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sábado, 29 de março de 2025

Brasil: um país de assistidos - IBGE, Ricardo Bergamini, Paulo Roberto de Almeida

Se, e quando, for implementado projeto de desoneração do imposto de renda dos trabalhadores com vencimentos inferiores a R$ 5.000, as receitas no quesito Renda dependerão de um punhado de algumas centenas de milhares de contribuintes, pois que a maioria da população estará isenta. Ou seja, um pais excepcional… (PRA)

Do Ricardo Bergamini:

 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Fonte IBGE

 

Base: trimestre encerrado em fevereiro de 2025

 

No trimestre encerrado em fevereiro de 2025, existiam 177,1 milhões de pessoas em idade de trabalhar, sendo 66,9 milhões fora da força de trabalho.

 

No trimestre encerrado em fevereiro de 2025, existiam 110,1 milhões de pessoas na força de trabalho, sendo 7,5 milhões de desocupadas e 39,1 milhões de informais.

 

No trimestre encerrado em fevereiro de 2025, existiam apenas 63,5 milhões de brasileiros formais, sendo apenas 40,6 milhões de declarantes de imposto de renda.

 

Resumindo: O Brasil é um acampamento de refugiados.

 

PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 6,8% e taxa de subutilização é de 15,7% no trimestre encerrado em fevereiro

 

28/03/2025

 

taxa de desocupação (6,8%) no trimestre encerrado em fevereiro de 2025 cresceu 0,7 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre anterior (6,1%) e caiu 1,1 p.p. ante o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2024 (7,8%).

 

Indicador/Período

Dez-jan-fev 2025

Set-out-nov 2024

Dez-jan-fev 2024

Taxa de desocupação

6,8%

6,1%

7,8%

Taxa de subutilização

15,7%

15,2%

17,8%

Rendimento real habitual

R$ 3.378

R$ 3.335

R$ 3.260

Variação do rendimento habitual em relação a:

1,3%

3,6%

 

população desocupada (7,5 milhões) cresceu 10,4% (ou mais 701 mil pessoas no trimestre e recuou -12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano.

 

população ocupada (102,7 milhões) caiu 1,2% (menos 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e cresceu 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 58,0%, caindo 0,8 p.p. no trimestre (58,8%) e crescendo 0,9 p.p. (57,1%) no ano.

 

taxa composta de subutilização (15,7%) cresceu 0,4 p.p. frente ao trimestre anterior (15,2%) e caiu 2,1 p.p. ante o mesmo trimestre do ano anterior (17,8%). A população subutilizada (18,3 milhões) cresceu 2,8% (mais 491 mil pessoas) no trimestre e caiu 11,5% (menos 2,4 milhões) no ano.

 

população subocupada por insuficiência de horas (4,5 milhões) recuou 10,9% (menos 557 mil pessoas) no trimestre e caiu 10,7% (menos 542 mil pessoas) no ano. A população fora da força de trabalho (66,9 milhões) cresceu 1,4% (mais 902 mil pessoas) no trimestre e ficou estável no ano. A população desalentada (3,2 milhões) cresceu 6,9% (mais 208 mil pessoas) no trimestre e caiu 11,8% (menos 435 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados (2,9%) cresceu 0,2 p.p. no trimestre e recuou 0,4 p.p. no ano.

 

O número de empregados no setor privado (53,1 milhões) caiu 0,8% (menos 440 mil pessoas) no trimestre e cresceu 3,5% (mais 1,8 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados com carteira assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi novo recorde da série histórica iniciada em 2012: 39,6 milhões, com altas nas duas comparações: 1,1% (mais 421 mil pessoas) no trimestre e 4,1% (mais 1,6 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 6,0% (menos 861 mil pessoas) no trimestre e manteve estabilidade no ano.

 

O número de empregados no setor público (12,4 milhões) recuou 3,9% (menos 496 mil pessoas) no trimestre e subiu 2,8% (mais 334 mil pessoas) no ano.

 

O número de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 1,7% (ou mais 434 mil pessoas) no ano. Já o número de trabalhadores domésticos (5,7 milhões) recuou nas duas comparações: -5,0% (menos 300 mil pessoas) no trimestre e -3,7% (menos 219 mil pessoas) no ano.

