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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Las Falklands son... Britanicas - Joanisval Brito Goncalves (MercoPress)

Taking a positive Falklands message to Brazil
 MercoPress, 5/12/2013

“Unthinkable, unacceptable and unsupportable” was how Joanisval Brito Goncalves, Senior Legilslative Counselor for International Affairs and Defence Issues at the Brazilian Senate, described the Argentine government’s attitude to the Falkland/ Malvinas Islands in a press conference held in Stanley on Wednesday afternoon.

Mr Goncalves was part of a four-person delegation of Brazilian congressional advisors in the Falklands this week as guests of the Falkland Islands Government, along with Political Adviser for Senator Luiz Henrique da Silveira, Célia de Morais, Gustavo Bernard, advisor to Senator Ana Amelia, and Legislative Consultant in International Relations and National Defense of the Federal Senate, Clarita Maia Simon.

Speaking to representatives of local media, the Brazilian visitors exhibited a high degree of excitement about the possibility of cultural and commercial links developing between their country Brazil and the Falkland Islands, about which, as Célia de Morais admitted, almost nothing was known in her country.

Referring to the Falkland Islands as “a developing country” Clarita Maia Simon said that her country’s constitution included a positive duty to promote the self-determination of all the peoples of the geographical region to which Brazil and the Falkland Islands belong.

Referring to the Falkland Islands as “this pearl in the South Atlantic” which was clearly not Argentine, Mr Goncalves said that the delegation would be presenting an honest and un-biased report of their findings in the Falklands and would be hoping to bring “a different view” to their political masters back in Brazil.

Such is the lack of information about the Falkland Islands in Brazil that Célia de Morais said that on arrival the delegation had no idea of what they were going to find, but asserted that the visit represented “a seed which could produce much fruit.”

While admitting the pressure that Argentina could bring to bear on Brazil with regard to any development which might go against that country’s negative policy towards the Islands, and accepting that any change in these attitudes might take a long time, Gustavo Bernard said that, at the same time, the importance of Argentina to Brazil should not be over-estimated.


In terms of importance to the Brazilian economy, China was at this moment far more important than Argentina, which fact had not prevented Brazil also having a successful working relationship with Taiwan, a territory subject to a sovereignty claim by China. Finally the delegates said they could not foresee any situation in which Brazil would be party to a maritime blockade of the Islands.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Falklands-Malvinas: um imbroglio eterno?

Recebo, de um leitor deste blog, as seguintes perguntas:

On Nov 22, 2012, at 02:25 PM, [fulano] <fulano@gmail.com> wrote:

Boa tarde
Dr. Paulo, gostaria de tirar uma dúvida sobre as Malvinas.
Eu acredito que a situação política das Malvinas, está mais para uma posição geográfica estratégica militar em relação a América do Sul do que simplesmente uma situação isolada para benefícios para a Argentina.
No entanto, caso a Argentina obtenha direitos sobre as Malvinas, após análise da ONU, e a Inglaterra não concordar, esgotados todos os direitos legais, poderá a Argentina ter o direito de  expulsar a Inglaterra por uso da força?
Grato

 [Fulano]

Eis o que respondi, muito improvisadamente e de forma rápida:

Ilhas no meio do oceano sempre são interessantes, para países costeiros, ainda que um pouco longe da linha territorial: elas ampliam tanto o conceito e a realidade do mar territorial (12 milhas reconhecidas internacionalmente, 200 milhas requeridas por muitos países), como a da Zona Econômica Exclusiva, também de 200 milhas segnudo a Convenção do Direito do Mar. Estamos falando de recursos econômicos: petróleo e outros nódulos metálicos, além dos recursos pesqueiros.
Quando Grã-Bretanha se apossou do antigo território espanhol das Malvinas, reivindicado pela Argentina então nascente, se tratava apenas de uma etapa de apoio na longa viagem entre o Atlântico norte e o Pacífico, passando pelo canal de Magalhães para alcancar o Oriente, cujo outro acesso seria pelo Indico, antes da abertura dos canais do Panamá e de Suez.
No plano militar tinha pouca importãncia, mas a Royal Navy, como todo grande império, gostava de ter bases em todos os mares. Hoje sua importância é basicamente econômica.

Não sei como a ONU poderia conceder direito sobre as Malvinas à Argentina, pois isso dependeria, basicamente, de um laudo da Corte Internacional de Justiça, caso as duas partes aceitassem tal procedimento e se comprometessem a cumprir um veredito (que imagino não ocorrerá por objeção da GB), ou de uma resolução do CSNU, o que também não ocorrerá, uma vez que a GB também possui direito de veto, mesmo que todos os demais, e os quatro outros permanentes, assim o desejem.
Não haverá, portanto, mas se por acaso houvesse, a Argentina ainda assim não teria como conduzir sozinha uma operação de "desalojo", pois não estaria se defendendo de uma agressão contra si, e não teria nenhuma resolução do CSNU autorizando medidas retorsivas. A única operação desse tipo ocorrida foi a primeira guerra do Golfo, depois que o Iraque invadiu o Kwait.
Ou seja, o tema vai permanecer na agenda, mas não haverá solução política, diplomática ou militar, até que a GB decida, sozinha, unilateralmente, por vontade própria, retirar seus cidadãos das Malvinas e entregar o território à Argentina.
Isso, se ocorrer, deve demorar pelo menos mais 50 anos, até que estejam mortos todos os protagonistas da guerra de 1982.
 Paulo Roberto de Almeida

domingo, 1 de abril de 2012

Malvinas/Falklands War: National Security Archive releases confidential documents

