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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Rodrigo Constantino: entrevista em Paginas Amarelas da revista Veja

Rodrigo Constantino, jovem revelação de economista: “Esfolar os ricos em nome de melhorar a vida dos pobres é uma falácia. E a defesa do mercado não deve ser confundida com a defesa dos empresários”

"As estatais são ineficientes porque não precisam obter lucros. Quando há problemas, o governo sempre coloca mais dinheiro" (Foto: Instituto Millenium)
"As estatais são ineficientes porque não precisam obter lucros. Quando há problemas, o governo sempre coloca mais dinheiro" (Foto: Instituto Millenium)
Entrevista concedida a Giuliano Guandalini, publicada em edição impressa de VEJA

Um dos mais produtivos economistas da nova geração aponta as contradições, os riscos e a ineficiência resultantes do aumento da interferência do governo na economia
“Se puserem o governo federal para administrar o Deserto do Saara, em cinco anos faltará areia.” A frase é do economista americano Milton Friedman (1912-2006), ganhador do Nobel de 1976 e o maior expoente do liberalismo nos últimos cinquenta anos.
Essa corrente de pensamento preconiza a abertura econômica dos países e a redução, ao mínimo possível, da interferência do governo no funcionamento dos mercados, favorecendo o investimento privado em um ambiente de competição acirrada. A frase de Friedman serve de epígrafe para o livro Privatize Já, de Rodrigo Constantino, lançado pela editora Leya.
Constantino, de 36 anos, faz parte de uma nova geração de economistas brasileiros que valorizam o pensamento liberal clássico e denunciam o peso excessivo do estado na economia. No livro, ele defende a “agenda esquecida” das privatizações. O economista recebeu VEJA em seu escritório, numa empresa de investimentos, no Rio de Janeiro.
As empresas de celulares estão entre as campeãs de queixas entre os consumidores brasileiros, apesar de serem extremamente rentáveis. Nas estradas privatizadas, as reclamações recaem sobre o valor dos pedágios. Não são sintomas de que a privatização nem sempre funciona?
No fundo, se procurarmos bem, sempre haverá a impressão digital do governo nessas falhas atribuídas ao mercado. No caso dos celulares, há muitas reclamações, em primeiro lugar, por causa do grande aumento no número de usuários depois da privatização do sistema Telebrás. Antes nem adiantava reclamar, porque era um serviço caro e raro.
Reconheço que existem problemas. Mas os impostos arrecadados pelo governo encarecem as tarifas e reduzem os investimentos. O sinal das chamadas é ruim porque faltam antenas, e o grande entrave para ampliar o número de antenas são os governos, que demoram a conceder as licenças de instalação.
As pessoas reclamam do preço do pedágio, porém o que deveria ser objeto de revolta são os milhões arrecadados em impostos, como o IPVA, que não são investidos nas ruas e rodovias.
As privatizações, obviamente, não são uma panaceia se feitas de maneira escusa. Acompanhei o processo de desestatização na Rússia, depois da queda do regime soviético. As privatizações ocorreram sem nenhum arcabouço institucional minimamente decente, sem transparência nas informações. Privatização, assim, não faz milagre.

"Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar os grupos de interesses localizados" (Foto: Petrobras)
"Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar os grupos de interesses localizados" (Foto: Petrobras)
Se a venda de estatais obteve resultados positivos, por que nenhum político no Brasil defende abertamente a privatização da Petrobras?
As resistências são gigantescas. Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar os grupos de interesses localizados. Será impossível vender o controle da estatal enquanto imperar a ideia de que seria a “entrega” de um patrimônio público.
Basta ver a dificuldade dos tucanos em defender o seu legado, no geral favorável, de privatizações. Elas foram feitas mais por necessidade, porque as estatais estavam quebradas, do que por convicção. Foi preciso que gente como eu, um liberal convicto e crítico da social-democracia dos tucanos, saísse em defesa das privatizações.
A Petrobras não é uma empresa grande demais para ser privatizada e não existiria o risco de substituir um monopólio estatal por um privado?
Nesse aspecto, estou com Milton Friedman. Entre um monopólio estatal e um privado, prefiro o privado. Sempre há formas de regulação para equilibrar uma eventual falta de concorrência. Ademais, não acredito que a Petrobras deva ser monopolista. A concorrência pode e deve ser incentivada, atraindo novos investidores.
O petróleo não é nosso, como argumentam os defensores do monopólio estatal? Perfeito, então nada melhor que entregar a cada brasileiro a sua fatia na empresa. Cada um faria o que quisesse com as suas ações. Em parte, seria a repetição em grande escala da compra de ações com o uso do FGTS.
Infelizmente, o comando da Petrobras fica a cargo de políticos, pessoas sem o menor foco na gestão.
Quais seriam os benefícios de uma Petrobras privatizada?
Os acionistas privados, interessados na rentabilidade, pressionam a empresa a ser mais eficiente. Seriam reduzidas as ingerências políticas e manipulações, como o controle no preço da gasolina para evitar o impacto na inflação. O Brasil já seria autossuficiente em combustíveis. A produção do pré-sal estaria em um estágio muito mais avançado.
Como paralelo, basta observar a revolução em curso atualmente nos Estados Unidos com o intenso desenvolvimento da produção do gás de xisto. O seu processo de extração é complexo, e para torná-lo economicamente viável foram necessárias muitas pesquisas e inovações, feitas por diversas empresas.
É um exemplo daquilo que Schumpeter (Joseph Alois Schumpeter, economista austríaco, morto em 1950) chamou de destruição criadora. Não se pode vislumbrar esse tipo de inovação surgindo em uma economia predominantemente estatal, fechada e sem concorrência.
Não existem estatais eficientes?
São raras. As estatais tendem à ineficiência porque não precisam obter lucros para se perpetuar. Seus diretores podem fazer atrocidades financeiras, mas mesmo assim as estatais continuarão existindo, porque, quando houver problemas, o governo acabará lhes dando mais dinheiro.
É o que ocorre, enquanto falamos, com os bancos públicos. Os bancos privados, temendo o aumento na inadimplência e o risco de perdas, reduziram o ritmo na liberação de financiamentos. Já os bancos públicos, por determinação do governo, estão injetando na economia um volume crescente de empréstimos. Eles sabem que serão salvos pelo governo se essa política der errado.
A atuação dos bancos públicos não contribui para a queda nas taxas de juros cobradas pelo setor financeiro, estimulando assim o crescimento econômico?
Esse é um efeito de curto prazo, atendendo a interesses essencialmente políticos. Acusam, com certa razão, o setor privado pela crise financeira de 2008, mas se esquecem da contribuição do setor público.
Nos governos de Bill Clinton e de George W. Bush, a Casa Branca sofreu pressões para incentivar o crédito habitacional, usando como instrumento as agências semiestatais de financiamento. Essa foi a origem da bolha imobiliária.
Os governos são os maiores interessados em pôr em foco políticas de curto prazo e lançar a conta para a frente. Por cálculo eleitoral, os governos são míopes. Se um político não olha para o curto prazo, ele perde a eleição. Então os governos tendem a estimular a formação de bolhas, postergando qualquer tipo de ajuste.
A internet e o GPS resultaram de investimentos públicos na área da defesa, e o Vale do Silício talvez não existisse sem os gastos americanos na indústria militar e aeroespacial. No Brasil, a Embraer nasceu de um investimento do governo. Esses não seriam exemplos de intervenções estatais positivas?
Tudo isso é verdade, mas recorro a Bastiat (Frédéric Bastiat, teórico liberal francês do século XIX), segundo o qual, em economia, existem os efeitos vistos e os não vistos. Sempre haverá exemplos de sucesso resultantes de intervenções estatais. Um economista mais cético, entretanto, deverá perguntar: e aquilo que não se vê?
Como seria o país se o governo não desviasse recursos escassos para esses fins? Ninguém tem essa resposta. Se o governo não tivesse criado a Embraer e a mantido por anos e anos, mesmo dando prejuízo, talvez os recursos pudessem ter sido usados de maneira mais produtiva pela iniciativa privada. O governo nunca é um bom empresário.
Origem da bolha imobiliária dos EUA está na pressão do governo e atuação de semiestatais no financiamento (Foto: Images Money)
"A origem da bolha imobiliária dos EUA está na pressão do governo e atuação de semiestatais no financiamento" (Foto: Images Money)

