quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

965) O pequeno manual do candidato a ditator (a ne pas suivre...)

The aspiring dictator's guide
BINYAVANGA WAINAINA: CONTINENTAL DRIFT - Dec 03 2008 05:00

So many writers are making money writing stupid self-help books. Is there some little book, which circulates from president to president, like The Secret? Or are they all the kind of Africans who believe in crazy muti deals with the devil and that killing your own son at midnight will give you power?

Me, I believe that, like us, they learn from newspapers and, in these very minutes, some sneaky dictator somewhere on this continent is watching Mugabe and saying "aha".

The Daily Telegraph of England is a good read for all promising dictators of former English colonies - they report Dictator News with relish and regularity. Avoid blogs, they will depress you. Avoid Wikileaks.

Maybe they are reading this and will sneak it into their pockets.

Rule 1. Be the richest man in your country (Daniel arap Moi, Robert Mugabe). If you are a second-generation dictator, this is not hard; just blackmail the guy who came before you (Frederick Chiluba). If you come from an oil-producing country, this is even easier (many Nigerians and Angolans, Chad). If you are a Kenyan, the National Social Security Council is always good for a few billion. Defence contracts even better (all presidents). Money-printing contracts, the best (all presidents). If you are a South African, then anything with the word "black empowerment" works fine.

Rule 2. Find poor, stupid and brutal men from every corner of your country and make them rich. Do not give them money. Give them a place to steal from. Stupid people do not save money.
Give all women's church groups money. They are the most powerful groups in your country.

Rule 3. Make America or China happy. Make Israel and Saudi Arabia very happy. Become a Muslim, like Idi Amin. Visit Moammar Gadaffi often. He likes African leaders. We do not know why. Pray with George Bush and let him see your soul. Make your country's leading supermodel the ambassador to France and Italy. Ask her to wear a mini when presenting her papers to Nicholas Sarkozy.

Rule 4. Be very, very nice to your army. Be mean to your police.

Rule 5. Allow all international NGOs and donors free access to starving rural people, so that they vote for you because they got food aid (most African countries).
Rule 6. Colonial countries expected little of Africans. Maintain this illusion. Keep your citizenry ignorant and unproductive. For their food needs, see Rule 5 above.

Rule 7. Make sure you become the tribal leader too (Jomo Kenyatta, Moi, Jacob Zuma). Even if you do not speak the language (Jerry Rawlings). Meet all the important people in your tribe every month and emphasise strongly how the other tribes are going to kill you all if you leave power (Moi). The word will spread and, when the s*** hits the fan, your people will yield machetes for you. In Africa "tribe" means anybody who speaks your language to whom you regularly give money and civil service jobs. Just like the colonials.

Rule 8. Destroy or infiltrate all unions and civil organisations that have a constituency of educated Africans. All farmers' associations, all parents' associations, all teachers' associations, all church groups … these are very dangerous, especially the Catholics, who have a dictator in the Vatican they account to, who is richer than you. This way, you have no organised civil society that works. If your citizenry cannot organise themselves on issues such as work or education, they can only organise themselves by tribe. And all your cabinet ministers control their tribes, just as you do because they are the richest people in their tribes.

Rule 9. Allow all civil society groups that do not have any sizeable membership or constituency among your citizens. This way, you can shrug your shoulders and say you are happy to be criticised, but what noise they make means nothing. They have to account only to their donor, who lives in Denmark, and also fund the food aid you need for elections.

Rule 10. A free press is important. But have shares in all major media and make sure that you allow them to be very critical of everything, except you. You can, these days, secretly pay bloggers. They can say, for example, that your economic policy is Keynesian, but they should never say you are a "corrupt Zulu warlord".

Rule 11. Do not send all the money you steal to Switzerland and do not give it to your wife. Buy US treasury bonds and hide them in your children's library. They will never use it. Why should they read? Daddy is rich. Do not have businesses in your wife's name. Or in your children's names. Deal in euros, Krugerrands and diamonds.

Rule 12. Be nice to your fellow world dictators; you may need them to give you a home some day. Join Nepad (Wade). It is great for networking. Attend all African Union (AU) meetings and bring presents. The AU is the dictator's best friend (Idi Amin). For presents to colleagues, cash is good, gold is better and treasury bonds are best. No Ndebele prints please.

If all these things fail and you find yourself in State House surrounded by screaming citizens carrying homemade weaponry, make sure you have a Hummer (Raila Odinga) in your garage. They are cheap now in America. You can burst out of your palace and make your way to Somalia, where you can become a pirate who earns $50-million a year.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

964) Domingo Cavallo impedido de falar na Sorbonne

Recebido do amigo e economista do BNDES, Mauricio David, em 10.12.2008:

Caros amigos :
Estudantes e professores/pesquisadores franceses nos fizeram chegar uma informação detalhada do que aconteceu nesta segunda-feira 8 de dezembro de 2008 na Universidade de Paris I, quando o ex-Ministro de Economia da Argentina Domingo Cavallo foi convidado a pronunciar uma conferencia sobre o tema da sua especialidade : as receitas monetaristas que arruinaram as economias dos países emergentes. Recebido com um concerto de panelas que durou exatamente 60 minutos, Cavallo não conseguiu falar e terminou expulso do recinto universitário. " Não se pode ignorar impunemente as consequencias dos atos intelectuais e das tomadas de posição em favor das políticas econômicas genocidas", conclui o relato efetuado pelos estudantes e professores dos acontecimentos na Sorbonne ocorridos ma segunda-feira passada.

Na medida em que estes acontecimentos tem relação com a vida universitária francesa mas também com a América Latina - em especial a Argentina - professores da Universidade de Paris nos pediram para circular a informação que segue em anexo.

Ao mesmo tempo, quem quiser construir uma opinião própria destes acontecimentos e desta crônica pode acessar as imagens em vídeo que se encontram no site You Tube.

Meus comentários (PRA):

Independentemente dos resultados desastrosos das políticas econômicas argentinas, a atitude acadêmica correta, em qualquer lugar e circunstância, seria ouvir, ler, pesquisar, discutir, argumentar, provar com argumentos lógicos e dados empíricos o nefasto dessas experiências e fazer uma avaliação ponderada.
O não-diálogo, o silêncio, a claque ou a vociferação sempre são empobrecedores de um conhecimento superior e necessário.
Pode-se, sim, manifestar a sua opinião, mas a atitude tomada foi totalitãria: "Não gosto, nao deixo voce falar!"
Isso ocorre nas ditaduras, não em democracias consolidadas, em que há o direito à opiniâo divergente ou minoritária e, sobretudo, há tolerância com a discordância.