From: National Security Archive <archive@gwu.edu>
Date: Sun, Apr 1, 2012 at 1:22 PM
Subject: Reagan on the Falklands/Malvinas: "Give[] Maggie enough to carry on"

Reagan on the Falklands/Malvinas: "Give[] Maggie enough to carry on"
National Security Archive Electronic Briefing Book No. 374
For more information contact:
Carlos Osorio - 202/994-7061

Washington, D.C., April 1, 2012 -- The United States secretly supported the United Kingdom during the early days of the Falklands/Malvinas Island war of 1982, while publicly adopting a neutral stance and acting as a disinterested mediator in the conflict, according to recently declassified U.S. documents posted today by the National Security Archive.

On the 30th anniversary of the war, the Archive published a series of memoranda of conversation, intelligence reports, and cables revealing the secret communications between the United States and Britain, and the United States and Argentina during the conflict.

At a meeting in London on April 8, 1982, shortly after the war began, Prime Minister Margaret Thatcher expressed concern to U.S. Secretary of State Alexander Haig about President Ronald Reagan's recent public statements of impartiality. In response, according to a previously secret memorandum of the conversation, "The Secretary said that he was certain the Prime Minister knew where the President stood. We are not impartial."

On April 2, 1982, Argentine forces under de facto President Leopoldo Galtieri seized the Falkland/Malvinas Islands militarily from the U.K. The U.S. launched a major shuttle diplomacy mission, sending Secretary Haig numerous times to London and Buenos Aires to de-escalate the conflict. Though the U.S. did not formally announce support for the U.K. until April 30, newly released documents show that Washington sided with the British from the beginning, providing substantial logistical and intelligence support. In a conversation with British officials at the end of March, Haig declared that the U.S. diplomatic effort "will of course, have a greater chance of influencing Argentine behavior if we appear to them not to favor one side or the other."

At the same time, the White House recognized that British intransigence would create problems for the U.S. in its dealings with Latin America.  President Reagan, reacting to Haig's secret reports on the British position, wrote to the secretary: "[Your report] makes clear how difficult it will be to foster a compromise that gives Maggie enough to carry on and at the same time meets the test of 'equity' with our Latin neighbors."

Under Thatcher's leadership, the U.K. launched a large-scale military expedition that proved a logistical, communications, and intelligence challenge for the British Air Force and Navy. It would take the task force almost a month to traverse the 8,000 miles between England and the Falklands and prepare for combat around the South Atlantic islands. For the British, the expedition would not be justified without retaking the Falkland Islands and returning to the status quo ante. An analysis from the Department of State's Bureau of Intelligence and Research predicted on April 6 that "the effectiveness of the fleet, far from its maintenance bases, will rapidly deteriorate after its arrival on station. [Thatcher's] damaged leadership could not survive a futile 'voyage to nowhere.'"

"The Prime Minister has the bit in her teeth," Haig reported to President Reagan on April 9, after the Argentine attack on the islands. "She is clearly prepared to use force. Though she admits her preference for a diplomatic solution, she is rigid in her insistence on a return to the status quo ante, and indeed seemingly determined that any solution involve some retribution."

Haig's report continued: "It is clear that they had not thought much about diplomatic possibilities. They will now, but whether they become more imaginative or instead recoil will depend on the political situation and what I hear in Argentina."

The documents reveal that initial covert U.S. support for Britain was discussed quite openly between the two nations. During the first meeting with Haig on April 8, "[Thatcher] expressed appreciation for U.S. cooperation in intelligence matters and in the use of [the U.S. military base at] Ascension Island." A series of CIA aerial photography analyses showed the level of detail of U.S. surveillance of Argentine forces on the ground: "Vessels present include the 25 de Mayo aircraft carrier with no aircraft on the flight-deck," reads one; "at the airfield [redacted] were parked in the maintenance area [....] 707 is on a parking apron with its side cargo door open," reads another.

With Argentina mired in economic stagnation, Galtieri's military campaign tried to rally support from large sectors of Argentine society. But U.S. observers foresaw serious problems for him ahead. A top secret State Department intelligence analysis reported: "[Galtieri] wants to hold on to the Army's top slot through 1984 and perhaps the presidency through 1987. The Argentine leader may have been excessively shortsighted, however. The popular emotion that welcomed the invasion will subside."

A White House cable stated, "Galtieri's problem is that he has so excited the Argentine people that he has left himself little room for maneuver. He must show something for the invasion. or else he will be swept aside in ignominy."