A redução da pobreza não deve ser uma missão eminentemente do governo, sobretudo em um país com bolsões miseráveis como o Brasil?
Sinceramente, acredito que o Estado contribui mais para concentrar a riqueza do que para distribuí-la. Brasília, a capital com a segunda maior renda per capita do país, é um ótimo exemplo dessa concentração de renda patrocinada pelo governo. Não me convence o discurso segundo o qual a justiça social depende de um Estado grande e inchado.
O governo brasileiro cobra um pedágio muito alto em nome dessa distribuição de igualdade e, no fim, o resultado é uma concentração. O governo deveria concentrar os seus gastos na melhora da qualidade do ensino e também na infraestrutura. É o inverso do que existe hoje.
O governo consome o equivalente a quase 40% do PIB e investe apenas 1% do PIB. É preciso investir muito mais, sem, é claro, desativar uma rede de proteção social mínima.
Os países europeus argumentam que o estado de bem-estar social contribui para a coesão na sociedade, reduzindo o risco de levantes populares e rupturas políticas. Qual a sua avaliação?
Concordo em parte. Como disse, nenhuma nação civilizada deve se conformar com o fato de uma parcela de sua sociedade ter ficado para trás, seja por um infortúnio, seja por outro problema qualquer. Essas pessoas não podem ficar desamparadas. Na Europa, porém, o básico já foi atendido há muito tempo.
Para os europeus de agora, todos devem ter direito a tudo. Essa é uma bandeira marxista: a todos de acordo com a sua necessidade; de todos de acordo com a sua capacidade. No limite, essa política leva todos a ter necessidade de tudo, e todos a ter capacidade de nada.
O estado de bem-estar social solapa incentivos cruciais. Ninguém estará disposto a labutar de sol a sol para deixar 60% ou até 70% de sua renda na mão do governo. Esfolar os ricos em nome de melhorar a vida dos pobres é uma falácia.
Por quê?
A economia não é um jogo de soma zero, no qual João, para ficar rico, precisa tirar de José. O mesmo vale para países. É pura propaganda defender a ideia de que alguns países ficaram ricos apenas por ter explorado os pobres. Essa mentalidade mercantilista é que leva a conclusões absurdas como a de que as importações são prejudiciais ao país.
Não é importante proteger da concorrência externa empresas nascentes e, assim, desenvolver o parque industrial?
Absolutamente não. Quantas décadas ainda serão necessárias para a indústria automobilística sair da infância? Setenta anos não foram suficientes? Essa ideia de incentivar os campeões nacionais deveria ter sido enterrada já nos tempos da desastrada Lei da Informática, no governo militar. Mas, infelizmente, muitos economistas ainda usam esse argumento e dispõem de amplo espaço no debate público.
O liberalismo econômico e o estado mínimo não tendem a favorecer os já estabelecidos, os donos de propriedades, em detrimento dos pobres?
Falso. Hayek (Friedrich Hayek, economista liberal austríaco, morto em 1992) mostrou que o liberalismo é o maior aliado dos pobres, porque ele incita a concorrência e oferece igualdade de oportunidades. Sem concorrência, os grandes empresários se revezam na tentativa de conquistar mais privilégios do governo.
O capitalismo de Estado, a simbiose de empresários e governo, é o modo mais injusto de organização econômica. Nesse modelo, o interesse do homem comum, do consumidor, está sempre subordinado ao estado e às suas empresas preferidas. A defesa do mercado não deve ser confundida com a defesa dos empresários.
O mercado é muito mais amplo que isso. O mercado é um mecanismo impessoal de mediação constante dos interesses e demandas de milhares e milhares de entidades e pessoas.
Os liberais, particularmente no Brasil, costumam ser tachados de reacionários e conservadores. Como o senhor se classifica?
Nelson Rodrigues dizia que era um reacionário: reagia contra tudo aquilo que não presta. Eu sou um conservador: quero conservar tudo aquilo que presta. Um liberal é um sujeito cético, desconfiado da natureza humana e do custo das utopias. Encara o estado como um mal necessário.
Sabe que não existe vida civilizada sem governo, mas defende a tese de que o melhor mecanismo de incentivo ao desenvolvimento é a descentralização do poder estatal em um ambiente de livre mercado.
Para nós, liberais, o que realmente serve de garantia ao interesse público são as instituições sadias em pleno funcionamento, e não um governante iluminado dando canetadas no palácio, pensando ser capaz de resolver tudo apenas pela vontade.

