Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 6 de dezembro de 2008
960) Concurso para a carreira diplomática: algumas observações
Transcrevo aqui abaixo o post deste sábado 6 de dezembro de 2008, que especula (no bom sentido) sobre as possíveis mudanças no próximo concurso.
Recomendo, em todo caso, visitas extensivas a esse blog.
PRA
Sábado, 6 de Dezembro de 2008
A MUDANÇA VEM AÍ... DICAS PARA O CACD 2009
Engana-se quem pensa que me refiro à eleição de Barak Obama nos EUA. O tópico aqui é, como sempre, o CACD.
Falar de mudanças no concurso não é nenhuma novidade, feliz ou infelizmente. Ao contrário do ano passado, até agora não foi publicada nenhuma portaria sobre modificações na estrutura da prova, o que indica a possibilidade de que as mudanças sejam conhecidas somente na publicação do edital do próximo CACD.Tudo pode, ou não pode, acontecer a partir de agora.
De acordo com o já difundido boato, a primeira etapa ocorreria em 15/02/2009. Pode ser verdade? Sim, pode. Apesar de ser apenas uma especulação, como todas as outras, tem fundamento no calendário dos concursos de 2006 e 2007, quando o Carnaval foi no fim de fevereiro e no início de março, respectivamente. É possível que a prova ocorra em outra data? Sim, é possível.
Há outras especulações importantes perturbando a vida dos milhares de candidatos espalhados pelo Brasil. Vamos discutir uma a uma:
a) a inclusão de prova de espanhol na primeira fase é, sem dúvida, a que provocaria maior "rebuliço", considerando que não se aprende língua estrangeira em quarenta dias(muito embora haja candidatos que acreditam na possibilidade de aprenderem inglês nesse período de tempo, caso passem de fase);
b) arealização da primeira e da segunda fases no mesmo final de semana, como ocorreu nos concursos de 2005 e 2006, é outra especulação importante. Redação, assim como língua estrangeira, não se aprende em quarenta dias. Quem não se preparou até agora terá sérias dificuldades na prova. As exigências dessa prova são muito específicas e os problemas de escrita dos candidatos, em geral, são muito maiores do que o tempo de preparação. A prova de redação é a que mais "derruba" pretensiosos de todo o gênero. Quem ainda não começou a escrever e a se preparar especificamente deveria começar agora: depois do edital pode ser tarde demais;
c) eliminação da bibliografia obrigatória da segunda fase: a possibilidade existe, mas isso não significa que seja possível ignorá-la até que o fato se confirme. Considerando as não raras tentativas de "encaixar" temas diversos no poema de Drummond, na prova de 2008(o que não é uma especulação, é um conclusão baseada na leitura de mais de noventa espelhos da prova deste ano), a possibilidade de alguma "surpresa" não é nada desprezível.
O importante é que os candidatos se conscientizem de que a prova está próxima e que é melhor estar preparado para tudo. Todo o tempo perdido com especulações não acrescenta nada em conteúdo ou em forma de preparação. Seja qual for a estrutura, uma preparação bem direcionada e com a devida profundidade na abordagem dos temas é a única "semi-garantia" de êxito.
Para ajudar os novos leitores do blog, deixo aqui os links dos textos que publiquei em 2007 com dicas de litura sobre todas as matérias. Eu os reli, comparei com a prova deste ano e concluí que nao há mudanças significativas a serem feitas, jé que meu objetivo foi sempre o de contribuir para a preparação mais completa e abrangente possível.
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/08/dicas-de-histria-do-brasil-para-o-tps.html
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/09/dicas-para-prova-de-ingls-no-tps.html
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/09/dicas-para-histria-mundial-no-tps.html
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/10/dicas-de-poltica-internacional-para-o.html
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/10/dicas-para-portugus-no-tps.html
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/12/dicas-para-geografia-direito-e-economia.html
Postado por M-A-C às 11:46 0 comentários
959) Uma nova moeda regional?: o Sucre bolivariano
Caberia, talvez, buscar, dentre os documentos oficiais da Alba que oficializaram, nessa cúpula extraordinária (Caracas, 26.11.2008), a decisão de criar uma unidade de conta e uma futura moeda comum, o Sucre (Sistema Unitario de Compensación Regional), apresentado como um substituto do dólar nas transações regionais.
O Brasil aparece discretamente criticado nessa matéria, pelo fato de termos participado da reunião do G20 em Washington, reunido em Washington, em 15 de novembro, a convite do presidente George Bush, mas solicitado por Nicolas Sarkozy (que esperava fundar um novo Bretton Woods nessa reunião).
As críticas aparecem nos seguintes trechos:
"El canto de la sirena del Dólar ya no tiene capacidad para extasiar a los marineros que acompañan a Ulises en el tormentoso mar de las finanzas desquiciadas. No obstante, todavía gravita lo suficiente para que algunos timoneles desvíen sus barcos del camino a Itaca, para enfilar hacia los mortales arrecifes en torno a la Casa Blanca. El saldo real de la cumbre del G-20 consiste en que China, Brasil y Argentina acudieron al llamado de Bush..."
"En modo alguno el resultado de aquel encuentro fue concluyente en el sentido buscado por el Departamento de Estado. China está condicionada por los efectos gravísimos de la recesión mundial sobre su economía y amenazada como nadie por el eventual colapso final del dólar. Es improbable que la foto de Hu Jintao al lado de Bush garantice que Beijing y Washington recorran a la par el período por venir. Lo mismo vale para Brasil, cuya economía sufre más que ninguna en Suramérica y afronta riesgos extremos a partir de 2009. Lula sonreía incómodo a la diestra del espectro errabundo que ocupa todavía la Casa Blanca."
"Esto no puede ocultar, sin embargo, el éxito relativo de los estrategas imperialistas: para observar sólo este hemisferio, a excepción del Alba, ninguna de las instancias regionales se reunieron para tomar cuenta de la crisis y diseñar una respuesta común. La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), formidable conquista reciente en pos de la convergencia suramericana quedó muda y paralizada, tal como le ocurrió al Mercosur, para no hablar de la moribunda Comunidad Andina de Naciones (CAN). En lugar de convocar una urgente reunión de Unasur, Brasilia y Buenos Aires acudieron a Washington."
A análise política mais geral do articulista comparece neste trecho, mais próximo do final, depois do que aparece a proposta da nova moeda:
"Washington continúa actuando según la directriz estratégica que lo guió durante décadas: hacia donde vaya Brasil, irá América Latina. De allí el llamado al G-20. De allí, también, la trascendencia de la cumbre extraordinaria del Alba. Es obvia la gravitación económica, geográfica y poblacional de Brasil. Con el concurso pasivo de Argentina, ese peso supera largamente al de los seis países del Alba (más Ecuador). Pero la aritmética simple no siempre se lleva bien con la política. Tanto menos con la estrategia. La realidad interna de Brasil, Argentina, México y Colombia –para tomar sólo a los países de mayor peso económico– no conjuga con una orientación que lleve a subordinarse a las necesidades de las metrópolis imperiales. Gobernantes, intelectuales y medios de prensa no parecen haber asumido todavía la magnitud de la crisis que se descargará sobre el mundo entero. Se precipite o no el colapso en el futuro inmediato, la economía mundial marcha hacia una depresión sin precedentes en la historia del capitalismo. Está en ciernes una volcánica transformación política que en diferente grado pero con pareja violencia cambiará el mapa de Alaska a la Patagonia. Los tradicionales aparatos políticos de las clases dominantes –sin excluir a los partidos Demócrata y Republicano de Estados Unidos– saltarán por los aires. El fascismo será el desemboque inevitable de todas aquellas tendencias que rechacen una perspectiva basada en las necesidades de los pueblos."
Caberia agora esperar as providências práticas dos bancos centrais dos países auto-denominados bolivarianos para constatar em que medida essa nova moeda, o Sucre (que no início, se surgir, será puramente uma moeda contábil, na qual seriam registrados os intercâmbios recíprocos) poderá ou não ser usada nas trocas regionais e, mais importante, se ela será ou não aceita nas transações externas, tanto com os países da região, como fora dela. Supõe-se que seu poder liberatório dependerá da confiança que nela tenham os cidadãos desses países e os governos dos demais países com os quais eles entrarão em relações econômicas. Esses governos podem, inclusive, determinar o curso obrigatório da nova moeda em seus respectivos países. Supõe-se que, durante certo tempo pelo menos, o dólar (acompanhado de outras divisas fortes) continue a ser a base das transações e das reservas individuais dos seus habitantes, por uma simples questão de confiança. Tudo depende da política monetária desses países: emissões irresponsáveis levarão à inflação e ao descrédito da nova moeda e com isso a possibilidade de que ela venha de fato se substituir ao dólar.
Tendo em vista a inflação já presente no principal país (e financiador) da região Alba, a Venezuela, a nova moeda pode surgir com uma instabilidade implícita, posto que a alta do custo de vida é estimada em torno de 30% anuais nesse país. Suponho que as pessoas continuem utilizando o dólar, para todos os fins "úteis".
Em todo caso, resta acompanhar essa nova revolução econômica e monetária, que poderá constituir, pelo menos, uma nota de rodapé nos livros de história econômica da região.
============
El Alba crea el Sucre: moneda común y símbolo para América Latina
Dos caminos frente a la quiebra mundial del capitalismo
Por Luis Bilbao
América XXI
Ano V, nros 44-45, Diciembre 2008 - Enero 2009
Opciones:
Dos encuentros presidenciales tuvieron lugar en noviembre con el objetivo de expedirse frente al colapso financiero internacional y su ominoso presagio para el porvenir de la humanidad. El primero, convocado por George Bush reunió al G-20 en el Museo Nacional de la Construcción, en Washington. Citado por Hugo Chávez, el segundo aunó a los países del Alba y sesionó en el salón Ayacucho del Palacio de Miraflores. En la capital del imperio se acordó un documento errático y sin definiciones precisas, excepto el propósito común de restaurar el capitalismo y corregir lo que diferentes mandatarios calificaron como “excesos por falta de regulación”. En Caracas, tras diagnósticos demoledores que expusieron la gravedad de la crisis sistémica y su carácter estructural, se adoptaron medidas económicas y políticas trascendentales, como la creación de una zona monetaria común, la decisión de acabar con la hegemonía del dólar en el comercio internacional y la defensa de la multipolaridad. Si Bush pudo vanagloriarse de atraer a China, Brasil y Argentina a su reunión de potencias imperialistas, la reunión del Alba concluyó con una cena a la cual se sumó el primer mandatario ruso, en nítido esbozo del nuevo mapa político planetario que comienza a dibujar la crisis.
Sería excesivo denominarlo “Ayacucho del siglo XXI”. Pero el espíritu de Antonio José de Sucre, el vencedor de la última batalla contra el imperio español, estaba presente en el Palacio de Miraflores en la mañana del 26 de noviembre, cuando los mandatarios de Cuba, Venezuela, Bolivia, Nicaragua, Dominica, Honduras y Ecuador, acompañados por mínimas comitivas, comenzaron un debate inusual en este tipo de reuniones. Tanto, que siete horas después, tras una encendida batalla de ideas, caracterizaciones y propuestas, los jefes de Estado y de gobierno aprobaron la creación de una zona monetaria común y dieron nacimiento al Sucre, moneda de cuenta como instrumento para el intercambio que además denomina al nuevo mecanismo: Sistema Unitario de Compensación Regional.