Alias, é empobrecedor atribuir apenas a Domingo Cavallo todo o desastre argentino. Ele era ministro das Relações Exteriores, ou da Defesa (já não me lembro ao certo), no início do governo Menem, e teve de assumir em toda pressa a economia a partir de novo surto de hiperinflação deixado pelo seu antecessor. O Plano Cavallo era inadequado, mas naquele momento permitiu escapar da armadilha da hiperinflação. Deveria ter sido corrigido depois, mas já não havia mais condições, um pouco como na rigidez do Gustavo Franco com a âncora cambial. No meio, Cavallo propos uma Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi aprovada, em torno de 1996, justamente para acabar com o déficit público criado pelas províncias argentinas. O Menem, mais interessado no seu segundo mandato do que em equilíbrio fiscal, deixou as províncias soltas, e Cavallo saiu do governo, no início do segundo mandato. Não foi o responsável direto pela degringolada.
Ele só foi chamado pelo De La Rua no desespero, também como segundo ministro da economia, para tentar consertar os problemas acumulados. Fez o que pode, mas o sistema já não tinha mais sustentação por excesso de endividamento do governo e baixa competitividade das empresas argentinas.
Achar que ele fez tudo aquilo por perversidade com as velhinhas aposentadas e com os trabalhadores, que ele contribuiu deliberadamente para quebrar a economia argentina e arruinar as suas empresas, apenas por submissão a Wall Street e comprometimento com o capital estrangeiro, é de um simplismo atroz, que só os esquerdistas mais estúpidos podem cometer...

Paulo Roberto de Almeida


Agora, o documento francês, cuja autoria desconheço:

LA CONFERENCE DE LA HONTE N’A PAS EU LIEU
LA CONFERENCE DE DOMINGO CAVALLO A L’UNIVERSITE DE PARIS I SUSCITA UNE VIVE CONTESTATION
8 décembre 2008

Invité par la Chaire des Amériques de l’Université de Paris I – La Sorbonne, l’ex-Ministre de l’Economie de l’Argentine, Domingo Cavallo, devait prononcer une conférence sur un thème de sa spécialité : les recettes monétaristes qui ont ruiné les économies des pays émergents.

Plus de 50 personnes attendaient dans la salle l’arrivée de Cavallo. La conférence était publique et avait été diffusée par mail et annoncée dans le site internet de la Chaire des Amériques :
http://chairedesameriques.univ-paris1.fr

Dans la salle des conférences du 6ème étage de la Maison des Sciences Economiques de l’Université de Paris I (102, boulevard de l’Hôpital, Paris, 13ème arrondissement), se trouvaient les étudiants du Master en Economie et Relations Internationales ainsi que des étudiants, enseignants et chercheurs d’autres universités françaises concernés par les thèmes argentins.

Avant l’arrivée du conférencier, une association de droit français, le Collectif Argentin pour la Mémoire, commence à distribuer des articles de presse et des résumés sur le parcours intellectuel et politique de celui que la société argentine avait démissionné de son poste de Ministre avec des célèbres concerts des casseroles, le 19 et 20 décembre 2001. Pendant le temps d’attente, le public s’appliquait à lire attentivement cette documentation. Le conférencier, arrivé en retard, fut présenté par le responsable de la Chaire. Avant de commencer sa conférence Cavallo demande au public s’il doit s’exprimer en Espagnol ou en Anglais. La réponse du fond de la salle fut nette, d’une acoustique que l’ex-Ministre de l’Economie n’arrivera pas à effacer de sa mémoire : un concert des casseroles.

Des casseroles pour exprimer l’indignation et la honte. Un concert des casseroles pour dire « ça suffit » et demander qu’il s’en aille de l’Université publique. Pour clamer la honte de voir un homme recherché par la justice argentine vouloir enseigner en France la doctrine qui a amené l’Argentine à la débâcle.

Domingo Cavallo ne peut supporter l’humiliation. Il se met alors à hurler, à agiter les bras et à crier de toutes ses forces contre ces « gauchistes » ; puis il rectifie, mélangeant les étiquettes, il hurle contre ces « fascistes » qui ne le laissent pas parler et qui exigent que la conférence soit annulée.

Les casseroles laissent la place à un échange musclé entre l’ex-ministre et un nombre important des personnes du public. Les arguments des uns et des autres sont de plus en plus audibles, l’expérience de la faillite argentine ne laisse personne dans l’indifférence. L’ex-Ministre devient rouge de colère. Cela dure exactement 60 minutes. Les responsables de la Chaire demandent alors le secours du personnel de sécurité de l’Université. C’est une femme qui arrive et qui fait irruption dans la salle agitant un grand trousseau de clés. Un concert de clés en soutien au concert des casseroles ? Non, la dame est une gardienne de l’Université. Très fâchée elle exige d’abord que dans l’Université française l’on s’exprime en Français. Des étudiants de l’Université commencent à lui expliquer la situation. D’autres ajoutent que l’Université vient d’inviter un délinquant recherché par la justice argentine. Elle conclut alors, avec tout le poids de son autorité, que les professeurs-organisateurs ont mal conçue la conférence et qu’il faut alors l’annuler. En criant « dehors tout le monde », elle fait évacuer la salle, éteint la lumière et ferme la porte à clé. L’expression pathétique des organisateurs de la conférence, trois économistes, professeurs à la Sorbonne de surcroît, indique qu’ils n’ont toujours pas compris les enjeux de la crise argentine. Il faudra pourtant que ces professeurs comprennent l’ampleur de la catastrophe économique dont Cavallo est responsable. Il faudra aussi qu’ils puissent tirer les conclusions de la gravité de leur geste : avoir invité à l’Université de Paris l’artisan d’un modèle économique désastreux. On ne peut pas impunément ignorer les conséquences des actes intellectuels et des partis pris en faveur de politiques économiques meurtrières.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

963) Uma opiniao radical contra a Petrobras

O engenheiro que assina o texto abaixo transcrito parece que cansou dos encômios à Petrobrás e diz sinceramente tudo o que pensa dessa gigante estatal que os brasileiros veneram (mas da qual provavelmente ignoram os custos e as deformações). Ver no site do engenheiro mais artigos vitriólicos.