Universidades dos EUA: numero de estudantes brasileiros ainda pequeno (Fapesp)

Brasileiros buscam mais pós-gradução nos EUA

Agência FAPESP, 11/04/2013
A procura por cursos de pós-graduação nos Estados Unidos por estudantes de outros países aumentou apenas 1% em 2013. Nos anos anteriores, o crescimento foi muito superior: 9% em 2012 e 11% em 2011.
De acordo com o Council of Graduate Schools (CGS), o principal motivo da queda foi o menor número de submissões de propostas por parte de estudantes chineses. Apesar disso, o relatório destaca o aumento na procura por parte de estudantes de dois países: Brasil e Índia.
Os dados estão no relatório Findings from the 2013 CGS International Graduate Admissions Survey – Phase I: Applications, que acaba de ser divulgado.
O CGS é uma organização de mais de 500 instituições de ensino superior nos Estados Unidos e no Canadá que oferecem cursos de pós-graduação, pesquisa e preparação de candidatos para níveis mais avançados de estudo. As instituições que compõem o levantamento são responsáveis por 92% dos doutorados e 81% dos mestrados oferecidos nos Estados Unidos.
O aumento de apenas 1% em 2013 na procura pela pós-graduação em instituições norte-americanas – o mais baixo desde que o CGS começou a fazer o levantamento, em 2004 – só não foi menor por causa da maior procura especialmente por estudantes da Índia, demanda que aumentou 20% em relação a 2012.
De acordo com o CGS, estudantes chineses constituem cerca de um terço de todos os alunos de graduação estrangeiros nos Estados Unidos e seu elevado número “ajudou a mitigar declínios recentes nas matrículas de estudantes de pós-graduação em instituições” baseadas no país. Mas o relatório apontou uma queda de 5% nas submissões por parte de chineses.
O levantamento inclui dados de todas as submissões de propostas de pós-graduação nas instituições participantes e informações detalhadas de sete países – China, Índia, Coreia do Sul, Taiwan, Canadá, México e Brasil – e de três regiões: Europa, Oriente Médio e África. Os sete países e as três regiões representam 86% de todos os estudantes estrangeiros que buscam cursos de pós-graduação nos Estados Unidos.
O relatório destaca o aumento na procura dos cursos de pós-graduação por brasileiros. Em 2012, já havia sido registrada uma elevação de 9% nas submissões de propostas por parte de estudantes do Brasil em relação ao ano anterior. Em 2013, o aumento foi de 24%, de longe o maior entre os sete países analisados. Canadá, México, Coreia do Sul, Taiwan e Europa apresentaram queda.
“A diminuição geral no aumento das submissões internacionais exige atenção especial dos responsáveis pelas políticas em educação, bem como das universidades. Enquanto os crescimentos da Índia e do Brasil são encorajadores, a queda nas submissões da China precisa ser observada com cuidado. Não podemos manter obstáculos na pós-graduação para estudantes estrangeiros, especialmente quando outros países estão derrubando suas barreiras e atraindo estudantes altamente qualificados”, disse Debra W. Stewart, presidente do CGS.
Apesar de mais estudantes brasileiros tentarem fazer a pós-graduação em instituições nos Estados Unidos, o total ainda é pequeno. Segundo o relatório, no ano acadêmico 2011-2012, 29% dos estudantes estrangeiros matriculados na pós-graduação em instituções no país eram chineses e 20%, indianos. O Brasil respondeu por 1% do total.
O relatório está disponível em: www.cgsnet.org/ckfinder/userfiles/files/Intl_I_2013_report_final.pdf.

O Brasil acha que leis transformam a realidade: creches, escolas, etc...