La III Cumbre Extraordinaria de la Alternativa Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América – Tratado de Comercio de los Pueblos (Alba - TCP) no fue uno más de los innumerables encuentros presidenciales de los últimos años. No sólo porque reinó un clima diferente entre los participantes, despojados de formalidades y vaciedades diplomáticas, sino porque en línea con los rasgos que los caracterizan, Hugo Chávez, Ricardo Cabrisas, Evo Morales, Daniel Ortega, Roosevelt Skerrit, Manuel Zelaya y Rafael Correa buscaron y hallaron respuestas a la crisis que sacude al planeta desde una perspectiva no sólo autónoma sino francamente opuesta a la que sostienen los centros imperiales.
Sirena sin voz pero con poder
La verdadera significación de las decisiones del Alba aparece cuando se toma en cuenta el encuentro de presidentes en Washington. Calificar la reunión del Grupo de los 20 como un gesto vano del presidente saliente de Estados Unidos, deja de lado su verdadero objetivo estratégico. La vaciedad del documento final se explica por la imposibilidad obvia de hallar una respuesta clara –mucho menos común– al colapso capitalista. Es discutible sin embargo que el objetivo de los organizadores haya sido emitir una proclama de principios imperialistas. La insólita convocatoria tuvo otro propósito. Y no ocurrió por impulso de un presidente desprestigiado y carente de poder como nunca antes en la historia estadounidense, sino por decisión de los estrategas del Departamento de Estado, que buscaron un objetivo de estricta madera política: impedir que China y América Latina enfilaran hacia la constitución de subsistemas financieros regionales e ingresaran al nuevo escenario internacional abierto por la crisis con líneas de acción independientes de la voluntad y de los intereses del G-7 (Estados Unidos, Alemania, Japón, Francia, Canadá, Italia e Inglaterra).
El canto de la sirena del Dólar ya no tiene capacidad para extasiar a los marineros que acompañan a Ulises en el tormentoso mar de las finanzas desquiciadas. No obstante, todavía gravita lo suficiente para que algunos timoneles desvíen sus barcos del camino a Itaca, para enfilar hacia los mortales arrecifes en torno a la Casa Blanca. El saldo real de la cumbre del G-20 consiste en que China, Brasil y Argentina acudieron al llamado de Bush (los restantes países de este conjunto, sobre todo India, México, Arabia Saudí, Indonesia y Corea del Sur, no entrañan por el momento el peligro de salirse de la órbita de Washington).
En modo alguno el resultado de aquel encuentro fue concluyente en el sentido buscado por el Departamento de Estado. China está condicionada por los efectos gravísimos de la recesión mundial sobre su economía y amenazada como nadie por el eventual colapso final del dólar. Es improbable que la foto de Hu Jintao al lado de Bush garantice que Beijing y Washington recorran a la par el período por venir. Lo mismo vale para Brasil, cuya economía sufre más que ninguna en Suramérica y afronta riesgos extremos a partir de 2009. Lula sonreía incómodo a la diestra del espectro errabundo que ocupa todavía la Casa Blanca. Argentina, por su parte, golpeada doblemente por la detonación de la crisis económica y el debilitamiento político del gobierno por causas de otra naturaleza, garantiza todo menos firmeza tras un rumbo definido.
Esto no puede ocultar, sin embargo, el éxito relativo de los estrategas imperialistas: para observar sólo este hemisferio, a excepción del Alba, ninguna de las instancias regionales se reunieron para tomar cuenta de la crisis y diseñar una respuesta común. La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), formidable conquista reciente en pos de la convergencia suramericana quedó muda y paralizada, tal como le ocurrió al Mercosur, para no hablar de la moribunda Comunidad Andina de Naciones (CAN). En lugar de convocar una urgente reunión de Unasur, Brasilia y Buenos Aires acudieron a Washington. Mientras tanto, los mandatarios de Perú, Chile y Colombia se refugiaron en otra cumbre a la que acudió Bush: la de la Apec (Asia-Pacific Economic Cooperation), reunida en Lima.
¿Reversión de la tendencia?
Después de ocho años en los que una fuerza centrípeta en Suramérica produjo un drástico cambio geopolítico en detrimento del imperialismo en general y del estadounidense en particular, cabe la incógnita: ¿revierte la tendencia y una fuerza centrífuga acentuada por el colapso mundial destruirá las conquistas logradas en lo que va del siglo?
Los crecientes choques por las razones más diversas entre Brasil y Argentina, Ecuador y Brasil, Uruguay y Argentina, Paraguay y Brasil… son indicativos de la gravitación múltiple de fuerzas internas y externas que atentan contra el proceso de unión regional predominante en los últimos años. Como desde estas páginas se remarcó hace mucho tiempo, tras la gran victoria contra el Alca, una contraofensiva imperialista introdujo una cantidad de factores contrarios a la convergencia suramericana. No obstante, la fuerza disgregadora más potente proviene del papel jugado por las burguesías regionales. La competencia por los mercados prevalece y, en mayor medida cuanto más poderosas son las clases dominantes de cada país, alimenta fuerzas de choque interno. Con la irrupción de la crisis mundial, esas fuerzas objetivas se conjugan para arrastrar a gobernantes verbalmente comprometidos con el propósito latinoamericanista. Esta es la encrucijada ante la cual habrá que optar sin demora.
Pesos y medidas
Washington continúa actuando según la directriz estratégica que lo guió durante décadas: hacia donde vaya Brasil, irá América Latina. De allí el llamado al G-20. De allí, también, la trascendencia de la cumbre extraordinaria del Alba. Es obvia la gravitación económica, geográfica y poblacional de Brasil. Con el concurso pasivo de Argentina, ese peso supera largamente al de los seis países del Alba (más Ecuador). Pero la aritmética simple no siempre se lleva bien con la política. Tanto menos con la estrategia. La realidad interna de Brasil, Argentina, México y Colombia –para tomar sólo a los países de mayor peso económico– no conjuga con una orientación que lleve a subordinarse a las necesidades de las metrópolis imperiales. Gobernantes, intelectuales y medios de prensa no parecen haber asumido todavía la magnitud de la crisis que se descargará sobre el mundo entero. Se precipite o no el colapso en el futuro inmediato, la economía mundial marcha hacia una depresión sin precedentes en la historia del capitalismo. Está en ciernes una volcánica transformación política que en diferente grado pero con pareja violencia cambiará el mapa de Alaska a la Patagonia. Los tradicionales aparatos políticos de las clases dominantes –sin excluir a los partidos Demócrata y Republicano de Estados Unidos– saltarán por los aires. El fascismo será el desemboque inevitable de todas aquellas tendencias que rechacen una perspectiva basada en las necesidades de los pueblos.
Es en este cuadro que cobran su verdadera dimensión los acuerdos alcanzados en Caracas por los países del Alba. En la declaración final de la Cumbre queda afirmada la decisión de “construir una zona monetaria que incluya inicialmente a los países miembros del Alba (la Mancomunidad de Dominica participaría en calidad de observadora) y a la República del Ecuador, mediante el establecimiento de la unidad de cuenta común Sucre (Sistema Unitario de Compensación Regional) y de una cámara de compensación de pagos. La creación de esta zona monetaria se acompañará del establecimiento de un fondo de estabilización y de reservas con aportes de los países miembros, con el fin de financiar políticas expansivas de demanda para enfrentarse a la crisis y sostener una política de inversiones para el desarrollo de actividades económicas complementarias”. Los mandatarios presentes aprobaron por unanimidad la decisión de crear “una zona económica y monetaria del Alba-TCP que proteja a nuestros países de la depredación del capital transnacional, fomente el desarrollo de nuestras economías y constituya un espacio liberado de las inoperantes instituciones financieras globales y del monopolio del dólar como moneda de intercambio y de reserva”. Y afirmaron la decisión de “articular una respuesta regional, impulsada por el Alba-TCP, que busque la independencia respecto a los mercados financieros mundiales, cuestione el papel del dólar en la región y avance hacia una moneda común, el Sucre, y contribuya a la creación de un mundo pluripolar”. Desde su perspectiva antimperialista y en dirección al socialismo del siglo XXI el Alba pasó de la palabra a la acción, en claro contraste con el resto de los países. A mediados de diciembre los presidentes de Suramérica volverán a reunirse, esta vez en Brasil. Nada definitivo saldrá de allí. Será un episodio más en la lucha por definir un rumbo. No obstante, allí jugará su destino más de un gobierno. Y se verá con mayor nitidez qué camino toma cada quien en la encrucijada histórica del continente.
AméricaXXI
Desde Venezuela para todo el continente
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
958) Brics, uma avaliacao otimista
Jornal do Brasil, 3/12/2008
(transcrito em MundoRI, neste link)
Mais do que um grupo de superpotências emergentes cujo nariz aponta para a mesma direção, os laços que unem os países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) tendem a se estreitar, nos próximos anos, pelo que seus integrantes apresentam de mais heterogêneo: ao mesmo tempo que são competitivos, seus modos de produção são também complementares.
A análise veio à tona no seminário “BRIC: As Potências Emergentes na Visão da Diplomacia e da Mídia” – evento organizado pelo Jornal do Brasil e pela Gazeta Mercantil que discutiu o papel que Brasil, Rússia, Índia e China desempenham na economia global.
Ao dissecar relatório recente do banco de investimentos Goldman Sachs – cujo economista Jim O'Neill foi o autor da sigla "BRIC" – o embaixador da República da Índia, B.S. Prakash, ressaltou a diversidade do modo de produção dos integrantes do grupo como fator agregador de suas relações comerciais: a China pelas manufaturas; a Índia pela excelência em prestação de serviços e desenvolvimento tecnológico; a Rússia pelas reservas de petróleo e gás natural; e o Brasil pela tradicional exportação de commodities.
“O BRIC representa algo maior, a multipolaridade. Até 89, o mundo apresentava-se bipolarizado. Entre 1990 e 2000, era dominado por uma potência. Nos últimos anos, houve a difusão do poder”, disse Prakash. “Hoje em dia há uma pluralidade de perspectivas”.
O amplo mercado consumidor interno dos quatro países – que, somados, totalizam 3 bilhões de pessoas – são identificados como principal escudo à crise econômica que abalou a confiança de investidores ao redor do globo.
Promoção
O cônsul-geral da República Popular da China, Li Baojun, destacou que o BRIC é uma força de correlação importante no atual cenário. Segundo o diplomata chinês, os quatro países têm, juntos, 42% da população global, e enorme volume de recursos estratégicos de mercado.
“O papel das nações integrantes do grupo é fundamental para a promoção dos países emergentes”, acentuou Baojun. “Esses quatro países têm também grande importância geopolítica na resolução de conflitos, além de procurar estabelecer o diálogo norte-sul e as negociações sul-sul”.
Segundo o cônsul, entre 2000 e 2007, a contribuição dos países do BRIC alcançou a marca de 50% da economia global. Sobre as trocas comerciais entre Brasil e China, Baojun anunciou que a soma pode subir de US$ 32 bilhões para até US$ 40 bilhões.
O diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, ministro Carlos Sérgio Duarte, ressaltou que, em 2035, o Produto Interno Bruto (PIB) do BRIC deve ultrapassar o do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) e dos EUA.
“O grupo tem um grande potencial e representa uma nova multipolaridade na ordem global”, analisou o ministro, citando tamanho do território, população e PIB como traços comuns.