Porque o Brasil Jamais Exportará Petróleo
Josino Moraes
www.josino.net

"O Brasil é um conjunto vazio que pensa ser o centro do mundo", Ricardo Bergamini

O Brasil tem uma praga econômica chamada Petrobras. Trata-se de um monopólio estatal como os do México – PEMEX – e da Venezuela – PDVSA . Talvez, a falácia da rica Venezuela seja o melhor exemplo. A PDVSA é uma companhia endividada com produção em queda. No ápice de sua megalomania demencial, ela tentou produzir soja!

Trata-se de empresas com excesso de empregados, com salários estratosféricos e inumeros outros privilégios. Seus empregados se aposentam muito cedo, na faixa de 45/50 anos, devido às "más condições ambientais de trabalho". Ademais, essas empresas são freqüentemente utilizadas como elementos na partilha de poder, favores, na venda de idéias populistas, etc. Como corolário lógico, elas não têm capacidade de investimento.

No começo desses monopólios estatais, há mais de 50 anos, para a maioria deles, os privilégios aos empregados citados acima não eram tão generosos, e eles puderam fazer alguns pequenos avanços. Nos casos do México e da Venezuela, eles puderam avançar um pouco mais, pois eles nasceram como empresas privadas e seus países se tornaram exportadores de petróleo. Mas, tratava-se apenas de uma questão de tempo. Sindicatos, fundos de pensão e governos, em todos os níveis, estavam famintos por novas fontes "fáceis" de renda. De fato, ninguém consegue viver sem energia; é o melhor dos monopólios.

Poderia alguém imaginar uma companhia com tal perfil explorando petróleo a 9 km de profundidade abaixo da superfície do mar, em depósitos tão quentes que poderiam fundir o metal utilizado para levar o urânio às plantas nucleares? Ademais, o equipamento requerido teria que suportar uma pressão de 1.250 kg/cm²(quatro vezes a pressão para se romper uma coluna de concreto armado de alta qualidade) em temperaturas acima de 260º C, com brocas perfuratrizes capazes de penetrar em camadas de sal de mais de 1,6 km de espessura (dados técnicos de Bloomberg.com, 28 de abril, 2008)!

Passemos a analisar apenas o caso brasileiro. Neste ano de 2008, Lula e sua equipe tentam vender o sonho de uma nova fonte de petróleo em águas profundas, exatamente tal como descrito acima.

Eles já venderam o sonho do álcool. Os fazendeiros de Ohio, produtores de milho, ficaram felizes. Vejamos até quando. O Brasil tem um programa subsidiado para a produção de álcool há mais de trinta e cinco anos!

O inacreditável é que eles conseguem vender essa idéia demencial a ninguém menos que o New York Times: "Um enorme campo de petróleo descoberto no ano passado tem o potencial de transformar o maior pais da America do Sul num exportador considerável que fará parte do cartel do petróleo"(11/1/2008). Lula atingiu o maior índice de popularidade jamais registrado.

O Brasil tem um dos piores e mais caros combustíveis do mundo. A gasolina não tem especificação de octanagem e só se pode comprá-la em determinada proporção de álcool determinado por lei; isso pode variar de um momento para outro. Essa é a razão principal do sucesso do álcool no Brasil.

As emissões de ozônio são 43% maiores se comparadas à gasolina da Califórnia – dados da USP (Folha de S. Paulo, 8/8/08, A26). No caso do diesel, os níveis de enxofre nas capitais são de cerca de 500 ppm, isto é, 10 vezes mais do que nos países desenvolvidos e 100 vezes mais do que o nível ideal (O Estado de S. Paulo, 17/7/08, C2).

Vejamos os preços. É difícil dizer que eles são os mais caros do mundo, devido a dinâmica dos preços e à dificuldade de compilar as informações. Porém, sem sombra de dúvidas, eles estão no topo do ranking. Em setembro de 2005, quando o barril de petróleo estava a US$ 60, o litro de gasolina estava a R$ 2,39 e o diesel a R$1,89. Em março de 2008, a Petrobras usando como argumento o preço internacional do barril a US$ 125, subiu apenas o preço do diesel (menos votos!) para R$ 2,09. Em julho, com o "novo milagre do biodiesel", houve um aumento adicional de 3%! Não é nada fácil carregar um parasita de tal porte, quando se pensa que a renda per capita no Brasil é historicamente um décimo da renda dos países desenvolvidos.

Josino Moraes, pesquisador econômico da América Latina, engenheiro e economista, é autor de A Indústria da Justiça do Trabalho – A Cultura da Extorsão e a Destruição do Capital Social.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

962) Frases apropriadas de um iconoclasta liberal

Milton Friedman (1912-2006) não tinha muita complacência com certos mitos, como a suposta crise do capitalismo, os supostos efeitos benéficos da intervenção governamental após a crise de 29 e seu rebento mais relevante, o keynesianismo:

“If you put the federal government in charge of the Sahara Desert, in five years there'd be a shortage of sand.”

“The Great Depression, like most other periods of severe unemployment, was produced by government mismanagement rather than by any inherent instability of the private economy.”

“Nothing is so permanent as a temporary government program.”

“The government solution to a problem is usually as bad as the problem.”

“Many people want the government to protect the consumer. A much more urgent problem is to protect the consumer from the government.”

“Underlying most arguments against the free market is a lack of belief in freedom itself.”

“Concentrated power is not rendered harmless by the good intentions of those who create it.”

“Nobody spends somebody else's money as carefully as he spends his own. Nobody uses somebody else's resources as carefully as he uses his own. So if you want efficiency and effectiveness, if you want knowledge to be properly utilized, you have to do it through the means of private property.”

“The only way that has ever been discovered to have a lot of people cooperate together voluntarily is through the free market. And that's why it's so essential to preserving individual freedom. History suggests that capitalism is a necessary condition for political freedom.”

“Columbus did not seek a new route to the Indies in response to a majority directive.”

sábado, 6 de dezembro de 2008

961) Comissão nacional da divida do Equador: preparando o calote

Abaixo transcrevo trechos do relatório da comissão nacional equatoriana que recomendou a suspensão dos pagamentos devidos por dívidas contraídos por esse país nos últimos dez anos, por considerar tais contratos ilegítimos e eivados de erros administrativos, que os tornam inoperantes.
O Equador se prepara, assim, para repudiar sua dívida, o que deve deixá-lo isolado na região e na comunidade financeira internacional. Como o Brasil é parte interessada na história -- ainda que não citado nominalmente nesses poucos trechos transcritos -- caberia seguir essa história com atenção, pois o BNDES está sob ameaça de não pagamento pelos financiamentos efetuados em obras operadas por empresas brasileiras naquele país.
Caberia ver todo o documento equatoriano, que suponho possa ser localizado na página do governo do Equador.