Sempre foi assim, e não vai mudar logo.
Paulo Roberto de Almeida

Entre a boa intenção e a realidade

14 de abril de 2013 | 2h 13
Editorial O Estado de S.Paulo
 
A Emenda Constitucional n.º 59, aprovada em 2009, tornou a "educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade", o que engloba a pré-escola, o ensino fundamental e o médio. Antes, essa exigência se limitava ao fundamental. Nada mais natural, portanto, que o Congresso tenha aprovado lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, estabelecendo ser um dever dos pais e responsáveis matricular as crianças na pré-escola a partir dos 4 anos. A pré-escola deverá ter carga horária mínima de 800 horas por ano de, no mínimo, 200 dias letivos.
Ninguém discute que a intenção é a melhor possível. E não só porque os especialistas ressaltam a importância da medida para a educação das crianças. É também porque a creche é um lugar seguro para as mães deixarem seus filhos para poder trabalhar fora, especialmente nas grandes cidades. E um grande número de famílias depende da renda das mães. Mas salta aos olhos o irrealismo de aplicá-la a partir de 2016, como pretende o governo, tendo em vista o enorme déficit de vagas em creches existente em todo o País.
Diz o Ministério da Educação que até 2016 municípios - de quem é a responsabilidade pela pré-escola - e Estados deverão tomar as medidas necessárias para garantir a oferta de vagas para crianças e jovens entre 4 e 17 anos. Falar é fácil. Fazer é outra coisa, como mostra a própria experiência muito recente da presidente Dilma. Todos ainda se recordam que durante sua campanha eleitoral ela garantiu que construiria 6.427 creches em quatro anos. Não era apenas o fato de que isso significava inaugurar cinco delas por dia que mostrava a enorme dificuldade de transformar a promessa em realidade. Era também o fato - igualmente importante - de que isso não dependia apenas do governo federal, mas principalmente dos municípios. O resultado foi que, ao se completar dois anos de seu mandato, só 10 daquelas creches haviam sido entregues.
Mesmo que as 6.427 creches estivessem sendo construídas num ritmo que garantisse a entrega de todas elas até o fim do mandato de Dilma, em 2014, isto estaria longe de resolver o problema, porque o déficit desses estabelecimentos em todo o País é estimado em cerca de 20 mil. Isso é consequência de um enorme atraso acumulado ao longo das últimas décadas. O exemplo da cidade de São Paulo é bem ilustrativo.
Entra governo e sai governo, o déficit de vagas em creches na capital paulista oscila em torno de 100 mil. Atualmente, há 94 mil crianças cadastradas à espera de vagas. Mas, como há famílias que já se cansaram de buscar um lugar, estima-se que o déficit real ultrapasse os 100 mil. Todos os prefeitos que se sucederam nas últimas décadas construíram creches, só que muito abaixo, tanto da necessidade no momento em que fizeram suas promessas como do crescimento da demanda a partir de então. É isso que explica o déficit crônico em torno daquele número.
É muito duvidoso - para dizer o mínimo - que, com esse histórico, São Paulo consiga cumprir a nova lei até 2016. Se isso acontece com a cidade mais rica do País, é ingenuidade imaginar que a situação das demais seja muito diferente. E os milhares de pequenas cidades - a lei vale para todas - terão condições de, num prazo de apenas três anos, oferecer vagas em creches para que os pais das crianças cumpram o dever de colocá-las nesses estabelecimentos?
Há outro aspecto do problema a considerar. Mesmo que fosse possível construir até 2016 todas as creches necessárias, e ainda que elas tivessem dinheiro para honrar esse acréscimo em sua folha de pagamento, onde as prefeituras iriam encontrar o pessoal - professores e auxiliares - para fazê-las funcionar? Não consta que essa mão de obra esteja sobrando no mercado. Sem falar, é claro, dos recursos para merenda. Uma creche não é só um prédio. É tudo isso. Na verdade, ele é a parte menos custosa.
Para tornar essa lei realidade é preciso mais tempo e muito mais dinheiro do que parecem dispostos e em condições de gastar os governos federal, estaduais e municipais.

Loucuras do governo na Petrobras: congelamento de precos de combustiveis em 2013

O ano ainda nem se despediu de seu quarto mês e a presidente (ou presidenta?) da Petrobras já anunciou que o preço da gasolina, e dos combustíveis em geral, não se movem este ano, ou seja, pelo resto do ano.
Como é que ela pode saber se o preço do barril do petróleo vai subir ou vai baixar nos demais meses do ano? Como é que ela pode prometer algo estático para um mercado que é não só perfeitamente dinâmico, como também aleatoriamente volátil?
Onde ela aprendeu a fazer contas para dizer que não será preciso mexer na soma final mesmo quando os componentes da conta se alteram, para cima ou para baixo?
Que raios de administradora ela é, para prometer algo que talvez não esteja em condições de cumprir?
E no ano que vem, que é ano eleitoral, os preços vão ficar "estáveis", também?
Coitada da Petrobras, coitados dos brasileiros...
Paulo Roberto de Almeida 

Graça Foster descarta reajuste de combustível em 2013

Presidente da Petrobrás diz que cenário econômico atual mostra que não há previsão de nova alta de gasolina e diesel

14 de abril de 2013 | 12h 33
gência Estado SÃO PAULO - Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, descartou um novo aumento para o diesel e a gasolina neste ano. "Olhando hoje para o quadro do Brent e para a taxa de apreciação do real, para o câmbio, não há previsão de aumento de combustível", afirmou a executiva. Graça lembrou que o diesel teve quatro reajustes, que somaram 21,4%, e a gasolina, dois aumentos na refinaria, de 14,9% ao todo.
Questionada sobre a possibilidade de a estatal socorrer o grupo de Eike Batista, Graça disse que, desde setembro, vem discutindo "projeto a projeto" com o empresário, entre eles a construção do super porto do Açu, no Rio de Janeiro. "O grupo X tem uma infraestrutura muito grande e estamos trabalhando projeto a projeto com eles. O grupo tem, junto com a Mendes Júnior, outros dois contratos para plataformas. Tem navios que ganharam licitações e outros assuntos que estamos discutindo. Mas tudo será alvo de licitação", explicou.
No sábado (13), o empresário usou o Twitter para se pronunciar sobre sua situação financeira e rebateu a informação publicada pela revista Veja de que o grupo EBX deve R$ 10 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Eike, o grupo deve apenas R$ 109 milhões. 

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E agora os comentários de um engenheiro do petróleo altamente politizado, contra o governo do PT na parte do petróleo.
Indepedentemente de suas preferências partidárias, seria preciso olhar seus argumentos, para saber se fazem sentido, ou não.
Alguns não fazem, por serem políticos, mas outros são evidências factuais.
Leiamos (retirado dos comentários de um blog petista, ou antineoliberal).
Paulo Roberto de Almeida