 

taxa de informalidade foi de 38,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,7 % (ou 40,3 milhões) no trimestre encerrado em novembro de 2024 e 38,7 % (ou 38,8 milhões) no trimestre encerrado em fevereiro de 2024.

 

rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.378) subiu nas duas comparações: 1,3% no trimestre e 3,6% no ano, chegando ao recorde da série histórica iniciada em 2012.

 

massa de rendimento real habitual (R$ 342,0 bilhões) foi novo recorde, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 20,0 bilhões) no ano.

 

Estudo completo clique abaixo:

 

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/42964-pnad-continua-taxa-de-desocupacao-e-de-6-8-e-taxa-de-subutilizacao-e-de-15-7-no-trimestre-encerrado-em-fevereiro

 

Ricardo Bergamini

ricardobergamini@ricardobergamini.com.br

www.ricardobergamini.com.br

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

IBGE: decisões Marcio Pochmann provocam saída de diretores (O Globo)

 Diretores do IBGE entregam cargos insatisfeitos com Pochmann: entenda a crise no instituto

Criação de fundação, mudança de local de trabalho e até cobrança a sindicato foram decididas sem consulta ao Conselho Diretor, apontam críticos, que se queixam de falta de interlocução

Por Mayra Castro e Cássia Almeida

O Globo, 14/01/2025 

 

Após Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, diretora e diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, deixarem seus cargos na última semana, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou ontem que, até o fim do mês, devem sair Ivone Batista e Patrícia Costa, diretora e diretora-adjunta de Geociências. Fontes indicam que faltaria apenas a designação dos substitutos para a saída das diretoras.

Em reunião dos diretores que pediram exoneração com os coordenadores para explicar a decisão, na semana passada, a falta de interlocução com a presidência do órgão, nas mãos do economista Marcio Pochmann, seria o principal motivo para o afastamento. A criação da Fundação IBGE+ nem chegou a passar pelo Conselho Diretor.

Os afastamentos acontecem em meio a uma crise interna do órgão oficial de estatística. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (Assibge), em nota, disse que, embora os diretores tenham optado por não expor publicamente o que os levaram a essas decisões, a entrega dos cargos “mostra o agravamento da crise no IBGE”, e que eles teriam entregado seus cargos por um “desgaste” com a gestão atual.


Clima tenso

Para Paulo Lindesay, diretor da executiva nacional da Assibge, o clima no ambiente de trabalho está tenso desde que algumas mudanças foram anunciadas, como a transferência dos servidores que trabalhavam no Centro do Rio de Janeiro para o Horto Florestal, local considerado pelos servidores como de difícil acesso, e a criação da Fundação IBGE+:

— A gente entende essa fundação como uma forma de fragilizar o próprio IBGE. A argumentação foi que o instituto não teria um orçamento suficiente para gerir seu próprio plano de trabalho, mas o certo seria o presidente lutar para o governo federal colocar mais recursos, e não criar uma outra fundação para captar dinheiro público e privado.

Na reunião dos diretores com os coordenadores, segundo fontes, outro fator citado teria sido a decisão da direção de cobrar aluguel do sindicato pela sala que eles ocupam em um prédio da Avenida Chile (Centro do Rio), onde funciona boa parte dos núcleos do IBGE. A medida teria sido tomada logo após a audiência pública na Câmara dos Deputados com a participação do Sindicato para debater a Fundação IBGE+.

Em carta aberta divulgada ontem, o sindicato alerta que “decisões recentes da atual direção do IBGE colocam em risco a soberania geoestatística brasileira”, referindo-se à Fundação IBGE+.

“Essa medida foi implementada sem consulta aos quadros técnicos, à comunidade científica e à sociedade civil, configurando um precedente perigoso para a interferência de interesses privados no sistema geoestatístico nacional.”

Segundo fontes do instituto, havia a impressão de que o Conselho Diretor não era considerado. As deliberações que deveriam sair das reuniões eram publicadas quase que imediatamente após o fim da reunião, dizem essas fontes.

Outra questão é o uso da intranet do instituto. Antes usada apenas para troca de dados técnicos, agora está mais voltada para propaganda institucional da presidência, dizem fontes próximas ao caso.

A notícia da saída dos núcleos do instituto do prédio da Avenida Chile foi dada ao Conselho Diretor no mesmo dia no qual o aviso ao locador foi feito.

