O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 16 de setembro de 2017

Yale Climate Conference, 18-19 September (video live)


The Kerry Initiative will host the Yale Climate Conference on Monday, September 18, and Tuesday, September 19, 2017.

The conference will feature five sessions with key business, political and diplomatic leaders on critical topics including the future of energy; the role of the private sector; state, city and international efforts; bipartisan U.S. leadership; and citizen engagement and activism.

Members of the Yale community who were unable to get tickets are welcome to wait in the stand-by line at each session in case open seats become available. Plan to arrive at least 30 minutes before the session begins.

Many of the sessions will also be live-streamed. Go to yaleclimateconference.yale.edu for links to each session.


Speakers and sessions topics include:

Session 1: The Future of Energy
  • Ernie Moniz, Former U.S. Secretary of Energy
  • Jonathan Pershing, Former U.S. State Department’s Special Envoy for Climate Change
  • Tony Earley, Former CEO and Current Executive Chair of the Board, PG&E Corporation
  • Mark Boling, CEO, 2CNRG
  • Heather Zichal, Airbnb, Former Climate and Energy Advisor to President Obama

Session 2: The Role of the Private Sector
  • Hank Paulson, Former U.S. Secretary of the Treasury
  • Jeffrey Immelt, Chairman of the Board of General Electric
  • Anne Finucane, Vice Chairman of Bank of America

Session 3: State, City and International Efforts
  • Jerry Brown, Governor of the State of California
  • Jay Inslee, Governor of the State of Washington
  • Jim Kim, President of the World Bank
  • Anne Hidalgo, Mayor of Paris

Session 4: Bipartisan U.S. Leadership
James Baker, Former U.S. Secretary of State
Featuring video messages from:
  • Lindsey Graham, U.S. Senator of South Carolina
  • John McCain, U.S. Senator of Arizona (tbc)

Closing Plenary: Citizen Engagement & Activism
Leonardo DiCaprio, United Nations Messenger of Peace for Climate
 

Learn more about the speakers and other details on the conference website:
yaleclimateconference.yale.edu
 

Uma outra China fora da China: Sudeste Asiatico - Marcos Jank

O Sudeste Asiático como rota alternativa à China

Jornal “Folha de São Paulo”, Caderno Mercado, 16/09/2017

Marcos Sawaya Jank (*)

O Sudeste Asiático é ótima alternativa para reduzir nossa dependência da China em comércio e investimentos.

Marcos Sawaya Jank[1]

Aproveitando a visita do presidente Temer à China, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, realizou uma missão a Malásia, Singapura e Vietnã, no Sudeste Asiático. Há um ano o ministro Blairo Maggi também esteve em quatro países da região.

Quando se fala em Ásia no Brasil, todo o mundo pensa em China, tamanha a influência que esse gigante exerce hoje na geopolítica, no comércio e nos investimentos globais. Quando não é a China, as nações asiáticas mais presentes no imaginário brasileiro são a Índia e o Japão.

Mas no campo do comércio quem, de fato, rivaliza com a China é a desconhecida Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), um bloco formado por países que somam 640 milhões de habitantes e um PIB de US$ 2,6 trilhões que cresce 6% ao ano: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Camboja, Laos, Vietnã e Mianmar.

Basta dizer que hoje exportamos US$ 35 bilhões ao ano para a China, mas 75% da pauta é composta por só duas commodities: soja em grãos e minério de ferro. Já a Asean compra US$ 11 bilhões do Brasil, mas a pauta é bem mais diversificada, ainda que fortemente concentrada no agronegócio: soja e derivados, milho, açúcar, algodão, carnes, celulose e outros.

O potencial dos países da Asean para comércio e investimentos do Brasil é evidentemente inferior ao da China, mas é mais fácil fazer negócios naquela região. 

As oportunidades são imensas. Por exemplo, as importações totais de produtos agropecuários e alimentos da Asean passaram de US$ 30 bilhões para US$ 90 bilhões ao ano nos últimos dez anos, superando o Japão e perdendo apenas para a China, que importou US$ 120 bilhões.

O Brasil responde por apenas US$ 6 bilhões anuais, valor muito pequeno que nos posiciona atrás de EUA, China e Austrália como supridor.