  • JOSÉ CONRADO DE SOUZA 15.03.2013 às 22:31
    NÃO É PRECISO PRIVATIZAR A PETROBRÁS PARA ELA SER EFICAZ Não é preciso privatizar a Petrobrás para ela apresentar resultados fabulosos, e isso já ficou provado. Por exemplo, com a Lei do Petróleo, o governo do PSDB atraiu o capital privado para investir na prospecção e produção de petróleo. A produção de petróleo aumentou de 600 mil barris por dia (bpd) para 2 milhões de bpd. A Petrobrás foi homenageada várias vezes em anos diferentes por organismos internacionais como a empresas que mais desenvolveu a técnica de produção de petróleo em águas profundas sendo hoje apontada como a empresa mais eficiente em produzir petróleo no fundo do mar, sob condições severíssimas de pressões e tempetaratura. Com a Petrobrás produzindo 2 milhões de barris de petróleo por dia, o Brasil passou a economizar U$ 83,95 bilhões/ano em divisas, ou seja, nos últimos dez anos, o Brasil economizou em divisas US$ 839,5 bilhões ou R$ 1,679 trilhões; e isso foi excelente para o aumento do PIB do Brasil. As reservas de petróleo aumentaram para 30 bilhões de barris; e são suficientes para atender a demanda de 2 milhões de barris por dia do Brasil por 41 anos, dando tempo ao País para pesquisar outras energias que venham substituir o petróleo quando esse acabar. Com a Lei da CIDE e com a Lei do Petróleo, o lucro da Petrobrás aumentou de R$ 500 milhões/ano para R$ 35 bilhões/ano. Os royalties aumentaram para R$ 16,79 bilhões/ano, sendo R$ 11,248 bilhões/ano para os Estados e Municípios produtores de petróleo; R$ 1,512 bilhões/ano para Municípios onde ocorre carga ou descarga de petróleo; R$ 0,672 bilhões/ano para um FUNDO ESPECIAL a ser rateado entre todos estados; R$ 1,344 bilhões/ano para o Ministério da Marinha; e R$ 2,014 bilhões/ano para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Esses números mostram que quando o governo quer – e esse foi o caso do PSDB – uma empresa estatal pode ser bem administrada, pode ser altamente lucrativa e estimular o crescimento do País. Esse formidável sucesso oriundo do governo do PSDB incomodava ao PT, que usou senador Aloizio Mercadante como arauto para dizer no Senado que os Estados não produtores de petróleo não são compensados pelo petróleo. MENTIRA. E dessa mentira do PT podemos dizer que, assim como um governo pode tomar decisões para uma estatal ser bem administrada, como foi o caso do PSDB com a Petrobrás, da mesma forma um outro governo pode tomar decisões erradas para uma estatal ser pessimamente administrada, como está sendo o caso da Petrobrás com o PT. A inflação não se controla com congelamento de preços e tivemos no Brasil dois exemplos desastrosos de tentativa de controle da inflação por meio de congelamento de preços: o do Plano Cruzado e o do Plano Collor; em ambos a inflação caiu num primeiro momento para voltar logo em seguida com força redobrada, mas, o PT congelou o preço da gasolina supostamente para controlar a inflação. O PT criou o carro flex e isso facilitou a adulteração de gasolina com etanol. O PT zerou a CIDE deixando a Petrobrás sem poder se compensar dos custos de transportes marítimos, ferroviários e terrestres para distribuição dos derivados de petróleo pelo Brasil afora e o governo deixou de arrecadar R$ 400 bilhões/ano em CIDE. O PT começou a construir uma refinaria em Recife avaliada inicialmente em R$ 5 bilhões, mas, já está superfaturada em R$ 32 bilhões. O PT comprou uma refinaria nos EUA por US$ 1,2 bilhões e o mercado não paga nem mesmo US$ 180 milhões, causando, assim, um prejuízo de R$ 2 bilhões à Petrobras. Com o carro flex, o PT desorganizou os suprimentos de gasolina e de etanol do País: éramos exportadores de gasolina e de etanol e nos tornamos importadores dos dois produtos. Com o congelamento do preço da gasolina, o PT estimulou o consumo predatório, onde para ir na esquina comprar jornal ou pão na padaria ao invés de se ir andando exercitando o corpo a preferência é de ir de carro e o resultado foi que todas as cidades do Brasil – TODAS – foram tomadas por engarrafamentos gigantescos onde os carros trafegam a menos de 10 KM/h; trajetos que antes eram feitos em 10 minutos consomem hoje mais de uma hora, e, com isso, os volumes de gases do efeito estufa derramados na atmosfera aumentaram estupidamente, prejudicando e muito a qualidade do ar que respiramos, provocando um créscimo de doenças respiratórias. O Petrobrás exportava 3 bilhões de litros/ano de gasolina, gerando divisas para o Brasil, mas, com o PT, a Petrobrás está importando 3 bilhões de litros, gerando perdas em divisas. Quem controlava os preços de gasolina e de etanol era o governo por meio da CIDE, mas, o PT zerou a CIDE, congelou o preço da gasolina nas refinarias da Petrobrás e os usineiros passaram a controlar os preços de gasolina e de etanol. E mais, o senador Aloizio Mercadante, arauto do PT, estimulou uma guerra fiscal entre os Estados dizendo ser inaceitável que os Estados não produtores não sejam beneficiados pelo petróleo, pois, não recebem royalties – MENTIRA DO PT – e que apenas os Estados produtores de Petróleo são beneficiados pelo petróleo recebendo royalties – MENTIRA DO PT – e disse o senador do PT que o novo marco regulatório do petróleo eliminaria essa injustiça com os Estados não produtores de petróleo, e, assim, o PT lançou a semente da discórdia entre os Estados da Federação: de um lado, os Estados não produtores de petróleo, que o arauto do PT espalhou a mentira de serem prejudicados na divisão da riqueza do petróleo; e de outro lado, os Estados produtores de petróleo, que o arauto do PT, levianamente, acusou de ficarem com tudo. MENTIRA DO PT. E tudo isso, para quê? Para alguns picaretas meterem a mão grande nos bilhões do petróleo do Pré-sal? E o governador Sérgio Cabral acreditou nessa picaretagem montada por Lula e pelo PT; e, tal qual o elefante que ajudou o escorpião a atravessar o rio, Sérgio Cabral foi picado por Lula com essa SACANAGEM DO PT CONTRA OS CARIOCAS. O senador do PT, deliberadamente, omitiu de seus pares que, nas duas últimas décadas, o que ocorreu foi uma decisão acordada entre os CONSTITUINTES ORIGINÁRIOS quando trabalharam escrevendo o texto da Constituição Federal, trabalho do qual o PT se recusou a participar, pois, sempre foi contra a Constituição, e os constituintes originários NEGOCIARAM que os Estados produtores de petróleo seriam beneficiados pelos royalties do petróleo e os Estados não produtores de petróleo seriam compensados pelo não pagamento de ICMS sobre petróleo e seus derivados, mas, teriam direito de cobrar dos contribuintes; e isso significou os Estados produtores receberem em royalties R$ 16,79 bilhões/ano e abriram mão de cobrar ICMS de R$ 30,22 bilhões/ano dos Estados não produtores, que cobraram esse ICMS dos consumidores e ainda receberam R$ 0,54 bilhões/ano do rateio dos R$ 0,67 bilhões/ano do Fundo Especial de Royalties; e, assim, os Estados não produtores se beneficiaram num total de R$ 30,76 bilhões/ano, um valor 1,9 vezes maior que os royalties recebidos pelos Estados produtores. Nesse contexto, a guerra entre Estados estimulada pelo PT não vai parar por ai, afinal, a Federação é formada 26 Estados e um Distrito Federal, cujos secretários de fazenda devem estar pensando lá com seus botões: será que essa mudança que o PT está querendo impor será uma coisa boa para nós, principalmente, nós dos Estados do Norte e do Nordeste? Eu diria que será péssima, e explico a seguir porque. As refinarias da Petrobrás estão localizadas quatro em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, uma em Minas Gerais, uma na Bahia, uma no Rio Grande do Sul, uma no Paraná e uma no Amazonas. Os demais Estados não têm refinarias, portanto, os suprimentos de GPL, gasolina, QAV, diesel, óleo combustível, asfalto e outros derivados de petróleo desses Estados dependem da transferência desses produtos dos Estados detentores de refinarias. E essas transferências ocorrem sem cobrança de ICMS, mas, que podem sofrer cobrança de até 18% de ICMS – entretanto, os Estados não produtores cobram ICMS dos consumidores de combustíveis – e, certamente, os Secretários de Fazenda dos Estados detentores de refinarias já devem estar fazendo contas para aumentar a arrecadação cobrando ICMS sobre petróleo e seus derivados transferidos sem ICMS para outros Estados. É A GUERRA SEPARATISTA ESTIMULADA PELO PT. Traduzindo em miudos, a maioria de Estados mais pobres do Norte e Nordeste está sendo estimulada pelo PT a trocar uma condição confortável em que é contemplada com R$ 30,76 bilhões/ano por não pagar e cobrar ICMS e receber royalties do Fundo Especial de Royalties, por uma condição em que passará a dividir os R$ 16,12 bilhões/ano de royalties, mas, terá de pagar ICMS de 30,22 bilhões/ano. Ou seja, sairá no prejuízo de R$ 14,102 bilhões. E vejam que o Secretário de Desenvolvimento do governador Sergio Cabral, já mordendo a semente separatista lançada pelo PT, diz que há uma série de medidas que podem ser tomadas pelo Rio (…)DÁ PARA FAZER UM MONTE DE MALDADES, concluiu o secretário do governador Sérgio cabral. Ao secretário faltou dizer que o novo marco regulatório petróleo criado pelo PT se deu com aval do governador Sérgio Cabral; e que o novo marco, O MEGALOMANÍACO MARCO LULA DE PETRÓLEO, foi criado com quatro projetos de leis inconstitucionais, na medida em que o marco anterior foi criado por meio da Emenda Constitucional 9/95. Portanto, essa nova Lei do Petróleo criada no marco Lula é inconstitucional, na medida em que apenas uma nova Emenda Constitucional pode mudar o marco de petróleo criado no governo do PSDB; e está servindo o marco Lula de petróleo apenas de ESTOPIM DE UMA GUERRA FISCAL ENTRE OS ESTADOS DA FEDERAÇÃO. E mais, o governador Sérgio Cabral precisa explicar aos cariocas o porquê de ter ficado ao lado do PT no projeto entreguista de nosso petróleo, na medida em que a produção de 6,4 milhões de bpd como quer o PT significa acabar com nossas reservas de petróleo de 30 bilhões de barris em menos de 12 anos. E tudo para quê? Para alguns picaretas meterem a mão grande nos bilhões de dólares do Pré-sal e deixarem uma terra arrrasada para as gerações futuras de brasileiros? O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o governador do Espirito Santo, Renato Casagrande, e o PT devem explicações aos brasileiros. E, enfim, a Associação do Engenheiros da Petrobrás – AEPET – deve explicar aos brasileiros seu lamentável SILÊNCIO MORTAL nessa questão. José Conrado de Souza Engenheiro químico formado pela UFRJ, antiga Universidade do Brasil, com curso de pós graduação da indústria de petróleo. Foi presidente do Clube dos Empregados da Petrobrás em Araucária. Foi membro do Conselho de Curadores da PETROS e foi diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET.


