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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 15 de julho de 2014

E por falar em livros: mais leituras edificantes do submundo do crime - Romeu Tuma Jr 2.0

Tuma Jr vem aí com Assassinato de Reputações II

 Depois de vender 100 mil livros, o ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, resolveu escrever Assassinato de Reputações II. Ele quer fazer o lançamento às vésperas das eleições de outubro. Ele prometeu revelações ainda mais bombásticas sobre os bastidores do governo Lula.

Como não foi processado por ninguém e como também Câmara e Senado não quiseram ouvir suas revelações, ele avisou que o que reservava para Justiça e Congresso irá para o novo livro.


Tuma Júnior também desistiu de disputar uma cadeira de deputado Federal pelo PTN, mas prometeu apoiar que se comprometer a apoiar a proposta de acabar com o uso da polícia em atos de perseguição política. 

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Carlos Newton

O jornalista Polibio Braga, um dos blogueiros mais influentes do Rio Grande do Sul, anuncia que, depois de vender 100 mil livros, o ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, está mesmo escrevendo “Assassinato de Reputações II”.

Ainda segundo Polibio Braga, o delegado aposentado da Polícia Federal “quer fazer o lançamento às vésperas das eleições de outubro, e prometeu revelações ainda mais bombásticas sobre os bastidores do governo Lula”.

O fato é que, em seu primeiro volume, Tuma Jr. deixou o PT, o governo e o ex-presidente Lula totalmente na defensiva. Fez denúncias pesadas sobre perseguições do governo a políticos de oposição, com preparação de dossiês fraudulentos. E culminou a série de acusações dizendo que Lula era informante do DOPS, com o codinome “Barba”, e operava diretamente com o pai dele, o célebre delegado Romeu Tuma, depois eleito deputado e senador.

SILÊNCIO ABSOLUTO

Como não foi processado por ninguém e como também Câmara e Senado não quiseram ouvir suas revelações, com a base aliada impedindo sua convocação pelas comissões temáticas, Tuma Jr. avisou que as denúncias que reservara para Justiça e Congresso irão para o novo livro.

Nesse ínterim, o delegado deu uma bombástica entrevista no programa Roda Viva. Reafirmou  ter provas de tudo, inclusive do envolvimento de Lula com a ditadura. E anunciou que iria escrever a continuação do livro, sob o título “Assassinato de Reputações II”, anexando as provas.

De lá para cá, com os escândalos da Petrobras e com a realização da Copa do Mundo, o assunto de Tuma Jr. ficou adormecido, somente voltando agora ao noticiário.

Bem, se o livro for lançado antes das eleições, como é a intenção, com toda certeza fará um grande estrago na campanha do PT. Vamos aguardar,

Venezuela: ditadura chavista aprofunda a repressao politica

Chego a sentir vergonha pelo Mercosul, pelo meu país...

Paulo Roberto de Almeida  


América Latina

Venezuela: ex-deputada é acusada de incentivar violência 

Com mandato cassado, opositora María Corina Machado não pode deixar o país

A ex-deputada venezuelana María Corina Machado
A ex-deputada venezuelana María Corina Machado (Sérgio Lima/Folhapress)
A ex-deputada opositora María Corina Machado afirmou nesta segunda-feira que foi acusada pelo Ministério Público da Venezuela de instigação à violência durante os protestos que estouraram no país em fevereiro.A acusação foi divulgada depois que a política compareceu ao Palácio da Justiça, em Caracas, para conhecer as razões de ter sido proibida pela Justiça de deixar o país, medida imposta no final de junho. 
O Judiciário, controlado pelo Executivo chavista, já usou o mesmo tipo de acusação para intimidar e prender o opositor Leopoldo López, outra figura destacada entre os adversário so chavismo. A imputação desse tipo de crime para silenciar a oposição já provocou protestos de organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional. 
Logo depois de divulgar o caso em sua conta no Twitter, María Corina acusou o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, de estar por trás do seu indiciamento e da proibição de viajar. Foi justamente Cabello que divulgou publicamente no final de junho que a ex-deputada não poderia deixar o país por causa de investigações relacionadas ao protesto de 12 de fevereiro, o primeiro da onda que sacudiu a Venezuela pelos meses seguintes. 
Nesta segunda-feira, Corina voltou a apontar que a divulgação do inquérito por parte de Cabello foi "ilegal e inconstitucional", já que esse tipo de investigação é sigilosa. Sua defesa disse ainda que o presidente da Casa soube da decisão antes mesmo da notificação dos interessados. A ex-deputada também disse que não existe nenhum risco de ela fugir do país. 
Um dos homens fortes do chavismo, Cabello já havia articulado a cassação da deputada, em abril, após María Corina ter tentado proferir um discurso na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em que denunciaria as violações de direitos humanos na Venezuela. Os chavistas também já acusaram a ex-deputada de participação em um plano mirabolante paraassassinar o presidente do país, Nicolás Maduro.