Auditoría del Crédito Público: el endeudamiento externo de Ecuador es ilegítimo
“No pagaremos una deuda ilegal y corrupta”

AmericaXXI, Diciembre 2008-Enero 2009

Histórico: al recibir el informe final de la Auditoría Integral del Crédito Público (Caic), el presidente de Ecuador, Rafael Correa, aseguró que su gobierno sancionaré a los responsables del endeudamiento y no pagaré “la deuda ilegítima, ilegal y corrupta”. Según la Caic, més de 3.800 millones de dólares estén mal computados. La decisión de crear la comisión investigadora de la deuda es hasta ahora un paso único en la historia de los gobiernos latinoamericanos. En esta edición se publican fragmentos de la investigación (1976-2006) que la comisión realizó durante un arduo año de trabajo.

El daño incalculable causado a la economía del país y al pueblo ecuatoriano por el endeudamiento público, omnipresente como sistema de presión y sumisión, y el consecuente compromiso de entregar recursos públicos para su servicio, motivó al Gobierno Nacional a adoptar la decisión –primera y hasta ahora única en América Latina– de crear una instancia de auditoría que establezca la legitimidad, legalidad y pertinencia de los préstamos, las negociaciones y renegociaciones; que, ademés, señale las responsabilidades y corresponsabilidad de los prestamistas, los impactos sociales, económicos y ambientales; y, sobre todo, que permita la acumulación y ponderación de fundamentos para que el país emprenda acciones soberanas y reparadoras respecto de los pagos realizados y futuros.
En ese contexto, el presidente constitucional de la república, el economista Rafael Correa Delgado, dispuso la creación de la Comisión para la Auditoría Integral del Crédito Público (Caic) con la intervención de organizaciones sociales nacionales y extranjeras, universidades e instituciones de investigación y desarrollo. (...) Primeras conclusiones
En el proceso de auditoria de los créditos, se identificaron características y condicionalidades perjudiciales constantes, coartando, inclusive, cualquier acto de defensa que pudiera intentar el país en resguardo de sus derechos; tales como:
a. Injerencia en asuntos internos del país con la consecuente lesión a la soberanía.
b. Renuncia a la inmunidad soberana del país, a la inmunidad de jurisdicción y al derecho a la defensa y reclamación.
c. Violación de derechos fundamentales de personas y pueblos; así como, irrespeto a los instrumentos internacionales de derecho.
d. Cléusulas abusivas que violentan los derechos del país soberano.
e. Violación de los estatutos del FMI, BM, BID y leyes de los Estados prestamistas y prestatarios.
f. Relación asimétrica entre las partes contratantes.
g. Usura y anatocismo (cobro de un interés por de intereses vencidos no pagos).
Los organismos multilaterales, la banca extranjera y demés acreedores, con la participación de autoridades y funcionarios nacionales, impusieron sus condiciones al país, forzaron a un mayor nivel de endeudamiento y a sucesivos procesos de “reestructuración” no transparentes que generaron la transferencia de deudas privadas al Estado, canjes y pagos anticipados injustificados, costos onerosos y operaciones directas en el exterior, sin registro en el Ecuador; y provocaron desvíos y distorsiones en el destino de los créditos para atender las exigencias de pago a los acreedores privados del exterior. En el caso de la banca privada internacional, lo hicieron representados por un reducido grupo de Bancos: Shearson Loeb Rhoades, Lloyds Bank, Citibank, JPMorganChase.
Los puntos anteriores son actos lesivos a la dignidad de la Nación y constituyen violaciones a la Constitución y Leyes de la República del Ecuador. (...) Ademés existen evidencias de que se habrían cometido delitos de acción pública como falsedad ideológica, prevaricato, incumplimiento de los deberes de los funcionarios públicos, quebrantando el orden jurídico con total impunidad, sin que los organismos de control de los gobiernos anteriores hayan intervenido en salvaguardia del patrimonio público.
Se desconocieron los pactos internacionales y doctrinas jurídicas comúnmente aceptadas. (...)
El proceso de endeudamiento del Ecuador, durante el período comprendido entre 1976 y 2006, se desarrolló en beneficio del sector financiero y empresas transnacionales, afectando visiblemente los intereses de la Nación. Los condicionamientos impuestos y el pago de la deuda limitaron los derechos fundamentales de personas y pueblos, profundizando la pobreza, aumentando la migración y deteriorando las condiciones ambientales.
No ha existido voluntad por parte de las autoridades de gobiernos anteriores de ejercer la debida defensa de los intereses del Ecuador. Podían haber utilizado argumentos legales para cuestionar contratos, impugnarlos, o aún solicitar una reconsideración sobre la base del principio rebus sic stantibus (cambio fundamental de circunstancias) del derecho romano, que reconoce el mismo fundamento que el unnecessary hardship del derecho anglosajón, y las normas de la Convención de Viena.

La deuda comercial

Se han descubierto evidencias de ilegalidad e ilicitud en múltiples renegociaciones con la banca privada internacional, perjudiciales al Ecuador y favorables a los intereses de los acreedores; la utilización de artificios contables y la renuncia a la prescripción, seguida de la conversión de la deuda prescrita en Bonos Brady y de ésta en Bonos Global.
El FMI participó activamente en todos los convenios que celebró el país con la banca privada internacional, mediante su informe favorable y obligatorio, en el cual se condicionaba un acuerdo stand by que significaba complicidad con los acreedores privados y una intromisión inaceptable en la decisiones soberanas de política económica y social. (...)
La emisión “sui generis” de Pagarés a partir de 1978, equivalente a un bono de deuda externa, y su liquidación en el exterior, realizada en el convenio ERA 83, por un monto de US$ 700 millones, representó una violación del derecho administrativo que debe regir este tipo de operaciones.
El traspaso al Estado de la deuda externa privada (Sucretización) ocasionó grandes pérdidas al patrimonio público.
Las “refinanciaciones” de la deuda comercial realizadas a partir de 1983 significaron el pago directo al exterior, por el Banco Central, de Pagarés y de obligaciones de “Contratos Originales” de entidades públicas y gobierno. El BC asumió nuevos préstamos a su cargo por el monto liquidado. La ausencia de registro del ingreso de los recursos de esos nuevos préstamos (que en el exterior se destinaron a la misma banca privada) originó la creación de un artificio denominado “Mecanismo Complementario”. (...)
El Plan Brady significó el canje de una deuda ya prescrita, que, ademés, valía alrededor del 25% en el mercado secundario. Ademés, hubo la exigencia de compra de garantías colaterales representadas por bonos del Tesoro de Estados Unidos por un monto que correspondía al 72% del principal de la deuda comercial en su valor de mercado. La “Oferta de los bonos” de deuda externa ecuatoriana no se registraron en la SEC – Security Exchange Commission – y se efectuaron como una “Colocación Privada” bajo la “Regla 144 A” que permite la venta de acciones no registradas de manera privada únicamente a compradores calificados: QIB (Qualified Institutional Buyers); y la “Regulación S” que, no sólo prohíbe cualquier esfuerzo de venta dentro de los Estados Unidos, sino que determina que las transacciones deben hacerse en operaciones “off-shore”. (...)
Los bonos Brady y Eurobonos, que también se canjearon, no se encontraban vencidos, por tanto no eran exigibles. Financieramente, el canje de bonos Brady a Bonos Global contiene varios aspectos de ilegalidad y representó un serio perjuicio y daño económico y moral al Ecuador.