Participaram ainda o CEO da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), Marcos Troyjo, o diretor de Projetos Editorias do JB, Pedro Nonato, o representante da CBM para a Federação Russa, Aleksander Medvedovsky, o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, o diretor-executivo da Rossiijskaya Gazeta, de Moscou, Eugene Abov, o CEO do The Jai Group, Rakesh Vaidyanatahan, o consultor da Presidência da Petrobras, José Carlos Vidal, o cônsul-geral da Rússia, Alexey Labetskiy. O evento contou com patrocínio da Petrobras e do governo federal.
Produção de petróleo do Brasil superará a da Rússia
Em 2014, ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo de futebol, o país já poderá ter ultrapassado a Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do planeta. A previsão é do consultor da Presidência da Petrobras, José Carlos Vidal, um dos palestrantes do seminário promovido pelo JB.
Baseando-se em dados de 2007, o especialista sublinhou que, graças à descoberta do pré-sal, as reservas provadas de petróleo do Brasil superarão os 79,4 bilhões de barris produzidos pelos russos no ano passado.
“Não sabemos precisar qual será a produção, mas aquilo ali é uma imensidão”, vaticinou Vidal, sem, no entanto, arriscar uma estimativa.
Entre os quatro países integrantes do BRIC, em 2007, o Brasil aparecia à frente apenas da Índia, com 12,7 bilhões de barris produzidos, contra os 5,5 dos indianos. A China é a segunda colocada com a produção de 15,5 milhões de barris.
O consultor da Petrobras enxerga potencial de cooperação do Brasil com os demais integrantes do BRIC em, pelo menos, outras cinco esferas: produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel; eficiência energética no combate ao desperdício; exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas; captura e estocagem de carbono; e na universalização do acesso à energia elétrica.
“A cooperação é o ingrediente para aumentar as possibilidades de crescimento sustentável, principalmente nas condições do fundamentalismo de mercado”, assinalou Vidal. “É preciso adotar um paradigma de crescimento econômico diferente do modelo predador que nos conduziu à crise atual”.
Parceria
Em visita ao Brasil, Medvedev passou pela Petrobras junto com empresários brasileiros e russos, com quem conversou sobre desenvolvimento de projetos conjuntos na área de energia. Está previsto, para início do ano que vem a abertura de um escritório da Gazprom, no Rio.
Também diretor da petrolífera estatal russa, Medvedev deixou claro que a empresa tem interesse em firmar parcerias com a Petrobras na exploração e produção de petróleo no Brasil - destacando o peso que o país terá futuramente no cenário energético mundial. Atualmente, o lucro da Gazprom ultrapassa o dobro do da petrolífera brasileira: são US$ 25,7 bilhões contra US$ 11,03 bilhões.
Sigla começa a ganhar ares que vão além de fórum econômico
O que até então se tratava de uma sigla que sugeria um fórum econômico comum começa a tornar contornos mais rígidos e concretos, visando a parcerias de trocas efetivas e defensoras de interesses comuns.
Ainda definindo como serão amarradas as ligações, os países emergentes que compõem o BRIC voltam-se para seu universo em comum para impulsionar crescimento e multilateralismo global.
“Não somos, definitivamente, inimigos”, analisa Eugene Abov, diretor-executivo da Rossiijskaya Gazeta, de Moscou. “Mas, sem dúvida, seremos grandes competidores no futuro. E temos a responsabilidade de lidar com a crise econômica à frente. O peso dos Estados Unidos, certamente, será menor. E o papel dos BRICs, maior. O equilíbrio da balança mundial será dado entre os EUA e os BRICs”.
Ainda que não possam ser identificados por traços históricos, ideológicos ou culturais comuns, as quatro nações têm características de convergência como contingente populacional, base territorial grande, recursos naturais e "certo sentimento de distanciamento entre o potencial e a realidade", observa o ministro Carlos Sérgio Duarte, do Ministério das Relações Exteriores.
“Interesses comuns como estratégicos, por uma nova ordem multipolar; econômicos, com um sistema comercial aberto e não protecionista; e relativos à diversidade cultural e étnica, no entanto, serão fundamentais na união dos quatro”, avalia Duarte.
Depois da reunião de chanceleres, em maio, em Ecaterimburgo, na Rússia, e da de ministros da Fazenda, no mês passado, em São Paulo, o convite do presidente russo, Dmitri Medvedev, para a primeira cúpula de chefes de Estado, prevista para março, em Moscou, é passo definitivo para a concretização do grupo emergente.
Intercâmbio
O cônsul-geral da Rússia, Alexey Labetskiy, lembra, no entanto, a necessidade em expandir a convergência além dos campos econômicos e políticos:
“Os últimos acontecimentos provam que um sistema baseado em foco único não funciona”, alertou. “Para mudar isso, são necessários laços humanos. É preciso ir além da imagem que russos têm do Brasil: Copacabana e Cristo; e da que brasileiros têm da Rússia: vodca e urso”.
Neste sentido, Abov acredita num papel indispensável à mídia: “O intercâmbio midiático funciona como catalisador das relações entre esses países. Ajudará com que os países se conheçam e nutram mais interesses culturais, econômicos e políticos uns pelos outros”.
Fred Raposo e Marsílea Gombata
Enviado pelo Jornal do Brasil, Rio de Janeiro.
========
Por fim, permito-me informar que um trabalho analítico meu sobre os Brics e o Brasil deverá estar sendo publicado no próximo número da revista Inteligência, cujo conteúdo pode ser examinado neste link.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
957) simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento
Ciclo de seminários na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro
(Rememorando a obra de Josué de Castro e o pensamento brasileiro de sua era no centenário de nascimento desse grande interprete do Brasil)
Rio de Janeiro, julho de 2008
1 – Objetivos
Organizar e realizar um simpósio em rememoração ao centenário de nascimento do Josué de Castro (1908 – 2008) – destacado intelectual brasileiro contemporâneo – e discutir sua obra e a produção intelectual dos intérpretes do Brasil das décadas de 1950 / 1960;
Organizar e editar um livro com os trabalhos apresentados durante o simpósio O Brasil em Evidência.
2 – Justificativa
O simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento se enquadra no elenco de atividades do Projeto O Espaço Organizacional na Literatura Interpretativa do Brasil do Programa de Estudos de Administração Brasileira – ABRAS da EBAPE/FGV, e objetiva a difusão e reflexão da obra de importantes e destacados interpretes do Brasil.
O Simpósio discutirá, através da idéia de colocação do Brasil em evidência, o fenômeno ocorrido, nomeadamente nos anos 50 e 60 do século passado, e cuja preocupação central com a questão nacional foi ganhando força até a ruptura institucional de 64.
Com foco na importância de destacar a interrupção da construção de um projeto de nação e do Brasil como um problema a ser equacionado, por um lado pelas reformas de base e, por outro, pela valorização de manifestações culturais numa era de intensa criação no cinema, na poesia, na literatura, no teatro, nas artes plásticas, na arquitetura, na música etc.
A tradição republicana em mais de um século tem sido hegemônica e revelado intelectuais radicais e modernistas. Josué de Castro foi um dos destaques em meio a uma academia marcada pela conciliação e pelo desprezo diante das classes menos favorecidas. Cabe ressaltar que esse autor foi um dos muitos intelectuais cuja obra é pouco conhecida em sua terra natal, ainda que muito discutida nos grandes centros acadêmicos mundiais.
Ao tempo de Josué de Castro houve uma concentração de saberes que se articularam em torno de um projeto de nação absolutamente original, colocando o País em evidência e confrontando, cada vez mais, o cosmopolitismo de doutrinas e escolas que jamais compreenderam o Brasil e a América Latina, com nossas singularidades sociais. A relação entre o contexto social brasileiro e o pensamento crítico da época constitui-se a base do quadro teórico para a inserção de intelectuais de diversas tendências. Começa a ser construída uma nova categoria de pensadores, tais como, além do notável médico pernambucano homenageado, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Guerreiro Ramos, Milton Santos, Nelson Werneck Sodré, Octavio Ianni, Paulo Freire, Ruy Mauro Marini e tantos outros,
É importante destacar que na discussão intelectual daquelas duas décadas ampliava-se a idéia de sobreposição de um Brasil moderno a outro atrasado. Com isso, o sentimento de uma superação necessária foi reforçado durante os anos 60 e tentou, de alguma forma, adaptar dependência com autonomia, lutando por uma forma mais humana para o modelo do capitalismo brasileiro. Assim, esse cenário econômico e social foi fundamental para o entendimento do marco teórico da Teoria da Dependência – talvez a grande síntese desse pensamento.
A inserção da intelectualidade no governo mostrou ser possível auxiliar o Estado na construção de uma nova sociedade, através da atualidade de suas propostas e da tentativa de compreender o País, não apenas a partir de visões externas e de conceitos distantes da realidade nacional, mas também da conexão do pensamento de nossos intelectuais com o desenvolvimento da sociedade brasileira.
3 – Estratégia de Operacionalização, Metodologia e Produtos acadêmicos
Na última década, a FGV tem aumentado significativamente o seu campo de atuação incorporando ao elenco de suas atividades tradicionais, novos cursos, novas áreas de estudo e novos especialistas, ampliando, desse modo, seu espectro de atuação social, que hoje conta com programas de pós-graduação (lato e stricto sensu) com destacada avaliação e imagem acadêmicas e uma marcante atuação no desenvolvimento de quadros de especialistas em diversas áreas do conhecimento.
Como estratégia/metodologia de operacionalização deste Projeto propõe-se a organização e realização de um simpósio nacional e interinstitucional, sediado na EBAPE/FGV, com a participação de pesquisadores da Universidade das Nações Unidas – UNU, Universidade Federal Fluminense – UFF, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (como organizadores do evento), Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) e IESs convidadas, e posterior publicação de um livro com o mesmo título: O Brasil em Evidencia: A Utopia do Desenvolvimento, iniciando, assim, a primeira fase do projeto acadêmico.
4. Público Alvo
Os simpósio e livro, objeto deste projeto, são especialmente dirigidos aos acadêmicos de Ciências Humanas e Sociais e estudiosos do Brasil.
5. Programação Preliminar/Temário dos Evento/Livro
24 de novembro de 2008
SESSÃO DE ABERTURA às 10:00h
1ª Seção – Abertura: Rememorando a Obra de Josué de Castro
Coordenador(a): Profa. Drª. Anna Maria Castro (UFRJ)
Josué de Castro entendia o subdesenvolvimento como um produto ou um subproduto do desenvolvimento, derivado da política econômica colonial ou neocolonial, de exploração das regiões dominadas sobre a forma de colônias políticas diretas ou de colônias econômicas. Neste contexto, Josué de Castro em sua principal obra Geografia da Fome, alerta para a conseqüência mais drástica do subdesenvolvimento, a subnutrição, que é o principal fator de degradação do potencial humano. Para este pensador brasileiro só haveria um tipo de verdadeiro desenvolvimento: o desenvolvimento do homem, portanto, somente com a erradicação da fome poderíamos projetar uma estratégia de desenvolvimento para todos os brasileiros. Principais obras: Geografia da Fome (1946), Geopolítica da Fome (1951), Sete Palmos de Terra e Um Caixão (1965).
25 de novembro de 2008
2ª Seção – Paulo Freire: Uma Pedagogia para Transformação do Brasil.
