O Brasil segue a Carta da ONU?
Paulo Roberto de Almeida
Lavrov, chanceler eterno de Putin, disse, à margem de uma conferência sobre “segurança” na Rússia, que gostaria de ter mais apoio do Brasil em sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Celso Amorim, chanceler informal do Brasil, reafirmou que o Brasil é “neutro” no conflito, mas que se opõe a sanções contra a Rússia.
Ora, sanções contra um Estado agressor é justamente o que está prescrito na Carta das Nações Unidas, ademais de solidariedade e ajuda dos demais Estados membros à parte agredida, como aliás já recomendava a Liga das Nações. O Brasil não segue o espírito e a letra da Carta da ONU, e aumentou enormemente a importação de fertilizantes e combustíveis fósseis da Rússia, o que é uma forma de apoiar objetivamente a Rússia em sua guerra de agressão.
Talvez Lavrov nem precisasse pedir mais apoio do Brasil; ele e a Rússia já os têm, contrariamente ao que prescreve a Carta da ONU.
Brasília, 30/05/2025