Trata-se de região com alto potencial para diversificar produtos e mercados-destino, adicionar valor e marcas aos produtos exportadores e realizar ou receber grandes investimentos. Singapura, por exemplo, tem dois fundos soberanos com presença e imenso interesse de investimento no Brasil: GIC e Temasek.

Vejo o Sudeste Asiático como ótima alternativa para reduzir nossa crescente dependência da China em comércio e investimentos. 

Talvez não consigamos construir acordos comerciais mais ambiciosos na região, mas claramente esses países buscam alternativas de parceria após a retração dos EUA de Trump e da União Europeia do "brexit". Basta dizer que a Asean já é o segundo bloco econômico do planeta e que os 11 países da TPP (Parceria Transpacífica) querem seguir com o bloco sem os EUA.

Mesmo que não consigamos fechar acordos comerciais ambiciosos, deveríamos ao menos tentar construir parcerias estratégias com todo país asiático que conta com população superior a 50 milhões. Só no Sudeste Asiático são cinco países.

Os portugueses foram visionários quando se lançaram ao mar nas grandes navegações, por volta de 1500. Vasco da Gama descobriu a rota marítima para a Índia, chegando a Calicute em 1498.

Em 1510, Afonso de Albuquerque conquista Goa e logo depois a cidade de Malaca (na atual Malásia), situada no centro de um dos estreitos de mar mais estratégicos do planeta, rota obrigatória dos navios que vão do Índico para o Pacífico e a China

De Malaca eles foram para o reino do Sião (Tailândia), Java (Indonésia) e Angkor (Camboja), sempre em busca das famosas especiarias asiáticas.

A China é importante, mas agir além dela na Ásia é absolutamente crucial. Há mais de cinco séculos os portugueses foram pioneiros nas suas incursões pelo Sudeste Asiático. É hora de o Brasil fazer o mesmo, mas desta vez não para buscar, mas sim para levar nossas especiarias tropicais.

(*) Marcos Sawaya Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.
 

[1]. Marcos S. Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas. Email: marcos@jank.com.br

Stefan Zweig: documentários (YouTube)

Stefan Zweig - Paraíso Utópico


Publicado em 4 de jan de 2013
Inspirado no livro "Brasil, um país do futuro", documentário mostra vida e obra do escritor Stefan Zweig http://tvbrasil.ebc.com.br/especiais-... 

Produzido pela TV Brasil a partir do livro Brasil, um país do futuro, o documentário Paraíso Utópico mostra vida e obra de Stefan Zweig, um dos escritores europeus mais importantes do século XX. Em viagem à Argentina, em 1936, Zweig faz escala de 8 dias no Brasil. Fica encantado com as belezas do país, especialmente com o Rio de Janeiro. 
A viagem é toda anotada em um diário, no qual descreve sua impressão sobre cada lugar visitado. Na viagem nasce a promessa de escrever um livro sobre o país. A obra narra sua visão sobre as maravilhas do país, presentes no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo, Salvador, Recife, Olinda e Belém. 

O documentário é conduzido por entrevistas, realizadas com o jornalista Alberto Dines, o psicanalista Paulo Blank, a tradutora Kristina Michaelles, a professora de história da USP, Karen Lisboa, o professor de cinema da UFF, Tunico Amâncio e o romancista Deonísio Silva. Entrevistas, imagens de arquivo, trechos de filme e um grupo de teatro conduzem o documentário. E, pouco a pouco, revelam a utopia de um humanista, refugiado de guerra, que acreditava ser o Brasil o lugar perfeito para se viver. 

Paradoxalmente, é o país onde Zweig decide dar fim à própria vida, após um pacto de morte selado com a esposa na cidade de Petrópolis, durante o carnaval de 1942.
Música
"Zweig Piano 75" por Fernando Moura (Google PlayiTunes)

https://www.youtube.com/watch?v=TZ5ke6Y6YjU

Outros documentários:

"Contre ma volonté, j'ai été le témoin de la plus effroyable défaite de la raison et du plus sauvage triomphe de la brutalité qu'atteste la chronique des temps."