A ex-presidente do IBGE Wasmália Bivar chamou atenção para o fato de os diretores terem sido escolhidos pelo próprio presidente atual:

— Eu imagino que uma ação coletiva dos diretores da casa saindo é uma manifestação de insatisfação com a gestão. Da mesma maneira como, até agora, o presidente continua tendo dificuldades de ouvir os técnicos, isso também deve ter chegado na direção. Eu, pelo menos, não acredito que o IBGE precisa da Fundação IBGE+. Ele precisa de outras coisas — afirmou.

O IBGE publicou nota em seu site divulgando que o servidor Gustavo Junger da Silva irá substituir Elizabeth Hypolito, e que Vladimir Gonçalves Miranda vai assumir o cargo de João Hallak Neto.

O IBGE, procurado, não respondeu sobre a saída dos diretores.


terça-feira, 24 de setembro de 2024

IBGE do B: a mais nova invenção do presidente Do IBGE

 Não é a primeira vez que esse economista do B faz das suas. Quando presidente do Ipea, sob Lula 1, tentou emplacar um estudo que pretdndia demonstrar que a produtividade do setor público era superior à do setor ptivado. PRA


Criação de IBGE paralelo é pivô de crise entre servidores do órgão e Márcio Pochmann
Folha de S. Paulo | Mercado
24 de setembro de 2024

Funcionários se queixam de falta de diálogo em projeto de fundação que prevê parcerias com a iniciativa privada; presidente rebate críticas

Leonardo Vieceli

RIO DE JANEIRO A criação de uma fundação pública de direito privado, a IBGE

, é considerada ponto central de uma crise interna pela qual passa o IBGE.

Servidores dizem que a gestão do economista Márcio Pochmann, presidente do órgão de estatísticas, não ouviu o quadro de técnicos para a elaboração do projeto, chamado por alguns de "IBGE paralelo".

Ainda há dúvidas sobre as tarefas que podem ser desenvolvidas pela nova fundação. O estatuto da IBGE

prevê, por exemplo, a possibilidade de parcerias, acordos, contratos e convênios com órgãos públicos ou privados, nacionais ou estrangeiros.

Também cita, entre outros objetivos, dar apoio e incentivo à pesquisa estatística e geográfica, ao ensino e à disseminação de informações.

"O risco que preocupa mais, a longo prazo, é em relação à privatização. Você cria uma fundação que pode arrecadar junto ao setor privado, pode vender pesquisa para o setor privado. Isso preocupa bastante", diz Bruno Perez, diretor da Assibge, associação sindical que representa os servidores.

"Ainda que supostamente essa não seja a intenção do atual presidente, criou-se um instrumento que pode ser utilizado em gestões futuras", completa.

A Assibge também indicou que a medida abre espaço para contratações no modelo da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O estatuto da IBGE

prevê formação de conselho curador, conselho fiscal e diretoria-executiva.

"Ela reestrutura, de certa forma, a estrutura de poder do IBGE, porque cria novos cargos de livre nomeação", diz Perez.

O sindicato marcou para quinta (26), no Rio, um protesto contra o que chamou de "medidas autoritárias" de Pochmann.

A criação da IBGE faz parte dessa lista, que também inclui mudanças no regime de trabalho do instituto e transferência de funcionários para um prédio do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) no Horto, zona sul do Rio. O endereço é considerado de difícil acesso via transporte público.

De acordo com fontes que acompanham o instituto, o momento é de elevada tensão entre o corpo técnico e a gestão da casa.

"O que realmente assustou os ibgeanos foi a criação dessa Fundação IBGE

, sem nenhuma avaliação do que ela significa, dos riscos que ela significa ou mesmo do potencial que ela significa. Assim, do nada, agora já existe essa fundação", afirma Wasmalia Bivar, que foi presidente do IBGE de 2011 a 2016.

A gestão Pochmann, que não havia se manifestado sobre o tema, rompeu o silêncio nesta segunda (23) por meio de nota publicada na agência de notícias do órgão. O texto, assinado pelo economista, defende medidas como a IBGE

. Segundo a nota, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deu "sustentação" ao reconhecer o IBGE como instituição de ciência e tecnologia, e o Ministério do Planejamento e Orçamento aprovou a constituição legal da nova fundação.