Coordenador (a): Profª. Drª. Maria Ceci Araujo Misoczky (UFRGS)
Considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente, Paulo Freire acreditava que a educação tem papel imprescindível no processo de conscientização nos movimentos de massas. Revelou ao mundo uma educação para além da sala de aula, da educação formal, capaz não só de ensinar conteúdos e comportamentos socialmente esperados e aceitos, mas também capaz de conscientizar a todos. Na pedagogia do oprimido, a educação surge como prática da liberdade e é designada como um instrumento de colaboração pedagógica e política na organização das classes sociais subordinadas, e por isso, deve ser considerada como questão política.
Principais obras: Alfabetização e Conscientização (1963); Educação como prática da liberdade (1967); Pedagogia do Oprimido (1970).
26 de novembro de 2008
3ª Seção – Darcy Ribeiro e a Utopia de uma Nova Civilização
Coordenador: Prof. Dr. Fernando de Almeida Sá (PUC/RJ)
Político, antropólogo e pedagogo Darcy Ribeiro dizia-se discípulo de dois grandes personagens de nossa história Anísio Teixeira e Marechal Rondon. Com relação ao primeiro, Darcy Ribeiro herdou a idéia de ensino da Nova Escola, porém deu um salto em suas formulações pedagógicas colocando a necessidade da educação para o povo como aspecto fundamental para a construção de uma Nova Civilização. Do segundo, Darcy destacou a sua ênfase na idéia de integração do Brasil, que seria essencial para o processo de formação de nossa civilização, em conjunto com o ataque as causas do desenvolvimento desigual do povo brasileiro.
Principais obras: Processo Civilizatório - Etapas da Evolução Sócio-Cultural (1968), A Universidade Necessária (1969), O povo brasileiro - A formação e o sentido do Brasil (1995).
27 de novembro de 2008
4ª Seção – Teoria da Dependência: O Brasil na Era da Globalização
Coordenador: Prof. Dr. Theotônio dos Santos (UFF)
A Teoria da Dependência constitui-se como uma fonte de entendimento da história das populações marginalizadas e dos países mantidos sob a forte tutela institucional e controle econômico/militar dos países do centro da economia mundial. Um dos eixos da teoria da dependência é a análise do modelo rígido de desenvolvimento que aprofundou as relações de dependência e acentuou a prosperidade do sistema financeiro internacional. Se considerarmos a realidade brasileira, A Teoria da Dependência nunca foi tão atual e pertinente. Esta aponta para o desenvolvimento e o subdesenvolvimento como o resultado histórico do desenvolvimento do capitalismo como um sistema mundial. Nos marcos da globalização, permanece o hiato entre países desenvolvidos e países periféricos e semiperiféricos, sendo os últimos, impedidos de desenvolverem um modelo que aponte para a autonomia de suas economias. No escopo analisado, destacam-se as obras de Ruy Mauro Marini como: A Dialética da Dependência (1973); Subdesenvolvimento e Revolução (1970); América Latina: dependência e integração (1992) e Theotônio dos Santos: Imperialismo y Dependência (1978); O Caminho Brasileiro para o Socialismo; Evolução Histórica do Brasil.
01 de dezembro de 2008
5ª Seção – A Sociologia Engajada de Octavio Ianni: os Rumos do Brasil
Coordenador: Prof. Dr. Claudio Gurgel (UFF)
A diversidade de temas trabalhados ao longo da sua carreira possui como unidade à preocupação em trabalhar a sociologia como ferramenta de questionamento dos dados reais. Comprometido com a questão nacional, Octávio Ianni concentrou os estudos na realidade brasileira, tendo ainda importante contribuição nas áreas da questão racial, globalização e Estado Nacional. O pensador manteve o posicionamento crítico e sua análise do desenvolvimento e das contradições da sociedade brasileira permanecem atuais e são referências fundamentais no campo das Ciências Sociais. Dentre as principais obras, podemos destacar: Estado e capitalismo no Brasil (1965); O colapso do populismo no Brasil (1968) e A sociedade global (1992).
02 de dezembro de 2008
6ª Seção – Celso Furtado e o Mito do Desenvolvimento Econômico
Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Milano Falcão Vieira (EBAPE/FGV)
Celso Furtado foi um dos fundadores do pensamento econômico contemporâneo e teve participação no desenvolvimento político e econômico do Brasil. Como Ministro Extraordinário de Planejamento no governo João Goulart em 1962, estabeleceu o Plano de Política Econômica, com o nome de Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. O Plano Trienal inaugurou o planejamento de objetivos de crescimento, distribuição de renda e estabilização nacional, assim como a demarcação da autonomia da economia. No campo acadêmico, a obra de Celso Furtado analisou problemas específicos dos países subdesenvolvidos e abordou temas como a dependência externa, os desequilíbrios regionais e a inflação.
Principais obras: A Formação Econômica no Brasil (1959); Desenvolvimento e Subdesenvolvimento (1961) e o Mito do Desenvolvimento Econômico (1974).
03 de dezembro de 2008
7ª Seção – Milton Santos e A Natureza do Espaço
Coordenador: Prof. Dr. Oswaldo Munteal Filho (UERJ, PUC-Rio, FACHA,EBAPE/FGV)
Herdeiro do pensamento de Josué de Castro, Milton Santos dedicou seus estudos para análise dos problemas urbanos acarretados pelo subdesenvolvimento e o processo de globalização no Terceiro Mundo. Sua obra representa um marco teórico-metodológico para os estudos geográficos do Brasil e do mundo. Refletiu sobre a natureza do espaço geográfico e sua inter-relação com a formação dos territórios sócio-econômicos, analisando o presente como uma dialética entre uma ordem local e uma ordem global. Milton Santos lutava para a construção de uma globalização não-excludente e mais humanizada, aonde os países subdesenvolvidos deveriam atuar como protagonistas para consolidação deste ideal.
Principais obras: Por uma Geografia nova (1978), O espaço dividido. Os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos (1979), e Por uma outra globalização (2000).
04 de dezembro de 2008
8ª Seção – Florestan Fernandes e o Pensamento da Escola Paulista
Coordenador: Prof. Dr. José Paulo Netto (UFRJ)
Fundador da sociologia crítica no Brasil, Florestan foi fundamental para consolidação desta ciência no país. Através de seus estudos, desenvolveu análises nas quais agregava toda a contribuição dos pensadores clássicos e os instrumentos de pesquisa para o estudo empírico de nossa realidade, tendo como referencial o pensamento marxista. Como professor da USP foi orientador de varios cientistas sociais de relevo como Octavio Ianni, Fernando Henrique Cardoso entre outros. É um dos principais responsáveis pela formação da chamada “Escola Paulista” aonde o rigor metodológico e as análises empíricas contribuiram para o avanço das ciências humanas em nosso país.
Principais obras: Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1967), Sociedade de classes e subdesenvolvimento (1968) e A revolução burguesa no Brasil (1975).
08 de dezembro de 2008
9ª Seção – Nelson Werneck Sodré: da Nova História à Micro-História
Coordenador: Prof. Dr. Francisco José Calazans Falcon (UERJ)
Teve importante atuação no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) como fundador e Diretor do Departamento de História, defendendo a corrente nacionalista desenvolvimentista. No ISEB, a problemática do desenvolvimento brasileiro delineou a existência de duas tendências: a que sustentava a participação de capitais estrangeiros na economia brasileira para acelerar o ritmo de sua expansão, e a que defendia o caráter autônomo do processo de industrialização no país, admitindo a presença do capital estrangeiro apenas sob o rígido controle do Estado.
Principais obras: História da Burguesia Brasileira (1964); História da Imprensa no Brasil (1966); História da Literatura Brasileira (1940).
09 de dezembro de 2008
10ª Seção – Guerreiro Ramos e a Sociologia em Mangas de Camisa
Coordenador: Prof. Dr. Paulo Emílio Matos Martins (EBAPE/FGV)
Guerreiro Ramos combate duramente a importação de teorias estrangeiras para análise direta de nossa realidade social, pois estas teorias não davam conta da especificidade de nossa formação histórica, isto é, de nossa vivência nacional e existência cultural própria. Portanto, para o conhecimento de nossa realidade seria necessário assimilar criticamente as contribuições teóricas estrangeiras dentro de uma reflexão sociológica da estrutura social brasileira, refazendo métodos e objetivos. Guerreiro Ramos destaca que conhecimento sociológico está vinculado com a nossa realidade prática, dele derivam-se responsabilidades com a sociedade e, portanto, deve ter o objetivo de conceber e projetar as transformações necessárias para o desenvolvimento nacional. Dentre suas principais obras estão: A Redução Sociológica (1958), O Problema Nacional do Brasil (1960), Mito e Realidade na Revolução Brasileira (1963) e a Nova Ciência das Organizações (1981), esta última publicada originalmente em inglês.
Alberto Guerreiro Ramos foi professor da EBAP/FGV, onde produziu parte dessa obra, nas décadas de 1950/60.
6. Programação
O simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento será realizado de 24 de novembro a 9 de dezembro de 2008, de segundas às quintas feiras, das 14 às 18 h, com sua Sessão de Abertura e homenagem a Josué de Castro programada para a manhã do dia 24/11/08 das 9 às 12 h.
Caso se confirme o interesse das instituições contatadas (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Instituto João Goulart, Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro) no sentido de apoiarem financeiramente este projeto na co-edição do livro com o temário do Evento, programa-se a edição desta obra até o final de 2009.
Coordenação:
Prof. Dr. Paulo Emílio Matos Martins (EBAPE / FGV)
Prof. Dr. Oswaldo Munteal Filho (UERJ)
Comissão Acadêmica Organizadora:
Carlos Eduardo Rosa Martins (UFF)
Denize Goulart (Inst. Presidente João Goulart-IPG)
Fernando de Almeida Sá (PUC/RJ)
Marcelo Milano Falcão Vieira (EBAPE/FGV)
Maria Ceci Araujo Misoczky (UFRGS)
Octavio Penna Pieranti (EBAPE/FGV)
Tânia Fischer (UFBA)
Theotonio dos Santos (REGGEN/UNU)
Coordenação Executiva:
Patrícia Nóbrega
Auxiliar de Pesquisa:
Tahirá Endo Gonzaga
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
956) Concurso de trabalhos universitarios sobre a Cupula das Americas
Neste link
The Summits of the Americas Secretariat of the Organization of American States (OAS) in coordination with the National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago today announced the launch of the "Summit of the Americas Essay Contest", within the framework of the Fifth Summit of the Americas that will be held in Trinidad and Tobago on April 17-19, 2009.
The Essay Contest, directed to undergraduate or graduate students of the OAS Member States, will encourage students of the hemisphere to focus on the themes addressed in the Draft Declaration of Commitment of Port of Spain presented by the Government of the Republic of Trinidad and Tobago: Securing our Citizen's Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability, to be adopted at the Fifth Summit of the Americas.
The objective of this initiative is to raise awareness of the Summits of the Americas Process among youth, stimulating analytical ideas from university students regarding the key issues of the region, as well as encouraging the participation of different actors in the process in the formulation of ideas and recommendations about the central topics of the Fifth Summit.
Essays will analyze the principal areas engaged in this theme:
a) human prosperity;
b) environmental sustainability;
c) energy security;
d) strengthening democratic governance and
e) strengthening the Summits Process.
These topics include some of the key priorities of the region, around which the leaders of the hemisphere will center their attention in efforts to make commitments that will improve the wellbeing of the citizens of the Americas. The Contest will motivate the youth of the Americas to analyze the region's challenges and formulate innovative solutions.
