matadores de aluguel, presos ou foragidos. 

Fabricantes de armas e "colecionadores" das ditas. Pastores evangélicos, animadores de televisão, cantores sertanejos e promotores de rodeios, todos felizes beneficiários das novas mamatas.Negacionistas, homófobos, terraplanistas, camelôs de cloroquina, disparadores de fake news, linchadores virtuais, incineradores de livros, fascistas assumidos e odiadores por atacado. E uma próspera alcateia de bolsonaros, composta de filhos, mulheres, ex-mulheres, mães, noras e aliados do presidente, dedicados a vultosas transações com dinheiro vivo e sem explicação contábil, às vezes transportado entre as nádegas.

Bolsonaro tem também seguidores bem intencionados, que não se veem nas categorias acima e acham que, com ele, a corrupção acabou.”

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Estaria a Suécia e Elon Musk corretos? E todos os epidemiologistas errados? - Jonathan Miltimore

 Elon Musk sobre o lockdown: A Suécia estava com a razão?

Jonathan Miltimore é editor-gerente do site FEE.org. Seus textos aparecerem na revista TIME, The Wall Street Journal, CNN, Forbes, Fox News e Star Tribune.

Gazeta do Povo, 16/10/2020 


Quando as pessoas pensam em países polarizados, elas raramente mencionam a Suécia. Ao menos era assim antes de 2020.

A decisão sueca de "levar com leveza" a pandemia de coronavírus ignorando os lockdowns rígidos e se baseando sobretudo na responsabilidade social para estimular o distanciamento fez do país um alvo de muitas críticas.

Muitos analistas diziam que a Suécia estava sendo irresponsável e egoísta ao se recusar a impor um lockdown econômico como a maioria dos outros países ao redor do mundo.

Ainda que a taxa de mortalidade per capita permanecesse bem abaixo de vizinhos europeus como o Reino Unido, a Bélgica e a Espanha países que impuseram lockdowns rígidos a Suécia se tornou, nas palavras de um repórter da CBS, "um exemplo de como não lidar com a Covid-19".

Como observado anteriormente, contudo, o fato de a Suécia ter sido atacada tem menos a ver com os resultados das medidas e mais com o caráter dessas medidas. Havia exemplos "de advertência" como a Bélgica, país com uma população semelhante, mas cuja taxa de mortalidade per capita é 50% maior do que a da Suécia.

Ao contrário da Suécia, contudo, a Bélgica impôs um lockdown restrito que, como relatou a BBC em maio, foi fiscalizado com drones em parques e multas para todos os que burlavam as regras de distanciamento social. Mas ninguém se importava com a Bélgica porque eles tinham seguido o roteiro dos lockdowns.

Meses mais tarde, a decisão sueca de ignorar lockdowns se mostra a mais acertada. Enquanto boa parte da Europa está sofrendo uma segunda onda da doença, os números da Suécia vão no sentido contrário. Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde e milhares de médicos e autoridades de saúde pública hoje se posicionam contra os lockdowns como forma de conter o vírus.

O motivo para isso é óbvio. Enquanto os prejuízos causados pelos lockdowns são claros trilhões de dólares em perdas, deterioração da saúde mental e decadência social não há provas de que essas medidas tenham reduzido as mortes por Covid-10 ou a disseminação do vírus.

Musk: a Suécia estava certa

Os resultados da estratégia sueca se tornam mais evidentes a cada dia que passa. E cada vez mais pessoas estão começando a notar isso.

"A Suécia estava certa", tuitou recentemente o fundador da Tesla, Elon Musk.

Musk, claro, suspeita da eficácia dos lockdowns há meses.

Ainda em maio, ele ousou retomar a produção na fábrica da Tesla em Fremont, na Califórnia, desafiando as ordens do governo para que a instalação permanecesse fechada.

A Tesla está retomando a produção hoje, "contra as regras do condado de Alameda", tuitou na época Musk. "Eu estarei na linha de produção com todo mundo. Se alguém for preso, peço que seja apenas eu".

O ato de desobediência civil de Musk valeu a pena. As autoridades de saúde do condado de Alameda recuaram da decisão, revogando a ordem de fechamento da fábrica e aprovando temporariamente a reabertura do complexo.