Stefan Zweig: histoire d'un Européen
Un film de François Busnel et Jean-Pierre Devillers

 (Arte France - Rosebud Productions, 2015)

 
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52:18 

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Angus Deaton: contra a ajuda internacional, pela busca da riqueza (FSP)

 Já li o livro Prêmio Nobel, em formato Kindle, e considero-o bom, sem ser excelente. Essa preocupação de brilhantes economistas com a igualdade me parece uma questão de fundo moral, não diretamente econômica, mas apenas política, ou social. Economistas precisam trabalhar na criação de riqueza, e também podem investigar sua distribuição. Mas ficar prescrevendo como deve ser distribuída essa riqueza me parece uma função não econômica, ou seja, não estritamente técnica no plano do ferramental econômico. Torna-se uma questão de opinião pessoal.
Paulo Roberto de Almeida

"Ajuda a países pobres é tiro que sai pela culatra", diz Nobel
Folha de S. Paulo, 16/09/2017

 - "Imagine uma multidão, todas as pessoas do mundo, cada uma carregando a bandeira de seu país, como numa gigantesca cerimônia de abertura da Olimpíada", sugere o escocês Angus Deaton, premiado com o Nobel de Economia em 2015 por seus trabalhos sobre pobreza, consumo e bem-estar. É com imagens como essa que o economista consegue fazer um livro agradavelmente compreensível para o público geral, mesmo quando a discussão é bastante técnica – técnica o suficiente para interessar aos especialistas. Na alegoria olímpica, Deaton descreve a evolução econômica dos países. As pessoas avançam em uma velocidade proporcional à do crescimento de seus países: chineses e indianos correm, enquanto haitianos e congoleses (e brasileiros, recentemente) andam para trás. Mas a marcha é mais complexa: as velocidades variam também entre os cidadãos de um mesmo país. As bandeiras dos EUA se espalham da dianteira até muito atrás, se confundindo com outras. O mesmo fenômeno que distancia líderes de retardatários ocorre em várias nações. São minoria aquelas em que as bandeiras evoluem cada vez mais próximas. Se a marcha representa o caminho mundial em direção ao progresso e ao bem-estar, a humanidade está tendo sucesso nesse trajeto? Deaton, professor da Universidade de Princeton (EUA), é cético em sua resposta. 
Já no prefácio, remete ao filme "The Great Escape" ("Fugindo do Inferno", no título brasileiro), em que 250 soldados aliados escapam por um túnel de um campo nazista. No filme, a grande maioria é recapturada e 50 fugitivos acabam mortos. Na obra de Deaton, não faltam exemplos de progresso tecnológico ou econômico que deixam um rastro de desigualdade. Ele defende que a sociedade não se beneficia de regras e instituições que permitem a poucos enriquecer muito mais e pergunta o que mudar para que todos escapem da pobreza. As respostas, porém, não são simples, a começar pela dificuldade de computar crescimento econômico e bem-estar com precisão. O economista critica detalhadamente as medidas atuais de pobreza. (É uma pena que explicações tão didáticas e claras sejam acompanhadas por gráficos acanhados e de difícil leitura, tanto na edição on-line original quanto na impressa brasileira.) Um segundo problema é político, expõe Deaton. No capítulo sobre a crescente disparidade de renda entre os americanos, ele argumenta que não há igualdade de oportunidades e que decisões políticas estão sob domínio da elite financeira, num processo que reforça o enriquecimento do 1% mais rico e ameaça a democracia. O livro alerta para o fato de que, apesar do avanço médio geral, há quase 1 bilhão de pessoas que ainda patinam em miséria, desnutrição, doenças e morte precoce. E os programas de ajuda criados pelos países ricos pioram essa situação em vez de melhorá-la, afirma Deaton, porque inibem o desenvolvimento das instituições que fariam as nações se desenvolver por conta própria. "Precisamos parar de perguntar o que 'nós' deveríamos fazer. Quem 'nos' deu a responsabilidade de zelar por 'eles'? Nossas tentativas desastradas de ajudar têm feito mais mal que bem." Seria mais útil, diz ele, criar incentivos para pesquisa médica e científica que solucionasse problemas dessas populações, como a malária e a tuberculose, por exemplo.
Outra forma de combater a pobreza e a desigualdade entre países seria flexibilizar a imigração. Deaton nota que o dinheiro remetido por imigrantes a seus países natais supera em muito o das "ajudas financeiras", com uma diferença fundamental. Quando os recursos vão para as mãos das famílias, elas se fortalecem para exigir mais de seus governos. Já a ajuda internacional costuma chegar aos governos e tende a inibir sua eficiência. O professor de Princeton vê ameaças no futuro: mudanças climáticas, ataques fundamentalistas contra a ciência, novas doenças infecciosas e patógenos hiper-resistentes a antibióticos. A desaceleração do crescimento econômico também é danosa. Quando o bolo para de crescer, a única forma de manter o tamanho da fatia é reduzindo a dos outros, o que torna mais violentos os conflitos distributivos. Ainda assim, ele se diz "cautelosamente otimista": "O desejo de escapar está profundamente enraizado, e os meios para isso são cumulativos. Os próximos fugitivos podem subir nos ombros de gigantes. Alguns poucos privilegiados podem ter bloqueado o túnel pelo qual passaram, mas não podem bloquear o conhecimento de como cavar novos túneis.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Existem liberais no Brasil? Talvez, mas cabe precisar os verdadeiros - Paulo Roberto de Almeida