La deuda multilateral

Los organismos multilaterales de crédito FMI, BM y BID, distrajeron su misión estipulada en sus respectivos Convenios Constitutivos y promovieron sistemas de endeudamiento desleal con sus países miembros, como el Ecuador, al haberse aliado para proteger a poderosos acreedores privados. (...)
El grupo de créditos multilaterales del Banco Mundial y del BID, utilizados en compras de garantías colaterales para el Plan Brady, muestran evidencias de desvíos, distorsiones y encubrimientos para usar los fondos del crédito en tales garantías y otros pagos de deudas, y no en los programas a los cuales estaban destinados en los convenios. Los créditos multilaterales establecieron condiciones que dieron lugar al debilitamiento del Estado y su capacidad de planificación, ajustes estructurales, procesos de desregulación, privatizaciones y traslado de competencias al sector privado, perjudiciales a los intereses de la Nación, y siguiendo una matriz impuesta a los países del Sur. Esto generó inestabilidad política y continuos enfrentamientos de gobiernos con sectores sociales.
Las condiciones impuestas a través de los préstamos multilaterales limitaron el goce de derechos fundamentales de personas y pueblos; como los derechos a la salud, educación, trabajo, a la alimentación y al ambiente sano, dando lugar a que las condiciones de vida de la población no mejoren (especialmente de pueblos indígenas, campesinos y afrodescendientes, en particular de las mujeres); al contrario, se profundizó la pobreza, aumentó la migración y se deterioraron las condiciones ambientales

La deuda bilateral

No se han respetado las normas aplicables vigentes en el país (Constitución de la República, Ley de Régimen Tributario Interno, Código Civil, Código de Comercio), y de la legislación europea (Código Civil, Condiciones Generales de Contratación y Ley de Defensa de Usuarios y Consumidores).
Se observan précticas indebidas llevadas a cabo por funcionarios nacionales dentro y fuera del país como emprender proyectos de infraestructura financiados con créditos externos que una vez concluidos se trasladan al sector privado que recibe todo el beneficio dejando la parte correspondiente del servicio de la deuda bajo responsabilidad exclusiva del Estado y, por ende, de todo el país. (...)
El Club de París, a pesar de no contar con personería jurídica, impuso condiciones en la negociación al Ecuador, tales como el sometimiento a la supervisión del FMI, para lo cual se usó la presión del grupo de países prestamistas, aprovechando la fragilidad económica y social del Ecuador en aquella época, así como la falta de experticia y entereza de los equipos negociadores. (...)

La deuda interna

La emisión interna de bonos del Estado ha servido, mayoritariamente para atender el servicio de la deuda pública externa así como para cubrir requerimientos de pagos de deuda pública interna.
La deuda interna ha servido para cubrir ineficiencias de los grandes sectores empresariales y bancarios nacionales a quienes se benefició, primeramente, con la estatización de la deuda privada (sucretización) y, posteriormente, con el salvataje bancario. La emisión y colocación de los bonos AGD transformaron al Estado, de acreedor de la banca, en deudor del Banco Central.
Al emitir dinero para adquirir los Bonos AGD, el Banco Central se apartó de la función de mantener la estabilidad de la moneda que le asigna la Constitución; al contrario, contribuyó a una acelerada desvalorización y posterior devaluación.
El informe de la Comisión constituye un primer resultado de lo que debe ser un proceso permanente –la auditoría–, y apunta a que tanto las autoridades del gobierno como la sociedad en general conozcan la verdad sobre la forma en que se ha conducido el endeudamiento público que, sin duda, ha redundado en el freno impuesto al desarrollo y en la desilusión de los ecuatorianos, cuya realidad esté lejos de alcanzar las condiciones elementales para el buen vivir.

960) Concurso para a carreira diplomática: algumas observações

O diplomata Mauricio Costa continua a série de excelentes subsídios a quem pretende tornar-se (ou pelo menos tentar) diplomata, postando indicações úteis em seu blog Diálogo Diplomatico (http://dialogodiplomatico.blogspot.com/).
Transcrevo aqui abaixo o post deste sábado 6 de dezembro de 2008, que especula (no bom sentido) sobre as possíveis mudanças no próximo concurso.
Recomendo, em todo caso, visitas extensivas a esse blog.
PRA

Sábado, 6 de Dezembro de 2008
A MUDANÇA VEM AÍ... DICAS PARA O CACD 2009
Engana-se quem pensa que me refiro à eleição de Barak Obama nos EUA. O tópico aqui é, como sempre, o CACD.

Falar de mudanças no concurso não é nenhuma novidade, feliz ou infelizmente. Ao contrário do ano passado, até agora não foi publicada nenhuma portaria sobre modificações na estrutura da prova, o que indica a possibilidade de que as mudanças sejam conhecidas somente na publicação do edital do próximo CACD.Tudo pode, ou não pode, acontecer a partir de agora.

De acordo com o já difundido boato, a primeira etapa ocorreria em 15/02/2009. Pode ser verdade? Sim, pode. Apesar de ser apenas uma especulação, como todas as outras, tem fundamento no calendário dos concursos de 2006 e 2007, quando o Carnaval foi no fim de fevereiro e no início de março, respectivamente. É possível que a prova ocorra em outra data? Sim, é possível.