This collection of 46 documents was obtained through the Freedom of Information Act and extensive archival research. It offers a previously unavailable history of the exchanges between key British, American, and Argentine officials in a conflict that pitted traditional Cold War alliances against important U.S. regional relationships.

Check out today's posting at the National Security Archive website
Find us on Facebook - http://www.facebook.com/NSArchive
Unredacted, the Archive blog - http://nsarchive.wordpress.com/

quinta-feira, 29 de março de 2012

Argentina gostaria de isolar completamente Malvinas-Falklands...

Ou seja, quer obrigar, pelo boicote, embargo, bloqueio, cerceamento de vários tipos, a que os habitantes das ilhas Falklands se tornem amigos da Argentina, o que parece vai ser dificil...
Paulo Roberto de Almeida

Uruguay no apoya un bloqueo comercial de Malvinas

MONTEVIDEO. El canciller del Uruguay, Luis Almagro, dijo que el gobierno de José Mujica no se opone a la exportación que empresarios locales concretarán a las islas Malvinas el 13 de abril porque el país no está de acuerdo con un bloqueo a ese territorio, reclamado por la Argentina.
"Eso sería violatorio a los derechos humanos de los habitantes de esa isla y lo mismo que decimos para Cuba, lo decimos en este caso", dijo esta mañana el ministro de Relaciones Exteriores del Uruguay al fundamentar los motivos por los cuales no se frena la misión comercial -iniciativa de privados-.
Entrevistado en el programa "Fuentes confiables" deRadio Universal , Almagro dijo que los empresarios uruguayos hacen negocios "con el que quiere y con el que pueden", y que en general esto último es lo que prevalece.
En las últimas semanas ha crecido la presión de empresas locales que se ven impedidas de exportar a la Argentina pese a tener pedidos de empresas de ese país, pero los negocios se han visto frenados por decisiones políticas del gobierno de Cristina Kirchner.
"Uruguay nunca dijo que hay que hacer un bloqueo comercial a la isla", expresó Almagro cuando fue consultado expresamente por la postura del gobierno respecto al plan anunciado por empresarios de mantener un vínculo con las Malvinas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Malvinas-Falklands: uma solucao pratica (e simples...)

Abaixo, uma notícia preocupante: "intelectuais baratos", como os classificou um ultranacionalista (e provavelmente intolerante com os que não pensam como ele), correm o risco de serem simplesmente assassinados, como acontece com casos similares em países progressistas como Afeganistão, Paquistão e outras maravilhas do gênero.
Até um think tank argentino que eu julgava respeitável, se deixou levar pela paixão, iniciando uma campanha, que eles chamam de "Pueblos por Malvinas", na qual pretendem liderar uma "Cruzada de los Pueblos por Malvinas", o que nos remete a exemplos históricos fundamentalistas, intolerantes, dotados de instintos vingativos.
E, no entanto, existe uma solução simples para esse problema das Malvinas, ou das Falklands, como queiram.
Basta a Argentina se tornar um país tão maravilhosamente acolhedor, rico, avançado, atraente, simpático, de excelente qualidade de vida, total liberdade de expressão e de opinião, que os kelpers vão provavelmente escolher se tornarem argentinos...
Nada como atrair gente, como acontece nos EUA e na Europa. A Argentina também poderia fazer isso, e os kelpers comerem um excelente churrasco em Buenos Aires, de volta à pátria grande.
Será que daria certo?
Em qual século?
Paulo Roberto de Almeida

DISPUTA INTERNACIONAL

Intelectuais argentinos questionam reivindicação das Malvinas

Grupo formado por escritores e jornalistas afirma que Argentina não tem direito algum sobre as ilhas britânicas e desperta a ira do governo de Cristina Kirchner