Quem é, e quem não é, liberal no Brasil

Paulo Roberto de Almeida
 [Esclarecendo certos pontos e posturas; separar o joio do trigo]


Nos últimos meses tenho assistindo a um debate caótico, em grande medida motivado pela Grande Divisão provocada pelos companheiros e seus aliados no Brasil, na sequência da Grande Destruição que eles provocaram na economia, e da desmoralização de diversas instituições públicas (não só o Executivo, mas os outros dois poderes também), pela absoluta degenerescência moral incitada pela organização criminosa que tomou o Brasil de assalto a partir de 2003, e causa-me espécie a confusão mental que ainda reina sobre quem é, ou quem não é, liberal no Brasil, ou seja, o contrário de TUDO o que está aí, atualmente.
Por isso resolvi escrever um pequeno guia para tentar esclarecer certas coisas:

Quem é, e quem não é, liberal no Brasil:

Quatro coisas que eu aprendi sobre quem NÃO é liberal no Brasil:
1) Não basta ser contra a organização criminosa que assaltou o poder, os cofres, as empresas públicas e privadas, a população como um todo, entre 2003 e 2016 no Brasil, para se proclamar liberal;
2) Não vale ter saudades do regime militar, como se ele fosse impoluto, livre de corrupção, apreciador da lei e da ordem, mas ao mesmo tempo sustentador de um Estado forte, protecionista, intervencionista, dirigista, para se proclamar liberal;
3) Não adianta ser a favor do armamento geral da população – como se essa fosse a resposta para problemas de segurança pública –, ser contra o aborto e a favor da vida – como se isso fosse interromper as centenas de milhares de abortos clandestinos, geralmente de alto risco para adolescentes pobres –, ser contra a "arte degenerada", ou supostamente esquerdista, para achar que isso é ser contra o Estado esquerdista;
4) Achar que fascistas são "esquerdistas", ou vice-versa – como se isso fizesse alguma diferença em termos práticos –, ou que conservadores também são "liberais", ou que islâmicos em geral são todos sustentadores da jihad contra os valores ocidentais, potenciais apoiadores de terroristas islâmicos, ou proclamar as virtudes excelsas da religião cristã, para que tudo isso signifique estar do lado dos liberais no Brasil.
Infelizmente, faltam bases intelectuais ao movimento liberal no Brasil, mas o fato é que verdadeiros liberais são pelo laissez-faire, pelo Estado mínimo, pelo máximo de liberdades econômicas possível, pela tolerância radical em relação a crenças e questões de ordem moral, pelo progresso contínuo das instituições e mecanismos da vida em sociedade, por meio de reformas tendentes à afirmação das liberdades individuais e da iniciativa privada, dos mercados livres, e sobretudo pela defesa intransigente, ativa, dos valores e princípios da democracia e dos direitos humanos.
Acho que muita gente precisa aprender o que é ser verdadeiramente liberal, o que julgo que ainda vai ocorrer no Brasil.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de setembro de 2017