As consequências dos lockdowns.

A Covid-19 é grave. Até meados de outubro, quase 1,1 milhão de pessoas no mundo todo haviam morrido, de acordo com dados da Johns Hopkins University. Entre eles, havia 216 mil norte-americanos.

Ao contrário de pandemias anteriores, contudo, os custos humanos foram acompanhados por uma recessão mundial e um colapso econômico sem precedente na história contemporânea. (Isso parece confirmar a análise anterior de Musk de que o perigo do pânico era uma ameaça maior do que o vírus em si).

Como notam o economista de Harvard David M. Cutler e o ex-economista-chefe do Banco Mundial Lawrence H. Summers , os custos da Pandemia de 2020 são diferentes de qualquer coisa que o mundo contemporâneo já viu.

"As perdas de produção dessa magnitude são imensas. A perda de produção na Grande Depressão foi 75% menor", escrevem os autores. "A perda econômica é duas vezes maior do que o custo monetário de todas as guerras que os Estados Unidos travaram desde 11 de setembro de 2001, incluindo as guerras no Afeganistão, Iraque e Síria".

As consequências econômicas dos lockdowns são inegáveis. Enquanto isso, são escassos os indícios de que eles tenham salvado vidas. Na verdade, novas pesquisas sugerem que os lockdowns ampliaram a disseminação do vírus.

Infelizmente, muitas pessoas ainda querem negar os dados e a ciência. Como disse recentemente um analista do Washington Examiner, quanto mais promissores os números da Suécia parecem, mais furiosas as pessoas ficam.

Esse é o perigo de se politizar o vírus. Ele esconde a realidade. Muitos parecem dispostos a defender o lockdown porque ele foi criado para ajudar as pessoas (ou talvez porque o presidente Trump tenha resistido a esse tipo de medida), mas esse tipo de raciocínio deveria ser evitado.

"Um dos maiores erros possíveis é julgar medidas e programas por suas intenções, não resultados", disse o economista ganhador do Prêmio Nobel Milton Friedman.

Em vez de rejeitarmos a Suécia e estados como a Dakota do Sul, que expuseram as falhas dos lockdowns, deveríamos agradecê-los.

Sem eles, talvez jamais tivéssemos descoberto a verdade que está se tornando mais óbvia a cada dia: os lockdowns fracassaram.


©2020 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês

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Heleno admite que Abin monitorou 'maus brasileiros' na Conferência do Clima - Felipe Frazão (OESP)

 Como já escrevi, quero me inscrever nesse "clube" dos "maus brasileiros" do Heleno (de Troia?).

Num governo de boçais, paranóicos, autoritários e ignorantes, melhor se distinguir desde já dos "brasileiros" dos saudosistas da ditadura militar, e fazer parte de outro grupo, esse aí aventado pelo PIOR chefe do GSI desde que foi criado. Vou pedir ao Heleno o formulário de inscrição...

Paulo Roberto de Almeida 


Heleno admite que Abin monitorou 'maus brasileiros' na Conferência do Clima

Felipe Frazão

O Estado de S.Paulo, 16/10/2020

   
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, admitiu nesta sexta-feira, dia 16, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou participantes da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 25), realizada em Madri, em dezembro passado. Em sua conta no Twitter, ele escreveu que o órgão deve acompanhar campanhas internacionais apoiadas por "maus brasileiros", que o governo Jair Bolsonaro entende como prejudiciais ao Brasil.

Ele afirmou que a Abin tem competência legal para atuar na COP e continuará a agir em "eventos no Brasil e no exterior". "Temas estratégicos devem ser acompanhados por servidores qualificados, sobretudo quando envolvem campanhas internacionais sórdidas e mentirosas, apoiadas por maus brasileiros, com objetivo de prejudicar o Brasil", escreveu o ministro. "A Abin é instituição de Estado e continuará cumprindo seu dever em eventos, no Brasil e no exterior."