24/02/2012 | Enviar | Imprimir | Comentários: 1 | A A A
Um grupo de 17 importantes intelectuais argentinos recebeu críticas pesadas do governo da presidente Cristina Kirchner, e seus membros foram considerados traidores por defender o direito dos habitantes das Ilhas Malvinas ou Falklands, como preferem os ingleses, à autodeterminação.
“Não vejo como nosso país pode impor um governo, uma soberania e uma cidadania a um grupo de 3 mil pessoas, cujos ancestrais chegaram aqui há 180 anos, e que não querem nada do que temos a oferecer”, declarou Fernando Iglesias, um antigo deputado de oposição e um dos nomes por trás de um documento que oferece um ponto de vista alternativo para o problema das ilhas no sul do Atlântico. O documento contraria a posição defendida pelo governo argentino de que os habitantes das Malvinas são uma população transplantada pelos britânicos sem qualquer direito sobre as ilhas. O senador peronista Anibal Fernández se referiu àqueles que assinaram o documento – uma reunião de importantes pensadores, jornalistas e escritores argentinos – como “intelectuais baratos”.
Numa coluna no diário pró-governo, Tiempo Argentino, Cristina Kirchner reafirmou a posição oficial de que a Argentina herdou as ilhas da Espanha quando conquistou sua independência em 1816, classificando como “usurpadores” os britânicos que comandaram as ilhas desde 1833.
“Eles estão apresentando um documento perverso, infestado de erros e desvios, em total oposição aos desejos e sentimentos da maioria do povo argentino”, disse o braço-direito da presidente. Apesar do furor, o conteúdo do documento ainda não foi publicado, e o grupo está repensando sua publicação devido ao acidente ferroviário que fez pelo menos 50 vítimas na manhã da última quarta-feira, 22, em Buenos Aires.
Crónica, um jornal populista de alta circulação publicou fotos de membros do grupo sobre um fundo vermelho e com a manchete “Em favor dos piratas”, acusando-os de aceitar a posição britânica.
Rixa antiga
A reivindicação argentina das Ilhas Malvinas foi ressuscitada e colocada no centro da política nacional pela presidente às vésperas do 30° aniversário da Guerra das Malvinas entre o Reino Unido e a Argentina no dia 2 de abril. Adotando uma política mais dura, Kirchner bloqueou a entrada nos portos argentinos de navios carregando a bandeira das Malvinas, e conseguiu o apoio de seus vizinhos sul-americanos, que fizeram o mesmo.
Partidários da presidente rapidamente inundaram o Twitter com mensagens contra Iglesias, usando ahashtag “Fernando Iglesias está morto”. “Alguém que lutou bravamente a favor do imperialismo acaba de falecer”, escreveu um kirchnerista. “Margaret Thatcher enviou suas condolências”, escreveu outro.
Iglesias diz que a Argentina tem questões muito mais urgentes do que a disputa com o Reino Unido. “O acidente ferroviário é um exemplo. Os sistema ferroviário do país está caindo aos pedaços e esse era um acidente que estava esperando para acontecer”, diz o ex-deputado, que ficou particularmente indignado com a afirmação do ministro das Relações Exteriores, Hector Timerman de que os habitantes das Malvinas são uma população transplantada sem direito sobre as ilhas. “Os meus avós só chegaram da Espanha nos anos 1930, enquanto nas Malvinas há famílias que estão nas ilhas desde a década de 1840”.
O famoso escritor e jornalista Pepe Eliashev está preocupado com a fúria popular em relação ao grupo. “Essas reações exageradas dos ultranacionalistas, e o uso das Malvinas como uma cortina de fumaça do governo não criam boas expectativas para o futuro”, diz ele. Iglesias afirma que, apesar de acreditar que a Argentina tem direitos sobre as ilhas, “o que destacamos é o direito à autodeterminação, e não podemos impor cidadania ou soberania sobre aqueles que não as querem”.
Outro membro do grupo, o historiador Vicente Palermo, foi mais longe, questionando até mesmo a base das reivindicações argentinas. “Não haverá solução argentina para a questão das Malvinas até que os habitantes das ilhas queiram se tornar argentinos”, escreveu ele numa recente coluna no La Nacion. Outro membro do grupo, Jorge Lanata, talvez o jornalista mais popular da Argentina, abriu seu programa de rádio na última quarta-feira se apresentando como “Morgan, o pirata”, numa resposta à avalanche de críticas que recebeu. “Estive nas Malvinas. Eles nos odeiam lá. Para eles, nós invadimos sua casa, e falamos das Malvinas como se ninguém morasse lá”.
“Estamos cientes do risco de sermos considerados traidores, mas esse é um risco que estamos dispostos a correr, se acreditarmos no direito democrático de expressar nossos pontos de vista”, afirmou Iglesias.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O custo do ridiculo: Argentina vs Reino Unido, Falklands vs Malvinas

Cada um dos 3 mil habitantes das Falklands, os kelpers, deve custar alguns milhões por ano ao Tesouro de Sua Majestade. Deve ser muito superior ao que o arquipélago vale.
Por que Estados não fazem um cálculo de custo-benefício?
Eu colocaria os 3 mil kelpers em hoteis 5 estrelas em Londres, pagaria cinema a semana inteira, daria uma pensão vitalícia e esqueceria essas ilhas. Ficaria mais barato...
Quem sabe os ingleses não oferecem aos argentinos de participar nos custos, e eles, os argentinos, ficam com direito de vir banhar-se nas praias cálidas das suas Malvinas?


Cristina Kirchner told to leave Falkland Islanders alone, by Argentina's intellectuals

Cristina Kirchner has been warned to leave Falkland Islanders to decide their own future as Argentina's president faced a backlash from a group of the South American country's leading thinkers.