Essays will be accepted in the four OAS official languages (English, Spanish, French, or Portuguese).
A qualified jury comprised by academics, high level specialists and experts of the member institutions of the Joint Summit Working Group, will evaluate the essays and determine the winners. The authors of up to the 7 best essays (ensuring geographical equity) will be awarded a plane ticket in economy class from their city of origin to the Fifth Summit of the Americas. The winners will participate as observers in the Summit and have their prize-winning essays published on the Summits of the Americas Secretariat website (www.summit-americas.org) and distributed to OAS Member States during the Summit.
To assess your eligibility and participate in the Essay Contest, please review carefully the "Terms and conditions" (attached). The deadline for submission of essays is December 15, 2008. For additional information, please visit the Summits of the Americas Information Network at www.summit-americas.org.
Terms and Documents
THIRD ESSAY CONTEST
FIFTH SUMMIT OF THE AMERICAS
1. ORGANIZERS
The organizerss of the “Summit of the Americas Essay Contest”, within the framework of the Fifth Summit of the Americas that will be held in Trinidad and Tobago on April 17-19, 2009, are the Summits of the Americas Secretariat of the Organization of the American States (OAS) and the National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago (the “Summits Secretariat” and the “National Secretariat”).
2. ELIGIBILITY CRITERIA
This contest is open to anyone enrolled as a student in an undergraduate or graduate course at any recognized college or university of the OAS Member States (Antigua and Barbuda, Argentina, Barbados, Belize, Bolivia, Brazil, Canada, Chile, Colombia, Costa Rica, Dominica, Ecuador, El Salvador, Grenada, Guatemala, Guyana, Haiti, Honduras, Jamaica, Mexico, Nicaragua, Panama, Paraguay, Peru, Dominican Republic, Saint Kitts & Nevis, Saint Lucia, Saint Vincent & the Grenadines, Suriname, The Bahamas, Trinidad and Tobago, United States, Uruguay, and Venezuela).
This contest is not open to employees or contractors of the Summits Secretariat and the National Secretariat or their direct family members. Participants will be required to provide proof of enrolment as a student in an undergraduate or graduate course at any recognized college or university of the OAS Member States.
3. ESSAY TOPICS
The essays must be developed on the theme of the Fifth Summit “Securing Our Citizens’ Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability”. Essays may address any of the sub-topics pertaining to the Summit theme:
· Promoting Human Prosperity
· Promoting Energy Security
· Promoting Environmental Sustainability
· Strengthening Public Security
· Strengthening Democratic Governance
· Strengthening the Summit of the Americas, Follow-up and Implementation Effectiveness
Sources of important information regarding the topic and sub-topics can be found on the following site: www.summits-americas.org.
4. ESSAY PRESENTATION AND SUBMISSION GUIDELINES
In order to be considered by the international jury, all essays must meet the following criteria:
* Original work and authored individually. By submitting an article, authors attest, acknowledge and warrant that it is an original work created by the applicant and that no other party has any right, title, claim or interest in it.
* Written in one of the OAS official languages: English, Spanish, Portuguese or French
* Written in Microsoft Word format, no longer than 1500 words, double-spaced in 11-point Times New Roman font and accompanied by an abstract of no more than 200 words.
* Work must not infringe any party’s intellectual property rights
* Essay must be submitted electronically as an attachment to summitcso@oas.org
* Only one essay per author will be considered
In addition, all emails accompanying the essay submission must include the following information:
* Full name of the author (first name and surname)
* Name of author’s academic institution and complete address (including country and zip code, if applicable)
* Contact details of academic supervisor or advisor
* Title of essay
* Author’s telephone number (including country code)
* Author’s e-mail address
* Author’s proof of enrolment as a student in an undergraduate or graduate program at any recognized college or university located in an OAS Member State
Furthermore, all essays must be submitted before 5pm Eastern Standard Time (Washington, D.C. time) on December 15, 2008. It is the responsibility of the participants to ensure that the essay arrives on time to the Summits of the Americas Secretariat. Essays received after the deadline will not be considered. The international jury will make a final decision of the winning essays on February 13, 2009. The decision of the jury will be incontestable.
The organizers reserve the right at any time to cancel or modify the competition (including altering the prize) if, in their sole discretion, the competition is not capable of being conducted as specified.
For additional information, please contact the Summits of the Americas Secretariat at:
Summits of the Americas Secretariat- Essay Contest
Organization of American States
19th Street & Constitution Ave, NW
Washington, D.C. 20006, USA
Telephone: (202) 458-3456
Fax: (202) 458-3665
Email: summitcso@oas.org
Web Page: www.summit-americas.org
5. EVALUTION CRITERIA AND PANEL
The Summits of the Americas Secretariat will work in collaboration with other OAS Departments, and the National Secretariat of the Government of Trinidad and Tobago, to identify qualified and competent individuals from among academics, specialists, hemispheric diplomats, and OAS high level officials, to compose a qualified bilingual (English/Spanish) jury that will evaluate the essays and determine the winners.
The competition judges will review essays according to the following criteria:
* Relevance of the essay content with the theme of the Fifth Summit: “Securing Our Citizens’ Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability”
* Originality
* Recommendations and proposed solutions to the thematic challenges
* Essay structure (introduction, body, and conclusion), punctuation and spelling
* Proper use of grammar, syntax, quality and precision of vocabulary
* Essay should demonstrate the student's reflection and understanding of the topic
* Development of recommendations and conclusions consistent with presented proposals
* Ability to produce critical and creative thinking and capacity to support points of view and conclusions
* Use of examples and reliable resources to explain ideas
* Knowledge and understanding of the theme, variables and concepts related to it
* Essay should not have been previously published, nor have been submitted in previous contests
* Include standardized citations and a bibliography (these are not included in the word count)
* The essay will be disqualified if it relies solely on Internet research, or if it plagiarizes ideas – i.e. uses someone else’s ideas or text as one’s own
The decision of the jury will be incontestable. The jury reserves the right to award prizes only to those essays which meet the criteria; therefore, in the case that less than five essays meet the standard criteria, the panel may choose not to award up to five prizes. In addition, in the case of absolute discrepancy of opinions among the panel members, the Summits of the Americas Secretariat will make the final decision. Finally, the jury may award honorable mentions for those essays which will not receive the grand prize of attending the Fifth Summit but will still be published on the Summits of the Americas website.
6. PRIZES
The authors of up to the 7 best essays (ensuring geographical equity) will be awarded a plane ticket in economy class from their city of origin to the Fifth Summit of the Americas, which will take place on April 17-19 in Port of Spain, Trinidad and Tobago. Lodging and per diem expenses will also be covered. Paperwork and costs for passports or entry visas that may be required are the sole responsibility of the winners.
The winners will participate as observers in the Summit and will have access to public activities taking place.
7. MISCELLANEOUS
The National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago will facilitate an appropriate occasion for presentation of the essays at the Fifth Summits and the OAS Secretary General and a high ranking government official from the Trinidad and Tobago Government will hand out complimentary awards and recognition certificates to the essay winners.
Winners will also be able to attend and participate in the “Young Americas Forum”, organized by the Young Americas Business Trust (YABT) in collaboration with the OAS and the National Secretariat, to be held immediately prior to the Summit, on April 15-16, 2009 (tentative dates).
The prize-winning essays will be published on the Summits of the Americas Secretariat website (www.summit-americas.org) and the National Secretariat’s website for the Fifth Summit of the Americas (http://fifthsummitoftheamericas.org/home/) and be distributed to OAS Member States during the Summit.
Depending on the quality of essays submitted, other essays may be listed as “specially commended” and published on the Summits of the Americas Secretariat website and the National Secretariat’s Fifth Summit website.
By entering into this contest, participants hereby certify that the information provided is true and understand that any false information presented in your application, or in its annexes, will result in the disqualification of the application to participate in this.
By entering into this contest, participants grant the Summits of the Americas Secretariat of the OAS a worldwide, royalty-free, perpetual transferable licence to use, reproduce, modify, adapt, publish, translate, create derivative works from, distribute, perform, play and make available to the public the submitted essays in whole or part, including for internal purposes or for institutional purposes.
955) Seminario no Woodrow Wilson Center sobre o Brasil: agronegocio e relacoes com EUA
Center for Scholars, December 4-5
*************************************
The Brazil Institute invites you to two high-level seminars on
Agribusiness and Sustainability in Brazil - Farming in Mato Grosso, the Border of the Amazon
Thursday, December 4, 2008
8:45 AM - 1:00 PM
6th Floor Flom Auditorium
Woodrow Wilson International Center for Scholars
&
Prospects for Brazil-US Relations in the New American Administration
Friday, December 5, 2008
8:45 AM - 6:00 PM
6th Floor Flom Auditorium
Woodrow Wilson International Center for Scholars
RSVP to Alan.Wright@Wilsoncenter.org
Agribusiness and Sustainability in Brazil- Farming in Mato Grosso, the Border of the Amazon
Thursday, December 4, 2008
8:45 AM - 1:00 PM
8:45 AM - Opening Session
Welcome Remarks: Paulo Sotero, Director, Brazil Institute, Woodrow Wilson Center
Speaker: Blairo Maggi, Governor, State of Mato Grosso
9:30 AM - Farmers from Brazil's Agriculture Frontier: Addressing the Challenges of Economic Development and Sustainability
Speakers: Ricardo Arioli, President, Mato Grosso Association of Soybean Producers (Aprosoja); Rui Prado, President, Mato Grosso Farm Bureau (FAMATO); John Carter, Director, Aliança da Terra; Annie Petsonk, International Counsel, Environment Defense Fund's Climate & Air Program
11:00 AM - Break
11:15 AM - Debate
Discussants: Thomas Lovejoy, Biodiversity Chair, Heinz Center; Mark London, Lawyer at London & Mead and author of The Last Forest, joined by Governor Maggi and the first panel Moderator: Geoffrey Dabelko, Director, Environmental Change and Security Program, Woodrow Wilson Center
Prospects for Brazil-US Relations in the New American Administration
Friday, December 5, 2008
8:45 AM - 6:00 PM
8:45 AM - Opening Session
Welcome Remarks: Lee H. Hamilton, President and Director, Woodrow Wilson Center
Speakers: Antonio de Aguiar Patriota, Brazil's Ambassador to the US and Clifford Sobel, US Ambassador to Brazil
9:30 AM - Is There Room for a Strategic Relationship Between Brazil and the US? Part I
Speakers: Nelson Jobim, Brazil's Minister of Defense; Thomas Pickering, Vice Chairman, Hills & Company - Chair: Kellie Meiman, Managing Director, McLarty Associates
11:00 AM - Break
11:15 AM - Is There Room for a Strategic Relationship Between Brazil and the US?
Part II
Speakers: Blairo Maggi, Governor, State of Mato Grosso; Donna Hrinak, Senior Director for Latin America Government Affairs, Pepsico (invited); Rubens Barbosa, President, Superior Council of Foreign Trade, FIESP; Anthony Harrington, President and CEO,
Stonebridge International - Chair: Jon Huenemann, Principal for the International Department, Miller & Chevalier
12:45 PM - Lunch Keynote Speaker: Charles Hagel, US Senator, Nebraska (invited)
Chair: Anthony Harrington, President and CEO, Stonebridge International
2:30 PM - Can Brazil and the US Become Partners in the Field of Energy?