  • Como achar um papa no palheiro - The Wall Street Journal

    Um artigo interessante, parte de um livro a ser publicado nos EUA.

    Fifteen Days in Rome: How the Pope Was Picked

    The Wall Street Journal, April 14, 2013

    The inside story: From the Red Room where Bergoglio's name was first dropped to a faithful night on Rome's Piazza Navona

    Excerpted from The Wall Street Journal's new e-book "Pope Francis: From the End of the Earth to Rome," available at PopeFrancisTheBook.com.

    On Feb. 27, a mild, dewy morning, Alitalia Flight 681 landed at Leonardo da Vinci airport in Rome after 13 hours in the air. A balding man with gray-white wisps of thin hair stepped out of coach class. He wore thick-rimmed brown glasses, black orthopedic shoes and a dark overcoat. He had a slight limp, and his back was stiff from the long flight. His belly was a bit swollen, due to many decades of cortisone treatments to help him breathe after he had lost part of a lung as a young man. No one could see the silver pectoral cross he wore under his coat, though it was the symbol of his authority.

    Back home in Buenos Aires, Cardinal Jorge Mario Bergoglio was a prominent figure, the highest-ranking Catholic prelate in his country and to many a beloved figure known especially for his work in the city's teeming slums. Here he was one of 115 cardinals converging on Vatican City for important business: the election of a new leader for the Catholic Church.
    Two weeks earlier, Pope Benedict XVI had suddenly announced his resignation from office, becoming the first pontiff in 600 years to renounce a job traditionally held until death. In church teaching, the position had been handed down for two millennia, starting when Jesus said to St. Peter, "On this rock I will build my church."
    Cardinal Bergoglio expected his trip to be brief. He was already carrying in his black leather briefcase the airplane ticket that would return him home in time for Holy Week, the most important week of the year for a Catholic prelate. His Easter Sunday homily was already written too, and in the hands of parishioners back home.
    [image]

    New WSJ E-Book

    The Wall Street Journal's new e-book, "Pope Francis: From the End of the Earth to Rome," chronicles the unlikely ascension of Jorge Mario Bergoglio to the papacy. With original reporting by a team of journalists around the world, the Journal takes an in-depth look at the man charged with leading the Catholic Church in a time of challenges. Pre-order the book now at popefrancisthebook.com

    (...)
    Para ler a íntegra da matéria "How the Pope Was Picked", ver este link:
    http://on.wsj.com/10ZB7Sk

    A version of this article appeared April 13, 2013, on page C1 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Fifteen Days in Rome How the Pope as Picked.