Why I'm suffering from famous person fatigue; Sean Penn and Argentine President Cristina Fernandez De Kirchner; Rex
Sean Penn and Argentine President Cristina Fernandez De Kirchner Photo: Rex
Last week, Sean Penn, the Hollywood actor, appeared with President Cristina Fernandez de Kirchner to criticise British actions over the disputed archipelago.
But a group of Argentina's leading intellectuals, historians, journalists, constitutional experts and politicians have published an open letter calling on their own government to rethink policy towards the islands they call the Malvinas branding it "crazy" and "absurd".
The 17 signatories accused Mrs Kirchner's government of "harassing" the Falklands population of 3,000, who overwhelmingly want the islands to remain a British Overseas Territory.
The group said Argentina must respect the islanders' right to self-determination and give up its policy of trying to force Britain into negotiating sovereignty.
"It is truly absurd and crazy to force a government and sovereignty on people who do not want it," commented Fernando Iglesias, a former congressman who co-authored the document.
This year marks the 30th anniversary of the Falklands conflict and concerns have risen over the increasingly hostile rhetoric emerging from Argentine politicians who claimed Britain was treating the islands as "the last refuge of a declining empire".
The Argentine government accused Britain of an "act of provocation and aggression" by sending The Duke of Cambridge to the islands on a six-week tour of duty as an RAF search and rescue pilot.
It also accused Britain of "militarising" the South Atlantic with its decision to send the state-of-the art naval war ship HMS Dauntless to the area and early this month said it would appeal to the United Nations to negotiate the issue of sovereignty.
Last week the visit to the Falkland Islands by David Willetts, the universities minister, who stopped off en route to the Antarctic, served to inflame tempers.
And news that a delegation of MPs is expected to travel to the remote islands later this year to evaluate defences led to accusations that Britain was escalating the dispute.
Argentina stepped up its claims to the Falklands when British companies began drilling for oil in the South Atlantic in early 2010. It has since ceased direct flights to the islands and lobbied neighbouring countries to do the same.
Another of the signatories, historian Luis Alberto Roberto, argued that President Kirchner's policies towards the islands were proving counterproductive, and that the government should be looking to forge links with the islanders not isolate them.
"In 1982 we resorted to force. We destroyed what had been achieved over many years. We created perfectly justified hate and fear. We lost the Malvinas. And, furthermore, we lost many Argentinians."
Argentina seized the Falklands by force in April 1982 but the islands were retaken by British troops in a 74 day war that cost the lives of 258 British servicemen and 649 from Argentina.
Philip Hammond, the Defence Secretary, insisted this week that there was "no current credible military threat" from Argentina but added: "Her Majesty's Government is committed to defending the right of the Falkland islanders to self determination and plans exist for rapid reinforcement of the land, sea and air forces in and around the islands, should any such threat appear."

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Igreja Anglicana apoia a Cameron, por nao dialogo sobre as Falklands...

O título do post é uma broma, obviamente, mas poderia ser a resposta dos britânicos a esta causa "sagrada" dos argentinos, que ademais se está convertendo -- novamente, depois da funesta e frustrada tentativa dos militares de desviar a atenção do público para os reais problemas do país, em 1982 -- numa espécie de substitutivo à discussão dos verdadeiros problemas internos desse país tão esquizofrênico quanto jamais o foi em sua história...
Paulo Roberto de Almeida 



El presidente de la Pastoral Social de la Iglesia argentina, monseñor Jorge Lozano, manifestó su apoyo al reclamo de soberanía sobre las islas Malvinas "en el ámbito de la diplomacia" y a través "de la búsqueda del diálogo".

“Cristina Fernández ha puesto al conflicto con Gran Bretaña como prioridad de su política exterior. No habría nada para objetar. Aalgunos episodios de los últimos días han comenzado a desperezar otras sospechas. ¿Cuáles? Que la Presidenta, como el premier inglés David Cameron, estén atizando el problema posando sus ojos, sobre todo, en la política doméstica”. (Clarín. Argentina)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Malvinas-Falklands: tangos e tragédias, um debate inconcluso...

Tangos e tragédias
Primeiro,  a opinião de um jurista britânico (suspeito, por certo), mas deve-se considerar os argumentos em seus próprios méritos, não quem os expede:


Both sides advance claims to sovereignty based on various historic acts which may or may not amount to annexation, cession or conquest.  
But in a way more importantly, the current problem is this.  
The islands have been colonised by British people since the nineteenth century, and the current inhabitants  (about 3,000 in number) are bitterly opposed to any kind of deal with Argentina, the more so since Argentina's unsuccessful attempt in 1982 to resolve the matter by military means.  
Various compromises have been canvassed, but at present the inhabitants are unwilling to accept any kind of cession or lease to Argentina.  (Cf. Gibraltar.)  
Quite apart from any international law issues about self-determination in this context, the brutal fact is that it would, in the immediate future anyway, be politically impossible for the current British government to cut any deal which the inhabitants do not consent to.