Venezuela: a descida para o caos

Editorial

Valor Econômico – Crise econômica não dá trégua à Venezuela / Editorial

Em meio a uma grave escassez de bens de primeira necessidade, agora falta dinheiro na Venezuela. Após a imposição da Assembleia Constituinte, em um golpe executado pelo presidente Nicolás Maduro para tornar irrelevante o Congresso de maioria oposicionista, as ruas se esvaziaram, mas os desequilíbrios econômicos continuam se agudizando. Os chavistas poderiam aproveitar a relativa calmaria política, fruto da indecisão e falta de rumos dos partidos de oposição, para se dedicarem a um plano mínimo para consertar uma economia arruinada. Maduro e seu governo, porém, continuam devaneando.

A inflação é o termômetro da ruína econômica do país. Depois que o governo decidiu não divulgá-la mais, há apenas estimativas privadas. Por elas, calcula-se que os preços chegarão ao fim do ano com avanço de 717%, enquanto que a recessão se aprofunda, a caminho de uma contração superior a 5%. A vida tornou-se um inferno para o cidadão venezuelano. A cada dois meses o governo aumenta o salário mínimo, o que deve ocorrer pelo menos mais uma vez até o fim do ano, com reajuste de 40%. As correções do mínimo, no entanto, mal ultrapassariam a metade da evolução dos índices de preços, isto é, atingiriam 378%, segundo estimativa da Torino Capital.

A falta generalizada de produtos tornou os bens de primeira necessidade, quando encontrados, com preços inacessíveis. A cesta básica venezuelana subiu entre julho de 2016 e julho deste ano 339,3%, mas isto não diz tudo. Ela custa agora 2 milhões de bolívares, ante um salário mínimo mensal que não chega a 350 mil bolívares (El Universal, ontem). A diferença entre os preços controlados e os preços de "mercado" bateu em 10433%.

Com a inflação fora de controle, os consumidores tem de levar montanhas de dinheiro para comprar o que precisam. O resultado é que a associação de bancos venezuelanos reclamou que as instituições possuem apenas 60% do numerário necessário para satisfazer a demanda por moeda em suas 3400 agencias e 9900 caixas eletrônicos - há disponíveis 14,3 bilhões de bolívares para uma procura de 23,7 bilhões.

O absurdo sistema multicambial do país sofreu interrupção nos últimos dias, diante das sanções americanas à Venezuela. Para "livrar-se do dólar", como bravamente prometeu Maduro, o governo ajustará a paridade da moeda a uma cesta que inclui rúpias indianas, yuans da China, ienes do Japão e sabe-se mais o que. Até que faça isso, o sistema está paralisado. É uma demanda óbvia e antiga dos economistas locais que o câmbio seja unificado, mas as autoridades não se movem nessa direção. Como está, ele é fonte segura da obtenção de fortunas fáceis pela manipulação e pela corrupção.

As reservas internacionais, por seu lado, estão minguando. Situam-se hoje ao redor dos US$ 10 bilhões, enquanto que uma dívida de US$ 4,5 bilhões vence agora em novembro. Atrair capital externo, porém, não é uma tarefa fácil em uma economia estatizada como a da Venezuela e ainda menos se o governo não tem a menor intenção de facilitar as coisas. Na semana passada, informa o "Financial Times", Maduro anunciou à Constituinte uma nova lei sobre investimentos que permite expropriações, obriga os investidores a manterem o capital no país por 5 anos e obriga a que os litígios sejam resolvidos pelas leis e instituições venezuelanas.

No plano político, as manifestações refluíram e as oposições não sabem muito o que fazer. Foram antecipadas para o dia 15 de outubro (data ainda não oficial) as eleições para governador e não resta à Mesa de Unidade Democrática senão participar delas, até mesmo por falta de opção. A Assembleia Legislativa foi reduzida à insignificância.

Sem a oposição nas ruas, o governo de Nicolás Maduro aceitou uma nova tentativa de mediação capitaneada por Danilo Medina, presidente da República Dominicana e pelo ex-chefe de governo espanhol, José Zapatero. Ontem eles se reuniram com Julio Borges, presidente do Congresso e outros membros da oposição, mas, recobrando a iniciativa política, Maduro não deve ceder em nada substancial e vai manter os poderes ditatoriais que agora conseguiu.