    Brasil: a crise fiscal demora mais um pouco, mas a cambial bate 'a porta...

    Crise fiscal pode ser contornada, provisoriamente, pelos mesmos expedientes de que já vem se utilizando o governo: arrocho fiscal cada vez mais forte (ou seja, extração de recursos à força dos contribuintes, cidadãos privados ou empresas) e maquiagem das contas públicas, pensando que somos todos idiotas e ninguém percebe que o governo está manipulando fluxos de caixa de estatais e emissões do Tesouro. Enfim, crise fiscal é algo lento a ser construído, e depende quase inteiramente da capacidade (ou incapacidade, no caso) do governo continuar manipulando receitas públicas e extração privada.
    Mas, déficit de transações correntes não pode ser manipulado, pelo menos não na proporção requerida pelo governo. Ele ainda pode compensar déficit nesse setor do Balanço de Pagamentos com recurso a emissões de bônus globais, mas chega um momento que o mercado pede um spread maior, e aí a coisa fica complicada.
    Em qualquer hipótese, déficit na balança comercial não depende do governo e sim dos preços internacionais e da capacidade das empresas privadas em colocar seus produtos no exterior. E isso tem se revelado difícil. Balança de serviços, por sua vez, é sempre deficitária. Se os investimentos diretos e os fluxos financeiros não compensarem a perda, a situação da BP vai para o brejo, e aí não tem como enganar os estrangeiros, como o governo pretende nos enganar.
    Quando os nacionais, primeiro, e os estrangeiros, depois, percebem as dificuldades, começa a aposta contra a moeda e a fuga de capitais: o déficit de transações correntes, portanto, passa repentinamente de 2 ou 3% do PIB para 4, 5, e aí a coisa dispara...
    Só os EUA podem aguentar um déficit orçamentário de 7% do PIB e um déficit de transações correntes idem. Países como o Brasil, quando chegam a 5% há começam a ser penalizados pelo mercado, esse inimigo tão cruel dos espíritos ingênuos, dos primitivos econômicos e de outros alucinados alternativos.
    Enfim, tudo isso para dizer que a situação do Brasil pode se agravar rapidamente.
    Os leitores deste blog não poderão dizer que não foram avisados...
    Paulo Roberto de Almeida

    Maus sinais para 2013

    14 de abril de 2013 | 2h 13
    Editorial O Estado de S.Paulo
     
    O mau estado da economia foi confirmado por mais um indicador nessa sexta-feira. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB divulgado a cada três meses pelo IBGE, caiu 0,52% de janeiro para fevereiro. Desde 2005 foi o pior resultado nesse período. Foi também a maior variação negativa desde a queda de 0,84% em setembro do ano passado. O nível de atividade foi 1,88% mais alto que o de um ano antes. Em 12 meses, no entanto, o crescimento do índice, ajustado pelas condições sazonais, ficou em 0,83%, inferior, portanto, ao do PIB de janeiro a dezembro de 2012 (0,9%). Tomando-se o IBC-Br como referência para previsão, fica muito difícil acreditar em expansão econômica superior a 3% neste ano, embora a base de comparação seja baixa.
    Por enquanto, só os dados da agricultura apontam algum resultado positivo em 2013. A safra de grãos e oleaginosas, calculada em até 184,04 milhões de toneladas, poderá ser 10,8% maior que a anterior. Um crescimento parecido, 11%, é estimado para a produção de cana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para o café, o último levantamento indica uma redução entre 1,3% e 7,6% em relação à safra anterior, mas essa diminuição, esperada a cada dois anos, deve ser insuficiente para neutralizar o desempenho de outros segmentos da produção rural.
    O crescimento industrial deve continuar pouco expressivo. O PIB do setor deve aumentar 2,6%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas os números conhecidos até agora são pouco entusiasmantes. Segundo o IBGE, a produção industrial diminuiu 2,5% em fevereiro, depois de ter crescido 2,6% em janeiro.
    A indústria de transformação continua com dificuldades para crescer, segundo o último relatório de indicadores distribuído pela CNI. O setor, de acordo com o boletim, ainda não encontrou sua trajetória de crescimento, como apontam as oscilações dos indicadores de desempenho. O faturamento real caiu 3,7% em fevereiro. Já havia caído em janeiro. O uso da capacidade instalada recuou 1,9 ponto porcentual e isso praticamente anulou o avanço registrado no mês anterior.
    Os estoques estão ajustados e isso amplia o potencial de recuperação, disse o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. A tendência é de recuperação, segundo ele, mas os custos industriais já cresceram 6,3% neste ano. O custo salarial, um dos mais importantes, continua em rápida elevação e no primeiro bimestre foi 2,2% superior ao de janeiro-fevereiro de 2012, descontada a inflação. Em fevereiro, a massa de salários foi 2,8% maior que a de um ano antes. No mês, o número de horas de trabalho foi 0,9% menor que em fevereiro de 2012.
    Custos maiores com menos horas de trabalho e menor uso da capacidade instalada são incompatíveis com ganhos de eficiência e aumento da produção. O desempenho da indústria é fortemente vinculado ao comércio internacional. A produção industrial brasileira tem perdido espaço tanto no exterior quanto no mercado interno, por problemas bem conhecidos de competitividade. A escassez de mão de obra qualificada é um desses problemas e será "marca do mercado de trabalho em 2013", segundo o último informe conjuntural da CNI.
    Essa escassez foi um dos motivos da retenção de pessoal em 2012, quando a produção do setor diminuiu 0,8% e a massa real de salários aumentou 5%. Com a perspectiva de reativação econômica em 2013, quem demitisse se arriscaria a disputar mão de obra num mercado mais apertado. O baixo desemprego em 2012, alardeado pela presidente Dilma Rousseff como sinal de sucesso de suas políticas, é explicável principalmente pelo fracasso da política educacional e pelo despreparo da maior parte dos trabalhadores. Não se forma capital humano com demagogia e populismo, as grandes marcas dos governos petistas no setor educacional.
    Competitividade é a condição indispensável para conquistar espaços no mercado global e para manter contra os concorrentes o espaço conquistado. Não há, no comércio internacional, sistemas de cotas nem critérios sociais para atenuar a dureza da disputa. Se continuar incapaz de entender esses dados simples e evidentes, o governo brasileiro levará o País a um desastre comercial e cambial.