"Recentemente foi apresentado para o Conselho Diretor do IBGE o Estatuto da Fundação IBGE

, bem como a estrutura do seu Conselho Fiscal e Conselho Curador, esse último com previsão de processo de votação interna para um(a) representante dos servidores da instituição", afirma.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação disse que o reconhecimento de uma instituição de ciência, tecnologia e inovação ocorre de acordo com os critérios estabelecidos pela Lei de Inovação. "Uma vez que ela atenda a esses requisitos, ela é considerada uma ICT, sem necessidade de cadastro formal junto ao MCTI ou qualquer outro órgão", declarou a pasta. "Isto posto, informamos que não há nenhum procedimento de credenciamento neste ministério para fins de enquadramento como ICT relativo ao disposto na Lei de Inovação?"

A Folha também procurou a pasta do Planejamento e Orçamento, mas não recebeu retorno.

O texto também diz que a gestão focou a necessidade de rever despesas de infraestrutura em 2024, especialmente aluguéis, devido aos limites orçamentários. O texto ainda cita "frequentes reuniões democráticas" com o sindicato de servidores desde 2023.

A Assibge, entretanto, afirma que precisou recorrer a cartório para pedir uma cópia do estatuto da IBGE

. Segundo a entidade, a fundação foi criada em 12 de julho, mas teve sua criação noticiada na intranet apenas em 6 de setembro "de maneira panfletária e superficial", sem a divulgação, por exemplo, do estatuto.

Pochmann chegou ao órgão em agosto de 2023, após indicação do presidente Lula (PT). A escolha dividiu opiniões.

Não é a primeira vez que o economista protagoniza polêmica. Em 2021, ele elogiou a elaboração de estatísticas no Oriente, citando a China, o que despertou críticas de analistas que veem falta de transparência do país nessa área.


quarta-feira, 15 de novembro de 2023

A economia brasileira segundo os dados oficiais - Ricardo Bergamini (IBGE, BCB, etc.)

 Somente o saber e o conhecimento serão capazes de demolir o extremismo de esquerda ou de direita (Ricardo Bergamini)

 

Prezados Senhores

 

Sejam de esquerda ou de direita: todos vão pagar a conta pelo estado de putrefação econômica, social, política e ética do Brasil. Cada um que escolha o culpado de sua preferência, com base nos indicadores abaixo. 

 

Indicadores macroeconômicos do Brasil, sem ideologia

 

Base: Setembro de 2023

1 - Efeito do Depósito Compulsório e dos Créditos Subsidiados na Taxa de Juros de Mercado (BCB)

Em setembro de 2023, o custo médio de rolagem da dívida interna da União, em poder do mercado, foi de 11,15% ao ano, e ninguém consegue explicar o motivo pelo qual a taxa média de mercado do crédito livre, no mês de setembro de 2023, estava em 43,3% ao ano, ou seja: 3,88 vezes maiores. Ficando a impressão de que os bancos são os ladrões dessa fortuna, quando na verdade é o próprio governo.

2 - Estoque da Dívida Líquida da União (ME)

Em 2010, o estoque da dívida líquida da União (interna mais líquida externa) era de R$ 2.388,0 bilhões (61,46% do PIB). Em dezembro de 2018 era de R$ 5.671,4 bilhões (80,97% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 31,74%, comparativamente a dezembro de 2010. Em dezembro de 2022, migra para R$ 8.106,8 bilhões (81,77% do PIB). Aumento real em relação ao PIB de 0,99%, comparativamente a dezembro de 2018. Em setembro de 2023 migra para R$ 8.347,4 bilhões (79,94% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 2,24%, comparativamente a dezembro de 2022.

3 - Estoque da Divida Consolidada do Governo Geral – Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais (BCB) 

 

Em 2010 o estoque da dívida do governo geral consolidada era de R$ 2.011,5 bilhões (55,0% do PIB). Em dezembro de 2018 era de R$ 5.272,0 bilhões (76,7% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 39,45%, comparativamente a 2010. Em dezembro de 2022 migra para R$ 7.224,8 bilhões (73,5 % do PIB). Redução real em relação ao PIB de 4,17% comparativamente a 2018. Em setembro de 2023 migra para R$ 7.828,2 bilhões (74,4% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 1,22%, comparativamente a 2022.