Os estragos do chavismo na Venezuela

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor. Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013 e está dando continuidade aos erros do coronel. Confira:

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Criminalidade alta

A criminalidade disparou na Venezuela ao longo dos 14 anos de governo Chávez. Em 1999, quando se elegeu, o país registrava cerca de 6 000 mortes por ano, a uma taxa de 25 por 100 000 habitantes, maior que a do Iraque e semelhante à do Brasil, que já é considerada elevada. Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), em 2011, foram cometidos 20 000 assassinatos do país, em um índice de 67 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2013, foram mortas na Venezuela quase 25 000 pessoas, cinco vezes mais do que em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito. 
Apesar de rica em petróleo, a Venezuela é o país com a terceira maior taxa de homicídios do mundo, atrás de Honduras e El Salvador. Entre as razões para tanto está a baixa proporção de criminosos presos. Enquanto no Brasil a média é de 274 presos para cada 100 000 habitantes, na Venezuela o índice está em 161. De acordo com uma ONG que promove os direitos humanos na Venezuela, a Cofavic, em 96% dos casos de homicídio os responsáveis pelos crimes não são condenados. 

Eleicoes 2014: o povo cansou, quer outra coisa - Reinaldo Azevedo

O brado retumbante

O povo que pôs fim à ditadura, que depôs um presidente na lei e na ordem e que venceu a inflação, convivendo com duas moedas, merece uma Seleção melhor, um governo melhor, uma classe política melhor e um futuro melhor.

Já chegou a hora de aposentar a tese de que “todo povo tem o governo que merece”. A população brasileira já passou, e passa ainda, poucas e boas. Ainda assim, acredita no futuro, recebe bem quem vem de fora, luta — a esmagadora maioria ao menos — para ganhar a vida honestamente. Merece ser governado por uma classe política mais decente.

Esse povo está cansado, sim, de empulhação, de roubalheira, de um Estado que não funciona. Quando pede “escola e saúde padrão Fifa”, está despertando para o fato de que é um dos maiores pagadores de impostos diretos e indiretos do mundo, sem que o Poder Público lhe dê o devido retorno.

A resposta para isso, e claro!,, não é a tal democracia direta dos conselhos populares, como agora ameaçam os petistas. Essa democracia direta é justamente o contrário do que querem milhões de pessoas: o que se pede é uma República dos Iguais, não uma República dos Diferentes —porque ligados a um partido, a um sindicato ou pertencentes a uma classe.

O governo petista está batendo cabeça para tentar entender o que se passa e não consegue porque se apega à ortodoxia de esquerda, dos movimentos organizados, o que levou Gilberto Carvalho, por exemplo, a negociar com criminosos, já que confessou ter se encontrado várias vezes com black blocs.

Qualquer que seja o resultado nas urnas neste 2014, vença o governo de turno ou a oposição, é preciso que o Estado se abra mais para ouvir a sociedade, não entregando a administração pública a minorias, a conselhos e a sovietes. Precisamos é de indivíduos mais livres para empreender, dentro das regras do jogo. Vença Dilma, Aécio ou Campos, quem não entender o “brado retumbante” corre o risco, numa situação econômica não muito favorável que vem pela frente, de ter sérios problemas com a governabilidade.

O brado retumbante pede governantes mais sérios. O brado retumbante quer um governo melhor, uma seleção melhor, uma escola melhor, uma saúde melhor. A razão é simples: o povo paga caro por isso tudo. E não recebe a mercadoria. Está cansado de ser vítima de uma espécie de estelionato da cidadania.