A admissão de Heleno ocorreu quatro dias depois de o Estadão revelar detalhes da operação realizada por quatro agentes da Abin, três deles recém-concursados, no mais importante evento sobre o clima do mundo. A reportagem confirmou com um dos oficiais de inteligência enviados à Espanha que o objetivo era monitorar e relatar menções negativas a políticas ambientais do governo Bolsonaro, especialmente na Amazônia. Eles focaram nas organizações não-governamentais (ONGs), com as quais o governo mantém relação conflituosa, mas também observaram atividades e integrantes da própria comitiva brasileira e de delegações estrangeiras.

Heleno está sob pressão. A manifestação do ministro no Twitter ocorre também depois de deputados oposicionistas, da bancada do PSOL, acionarem a Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão cobrando investigação por crime de responsabilidade e ato de improbidade administrativa. Os parlamentares pedem que Heleno e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sejam responsabilizados pela operação da Abin e pela omissão de informações ao Congresso. A Constituição prevê punição por envio formal de informações falsas requisitadas por congressistas.

Ao responder a requerimento por escrito, o Itamaraty deixou de informar no ofício à Câmara dos Deputados sobre a presença de nomes da Abin e do GSI na delegação brasileira. O documento omite o vínculo funcional dos quatro oficiais de inteligência concursados da agência e de um assessor de confiança que representou Heleno no na ONU, o coronel da reserva do Exército Adriano de Souza Azevedo, da Assessoria de Planejamento e Assuntos Estratégicos. Todos foram identificados apenas como "assessores" da Presidência da República.

Apesar disso, Heleno alega que o governo foi "transparente" porque a Abin publicou na versão antiga de seu site uma nota dizendo que "integrou a COP 25", dias depois de a missão em Madri ter sido concluída. Questionados há 10 dias, nem o GSI nem a Abin haviam se manifestado ou respondido a perguntas da reportagem sobre a operação na ONU. Sem precedentes, ela foi contestada também por ambientalistas, diplomatas, ex-chefes de delegação internacional e dirigentes de ONGs.

Crachá

Tendo o elo com Abin oculto, eles foram credenciados na ONU pelo Itamaraty como "analistas" do GSI para supostamente participar das rodadas de "negociações" da COP 25. Com isso, receberam um crachá com tarja rosa que dava o mais amplo acesso a salas de negociação e a espaços sob responsabilidade e segurança das Nações Unidas. A suspeita da presença deles e o comportamento no pavilhão de debates e exposições organizado por ONGs, o Brazil Climate Action Hub, provocou um clima de desconfiança generalizada na delegação.

Até delegados de outros países entraram em alerta. Intimidados, servidores técnicos deixaram de falar em público com ambientalistas, que por sua vez notaram comportamentos suspeitos e deixaram de promover reuniões de coordenação numa sala de debates envidraçada, após abordagem de um "representante do GSI".

O Estadão consultou as listas oficiais das delegações nas edições da COP de 2013 a 2018, em posse das Nações Unidas. Em nenhuma delas aparece o nome de representantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ou da Abin. Fontes acostumadas a participar do evento disseram ser a primeira vez que a Abin monitorou o encontro.

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,heleno-admite-que-abin-monitorou-maus-brasileiros-na-conferencia-do-clima-da-onu,70003478088

Sobre as eleições bolivianas e nossa circunstância diplomática - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre as eleições bolivianas e nossa circunstância diplomática

Uma triste reflexão sobre os descaminhos de uma política externa regional que já foi mais sensata, num passado não muito distante. Vamos para um buraco negro diplomático?

Paulo Roberto de Almeida (19/10/2020, 08:00)


 Essa vitória da esquerda na Bolívia também representa uma grande derrota para a diplomacia bolsolavista, que sempre apoiou a extrema-direita. 

Aguardem que o capitão vai começar a xingar a “esquerdalha” de lá, dizendo que MT e MS vão virar uma nova Roraima. Querem apostar? Não costuma falhar.

O homem não se contém e costuma ser estimulado pelo chanceler acidental, que ainda exacerba nas agressões verbais.

Triste fim de uma outrora bem sucedida liderança diplomática natural, de natureza sobretudo moral e puramente política, do Brasil na região. Nunca antes em nossa história diplomática fomos o contrário do que deveríamos ser na política externa regional e na construção de um espaço econômico unificado, pelo menos no Cone Sul Latinoamericano.

Desde 2019, o Brasil se descolou inteiramente da América do Sul: vive em outro planeta, na Trumplândia, situado numa galáxia a anos-luz de distância de qualquer processo de integração que se possa conceber.