Há outras especulações importantes perturbando a vida dos milhares de candidatos espalhados pelo Brasil. Vamos discutir uma a uma:

a) a inclusão de prova de espanhol na primeira fase é, sem dúvida, a que provocaria maior "rebuliço", considerando que não se aprende língua estrangeira em quarenta dias(muito embora haja candidatos que acreditam na possibilidade de aprenderem inglês nesse período de tempo, caso passem de fase);

b) arealização da primeira e da segunda fases no mesmo final de semana, como ocorreu nos concursos de 2005 e 2006, é outra especulação importante. Redação, assim como língua estrangeira, não se aprende em quarenta dias. Quem não se preparou até agora terá sérias dificuldades na prova. As exigências dessa prova são muito específicas e os problemas de escrita dos candidatos, em geral, são muito maiores do que o tempo de preparação. A prova de redação é a que mais "derruba" pretensiosos de todo o gênero. Quem ainda não começou a escrever e a se preparar especificamente deveria começar agora: depois do edital pode ser tarde demais;

c) eliminação da bibliografia obrigatória da segunda fase: a possibilidade existe, mas isso não significa que seja possível ignorá-la até que o fato se confirme. Considerando as não raras tentativas de "encaixar" temas diversos no poema de Drummond, na prova de 2008(o que não é uma especulação, é um conclusão baseada na leitura de mais de noventa espelhos da prova deste ano), a possibilidade de alguma "surpresa" não é nada desprezível.

O importante é que os candidatos se conscientizem de que a prova está próxima e que é melhor estar preparado para tudo. Todo o tempo perdido com especulações não acrescenta nada em conteúdo ou em forma de preparação. Seja qual for a estrutura, uma preparação bem direcionada e com a devida profundidade na abordagem dos temas é a única "semi-garantia" de êxito.

Para ajudar os novos leitores do blog, deixo aqui os links dos textos que publiquei em 2007 com dicas de litura sobre todas as matérias. Eu os reli, comparei com a prova deste ano e concluí que nao há mudanças significativas a serem feitas, jé que meu objetivo foi sempre o de contribuir para a preparação mais completa e abrangente possível.

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/08/dicas-de-histria-do-brasil-para-o-tps.html

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/09/dicas-para-prova-de-ingls-no-tps.html

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/09/dicas-para-histria-mundial-no-tps.html

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/10/dicas-de-poltica-internacional-para-o.html

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/10/dicas-para-portugus-no-tps.html

http://dialogodiplomatico.blogspot.com/2007/12/dicas-para-geografia-direito-e-economia.html

Postado por M-A-C às 11:46 0 comentários

959) Uma nova moeda regional?: o Sucre bolivariano

Quando vi o chamado para a notícia, em minha caixa de entrada, não pude avaliar exatamente a seriedade ou amplitude desta medida adotada pelos países membros do Tratado de Comércio dos Povos, ou Alba (Aliança Bolivariana das Américas), de inspiração cubana-venezuelana, uma vez que ela não encontrou repercussão nos meios de informação do Brasil ou internacionais. Tenho apenas a matéria abaixo, extraído de uma revista venezuelana muito identificada com a atual liderança política desse país para julgar.
Caberia, talvez, buscar, dentre os documentos oficiais da Alba que oficializaram, nessa cúpula extraordinária (Caracas, 26.11.2008), a decisão de criar uma unidade de conta e uma futura moeda comum, o Sucre (Sistema Unitario de Compensación Regional), apresentado como um substituto do dólar nas transações regionais.
O Brasil aparece discretamente criticado nessa matéria, pelo fato de termos participado da reunião do G20 em Washington, reunido em Washington, em 15 de novembro, a convite do presidente George Bush, mas solicitado por Nicolas Sarkozy (que esperava fundar um novo Bretton Woods nessa reunião).
As críticas aparecem nos seguintes trechos:

"El canto de la sirena del Dólar ya no tiene capacidad para extasiar a los marineros que acompañan a Ulises en el tormentoso mar de las finanzas desquiciadas. No obstante, todavía gravita lo suficiente para que algunos timoneles desvíen sus barcos del camino a Itaca, para enfilar hacia los mortales arrecifes en torno a la Casa Blanca. El saldo real de la cumbre del G-20 consiste en que China, Brasil y Argentina acudieron al llamado de Bush..."
"En modo alguno el resultado de aquel encuentro fue concluyente en el sentido buscado por el Departamento de Estado. China está condicionada por los efectos gravísimos de la recesión mundial sobre su economía y amenazada como nadie por el eventual colapso final del dólar. Es improbable que la foto de Hu Jintao al lado de Bush garantice que Beijing y Washington recorran a la par el período por venir. Lo mismo vale para Brasil, cuya economía sufre más que ninguna en Suramérica y afronta riesgos extremos a partir de 2009. Lula sonreía incómodo a la diestra del espectro errabundo que ocupa todavía la Casa Blanca."
"Esto no puede ocultar, sin embargo, el éxito relativo de los estrategas imperialistas: para observar sólo este hemisferio, a excepción del Alba, ninguna de las instancias regionales se reunieron para tomar cuenta de la crisis y diseñar una respuesta común. La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), formidable conquista reciente en pos de la convergencia suramericana quedó muda y paralizada, tal como le ocurrió al Mercosur, para no hablar de la moribunda Comunidad Andina de Naciones (CAN). En lugar de convocar una urgente reunión de Unasur, Brasilia y Buenos Aires acudieron a Washington."

A análise política mais geral do articulista comparece neste trecho, mais próximo do final, depois do que aparece a proposta da nova moeda:
"Washington continúa actuando según la directriz estratégica que lo guió durante décadas: hacia donde vaya Brasil, irá América Latina. De allí el llamado al G-20. De allí, también, la trascendencia de la cumbre extraordinaria del Alba. Es obvia la gravitación económica, geográfica y poblacional de Brasil. Con el concurso pasivo de Argentina, ese peso supera largamente al de los seis países del Alba (más Ecuador). Pero la aritmética simple no siempre se lleva bien con la política. Tanto menos con la estrategia. La realidad interna de Brasil, Argentina, México y Colombia –para tomar sólo a los países de mayor peso económico– no conjuga con una orientación que lleve a subordinarse a las necesidades de las metrópolis imperiales. Gobernantes, intelectuales y medios de prensa no parecen haber asumido todavía la magnitud de la crisis que se descargará sobre el mundo entero. Se precipite o no el colapso en el futuro inmediato, la economía mundial marcha hacia una depresión sin precedentes en la historia del capitalismo. Está en ciernes una volcánica transformación política que en diferente grado pero con pareja violencia cambiará el mapa de Alaska a la Patagonia. Los tradicionales aparatos políticos de las clases dominantes –sin excluir a los partidos Demócrata y Republicano de Estados Unidos– saltarán por los aires. El fascismo será el desemboque inevitable de todas aquellas tendencias que rechacen una perspectiva basada en las necesidades de los pueblos."