Speakers: Eliot L. Engel, U.S. Representative for New York and Chairman of the House Foreign Affairs Subcommittee on Western Hemisphere (invited); Marcio Zimmermann, Brazil's Deputy Minister
of Mines and Energy; Antonio Barros de Castro, Counselor to the President, National Bank of Economic and Social Development - Chair: Paulo Sotero, Director, Brazil Institute, Woodrow Wilson Center
4:00 PM - Break
4:15 PM - Challenges to Brazil and US Regional Leadership
Speakers: Thomas A. Shannon, Assistant Secretary of State for Western Hemisphere; Marcel Biato, Deputy International Affairs Adviser to President Lula; Riordan Roett, Fulbright Scholar, Director of Western Hemisphere Studies, SAIS at John Hopkins
University; Matias Spektor, Professor of International Relations, Fundação Getúlio Vargas (invited); Carlos Pio, Fulbright Scholar, Professor of Political Economy, University of Brasilia - Chair: Leslie Bethell, Public Policy Scholar, Woodrow Wilson Center
6:00 PM - Reception - Art Opening of "Visual Impressions" in Celebration of the 50th Anniversary of the Fulbright Commission in Brazil
domingo, 30 de novembro de 2008
954) Impasses da Revolucao Cubana, Foreign Policy
CUBA: LA REVOLUCIÓN QUE PUDO SER
Foreign Policy En Español, Diciembre 2008- Enero 2009
Rafael Rojas, Rafael Hernández y Bertrand de la Grange Hace casi 50 años, el 8 de enero de 1959, Fidel Castro entró en La Habana a la cabeza de un Ejército de barbudos. Eisenhower y Jruschov todavía estaban en el poder y el mundo aún no conocía el pop ni las revueltas estudiantiles. Cinco decenios después, el comandante sigue ahí, aunque ahora gobierne su hermano Raúl, en quien ha depositado las esperanzas de supervivencia de una revolución moribunda. Pero, ¿dónde estaría hoy Cuba si no hubiera optado por el socialismo?
Artículos
1) UN PASADO VIRTUAL
Rafael Rojas
8 de enero de 1959: Fidel Castro saluda a los habaneros en su entrada a la ciudad. Apenas tenía 32 años.
Un número reciente de la revista Letras Libres convocó a un grupo de escritores e historiadores (David Brading, Friedrich Katz, John Coatsworth, José Emilio Pacheco, Fernando del Paso, Hugo Hiriart…) para que imaginaran pasados alternativos en la historia de México. La derrota de Cortés, la retención de los jesuitas, la autonomía novohispana, el triunfo de los conservadores en la guerra de reforma y la continuidad de la revolución maderista fueron algunos de los ejercicios contrafactuales propuestos. La tesis de la revista, en la línea de algunos teóricos de la historia virtual, como Niall Ferguson y Geoffrey Hawthorn, era que cuanto más plausible es un pasado alternativo más verosímil resulta su invención.
En el caso de la historia de la Revolución Cubana, la más socorrida alternativa ha sido siempre preguntar qué habría pasado si Fulgencio Batista no hubiera dado el golpe de Estado, del 10 de marzo de 1952, contra el saliente Gobierno de Carlos Prío Socarrás. El consenso historiográfico apunta a que si las elecciones de ese año se hubieran producido, habría ganado el candidato del Partido Ortodoxo, Roberto Agramonte, con un programa de gobierno socialdemócrata –semiparlamentarismo, reforma agraria, industrialización, alfabetización, combate de la corrupción, nacionalización de algunas compañías norteamericanas…– similar al de Rómulo Betancourt en Venezuela, José Figueres en Costa Rica o el PRI en México.
Un gobierno así, ubicado en el centro izquierda, que impulsara una democracia nacionalista, suscribiendo con mayor o menor énfasis el anticomunismo que Estados Unidos promovía en la región, difícilmente habría provocado una revolución radical. Como es sabido, la principal demanda de los revolucionarios cubanos, entre 1952 y 1958, provinieran éstos de la ortodoxia, el autenticismo, el Directorio Revolucionario o el Movimiento 26 de Julio, era el restablecimiento de la Constitución de 1940, una Carta Magna que recogía las expectativas fundamentales de aquel consenso socialdemócrata. Una sucesión presidencial pacífica, entre Prío y Agramonte, con alternancia en el poder, de los “auténticos” a los “ortodoxos”, pudo haber sido un pasado virtual de Cuba.
Otro, más difícil de imaginar, sería el de la posibilidad de una transición democrática a partir de las elecciones convocadas por Batista, en 1958, en medio de la confrontación militar entre la dictadura y las guerrillas de la Sierra Maestra y El Escambray. A diferencia de 1952, cuando las razones de Batista para dar el golpe eran poco convincentes y los partidarios del general eran escasos, en 1958 ya había una buena parte de la población –campesinos, estudiantes, obreros, clase media y hasta una porción considerable de las élites económicas– involucrada en el respaldo a la oposición violenta. Frente a los revolucionarios y sus simpatizantes se colocaban los partidarios del régimen y, en el medio, una minoría pacífica como la que apoyó a Carlos Márquez Sterling en las elecciones del 3 de noviembre de aquel año.
Desde 1957 o 1958 es complicado articular una historia contrafactual en Cuba que eluda la vía revolucionaria, debido al deterioro que experimentaron las instituciones republicanas, bajo la dictadura, y a las simpatías populares que despertaba un cambio violento. Habría entonces que desplazar la construcción de un pasado virtual hacia los dos primeros años de la revolución en el poder, es decir, al lapso que va de enero de 1959, cuando se forma el Gabinete de Manuel Urrutia Lleó, y abril de 1961, cuando se declara el “carácter socialista” del Gobierno de Fidel Castro. En esos dos años, la posibilidad de otra Cuba, diferente a la republicana (1902-1958) y diferente a la socialista (1961-2008), fue real.
Esa Cuba que no fue, ideológicamente ubicada en la izquierda no comunista latinoamericana de mediados del siglo xx, pudo haber seguido un itinerario más parecido al de la revolución mexicana. La tesis de que Estados Unidos no habría tolerado, en el Caribe, un gobierno que controlara algunos recursos estratégicos y nacionalizara ciertas empresas norteamericanas, además de alfabetizar a la población, distribuir la propiedad agropecuaria e industrializar el país, se ve cuestionada por las buenas relaciones que Washington mantuvo con el México de Lázaro Cárdenas o con la Venezuela de Acción Democrática. Quienes sostienen esa tesis recurren, casi siempre, al caso de la Guatemala de Jacobo Arbenz, pero la historia diplomática de las relaciones entre Estados Unidos y Cuba en 1959 y 1960 apunta a que Eisenhower y Kennedy estaban dispuestos a mantener el vínculo con un gobierno nacionalista, democrático o autoritario, que no se aliara con la Unión Soviética.
No hay consenso sobre si el giro comunista en Cuba fue resultado de una convicción ideológica, de un cálculo geopolítico o de una estrategia defensiva
Los historiadores cubanos han debatido durante medio siglo cuál fue la principal motivación de Fidel Castro al girar hacia el comunismo y aliarse a la Unión Soviética. No hay consenso sobre si aquella maniobra audaz, que creaba un campo de batalla de la guerra fría a unos kilómetros de Florida, fue resultado de una convicción ideológica, de un cálculo geopolítico, de una estrategia defensiva o una mezcla de estas tres opciones. Lo cierto es que aquel camino, en 1961, no era el único y que quienes lo tomaron no respondían a una demanda popular, a una presión desde las élites políticas o a una expansión de la hegemonía soviética –Moscú, como Washington, se hubiera conformado con una revolución a la mexicana–. La ideología habanera en aquellos años gravitaba, mayoritariamente, hacia la izquierda nacionalista democrática, predominante en América Latina, y el marxismo-leninismo era una doctrina que, con mayor o menor flexibilidad, manejaba un pequeño círculo de intelectuales.
La elección del modelo comunista en Cuba fue, por tanto, un acto de voluntad, racional e indeterminado. Imaginar qué habría pasado si Fidel Castro y sus colaboradores más cercanos no hubieran elegido esa vía deja, entonces, de ser un tópico de la historia contrafactual y se convierte en un evento de la historia revolucionaria real. La mayoría de los líderes de la oposición y el exilio cubanos, en las dos primeras décadas del socialismo, es decir, de 1960 a 1980, por lo menos, pensaba que aquella revolución nacionalista y democrática, inscrita en la izquierda no comunista latinoamericana, era el curso natural que debió seguir la historia contemporánea de Cuba y que el giro al marxismo-leninismo era, en propiedad, una ruptura del consenso ideológico que había logrado la caída de Batista.
De no haberse producido ese golpe de timón, la historia, ya no de Cuba, sino de América Latina y sus relaciones con Estados Unidos y Europa, habría sido distinta. La guerra fría no habría tenido un capítulo latinoamericano tan intenso sin la Cuba socialista. A pesar de los graves problemas sociales y económicos de la región, es difícil imaginar que se hubiera producido un choque frontal, tan costoso, como el de las izquierdas revolucionarias y las dictaduras militares. Ambos fenómenos, el de las guerrillas latinoamericanas y el de los regímenes autoritarios, en los años 60 y 70, son inconcebibles sin la radicalización de las izquierdas populistas que impulsa el socialismo habanero y sin la reacción contra la misma que encabezan las élites, los ejércitos y Washington.
OTRA HISTORIA FUE POSIBLE
La esperanza, en el mar: durante los años 90 fueron muchos los cubanos que se hicieron al agua en busca de los cayos de Florida.
Sin un aliado de la Unión Soviética en el Caribe habría sido poco probable que la humanidad hubiera estado al borde de una tercera guerra mundial, esta vez atómica, en 1962, o que el Gobierno de Estados Unidos hubiera tenido que dar cobijo a cientos de miles de exiliados cubanos y a respaldarlos en sus intentos por retomar el hilo de aquella revolución originaria. Sin una Cuba soviética, seguramente, no habría habido embargo comercial, ni Ley de Ajuste Cubano, ni éxodo permanente hacia Florida, ni Alianza para el Progreso, ni una cultura y una política cubanoamericanas tan influyentes, ni un Miami hispano que es ya una zona de contacto entre las dos Américas.
El triunfo de la Revolución Cubana coincidió con el proceso de descolonización en África y Asia, con la lucha por los derechos civiles en Estados Unidos y con la articulación de una nueva izquierda occidental, como la que protagonizó el movimiento estudiantil de 1968. La relación del socialismo cubano con esos fenómenos no siempre fue fluida, ya que la alianza con Moscú limitaba a La Habana en la práctica de una izquierda heterodoxa. Esa relación se produjo, en buena medida, a través de la figura del Che Guevara, quien desde finales de 1963 desempeñaba un papel marginal dentro de la clase política cubana. El guevarismo fue un movimiento de la izquierda latinoamericana que compartía sólo una parte del programa del socialismo cubano, toda vez que la sovietización de este último era rechazada por el Che ¿Habría existido guevarismo en América Latina sin una Cuba socialista? Tal vez.