 

4 - Taxa de Investimento (IBGE)

No 2º trimestre de 2014, a taxa de investimento foi de 21,1% do PIB. No 2º trimestre de 2023, a taxa de Investimento foi de 17,2% do PIB. Redução de 18,48% em relação ao PIB.

 

5 - Taxa de Poupança (IBGE)

 

No 2º trimestre de 2021, a taxa de poupança bruta foi de 20,5% do PIB. No 2º trimestre de 2023, a taxa de poupança foi de 16,9% Redução de 17,56% em relação ao PIB. 

 

6 - IPCA (IBGE)

Em setembro de 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,26%, 0,03 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de agosto (0,23%). No ano, o IPCA acumula alta de 3,50% e, nos últimos 12 meses, de 5,19%, acima dos 4,61% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2022, a variação havia sido de -0,29%.

 

7 - IPP (IBGE)

Em setembro de 2023, os preços da indústria variaram 1,11% frente a agosto, segundo resultado positivo seguido. Houve alta de preços em 13 das 24 atividades industriais. O acumulado no ano foi de -5,43%, o menor para um mês de setembro desde o início da série, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -7,92%.

 

8 - Saldo de Caixa em Moedas Estrangeiras (BCB)

 

Saldo de caixa em moeda estrangeira em setembro de 2023 era de US$ 340,3 bilhões, e a dívida externa bruta em moeda estrangeira de US$ 712,1 bilhões. Com saldo devedor de US$ 371,8 bilhões. 

 

Caso seja utilizado o saldo de caixa, aumentará a dívida líquida da União. 

 

9 - Pesquisa Mensal de Comércio (IBGE)

 

Em setembro de 2023, o volume de vendas do comércio varejista ficou -1,5% abaixo do nível recorde da série ocorrida em outubro de 2020.

 

Em setembro de 2023, o volume de vendas do comércio varejista ampliado ficou -4,2% abaixo do nível recorde da série ocorrida em agosto de 2012.

 

10 - Variação do PIB (IBGE)

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023, ante o trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 3,4%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho de 2023, o PIB cresceu 3,2%, ante os quatro trimestres imediatamente anteriores. No semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.

 

11 - Pesquisa Industrial Mensal (IBGE)

Em setembro de 2023, a produção industrial nacional variou 0,1% frente a agosto, na série com ajuste sazonal. Em relação a setembro de 2022, na série sem ajuste sazonal, houve alta de 0,6%. O acumulado no ano foi de –0,2% e o acumulado em 12 meses apresentou variação nula (0,0%).

 

12 - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE)

 

Base: Trimestre encerrado em setembro de 2023

 

Resumo do estudo:

 

1 - A população desocupada (8,3 milhões) recuou 3,8% (menos 331 mil pessoas) no trimestre e 12,1% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015 (8,3 milhões).

 

2 - A população fora da força de trabalho (66,8 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 3,2% (mais 2,1 milhões) ante o mesmo trimestre de 2022.

 

3 - A taxa de informalidade foi de 39,1% da população ocupada (ou 39,0 milhões de trabalhadores informais) contra 39,2% no trimestre anterior e 39,4% no mesmo trimestre de 2022.

 

4 - A população ocupada (99,8 milhões) chegou ao maior contingente desde o início da série histórica (1º trimestre de 2012), crescendo 0,9% no trimestre (mais 929 mil pessoas) e 0,6% (mais 569 mil pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,1%, crescendo 0,4 p.p. frente ao trimestre de abril a junho (56,6%) e ficando estável no ano.

 

5 - De um total de 175,0 milhões de pessoas em idade de trabalhar existem apenas 99,8 milhões de pessoas ocupadas, sendo 39,0 milhões de pessoas na informalidade, ou seja: o Brasil possui apenas 60,8 milhões de cidadãos, sendo apenas 36,0 milhões de declarantes do imposto de renda, o resto são miseráveis dependentes de esmolas.

 

13 - Política Fiscal (BCB)

 

No acumulado em doze meses até dezembro de 2022, registrou-se superávit fiscal primário de R$ 126,0 bilhões (1,28% do PIB), No acumulado em doze meses até setembro de 2023, registrou-se déficit fiscal primário da ordem de R$ 101,9 bilhões (0,97% do PIB), Redução real em relação ao PIB de 175,78%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2022. 