Quando esse planetinha medíocre e patético cair no buraco negro da derrota eleitoral de 3 de novembro, o Brasil da Bolsolândia estará singularmente sozinho no universo de sua própria mediocridade diplomática. 

Quem vai lhe fazer companhia na solitude? Orban? Modi? O UKIP do Brexit? Salvini no seu desterro italiano?

Sequer a direita racional de Lacalle e Pinera lhe fazem companhia, num isolamento que nunca existiu desde o Segundo Reinado.

Nunca o Brasil ficou tão só num continente que é a nossa circunstância orteguiana.

Desde Rosas e as intervenções entre Blancos e Colorados, ou talvez desde a Cisplatina, os entreveros diplomáticos foram tão grandes num contexto geográfico que deveria ser de construção, não de destruição de pontes diplomáticas. 

O Bolsolavismo diplomático desmantelou até a capacidade do Brasil ser o mediador que sempre foi nos problemas regionais, pelo menos desde Oswaldo Aranha, este até mais do que o Barão.

Este terrível parênteses de mediocridade diplomática vai estar tristemente registrado nos anais de nossa história regional dos últimos 150 anos, desde o final da Guerra da Tríplice Aliança. 

Certos retratos não deveriam figurar em paredes de uma galeria que já hospedou algumas mediocridades, mas raramente, ou nunca, capachos desequilibrados.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 19/10/2020

domingo, 18 de outubro de 2020

Celso Lafer: Negacionismo na política externa (OESP)

Opinião

Diplomacia e conhecimento

O negacionismo nos isola no mundo e compromete a nossa inserção internacional.

Celso Lafer

O Estado de S.Paulo, 18 de outubro de 2020 | 03h00

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,diplomacia-e-conhecimento,70003478204

 

Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial, acaba de publicar o livro America in the World. Nele, com conhecimento e experiência diplomática, examina o papel da política externa na construção do poderio dos Estados Unidos no mundo. Um capítulo é dedicado a Vannevar Bush, por ele qualificado como o “inventor do futuro”.

Bush dirigiu o Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento nos governos Roosevelt e Truman. Escreveu Science: The Endless Frontier, excepcional documento de 1945, que inspirou a criação da Fapesp. A Vannevar Bush se deve a concepção do sistema americano de ciência e tecnologia após a 2.ª Guerra Mundial, levando em conta a interdependência da ciência básica e aplicada e da complementariedade entre os distintos papéis do governo, de uma comunidade científica e universitária livre e independente, da indústria e dos empresários privados. 

A implementação das concepções de Bush criou um modelo de inovação que eclipsou o sistema soviético, estatal. Esse é um dos dados do sucesso americano na dinâmica da bipolaridade Leste/Oeste. O desafio do presente é a competição entre o modelo de pesquisa e inovação dos EUA e o que vem sendo construído com apreciável sucesso pela China.

Bush antecipou a velocidade com que a cultura científica da pesquisa expande vertiginosamente as fronteiras do conhecimento e vem trazendo mudanças significativas em todas as esferas e dimensões, alterando as condições da vida em escala planetária e impactando a dinâmica da ordem mundial. Henry Kissinger observou que a era digital colonizou o espaço físico e permitiu a ubiquidade do funcionamento das redes que operam na instantaneidade dos tempos. Isso vem induzindo grandes transformações, até na maneira de conduzir a política externa e de atuar no campo diplomático.

Ciência e conhecimento são dados de base do cenário mundial do século 21, o que confere realce especial à afirmação de Bacon “conhecimento é poder”, nela se incluindo o poder da sociedade de dar rumos aos seus caminhos. 

Desde o Renascimento a ciência é uma atividade internacional que se alimenta do intercâmbio de ideias e descobertas. Daí as atividades internacionais das academias científicas, incluída a brasileira, no exercício de uma diplomacia da ciência. 

As formas como a ciência se insere na pauta internacional e interna levaram a Royal Society inglesa a elaborar novas formulações que vão além da tradicional diplomacia da ciência. Daí o destaque dado à ciência na diplomacia e nas políticas públicas em geral e da ciência em prol da diplomacia. Essas vertentes são ingredientes de grande relevo para um juízo diplomático apropriado para identificar as necessidades internas do País e avaliar possibilidades de melhor inserção internacional.