Agora, uma reação sobre o assunto: 
Nos acordos da Convenção de Nutka na década de 1790, a Espanha acordou com a Inglaterra a proibição de qualquer nova ocupação em ilhas do Atlântico Sul. Claramente expresso no Artigo VI da convenção.
A Argentina ocupou as ilhas Malvinas em 1820, estavam desertas desde a evacuação espanhola de 1811.
A Inglaterra reconheceu a independência da Argentina em 14 de dezembro 1824.
Somente em 1833 uma frota inglesa expulsou o capitão Don Pinedo do ARA Sarandi das ilhas, que não viam uma embarcação inglesa desde 1774.
Sem dúvida um ato imperialista contra uma nação independente. Da mesma forma que uma pequena frota da Inglaterra tentou ocupar a Ilha da Trindade em 1895, mas a diplomacia brasileira com a ajuda de Portugal conseguiu reverter a ocupação. Por sorte uma tentativa frustrada, senão teríamos duas questões semelhantes no Atlântico Sul.
Excluída a questão dos anseios dos habitantes locais, sem dúvida fortalecidos pelos pesados subsídios ingleses (assim como a França faz na Guiana), os Argentinos tem plena razão em seus reclames, em minha singela opinião.
Lara Wasser


E uma outra reação:  
Ai que consiste o problema. Essa é a história que a Argentina repassa, mas não condiz com o que houve.
Que se saiba, o primeiro assentamento nas ilhas foi de Franceses. Não há habitantes originais, como afirmam os Argentinos. Estes relatos confirmam a presença francesa na regiao: http://www.amazon.com/history-Malouine-Falkland-Bouganville-settlement/dp/1170997562/ref=sr_1_26?ie=UTF8&qid=1328902630&sr=8-26 . Os ingleses chegaram, a meiados do séc XVIII e tomaram posse de determinada região (diz-se ainda haver ruinas), conviveram com os franceses. Com a saida dos franceses, foi que os bravos espanhois tomaram a parte deixada pelos franceses e ficaram na ilha até o começo do século XIX. De novo, como venho dizendo hé diversos emails: nao há tal coisa como 'nativos das ilhas'. São uma mistura de tudo o que passou por ali, desde espanhois, ingleses, franceses, holandeses... Essa historia é mais parte da mentira, distorção histórica que os argentinos tentam criar (ainda não vi uma fundamentação documental do que dizem, enquanto o outro lado sim que possui).
Até onde me conste (em uns livros que li ha tempos atras, com referencias a documentos, na Inglaterra), o primeiro assentamento ingles na ilha se deu na segunda metade do século XVIII, nao apenas em 1833 como afirmam os argentinos.  Com o início das batalhas de independência nos EUA, a Inglaterra precisou de todo o apoio militar para reforçar a sua presença nas colonias do norte. Assim sendo, a marinha inglesa se retirou das ilhas (que jamais foram habitadas !!!! isso é uma mentira da parte da Argentina), não sem antes deixar uma placa (legalmente aceita, de acordo com as convenções da época) reclamando a propriedade da região. Bem, a Argentina invadiu a ilha, nao reconheceu a autoridade estrangeira e fincou presença. Quando acabou a guerra das colonias americanas, a marinha inglesa voltou e recuperou a sua presença.
Por que não vale o acordo que a Inglaterra assinou com a Espanha? Simples: porque da data de assinatura eles (ingleses) JA estavam presentes na ilha, e o texto afirma: novas ocupações. Isso nao aconteceu (talvez no Caribe). Enfim... Trata-se de uma pseudo historia por parte dos argentinos. Eles contam a 2a metade e ocultam a 1a. Obvio. Nao os interessa.
Há um tempo atras recebi este material sobre o assunto. Bem ilustrado e com referencias ao que é citado. Recomendo:


P.S. Recomendo observar o texto, as citações, cruzar dedos, procurar as referencias que ele faz antes de criticar a origem simplesmente pelo nome do site, chamando-o de parcial (o que de fato é, mas o que eles fazem com reforço intelectual de pesquisa)



Timeline deixando bem clara a presenca de Franceses (tal qual no livro que indiquei anteriormente) e de alguns outros paises. Mostra a presença dos espanhois (que ocuparam a colonia francesa) e a tal da Convenção Nootka (que segundo me dizem é bem confuso e abre espaço a interpretações ). Enfim, a confusao esta toda ai. E os 200 anos antes que os argentinos teimam em ignorar:


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LEO TELES

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Las Malvinas son... British (for a while..., or forever...)


O biombo do Atlântico Sul
Mac Margolis
O Estado de S. Paulo, 4/02/2012

A Ilha de Iwo Jima era a antessala do Japão continental na 2ª Guerra. Socotra e Masirah são ilhas estratégicas para defender o Golfo Pérsico, enquanto as Seychelles, Maldivas e Maurício são bases cruciais no plano de expansão da pax chinesa. E as Ilhas Malvinas? Para que servem?

Com 3.300 mil habitantes em meio ao Atlântico Sul, as Ilhas Malvinas não constam dos manuais de geopolítica. A constelação de ilhotas já foi entreposto para caçadores de baleias e focas. Hoje é um império de cordeiros e kelp, as algas gigantes que os nativos colhem para alimentar os rebanhos. Sim, há lulas e pesca e fartos relatos de vastas reservas de petróleo. Mas até agora nenhum barril de óleo foi extraído das suas águas geladas. Seu PIB não passa de US$ 120 milhões. Mas não há metro quadrado mais explosivo no Hemisfério Ocidental.