Otro tópico recurrente en los discursos de la izquierda latinoamericana contemporánea es el que atribuye al socialismo cubano la emergencia, en la última década, de movimientos y liderazgos como el de Lula en Brasil, Chávez en Venezuela o Morales en Bolivia. Algo de cierto hay en tal percepción, sobre todo, si se toma en cuenta que esos tres líderes son amigos de Fidel Castro desde antes de llegar al poder y viajaron con frecuencia a La Habana mientras formaban parte de la oposición en sus respectivos países. Pero, a diferencia del Chile de Allende o de la Nicaragua del Frente Sandinista, las nuevas izquierdas latinoamericanas, incluida la chavista, se reconocen ideológica e institucionalmente más en la tradición del nacionalismo democrático que en la del marxismo-leninismo. De ahí que el vínculo genealógico de esas izquierdas con el socialismo cubano no pase de ser un gesto retórico de “solidaridad con Cuba”.
En las ideas políticas y en la estrategia pública, las nuevas izquierdas latinoamericanas deben más a la revolución mexicana que a la cubana. Ninguna de esas izquierdas ha propuesto la estatalización de la economía, la creación de un partido único, la ilegitimidad de la oposición, la ausencia de libertades públicas o el enfrentamiento con Estados Unidos. Ninguna de esas izquierdas ha adoptado el marxismo-leninismo como ideología de Estado ni ha acomodado sus políticas educativas y culturales a una rígida filiación doctrinal. Sin embargo, los líderes de esas izquierdas, con el fin de satisfacer a los sectores más radicales que los apoyan y de marcar distancia con Washington, se presentan como herederos de la Revolución Cubana.
Desde otro ángulo de la historia política, es posible pensar que, aunque el socialismo insular deja un legado inservible para los gobiernos latinoamericanos, aún funciona como símbolo de un proyecto de equidad social y resistencia a la hegemonía de Estados Unidos. Ese símbolo no está exento de negatividad, puesto que para los gobiernos de la izquierda latinoamericana, Cuba representa lo que no se debe hacer con tal de avanzar en materia de justicia y soberanía: poner toda la economía en manos del Estado y enfrentarse a Washington. Pero aún así, el símbolo funciona, sobre todo, como una manera expedita de controlar a las oposiciones internas de la izquierda radical y de proyectar una diplomacia autónoma.
Cuando los ideólogos de la isla insisten en que, gracias al socialismo cubano, las nuevas izquierdas latinoamericanas han logrado constituir opciones de gobierno responsable, no dejan de tener razón. Sólo que en la afirmación de una paternidad simbólica ante esas izquierdas, los socialistas cubanos ocultan la discontinuidad institucional que esos gobiernos manifiestan con respecto al modelo insular. El socialismo cubano, con su partido único y su economía de Estado, no pertenece a la familia política de las nuevas izquierdas latinoamericanas sino a la vieja estirpe de los comunismos de Europa del Este. Si ese socialismo finalmente se decide a parecerse a sus izquierdas vecinas, entonces aquel pasado virtual se volverá real y Cuba dejará de ser una excepción latinoamericana.
===========
2) EL LEGADO CUBANO
Rafael Hernández
A finales de los 80, un relevante sociólogo cubano-americano, de regreso por primera vez a su país de origen, me confesaba: “Yo creía que ustedes eran más rusos”. Acercarse al legado de la revolución requiere, al menos, quitarse esas lentes ahumadas, para poder mirar a la Cuba real, cubierta por una nube de interpretaciones y verdades aceptadas, que no se ha borrado.
Detrás de esa frase sorprendente está una vieja idea, parte del legado con que se sigue mirando a Cuba: la revolución traicionada desviada de su camino verdadero por los Castro y Che Guevara, que supuestamente la entregaron a Moscú y a los viejos comunistas en 1960. Durante sus primeros treinta años de vida, sin embargo, el socialismo cubano sólo se vino a situar en paralelo con el soviético entre 1972 y 1985; antes y después, intentó un camino propio, que llegó incluso a criticar acerbamente aquellos otros socialismos. Para muchos cubanos que todavía lo recuerdan, era impensable entonces que las tropas del Pacto de Varsovia marcharan por las calles de La Habana, como por Budapest o Praga; también lo es que ahora se compare aquellos socialismos con el de la isla, distinto en su origen, ideología, textura social y cultural. Con sus errores y virtudes, lo han reivindicado siempre como un producto nacional. Las implicaciones de esta autorrepresentación atañen a todos los cubanos, incluso a los que no vivieron los años de la guerra fría. Viejos y jóvenes coinciden en que problemas actuales como el hipercentralismo, la burocratización, el verticalismo institucional, la recarga ideológica de los medios de difusión, el estadocentrismo, son resabios indeseables del socialismo real que también padece el cubano. Si la marca de éste no es foránea, las ideas de cómo transformarlo tampoco habría que importarlas, sea de China, Vietnam o Venezuela; mucho menos de la farmacología europea, por no hablar de los laboratorios de Florida.
Aquella consigna de la revolución traicionada, muy popular en la Casa Blanca de los Kennedy, tuvo otro efecto que dura hasta hoy. Enarbolándola, se pudo invadir Cuba en 1961, amenazarla con armas nucleares en 1962, plagarla luego con ataques terroristas, y hasta hoy bloquearla económicamente, antagonizarla con medios diplo-militares y caricaturizarla con la paleta de la guerra psicológica. Todo en nombre de la democracia y la libertad, y en contra del comunismo ateo. Ese acoso perpetuo que hizo surgir en la isla el síndrome de la fortaleza sitiada, sigue incluyéndola en la lista de países terroristas e impone como condición para terminar la guerra fría entre los dos países las recetas democratizadoras de la Ley Helms-Burton, que estarán en vigor todavía, por cierto, cuando tome posesión la próxima Administración Obama. Ese síndrome cíclicamente renovado mantiene una predisposición defensiva que no facilita la democracia y la libertad de expresión. El lastre antidemocrático depositado por la hostilidad de EE UU también es parte del legado histórico con el que tiene que lidiar hoy la sociedad cubana.
¿Qué queda entonces de aquella épica revolucionaria donde surgieron los mitos vivientes de Fidel Castro y el Che, de las ideas de construir en paralelo el socialismo y el comunismo, el hombre nuevo, la sociedad de los iguales, “crear dos, tres, muchos Vietnam”? La respuesta instantánea podría ser nada o muy poco. Pero las respuestas instantáneas son más bien propias de la televisión. Si se trata de ir al fondo de las cosas, lo primero es considerar que bajo el arco de épocas diversas, encrucijadas y turbulencias mundiales de estos 50 años, Cuba también ha cambiado y tiene menos que ver con la de 1960 que los propios Estados Unidos. La manera de pensar el sistema político y la democracia, así como la vida diaria en los últimos veinte años, ha evolucionado más en la isla que en España. Esta última fase de la transición cubana no empezó con la enfermedad de Castro, sino con las transformaciones de los primeros 90, sin las cuales no se puede entender nada, mucho menos el legado real de la revolución.
La cuestión de fondo sería: ¿Qué representa hoy el socialismo para los cubanos? ¿Cuán lejos está de las ideas que inspiraron la revolución? Si no se formula como un ordenamiento político y económico específico e inmóvil, sino como un orden cívico de relaciones sociales, una cultura política, un sistema dirigido a lograr una sociedad más justa, la distancia no es tanta. Justicia social, equidad, independencia nacional, soberanía, desarrollo social, democracia popular, libertad, dignificación del ser humano, siguen siendo valores en los que creen una mayoría de los ciudadanos, viejos y jóvenes. Se dirá que en muchos lugares del mundo se comparten estos mismos ideales, que no son privativos de un pensamiento socialista ni de una herencia revolucionaria. La diferencia radica en que no sólo los cubanos de clase media urbana blanca, sino gran parte de la sociedad ha vivido muchas de estas aspiraciones como experiencias concretas o como expectativas. A pesar de la caída del nivel de vida y la insuficiente recuperación desde los 90, la posibilidad de que esos otros ideales no alcanzados plenamente sean algo más que enunciados de la Constitución no se les plantea como un asunto académico, sino como posible y necesario en sus vidas. Incluso los que se deciden a emigrar, están lejos de ser “jóvenes sin ideales, sólo interesados en el consumo”: la mayoría lleva consigo estos valores. Los que se quedan tienen el desafío de redefinir el orden socialista y renovarlo a fondo.
¿En qué medida estos cubanos reales son diferentes a los de hace medio siglo? En su conjunto, son más educados, creen que por el mero hecho de haber nacido tienen derecho a toda clase de servicios sociales, a ser considerados iguales (sean mujeres, negros, pobres o campesinos), a reclamarle al Estado y a decir lo que piensan, a viajar al extranjero (incluso obreros). Han heredado un sentido común según el cual les toca ser felices, piensan con su cabeza y se quejan de casi todo. Gobernarlos es una tarea mucho más compleja que hace 50 años. En su naturaleza contradictoria, viva y cambiante, encarnan quizás mejor que ninguna otra cosa el legado de la revolución.
==============
3) CASTRISMO SIN FRONTERAS
Bertrand de la Grange
Encuentro en La Habana: Fidel Castro, escoltado por Hugo Chávez (izquierda), presidente de Venezuela, y Evo Morales, presidente de Bolivia.
Dos de enero de 1959. El mundo se despierta con el triunfo de la Revolución Cubana. La toma de La Habana, la víspera, por un puñado de jóvenes barbudos ocupa las primeras planas de los periódicos. El acontecimiento llena de esperanza a una América Latina plagada de dictaduras. Cuba se convierte en símbolo de la libertad, reemplaza a Moscú como faro de la izquierda internacional y es fuente de inspiración para los movimientos de descolonización en África.
Han pasado 50 años. La antigua Perla del Caribe, la patria de José Martí, es hoy la única dictadura en el continente americano y no logra dar de comer a sus 11 millones de habitantes, sumidos en la precariedad. Mientras los demás pueblos de la región se han liberado de los regímenes autoritarios y han progresado en el campo económico, Cuba se ha convertido en una amarga caricatura de sí misma, aunque para muchos no haya perdido su aura romántica.
Una visita a las hemerotecas permite percibir la euforia que desató la victoria de Fidel Castro. En esa época Miami era fidelista, como se decía entonces, y los cubanos de Florida fueron los primeros en celebrar ruidosamente la caída del general Fulgencio Batista, que logró huir a la República Dominicana acogido por su amigo el dictador Leónidas Trujillo. Muchos de sus seguidores buscaron refugio en Estados Unidos, donde les esperaba la hostilidad de los exiliados. Según los teletipos de las agencias de prensa, los antidisturbios tuvieron que intervenir, el 1 de enero de 1959, para impedir que cientos de cubanos agredieran a funcionarios y familiares de Batista que acababan de llegar al aeropuerto de West Palm Beach, cerca de Miami.
La mayoría de los intelectuales latinoamericanos, comunistas o no, compartían entonces la alegría de los cubanos. Lo recordaba varios años después Mario Vargas Llosa: “Por primera vez pensamos que la revolución era posible en nuestros países. Hasta entonces, había sido para nosotros una idea romántica y remota”. En 1971, Vargas Llosa y varios otros escritores, como Jean-Paul Sartre o Juan Goytisolo, romperían con la Revolución Cubana a raíz del encarcelamiento del poeta Heberto Padilla y de la deriva totalitaria del régimen.
A diferencia de los gobiernos electos democráticamente, que se benefician a lo sumo de un año de gracia para cumplir sus promesas, Castro estuvo a salvo de las críticas de los intelectuales extranjeros durante más de una década. Casi ninguno de ellos denunció –y, sí, muchos las justificaron– las ejecuciones de cientos de colaboradores del antiguo régimen, condenados en juicios sumarísimos donde no se hacía la diferencia entre verdaderos matones y funcionarios sin relevancia. “Seguiremos fusilando mientras sea necesario. Nuestra lucha es una lucha a muerte”, había declarado el lugarteniente argentino de Castro, Ernesto Che Guevara.