O resultado do desastre econômico venezuelano, sem solução à vista, com as vias da solução política inteiramente bloqueadas, trará piores condições de vida para os cidadãos e mais pressão migratória para os vizinhos, como o Brasil.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Seminario Azeredo da Silveira - Palacio Itamaraty, Rio de Janeiro, 22/09/2017

FUNAG promove seminário para comemorar o centenário de nascimento de Azeredo da Silva

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), com apoio do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), convida para o seminário “Centenário de Azeredo da Silveira: o Pragmatismo Ecumênico e Responsável”. O evento, que será realizado em 22 de setembro, às 9h30, no Palácio Itamaraty, Rio de Janeiro, prestará homenagem ao Ministro das Relações Exteriores Antônio Francisco Azeredo da Silva (1974 – 1979).
O seminário será aberto com uma palestra do embaixador Marcos Azambuja sobre o tema “Azeredo da Silveira e o Itamaraty”, seguida por painéis temáticos. Confira aqui a programação completa.
Inscreva-se.


PROGRAMA TENTATIVO
9:30: Conferência de Abertura: Azeredo da Silveira e o Itamaraty
Embaixador Marcos Azambuja
10:00: Painel 1. Pragmatismo Responsável e Ecumênico (PRE): significado para a PEB. Universalismo e autonomia.
Moderador: Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
Embaixador Gelson Fonseca Junior
Embaixador Ronaldo Sardenberg
Embaixador Rubens Ricupero
Professora Maria Regina Soares de Lima, IESP/UERJ
Debate
11:30: Painel 2. Relações com os EUA: não alinhamento automático. Fases Kissinger-Silveira (MoU) e Carter. Direitos Humanos. Denúncia do
Acordo Militar
Moderador: Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
Embaixador Roberto Abdenur
Professor Matias Spektor, FGV-SP
Professora Mônica Hirst, Universidad Torcuato di Tella
Professora Leticia Pinheiro, IESP/;
14:00
Painel 3. A geopolítica da América do Sul: Bacia do Prata e Tratado
Amazônico
Moderador: Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
Embaixador Rubens Ricupero
Embaixador Luiz Felipe de Seixas Correa
Embaixador Rubens Barbosa
Professor Wanderley Messias da Costa, USP
Debate
15:30 
Painel 4. Decisões estratégicas e suas consequências, internas e
externas: reconhecimento de Angola, reconhecimento da RPC, tratado
nuclear com a RFA.
Moderador: Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
Embaixador Carlos Augusto de Proença Rosa
Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves
Professor Paulo Visentini, UFRGS
Professor Pio Penna Filho, UnB
Professor Paulo Sergio Wrobel, PUC Rio
Merval Pereira
Debate
17:00 - Painel 5. A gestão da política externa e seu método. Reforma do
Itamaraty. Papel da chancelaria no processo de abertura política.
Moderador: Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
João Clemente Baena Soares, embaixador
Lucio Amorim, diplomata
Embaixador Carlos Augusto de Proença Rosa
Professor Celso Castro, FGV
Miriam Leitão
Mariangela Hamu
Debate
18:30 - Encerramento 

Livros em sebos; precos disparatados: O Estudo das RI do Brasil (PRAlmeida)

Por acaso recebi um link para sebos, onde figura um antigo livro meu, aliás em duas edições, uma de 2006, outra de 1999, sendo que neste caso, os preços são absurdamente caros, mais do que o dobro do cobrado pela edição mais recente:

Capa ilustrativa

O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

Paulo Roberto de Almeida

Este livro trata justamente dessa proliferação de iniciativas didáticas, dessa explosão do ensino e da pesquisa nesse campo relativamente novo de concentração universitária, tal como refletidas no incremento da literatura especializada e, também, namultiplicação de grupos de pesquisa e de instituições voltadas para a interface externa do Ler mais

O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

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O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

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Ano:   Editora: Unimarco
Tipo: seminovo/usado
Otto Livros SP - São Paulo
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O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

Ano:   Editora: Unimarco
Tipo: seminovo/usado
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