Postado em 30/04/2025. Pretendo abordar a mesma pergunta, provavelmente com outras respostas, dotadas de certo ceticismo.
Tenho um livro digital sobre o BRICS: A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022, 277 p.; 1377 KB; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4)
Voltarei ao assunto.
Paulo Roberto de Almeida
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 | Por que o BRICS é estratégico para o Brasil? | | Read this article on LinkedIn to join the conversation | O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) reconhece que o BRICS representa uma plataforma privilegiada para o Brasil expandir seu protagonismo econômico e geopolítico. Ao consolidar-se como fórum de cooperação entre potências emergentes, o BRICS torna-se uma das portas de entrada do Brasil para a Ásia, ao mesmo tempo em que amplia sua influência na reforma da governança global, na construção de um mundo multipolar e na defesa do multilateralismo. Estas dimensões estratégicas se fazem ainda mais relevantes diante das transformações aceleradas na ordem internacional e do realinhamento das relações comerciais e políticas que estão ocorrendo com o aumento das rivalidades. Participar ativamente do BRICS permite ao Brasil fortalecer sua autonomia estratégica, diversificar parceiros e moldar novas arquiteturas globais de poder. O crescimento econômico dos membros do BRICS e de seus parceiros é um vetor central da inserção brasileira no mercado asiático. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do BRICS superou o do G7 em paridade de poder de compra, e em 2023 o bloco respondeu por 37,3% do PIB mundial, antes da sua ampliação com novos membros ocorrida em 2023. A taxa de crescimento anual tem sido da ordem de 4,5% entre 1990 e 2022, mesmo diante das crises globais. Mais recentemente, em 2024, os países do BRICS cresceram 3,8%, enquanto o G7 cresceu 1,5%, demonstrando a resiliência dessas economias. Porém, existe um dado que mostra de maneira inequívoca a importância do bloco. Os países do BRICS — que agora incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, e Indonésia — representam cerca de 45% da população mundial, aproximadamente cinco vezes mais que os países do G7, que somam cerca de 10%. Em 2024, os países do BRICS apresentam taxas de crescimento populacional superiores às dos países do G7, influindo no grau de produtividade e de competitividade nas cadeias econômicas de valor. Enquanto nações como Etiópia (2,55%), Egito (1,47%) e Índia (0,95%) impulsionam o aumento demográfico do bloco, os países do G7 enfrentam estagnação ou declínio populacional, com taxas como -0,66% no Japão e -0,42% na Itália, com a exceção dos EUA (0,98%). Esse contraste reflete uma dinâmica demográfica distinta entre os dois grupos, com os BRICS expandindo sua população e os G7 lidando com desafios relacionados ao envelhecimento e à redução populacional.
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