Tampoco generó muchas protestas el arresto de uno de los más destacados comandantes del Ejército rebelde, Huber Matos, que había presentado su renuncia a Fidel Castro después de fustigar “la influencia comunista en el Gobierno”. La revolución no había cumplido aún 10 meses cuando Matos fue condenado a 20 años de prisión, que cumpliría hasta el último día. Poco después, empezaría la guerra civil en la Sierra del Escambray, que duró seis años, hasta 1966, y provocó al menos 3.000 muertos, un 50% más que en la lucha contra Batista. Lo que era, según el historiador cubano Rafael Rojas, que aporta argumentos contundentes en este sentido, una “lucha a muerte entre cubanos por dos proyectos de una misma nación” fue presentado por la propaganda de La Habana como una contrarrevolución al servicio de EE UU. Es el mismo argumento que usarían con éxito los sandinistas, 20 años después, para descalificar la rebelión campesina en Nicaragua. En abril de 1961, cuando los anticastristas intentaron un desembarco en Playa Girón, los partidarios de ambos bandos se enfrentaron en las calles de Guatemala y Bogotá, pero los fidelistas fueron los únicos en manifestarse en México, Santiago de Chile o Quito. Y en Costa Rica, unos 150 voluntarios se alistaron para ir a defender la revolución.
Hicieran lo que hicieran sus dirigentes, la gesta cubana merecía ser defendida porque la izquierda latinoamericana, los nacionalistas y hasta la derecha europea –el dictador Franco y su ministro Fraga Iribarne– la percibían como una respuesta a la arrogancia de Washington, que privilegiaba el garrote en sus relaciones con los países al sur del río Bravo y no dudaba en mandar a los marines cuando sus intereses económicos peligraban. Había sed de libertad en todo el continente, especialmente entre las clases medias que empezaban a acceder a la Universidad. Y, sin embargo, esos mismos sectores apoyaban las medidas de represión de Fidel Castro contra las voces discordantes, incluido el confinamiento de miles de opositores, homosexuales o “antisociales” en campos de trabajos forzados.
Cuando aún no controlaba la totalidad de su territorio, Castro empezó a mandar expediciones clandestinas para derrocar gobiernos hostiles. Trujillo, el dictador dominicano, fue el primero en recibir esas atenciones. La invasión, en junio de 1959, terminó con la muerte o la detención de la mayoría de los 200 guerrilleros cubanos y dominicanos. El fracaso no fue suficiente para desanimar a quienes querían exportar la revolución a todo el continente, empezando por el Che, que tenía en mente su propio país, Argentina, pero daría una vuelta por África –con otro fracaso en el Congo– antes de acercarse al Cono Sur a través de Bolivia, donde sería asesinado en 1967.
El hambre se juntó con las ganas de comer: la izquierda latinoamericana soñaba con extender la revolución al resto del continente y Cuba era demasiado pequeña para las ambiciones políticas de Fidel Castro. La Habana se convirtió en un hervidero de delegaciones revolucionarias. Todas querían apoyo material e ideológico para crear focos de guerrilla en Nicaragua, Guatemala, Venezuela, Haití, Brasil, Paraguay o Perú. El jefe de la Dirección General de Inteligencia, Manuel Piñeiro, más conocido como Barbarroja, era el encargado de la logística de esa internacional revolucionaria.
México, ha reconocido el propio Fidel, fue el único país a salvo de la intromisión cubana. La Habana no quería indisponerse con uno de los pocos países que había resistido las presiones de Washington e ignorado el embargo comercial decretado contra la isla. Hay incluso pruebas de la complicidad de Cuba con el Gobierno del Partido Revolucionario Institucional (PRI) para infiltrarse en las guerrillas mexicanas y facilitar su exterminio.
Antes de regresar a sus países de origen, los becarios de la revolución recibían en Cuba entrenamiento militar y formación política en campamentos secretos. A partir de los testimonios de ex guerrilleros latinoamericanos y de informes publicados por varios servicios de inteligencia, se sabe que había también africanos, palestinos, irlandeses y vascos. ¿De dónde sacaban los cubanos los cuantiosos recursos necesarios para entrenar y armar a esas guerrillas? La mayoría de los fondos venían de secuestros y asaltos bancarios cometidos en Argentina, México, Brasil o, incluso, Estados Unidos, como lo ha contado con muchos detalles un ex agente de la isla, Jorge Masetti en El furor y el delirio.
La entelequia del ‘hombre nuevo’
Mientras Barbarroja se encargaba de la logística, su esposa, la chilena Marta Harnecker, se dedicaba a la parte teórica y lograba convertir en bestsellers sus manuales marxistas en los años 70.
El clima político creado por la guerra fría favoreció la aparición de guerrillas en todo el continente. “Los mejores elementos de la intelligentsia latinoamericana [intentaron] causar estragos en sus países”, escribió Jorge Castañeda en La utopía desarmada. Encandilados por la figura heroica del Che, muchos jóvenes, la mayoría estudiantes, ateos o cristianos de base, se lanzaron a la lucha clandestina sin la preparación militar ni los medios adecuados para enfrentarse con las fuerzas de seguridad. Creían, en su ingenuidad, que las masas les iban a apoyar y que la toma del poder por el pueblo era inevitable. Se dejaron llevar por la entelequia del hombre nuevo y se veían como la vanguardia de una sublevación popular que sólo existía en su imaginación. Si un hombre experimentado como el Che se equivocó en su análisis de las “condiciones objetivas” en todos los países donde intentó exportar la revolución, ¿cómo sorprenderse que sus seguidores, menos preparados, cayeran en los mismos errores? “Lo peor de la Revolución Cubana es el daño que ha provocado en América Latina”, dice el editor cubano Pío Serrano, exiliado en Madrid. “Los mejores elementos de toda una generación han muerto al intentar crear focos revolucionarios, que fueron aplastados”.
En su famosa carta a la Conferencia de la Tricontinental, que reunió en abril de 1967 en La Habana a las organizaciones revolucionarias de América Latina, África y Asia, el Che instó a “crear dos, tres... muchos Vietnam”. Muchos siguieron la consigna y todos fracasaron en el intento, menos los sandinistas nicaragüenses, que tomaron el poder en 1979.
Esa victoria dio a Cuba una plataforma extraordinaria para apoyar a las guerrillas en El Salvador, Guatemala y Honduras. Todas tenían santuarios en Nicaragua, de donde salían aviones y barcos cargados de armas soviéticas y cubanas para sus respectivos frentes. Altos mandos cubanos de los servicios de inteligencia y del Ejército, como el general Arnaldo Ochoa, fueron destacados en Managua para manejar la logística y, luego, la lucha contra la guerrilla antisandinista, la Contra, financiada por Washington. Al embajador de La Habana se le llamaba el “décimo comandante” porque asistía a las reuniones de los nueve comandantes de la dirección nacional sandinista. Los cubanos se habían apoderado de Nicaragua, pero no pudieron evitar que los sandinistas perdieran las elecciones en febrero de 1990, apenas tres meses después de la caída del muro de Berlín.
La de Nicaragua sería la última derrota de La Habana en sus intentos de exportar la revolución por las armas. En el caso de Chile, donde la izquierda había llegado al poder por la vía electoral en 1971, la injerencia descarada de Fidel Castro para acelerar el proceso revolucionario contribuyó al fracaso y a la muerte de Salvador Allende.
El derrumbe de la Unión Soviética en 1991 cambia todo. Durante diez años, el régimen cubano tiene que hacer frente a la pérdida de los enormes subsidios que Moscú le entregaba a cambio de su alianza contra Washington. La población sobrevive con dificultad y la desnutrición provoca epidemias insólitas, como la neuritis óptica.
La tabla de salvación llegaría en 1999 con la victoria electoral de Hugo Chávez, gran admirador de Fidel Castro. A cambio del petróleo venezolano y de ayudas de todo tipo, Cuba manda a Caracas unos 30.000 médicos y enfermeras. Hace lo mismo con Bolivia, donde otro de los discípulos de Castro, Evo Morales, ha llegado al poder en 2006. Paga Venezuela.
Los papeles están ahora invertidos: Cuba ha perdido toda capacidad de exportar su modelo socialista y se ha vuelto dependiente de América Latina, donde la economía de mercado se ha generalizado. Argentina, Brasil, Chile, Ecuador, Uruguay y algunos otros países donde La Habana apoyó movimientos de guerrilla tienen hoy gobiernos de izquierda elegidos en las urnas. Aunque no le deben su victoria a Fidel Castro, las izquierdas latinoamericanas mantienen una relación sentimental con la antigua capital de la revolución y exigen a sus líderes que actúen para evitar su colapso. Chávez se vuelca para propiciar el statu quo y presentarse como el heredero de Fidel. Otros, como el brasileño Lula da Silva, apuestan por el cambio con Raúl, sin decirlo públicamente, e impulsan la vía de la inversión productiva para facilitar una transición pacífica.
La genialidad de Castro, que desde su lecho de enfermo sigue moviendo los hilos, ha consistido en mandar médicos donde antes enviaba guerrilleros. Se ha granjeado así el reconocimiento de miles de campesinos bolivianos, guatemaltecos o venezolanos que no tenían acceso a los servicios de salud. Todos ellos están convencidos de que Cuba es un paraíso terrenal y alaban la generosidad de la revolución. Lo que no saben es que La Habana no tiene recursos para atender a su propia población y que esa revolución tan admirada está en sus últimos estertores.
===========
Rafael Rojas es uno de los más respetados historiadores cubanos. Entre sus obras, destacan Motivos de Anteo: patria y nación en la intelectualidad de Cuba (Ed. Colibrí, Temas Cubanos, Madrid, 2008) y Tumbas sin sosiego: revolución, disidencia y exilio intelectual cubano (Ed. Anagrama, Barcelona, 2006). Rafael Hernández es autor, entre otros, de Mirar a Cuba. Ensayos sobre cultura y sociedad civil (Editorial Pueblo y Educación, La Habana, 2001) y The History of Havana (Palgrave Mc Millan, Nueva York, 2006). Bertrand de la Grange, corresponsal en América Latina del periódico francés Le Monde durante casi dos décadas, es también autor, junto a Maite Rico, de ¿Quién mató al obispo? Autopsia de un crimen político (Ed. Martínez Roca, Madrid, 2005) y de Marcos, la genial impostura (Ed. Aguilar, Madrid, 1998).
Para comprender el fenómeno que supuso la Revolución Cubana en el continente latinoamericano y la visión desde la izquierda es fundamental el libro de Eduardo Galeano: Las venas abiertas de América Latina (Ed. Siglo XXI de España, Madrid, 2008). Los libros sobre la figura del Che son incontables: entre ellos, Che Guevara, una vida revolucionaria, de John Lee Anderson (Ed. Anagrama, Barcelona, 2006) y del propio Fidel, El decoro del mundo: Che Guevara visto por Fidel Castro (Ed. Txalaparta, Tafalla, Navarra, 2000). El polémico libro Fidel Castro: biografía a dos voces (Debate, Madrid, 2006), de Ignacio Ramonet, reúne más de cien horas de entrevistas con el comandante.