Caberia agora esperar as providências práticas dos bancos centrais dos países auto-denominados bolivarianos para constatar em que medida essa nova moeda, o Sucre (que no início, se surgir, será puramente uma moeda contábil, na qual seriam registrados os intercâmbios recíprocos) poderá ou não ser usada nas trocas regionais e, mais importante, se ela será ou não aceita nas transações externas, tanto com os países da região, como fora dela. Supõe-se que seu poder liberatório dependerá da confiança que nela tenham os cidadãos desses países e os governos dos demais países com os quais eles entrarão em relações econômicas. Esses governos podem, inclusive, determinar o curso obrigatório da nova moeda em seus respectivos países. Supõe-se que, durante certo tempo pelo menos, o dólar (acompanhado de outras divisas fortes) continue a ser a base das transações e das reservas individuais dos seus habitantes, por uma simples questão de confiança. Tudo depende da política monetária desses países: emissões irresponsáveis levarão à inflação e ao descrédito da nova moeda e com isso a possibilidade de que ela venha de fato se substituir ao dólar.
Tendo em vista a inflação já presente no principal país (e financiador) da região Alba, a Venezuela, a nova moeda pode surgir com uma instabilidade implícita, posto que a alta do custo de vida é estimada em torno de 30% anuais nesse país. Suponho que as pessoas continuem utilizando o dólar, para todos os fins "úteis".
Em todo caso, resta acompanhar essa nova revolução econômica e monetária, que poderá constituir, pelo menos, uma nota de rodapé nos livros de história econômica da região.

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El Alba crea el Sucre: moneda común y símbolo para América Latina
Dos caminos frente a la quiebra mundial del capitalismo
Por Luis Bilbao
América XXI
Ano V, nros 44-45, Diciembre 2008 - Enero 2009

Opciones:
Dos encuentros presidenciales tuvieron lugar en noviembre con el objetivo de expedirse frente al colapso financiero internacional y su ominoso presagio para el porvenir de la humanidad. El primero, convocado por George Bush reunió al G-20 en el Museo Nacional de la Construcción, en Washington. Citado por Hugo Chávez, el segundo aunó a los países del Alba y sesionó en el salón Ayacucho del Palacio de Miraflores. En la capital del imperio se acordó un documento errático y sin definiciones precisas, excepto el propósito común de restaurar el capitalismo y corregir lo que diferentes mandatarios calificaron como “excesos por falta de regulación”. En Caracas, tras diagnósticos demoledores que expusieron la gravedad de la crisis sistémica y su carácter estructural, se adoptaron medidas económicas y políticas trascendentales, como la creación de una zona monetaria común, la decisión de acabar con la hegemonía del dólar en el comercio internacional y la defensa de la multipolaridad. Si Bush pudo vanagloriarse de atraer a China, Brasil y Argentina a su reunión de potencias imperialistas, la reunión del Alba concluyó con una cena a la cual se sumó el primer mandatario ruso, en nítido esbozo del nuevo mapa político planetario que comienza a dibujar la crisis.

Sería excesivo denominarlo “Ayacucho del siglo XXI”. Pero el espíritu de Antonio José de Sucre, el vencedor de la última batalla contra el imperio español, estaba presente en el Palacio de Miraflores en la mañana del 26 de noviembre, cuando los mandatarios de Cuba, Venezuela, Bolivia, Nicaragua, Dominica, Honduras y Ecuador, acompañados por mínimas comitivas, comenzaron un debate inusual en este tipo de reuniones. Tanto, que siete horas después, tras una encendida batalla de ideas, caracterizaciones y propuestas, los jefes de Estado y de gobierno aprobaron la creación de una zona monetaria común y dieron nacimiento al Sucre, moneda de cuenta como instrumento para el intercambio que además denomina al nuevo mecanismo: Sistema Unitario de Compensación Regional.
La III Cumbre Extraordinaria de la Alternativa Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América – Tratado de Comercio de los Pueblos (Alba - TCP) no fue uno más de los innumerables encuentros presidenciales de los últimos años. No sólo porque reinó un clima diferente entre los participantes, despojados de formalidades y vaciedades diplomáticas, sino porque en línea con los rasgos que los caracterizan, Hugo Chávez, Ricardo Cabrisas, Evo Morales, Daniel Ortega, Roosevelt Skerrit, Manuel Zelaya y Rafael Correa buscaron y hallaron respuestas a la crisis que sacude al planeta desde una perspectiva no sólo autónoma sino francamente opuesta a la que sostienen los centros imperiales.