Nas próximas semanas, o HMS Dauntless, poderoso destróier britânico, zarpa para o Atlântico Sul. O príncipe William, piloto da Força Aérea Real e segundo na linha sucessora para a coroa britânica, já está em Port Stanley, onde ficará para um tour de seis semanas. Londres garante que a viagem não é uma provocação, mas se engana quem acha que a querela entre Grã-Bretanha e Argentina, uma disputa que matou quase mil pessoas, em 1982, e deflagrou uma crise diplomática hemisférica, já tenha terminado. As Malvinas - ou Falkland, para os britânicos - despertam paixões que a razão não explica. Hoje são o maior biombo do mundo.

Nascidos e criados britânicos, mas com uma pitada de gauchismo, e governados pela coroa britânica desde 1830, os kelpers - os habitantes do arquipélago - são herdeiros de uma espólio mal resolvido. Durante quase dois séculos, as ilhas foram território ecumênico, com franceses, uruguaios, escoceses, ingleses e argentinos trabalhando lado a lado e em paz. Mas os governantes argentinos jamais engoliram a ideia da Union Jack - a bandeira britânica - ondeando nas mesmas latitudes que a bandeira azul celeste.

A briga já foi mais civilizada. Nos anos 90, Guido di Tella, o saudoso chanceler argentino, tentou seduzir os kelpers com cartões de natal e presentes a cada família. Agora, às vésperas do 30º aniversário da guerra, o governo de Cristina Hirchner desenterra a causa de forma menos belicosa que os militares da ditadura de 1976 a 1983, mas não por isso menos agressiva. Turbinada pela reeleição e "recuperada" de um câncer que não existia, Cristina empolgou ao chamar a Grã-Bretanha de "poder colonialista decadente". Mais importante, montou uma bem-sucedia ofensiva diplomática para levar a questão da posse das ilhas aos foros internacionais.

Recentemente, todos os países latino-americanos reiteraram seu apoio ao objetivo argentina. E para a revolta de Londres, até os EUA tiraram o corpo fora, afirmando que não tomarão “posição nenhuma a respeito da soberania” das ilhas. 

Ninguém em sã consciência imagina uma reprise do sangrento e custoso conflito de três décadas atrás. Mas para ambas as partes, a causa pode valer mais do que a vitória. Para a Grã-Bratenha, à mercê da crise econômica européia e ameaçada pela rebelião escocesa, o resgate dos kelpers no outro lado do oceano ainda é ponto de orgulho nacional. (Ao menos a julgar pelos aplausos nos cinemas britânicos quando Meryl Streep, encarnando Margaret Thatcher no flime A dama  de ferro, manda afundar o navio argentino Belgrano.)

Para a Argentina, nada como reviver um causa perdida para abafar as agruras em casa. Sua economia também esta em desaceleração, a reboque dos mercados globais. Sua inflação é a segunda mais alta do continente. E pior é o esforço do governo para escondê-la, maquiando dados e intimidando jornalistas e economistas independentes que ousam divergir dos números oficiais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que não toma partido nos oceanos, acaba de intimidar o governo argentino a "melhorar" a qualidade de seus dados. Se Buenos Aires reparou, é outra história. Atrás do biombo da guerra, mesmo uma guerra de palavras, todo o resto é chiado distante. Haja kelp.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bloqueio naval? sort of...: Las Malvinas son... British!

O Mercosul já vai à guerra? Enfim, estilo Juca Chavez, nada de muito sério.
Depois do circo armado pelos argentinos nas Falklands (opa, Malvinas), não creio que eles tentem novamente no território das Malvinas/Falklands, ou Falklands/Malvinas, vocês escolhem.
Mas, agora eles fazem a guerra em suas próprias águas territoriais, ou seja, contra seus próprios interesses.
Em outros termos, não fazem fazer comércio com navios britânicos das ilhas Malvinas.
São britânicos, certo, uma vez que as Malvinas não possuem soberania, pelo menos não no plano dos transportes marítimos internacionais; não acredito que as Falklands sejam membros da Organização Marítima Internacional.
Por falar nisso: com base em qual legislação interna, e de direito internacional, os países do Mercosul decidiram boicotar os navios de bandeira "malviniana"?
Gostaria de ouvir a opinião de um especialista em direito marítimo internacional...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil confirma veto a navios das Ilhas Malvinas, segundo Buenos Aires

BUENOS AIRES, 11 JAN (ANSA) - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou à Argentina que o Brasil vai manter o bloqueio a embarcações com bandeiras das Ilhas Malvinas, segundo Buenos Aires.


De acordo com um informe do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, o chanceler Héctor Timerman contatou Patriota para abordar o tema. Ele também conversou com o chileno Alfredo Moreno e com o uruguaio Luis Almagro.

O comunicado afirma que os três diplomatas "confirmaram que seus respectivos governos não modificaram sua posição" desde a última cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 20 de dezembro, quando foi acordado que nenhum país-membro do bloco permitiria a entrada de navios das Ilhas Malvinas em seus portos.