 

No acumulado em doze meses até dezembro de 2022, os juros nominais alcançaram R$ 586,4 bilhões (5,96% do PIB). No acumulado em doze meses até setembro de 2023, os juros nominais alcançaram R$ 699,7 bilhões (6,65% do PIB). Aumento real em relação ao PIB de 11,58%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2022.

 

No acumulado em doze meses até dezembro de 2022, o déficit fiscal nominal alcançou R$ 460,4 bilhões (4,68% do PIB). No acumulado em doze meses até setembro de 2023, o déficit fiscal nominal alcançou R$ 801,6 bilhões (7,62% do PIB). Aumento real em relação ao PIB de 62,82%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2022.

 

14 - Política Monetária (BCB)

 

Em setembro de 2023 o volume de operações de crédito foi de R$ 5.575,9 bilhões (53,0% do PIB), sendo: 

            

- 58,89% do total - R$ 3.283,7 bilhões (31,2% do PIB) com recursos livres com juro médio de 43,3 % ao ano. 

 

- 41,11% do total – R$ 2.292,2 bilhões (21,8 % do PIB) com recursos direcionados concedidos por bancos públicos (CAIXA, BB, BNDES) com juro médio de 11,1% ao ano. 

 

A taxa média de juros das operações contratadas em setembro de 2023 alcançou 30,5% a.a.

 

15 - Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE)

 

Em setembro de 2023, o volume de serviços no Brasil decresceu 0,3% frente a agosto, na série com ajuste sazonal. O setor de serviços se encontra 10,8% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 2,6% abaixo de dezembro de 2022 (ponto mais alto da série histórica). Frente a setembro de 2022, na série sem ajuste sazonal, o volume de serviços recuou 1,2%, interrompendo uma sequência de 30 taxas positivas. O acumulado no ano chegou a 3,4% frente a igual período de 2022. O acumulado em 12 meses recuou de 5,3% em agosto para 4,4% em setembro. 

 

16 - Balanço de Pagamentos (BCB)

 

Série história do saldo das transações correntes com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de US$ 23,4 bilhões = -3,31% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – déficit de US$ 6,6 bilhões = -0,52% do PIB; Governo Dilma/Temer (2011/2018) – déficit de US$ 48,2 bilhões = -2,20% do PIB; Governo Bolsonaro (2019/2022) - déficit de US$ 36,8 bilhões = -2,15% do PIB; Governo Lula (setembro de 2023) – déficit de US$ 39,8 bilhões = -1,92% do PIB.

17 - Movimentações Financeiras das Contas Externas do Brasil (BCB)

 

De 1995 até 2002 (FHC) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 22,2 bilhões; de 2003 até 2010 (Lula) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 210,5 bilhões; de 2011 até 2018 (Dilma/Temer) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 65,7 bilhões; de 2019 até 2022 (Bolsonaro) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 71,4 bilhões. Até setembro de 2023 (Lula) houve entrada líquida (captação) de US$ 20,6 bilhões.

 

18 – Relatório Bimestral de Receitas e Despesas (ME)

 

Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, a previsão de crescimento econômico para o ano era de 2,50%. No 4º bimestre de 2023, a previsão de crescimento econômico migrou para 3,16%.

 

Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, o resultado primário previsto foi de déficit para o ano de R$ 228,1 bilhões. No 4º bimestre de 2023, o resultado primário previsto para o ano migrou para déficit de R$ 141,4 bilhões.

 

19 – Principais indicadores de juros e inflação (IBGE/ME/BCB/FGV)

IPCA nos últimos doze meses, até setembro de 2023, foi de 5,19 % ao ano. 

 

IGPM nos últimos doze meses, até setembro de 2023, foi de -5,97% ao ano. 

 

IPP nos últimos doze meses, até setembro de 2023, foi de -7,96% ao ano (inflação dos produtores).

 

Taxa de juros SELIC, em setembro de 2023, foi de 12,75% ao ano. 

 

Taxa de juros de longo prazo (rolagem da dívida do governo), em setembro de 2023, foi de 10,58% ao ano.

 

Taxa de juros para devedores de segunda classe, em setembro de 2023, foi de 43,3% ao ano. 