Dois itens da pauta interna e internacional são reveladores de um negacionismo do papel da ciência e do conhecimento nas políticas públicas e na diplomacia do governo Bolsonaro. O primeiro diz respeito à sua postura no enfrentamento da crise da covid-19, que fez aflorarem novos riscos para a saúde do mundo. A gestão desses riscos requer conhecimento e cooperação internacionais. Demanda as pontes de um multilateralismo permeado pela ciência na diplomacia. Não está no horizonte de uma diplomacia de confronto, que rejeita o acervo de realizações da tradição da política externa brasileira e se alinha aos muros dos unilateralismos excludentes.

O segundo diz respeito ao meio ambiente, tema global, transversal, que permeia a vida internacional. Foi o conhecimento que identificou os riscos que põem em questão a integridade dos ecossistemas, que, no seu conjunto, sustentam a vida na Terra. Foi o aprofundamento do conhecimento que ampliou o escopo operativo da gestão de riscos nessa matéria.

O paradigma do desenvolvimento sustentável consagrado na Rio-92 assinala a presença internacional ativa do Brasil nesse campo e é um exemplo da ciência na diplomacia. O desenvolvimento sustentável é o caminho para lidar, com o apoio do conhecimento, com a interligação economia e meio ambiente.

O desabrido negacionismo do governo Bolsonaro, por atos e palavras, em relação ao tema do meio ambiente é uma denegação do prévio acervo de realizações das políticas públicas brasileiras e de suas instituições de conhecimento. Corrói a credibilidade internacional do Brasil. Põe em questão a nossa capacidade, como país, de lidar criativa e construtivamente, pelo conhecimento, com a riqueza da nossa natureza e com o nosso potencial de crescimento econômico.

Em síntese, como diz o provérbio, “pior cego é o que não quer ver e pior surdo, o que não quer ouvir”, manifestado neste governo por um duplo e interconectado negacionismo: a denegação da importância dos fatos que a ciência e o conhecimento revelam e a recusa do papel da ciência e do conhecimento como o caminho para o seu deslinde. É o que nos isola no mundo e compromete a nossa inserção internacional.


PROFESSOR EMÉRITO DA USP, EX-PRESIDENTE DA FAPESP (2007-2015), EX-MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES (1992 E 2001-2002), É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS.

 


Albert Fishlow: derrota para Trump, dificuldades para Bolsonaro (OESP)

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,trump-vai-perder-e-o-mesmo-pode-ocorrer-com-bolsonaro,70003478931

COLUNISTA

 

Trump vai perder (e o mesmo pode ocorrer com Bolsonaro)

Há uma vaga aberta no País para uma liderança de credibilidade

Albert Fishlow

O Estado de S.Paulo18 de outubro de 2020 | 05h00

 

O eleitorado terá seu momento de decisão nos Estados Unidos em apenas duas semanas. Minha expectativa é de uma derrota decisiva de Trump. Há razões importantes para isso.

Em primeiro lugar, sua política para a economia doméstica foi um grande fracasso. Sob o governo Trump, a expansão funcionou bem até esse ano, por um motivo significativo. O déficit fiscal federal seguiu alto durante o mandato dele, possibilitando uma alta no consumo e a construção de novas habitações.

Mas, com os juros mantidos em patamares baixíssimos, não havia problema nisso. A inflação foi trivial. A lógica pedia um auxílio federal maior para o terceiro trimestre, como anteriormente nesse ano, mas ele não conseguiu fazer com que o senado republicano agisse. Eles preferiram concentrar suas atenções na vaga para a Suprema Corte.

Em segundo lugar, sua política externa apresentou pouco progresso. Trump pareceu atraído principalmente por ditadores estrangeiros, e seus assistentes (uma equipe que ele renovou várias vezes) jamais conseguiram acompanhar sua insistência em glorificar-se publicamente. Seja ao lidar com a Coreia do Norte, com a China, as Filipinas, Arábia Saudita, Turquia, Ucrânia, Rússia e outros países, ele pensou que seu estilo simplista de administração invariavelmente funcionaria. Em se tratando da Europa Ocidental e da Otan, ele ofereceu pouco de positivo – além de seus campos de golfe, quem sabe.