No início da semana, porém, a imprensa uruguaia publicou que Almagro e o ministro britânico William Hague teriam concordado que as embarcações do arquipélago poderiam atracar em portos uruguaios se as bandeiras fossem trocadas pelas britânicas.

A decisão tomada na reunião do Mercosul é um gesto de apoio à reivindicação da Argentina pela soberania do território, atualmente sob domínio da Grã-Bretanha.

Argentina e o Reino Unido entraram em guerra em 1982 pelo controle das Ilhas Malvinas, conhecidas também como Falkland. Londres controla o arquipélago desde 1833, mas Buenos Aires chegou a declarar soberania sobre o território em 1816, quando expulsou os espanhóis do local.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mercosul parte a conquista das Malvinas/Falklands...

Ou muito me engano, ou esta medida do Mercosul, adotada na última reunião de cúpula do Mercosul, em Montevidéu, em dezembro de 2011, é completamente ilegal do ponto de vista do direito internacional.
Se o Reino Unido demandar os países do Mercosul nas instâncias apropriadas, Organização Marítima Internacional, OMC e até o Conselho de Segurança das Nações Unidas, os países do Mercosul provavelmente não terão como explicar essa medida extemporânea, arbitrária e possivelmente ilegal.
Paulo Roberto de Almeida

Londres: bloqueio do Mercosul a navios das Malvinas é injustificado

Mercosul impedirá barcos das Malvinas em seus portos
Líderes do Mercosul participaram de encontro em Montevidéu, no Uruguai, na noite de terça-feira - Foto: AP
Brasil, Argentina e Uruguai acertaram nesta terça-feira, na Cúpula do Mercosul em Montevidéu, impedir a presença de barcos com bandeira das Ilhas Malvinas em seus portos, informou o presidente uruguaio, Jose Mujica.
Na Cúpula de Presidentes do Mercado Comum do Sul "chegamos a um acordo sobre a bandeira das Malvinas, no sentido de que esta não poderá tremular nos portos do Mercosul e, se isto acontecer, que não seja aceita em outro porto do Mercosul", disse Mujica ao relatar os resultados do encontro.
A declaração assinada pelos líderes do Bloco estabelece que os três países (Paraguai não tem litoral) adotarão "todas as medidas necessárias (...) para impedir o ingresso em seus portos de barcos com a bandeira ilegal das Ilhas Malvinas".
O texto destaca que as embarcações rejeitadas por este motivo em algum porto da região "não poderão solicitar o ingresso em outros portos dos demais membros do Mercosul ou de Estados associados...".
Além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Mercosul tem como Estados associados Equador, Peru, Colômbia e Chile, enquanto a Venezuela está em processo de plena adesão.
"Quero agradecer a todos a imensa solidariedade para com as Malvinas, e saibam que quando estão firmando algo sobre as Malvinas a favor da Argentina também o estão fazendo em defesa própria", destacou a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao assumir a presidência do bloco regional.
Mujica já havia anunciado, há alguns dias, a decisão do Uruguai de impedir a entrada de barcos das Malvinas em seus portos. A soberania das Ilhas Malvinas (Falklands para a Grã-Bretanha), situadas a 400 milhas marítimas da costa da Argentina e ocupadas pelo Reino Unido em 1833, tem sido reclamada com insistência por Buenos Aires junto às Nações Unidas e a outros organismos internacionais.
A Grã-Bretanha venceu a curta e sangrenta guerra nas Malvinas, em 1982, declarada após o regime militar argentino enviar tropas para invadir as ilhas no dia 2 de abril de 1982. Em 14 de junho, as forças argentinas se renderam, após a morte de 649 soldados argentinos e 255 militares britânicos.
 
O governo britânico considerou nesta quarta-feira "preocupante" e "injustificado" o bloqueio definido pelos países do Mercosul aos navios com bandeira das Malvinas, que não poderão entrar nos portos da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
"Estamos muito preocupados com esta mais recente tentativa da Argentina de isolar os habitantes das Malvinas e prejudicar seu modo de vida, para a qual não há justificativa", declarou em comunicado um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico.
A fonte indicou que "ainda não está claro neste momento o efeito, se é que haverá algum, que esta declaração pode ter", mas em todo caso o governo entrará em contato "urgentemente" com os países da região. "Ninguém deveria questionar nosso empenho em proteger o direito dos habitantes das Malvinas a determinar seu próprio futuro político", acrescenta o comunicado.
O Mercosul acertou na terça-feira que impedirá a entrada nos portos do bloco dos navios com bandeira das ilhas Malvinas, arquipélago sob domínio britânico e cuja soberania é reivindicada pela Argentina.
Os presidentes do Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela em processo de adesão, assinaram uma declaração nesse sentido, que foi anunciada pelo governante do Uruguai, José Mujica, ao final da 42ª Cúpula de Chefes de Estado.
Com Agências EFE / AFP