 

Taxa de juros para devedores de primeira classe, em setembro de 2023, foi de 11,1% ao ano.

 

20 - Resultado Previdenciário Total da União (RGPS e RPPS)

Em 2018, gerou déficit previdenciário de R$ 287,5 bilhões (4,10% do PIB). Em 2022 migrou para déficit previdenciário da ordem de R$ 375,4 bilhões (3,82% do PIB). Redução real em relação ao PIB foi de 6,83%, comparado ao ano de 2018. Em setembro de 2023 migrou para déficit previdenciário de R$ 390,9 bilhões (3,74% do PIB).  Redução real em relação ao PIB foi de 2,09%, comparado ao ano de 2022.  

21 – Dívidas dos estados e municípios, não pagas, e honradas pela União (ME)

 

Até setembro de 2023, foi honrado pela União o montante de R$ 8,8 bilhões de dívidas, não pagas, dos estados e municípios, conforme quadro demonstrativo abaixo.

 

De 2016 até setembro de 2023, a União teve que honrar pagamento das dívidas, não pagas, dos estados e municípios, constantes do quadro demonstrativo abaixo, no montante de R$ 60,5 bilhões. 

 

Abaixo os quatro estados mais endividados, onde a DC (dívida consolidada) está maior do que a RCL (receita corrente líquida), quais sejam:

 

São Paulo com 162,3%.

 

Minas Gerais com 187,3%.

 

Rio Grande do Sul com 198,7%.

 

Rio de Janeiro com 222,7%.

 

22 - Diferença entre juros SELIC e juros de longo prazo (BCB)

 

Existe a taxa de juros SELIC divulgada periodicamente pelo Banco Central, destinada às operações de mercado de curto prazo, ou seja: é uma taxa de referência para um dia, que em setembro de 2023 estava em 12,75% ao ano.

 

A outra taxa de juros é a de longo prazo negociada, pelo Banco Central, com grandes investidores, que nos doze meses até setembro de 2023 foi de 10,58% ao ano. Sendo de 11,15% ao ano para a dívida interna em poder do mercado, e -1,86% ao ano para a dívida externa. 

 

Nos últimos doze meses, até setembro de 2023, os investidores tiveram um ganho real acima da inflação de 5,39% ao ano em seus investimentos no Brasil, ou seja, dentro da média de 2011/2022 que foi de 4,92% ao ano. 

 

23 -  Saldo da Balança Comercial (BCB)

 

Até setembro de 2023, o Brasil exportou US$ 252,9 bilhões e importou US$ 181,7 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 71,2  bilhões. Cabe lembrar que 44,52 % do saldo positivo foram obtidos com a China.

 

2 – Até setembro de 2023, o Brasil exportou para a China US$ 71,2 bilhões e importou US$ 39,5 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 31,7 bilhões.

 

3 – Até setembro de 2023, o Brasil exportou para os Estados Unidos US$ 26,6 bilhões e importou US$ 28,9 bilhões, gerando um saldo  na balança comercial negativo para o Brasil de US$ 2,3 bilhões.

 

4- Até setembro de 2023, o movimento corrente da balança comercial (exportações mais importações) caiu -5,3% em relação ao ano de 2022. Com redução das exportações em - 0,1% e queda das importações em -11,7%.

 

24 – IGPM (FGV)

 

Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,37% em setembro, após queda de 0,14% no mês anterior. Com este resultado, o índice acumula taxa de -4,93% no ano e de -5,97% em 12 meses. Em setembro de 2022, o índice havia caído 0,95% e acumulava alta de 8,25% em 12 meses.   

 

25 - Composição do PIB Brasileiro (IBGE) 

No 2º trimestre de 2023, a composição do PIB foi como segue: R$ 214,0 (8,07%) na agropecuária; R$ 541,3 bilhões (20,42%) na indústria; R$ 1.560,1 bilhões (58,85 %) nos serviços e R$ 335,7 bilhões (12,66%) em impostos. Totalizando um PIB de R$ 2.651,1 bilhões (100,00%)

 

Conclusão: No 2º trimestre de 2023, 15,53% da composição do PIB são: impostos sobre produtos (12,66 %) e inflação pelo IPCA (2,87%).

 

Ricardo Bergamini

www.ricardobergamini;com;br