Em terceiro lugar, suas preferências em termos de políticas sociais foram abomináveis. A atitude em relação aos imigrantes foi desprezível. Todos lembram da incapacidade de Trump de estabelecer um consenso quanto às etapas viáveis positivas para reduzir o crescente fluxo de imigrantes, e do seu interesse na deportação forçada. Mas a questão do desejo por uma melhoria no ensino não pode ser tirada do quadro. A questão da restauração do foco em sistemas públicos de qualidade em todo o país não é trivial, seja para o ensino dos jovens ou daqueles em idade universitária.

Por outro lado, os americanos quase pobres fracassaram feio em acompanhar os ricos, beneficiados por impostos muito mais baixos. Eles não receberam novo treinamento para desenvolver habilidades para novas ocupações. É claro que se trata de um problema desafiador, mas uma questão que pouco preocupou Trump.

Em quarto lugar, sua incapacidade de compreender a necessidade de uma política coerente de saúde remonta ao seu ódio em relação ao Obamacare. O nome em si era suficiente para irritá-lo profundamente e provocar sua insistência em substituir o programa por algo menos caro e infinitamente melhor. Mas há claramente um problema. Atualmente, os EUA gastam cerca de 18% do PIB em atendimento de saúde, muito mais do que outros países desenvolvidos. Mas os americanos não têm cobertura universal.

Mudanças são necessárias. Se não ocorrerem, o gasto seguirá aumentando conforme a média etária continua subindo. O mesmo vale para novos arranjos para o financiamento dos pagamentos de seguridade social, situação na qual, seguindo a mesma mudança demográfica da média etária, o sistema será incapaz de garantir o pagamento de benefícios cada vez maiores. Em ambos os casos, Trump (e o Partido Republicano) jamais chegaram sequer a apresentar um plano convincente.

Em quinto lugar e, talvez, resumindo os demais pontos, a visão de Trump do poder presidencial como janela de oportunidade para ganhos materiais para seus parentes mais próximos não é a qualidade de liderança executiva exigida. Sua insistência maníaca nas mentiras - a contagem oficial já passou de 20 mil - sugere a necessidade de tratamento psiquiátrico, e não de uma reeleição.

O Brasil também terá pela frente uma eleição no mês que vem, mas envolvendo o nível municipal e um terço do Senado. Como Bolsonaro decidiu criar um novo partido no ano que vem, seu envolvimento tem sido modesto, porém crescente nas semanas mais recentes. Após a conclusão do pleito, certamente haverá mudanças no nível federal como preparativos para 2022.

Bolsonaro reteve (e até melhorou) sua aprovação popular em pesquisas recentes. A maioria das estimativas para o ano que vem no Brasil mostram a expectativa de um crescimento de 3% a 4% do PIB - muito melhor do que os 5% de declínio previstos para este ano. Mas, para tanto, pode ser necessário um desempenho melhor na Europa e nos EUA, coisa que as novas quarentenas motivadas pelo retorno do coronavírus talvez impeçam. China e Índia certamente crescerão bastante.

Será que o desempenho econômico melhorado servirá como alavanca para as esperanças de Bolsonaro quanto à sua reeleição? Não necessariamente. Muito vai depender do quanto essa melhoria for parte de uma estratégia articulada de prazo mais longo, ou apenas uma recuperação cíclica seguida por crescimento medíocre. Ainda sabemos pouco a respeito de quem vai dirigir a transformação do comércio encolhido para o comércio expandido, do consumo para o investimento, da expansão em novas áreas de investimento coordenado como parte da globalização. Por outro lado, o nível de endividamento e os déficits fiscais funcionarão como novas distrações.

Cada vez mais, essas questões virão para o primeiro plano conforme a atividade se recupera mais plenamente e a doença alcança possíveis novos patamares com o público correndo para as praias e a primavera se transformando em verão. Há uma vaga aberta para uma liderança de credibilidade. /

 

Tradução de Augusto Calil

Economista e cientista político, professor emérito nas universidades de Columbia e da Califórnia em Berkeley.