Sirena sin voz pero con poder
La verdadera significación de las decisiones del Alba aparece cuando se toma en cuenta el encuentro de presidentes en Washington. Calificar la reunión del Grupo de los 20 como un gesto vano del presidente saliente de Estados Unidos, deja de lado su verdadero objetivo estratégico. La vaciedad del documento final se explica por la imposibilidad obvia de hallar una respuesta clara –mucho menos común– al colapso capitalista. Es discutible sin embargo que el objetivo de los organizadores haya sido emitir una proclama de principios imperialistas. La insólita convocatoria tuvo otro propósito. Y no ocurrió por impulso de un presidente desprestigiado y carente de poder como nunca antes en la historia estadounidense, sino por decisión de los estrategas del Departamento de Estado, que buscaron un objetivo de estricta madera política: impedir que China y América Latina enfilaran hacia la constitución de subsistemas financieros regionales e ingresaran al nuevo escenario internacional abierto por la crisis con líneas de acción independientes de la voluntad y de los intereses del G-7 (Estados Unidos, Alemania, Japón, Francia, Canadá, Italia e Inglaterra).
El canto de la sirena del Dólar ya no tiene capacidad para extasiar a los marineros que acompañan a Ulises en el tormentoso mar de las finanzas desquiciadas. No obstante, todavía gravita lo suficiente para que algunos timoneles desvíen sus barcos del camino a Itaca, para enfilar hacia los mortales arrecifes en torno a la Casa Blanca. El saldo real de la cumbre del G-20 consiste en que China, Brasil y Argentina acudieron al llamado de Bush (los restantes países de este conjunto, sobre todo India, México, Arabia Saudí, Indonesia y Corea del Sur, no entrañan por el momento el peligro de salirse de la órbita de Washington).
En modo alguno el resultado de aquel encuentro fue concluyente en el sentido buscado por el Departamento de Estado. China está condicionada por los efectos gravísimos de la recesión mundial sobre su economía y amenazada como nadie por el eventual colapso final del dólar. Es improbable que la foto de Hu Jintao al lado de Bush garantice que Beijing y Washington recorran a la par el período por venir. Lo mismo vale para Brasil, cuya economía sufre más que ninguna en Suramérica y afronta riesgos extremos a partir de 2009. Lula sonreía incómodo a la diestra del espectro errabundo que ocupa todavía la Casa Blanca. Argentina, por su parte, golpeada doblemente por la detonación de la crisis económica y el debilitamiento político del gobierno por causas de otra naturaleza, garantiza todo menos firmeza tras un rumbo definido.
Esto no puede ocultar, sin embargo, el éxito relativo de los estrategas imperialistas: para observar sólo este hemisferio, a excepción del Alba, ninguna de las instancias regionales se reunieron para tomar cuenta de la crisis y diseñar una respuesta común. La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), formidable conquista reciente en pos de la convergencia suramericana quedó muda y paralizada, tal como le ocurrió al Mercosur, para no hablar de la moribunda Comunidad Andina de Naciones (CAN). En lugar de convocar una urgente reunión de Unasur, Brasilia y Buenos Aires acudieron a Washington. Mientras tanto, los mandatarios de Perú, Chile y Colombia se refugiaron en otra cumbre a la que acudió Bush: la de la Apec (Asia-Pacific Economic Cooperation), reunida en Lima.

¿Reversión de la tendencia?
Después de ocho años en los que una fuerza centrípeta en Suramérica produjo un drástico cambio geopolítico en detrimento del imperialismo en general y del estadounidense en particular, cabe la incógnita: ¿revierte la tendencia y una fuerza centrífuga acentuada por el colapso mundial destruirá las conquistas logradas en lo que va del siglo?
Los crecientes choques por las razones más diversas entre Brasil y Argentina, Ecuador y Brasil, Uruguay y Argentina, Paraguay y Brasil… son indicativos de la gravitación múltiple de fuerzas internas y externas que atentan contra el proceso de unión regional predominante en los últimos años. Como desde estas páginas se remarcó hace mucho tiempo, tras la gran victoria contra el Alca, una contraofensiva imperialista introdujo una cantidad de factores contrarios a la convergencia suramericana. No obstante, la fuerza disgregadora más potente proviene del papel jugado por las burguesías regionales. La competencia por los mercados prevalece y, en mayor medida cuanto más poderosas son las clases dominantes de cada país, alimenta fuerzas de choque interno. Con la irrupción de la crisis mundial, esas fuerzas objetivas se conjugan para arrastrar a gobernantes verbalmente comprometidos con el propósito latinoamericanista. Esta es la encrucijada ante la cual habrá que optar sin demora.

Pesos y medidas
Washington continúa actuando según la directriz estratégica que lo guió durante décadas: hacia donde vaya Brasil, irá América Latina. De allí el llamado al G-20. De allí, también, la trascendencia de la cumbre extraordinaria del Alba. Es obvia la gravitación económica, geográfica y poblacional de Brasil. Con el concurso pasivo de Argentina, ese peso supera largamente al de los seis países del Alba (más Ecuador). Pero la aritmética simple no siempre se lleva bien con la política. Tanto menos con la estrategia. La realidad interna de Brasil, Argentina, México y Colombia –para tomar sólo a los países de mayor peso económico– no conjuga con una orientación que lleve a subordinarse a las necesidades de las metrópolis imperiales. Gobernantes, intelectuales y medios de prensa no parecen haber asumido todavía la magnitud de la crisis que se descargará sobre el mundo entero. Se precipite o no el colapso en el futuro inmediato, la economía mundial marcha hacia una depresión sin precedentes en la historia del capitalismo. Está en ciernes una volcánica transformación política que en diferente grado pero con pareja violencia cambiará el mapa de Alaska a la Patagonia. Los tradicionales aparatos políticos de las clases dominantes –sin excluir a los partidos Demócrata y Republicano de Estados Unidos– saltarán por los aires. El fascismo será el desemboque inevitable de todas aquellas tendencias que rechacen una perspectiva basada en las necesidades de los pueblos.
Es en este cuadro que cobran su verdadera dimensión los acuerdos alcanzados en Caracas por los países del Alba. En la declaración final de la Cumbre queda afirmada la decisión de “construir una zona monetaria que incluya inicialmente a los países miembros del Alba (la Mancomunidad de Dominica participaría en calidad de observadora) y a la República del Ecuador, mediante el establecimiento de la unidad de cuenta común Sucre (Sistema Unitario de Compensación Regional) y de una cámara de compensación de pagos. La creación de esta zona monetaria se acompañará del establecimiento de un fondo de estabilización y de reservas con aportes de los países miembros, con el fin de financiar políticas expansivas de demanda para enfrentarse a la crisis y sostener una política de inversiones para el desarrollo de actividades económicas complementarias”. Los mandatarios presentes aprobaron por unanimidad la decisión de crear “una zona económica y monetaria del Alba-TCP que proteja a nuestros países de la depredación del capital transnacional, fomente el desarrollo de nuestras economías y constituya un espacio liberado de las inoperantes instituciones financieras globales y del monopolio del dólar como moneda de intercambio y de reserva”. Y afirmaron la decisión de “articular una respuesta regional, impulsada por el Alba-TCP, que busque la independencia respecto a los mercados financieros mundiales, cuestione el papel del dólar en la región y avance hacia una moneda común, el Sucre, y contribuya a la creación de un mundo pluripolar”. Desde su perspectiva antimperialista y en dirección al socialismo del siglo XXI el Alba pasó de la palabra a la acción, en claro contraste con el resto de los países. A mediados de diciembre los presidentes de Suramérica volverán a reunirse, esta vez en Brasil. Nada definitivo saldrá de allí. Será un episodio más en la lucha por definir un rumbo. No obstante, allí jugará su destino más de un gobierno. Y se verá con mayor nitidez qué camino toma cada quien en la encrucijada histórica del continente.

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