    domingo, 14 de abril de 2013

    Rodrigo Constantino: entrevista em Paginas Amarelas de Veja

    Só tive acesso a pequenos trechos desta entrevista. Quem tiver acesso à integralidade da matéria poderia me mandar em mensagem direta, por favor.
    Paulo Roberto de Almeida 

    Capitalistas brasileiros, uni-vos
    Entrevista de Rodrigo Constantino ao jornalista Giuliano Guandalini, nas Páginas Amarelas de Veja.

    Alguns trechos da entrevista:
    O serviço ruim das operadoras de telefonia não tem qualquer relação com a ganância empresarial
    "Os impostos arrecadados pelo governo encarecem as tarifas e reduzem os investimentos. O sinal das chamadas é ruim porque faltam antenas, e o grande entrave para ampliar o número de antenas são os governos."
    Sobre a venda da Petrobras
    "Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar grupos de interesse localizados (...) foi preciso que eu, um liberal convicto e crítico da social-democracia dos tucanos, saísse em defesa das privatizações (...) [com uma Petrobras privatizada] seriam reduzidas as ingerências políticas e manipulações, como o controle do preço da gasolina para evitar o impacto na inflação."
    Sobre a ampliação do crédito
    "Os bancos privados, temendo o aumento da inadimplência e o risco de perdas, reduziram o ritmo na liberação de financiamentos. Já os bancos públicos, por determinação do governo, estão injetando na economia uma volume crescente de empréstimos (...) os governos tendem a estimular a formação de bolhas."
    Sobre a Embraer, criada pelo Estado
    "Se o governo não tivesse criado a Embraer e a mantido por anos e anos, mesmo dando prejuízo, talvez os recursos pudessem ser usados de maneira mais produtiva pela iniciativa privada."
    Sobre os programas sociais
    "Sinceramente, acredito que o estado contribui mais para concentrar a riqueza do que para distribuí-la (...) o liberalismo é o maior aliado dos pobres, porque ele incita a concorrência o oferece igualdade de oportunidades."

    Pausa para... estatisticas do blog (parbleu! 1.300.000 e contando...)

    Confesso que não tinha reparado, pois faz tempo que consultei pela última vez as estatísticas do site, e se consulteil logo esqueci, pois sou muito distraído para essas coisas...
    O fato é, em matéria de visitas, ou visualizações, neste blog, estou com esta estatística:

    Histórico de todas as visualizações de página: 1.315.739

    Imaginemos que tivesse um pedágio na entrada, cobrando um realzinho de cada leitor.
    Será que eu teria toda essa grana?
    Provavelmente não.
    Algum equivalente do ECAD -- pois esses gajos são expertos em farejar dinheiro -- já me teria cobrado direitos autorais por pelo menos dois terços da grana, para supostamente dividir com os verdadeiros autores  das matérias que são aqui postadas (sem permissão a maior parte, assim que eu pagaria o terço restante de multa).
    Pois é, não adianta se animar.
    Nada vem de graça neste mundo, só problemas e preocupações...
    Isso me lembra que eu ainda não fiz o imposto de renda...
    Paulo Roberto de Almeida

    Pausa para... humor negro (Disneylandia do Joao Ubaldo)

    Parece mentira, mas é tudo verdade...
    Exclusiva com o comandante Borges
     João Ubaldo Ribeiro
    O Estado de S.Paulo, 14/04/2013

    -Comandante, ainda bem que você veio. Ontem me disseram que você não queria mais dar a entrevista.

    - É, mas pensei melhor. Se eu prometi, está prometido. Alguém tem que manter a palavra neste país. Mas isso não impede, sem querer ofender ninguém, que eu ache esta entrevista uma palhaçada.

    - Não entendi.

    - Não vai sair nada do que eu disser, a imprensa está toda no bolso do governo, devendo à Previdência e à Receita e mamando as verbas de publicidade. A imprensa está aí para ajudar no fingimento de que há liberdade, vontade popular, opinião pública e essas besteiras feitas para declamação. Isto mesmo que eu acabo de dizer quero ver sair, não sai. Está gravando?

    - Estou.

    - Você está perdendo seu tempo, não vai sair nada. Grave aí que eu acho que essa democracia é para as negas deles, o que eles fazem é entrolhar todo mundo e fazer tudo da veneta deles. Você viu a do ensino? Agora é obrigatório botar o filho na escola aos 4 anos! A quem que eles perguntaram? Eles não conseguem dar conta nem de metade dos que já têm direito e inventam mais? Estamos cheios de grandes escolas públicas para todos, todo mundo na escola de barriga cheia desde os 4 anos, que beleza! Eu não sou otário, eu não sou otário! Eu queria que eles compreendessem que eu não sou otário!

    - Eu pretendia chegar a assuntos como esse, sei que você tem opiniões muito firmes. Mas minha primeira pergunta ia ser outra, mais pessoal.

    - Ah, desculpe, eu às vezes me exalto um pouco. Pode perguntar o que você quiser. Se eu contar coisas pessoais, também não sai, eu não sou pervertido, a imprensa só se interessa quando é a vida pessoal dos pervertidos. Não vai sair nada, mas eu respondo a qualquer pergunta.

    - Bem, a pergunta é uma curiosidade minha. Frequentamos este mesmo boteco há não sei quantos anos e nunca vi você chegar dando risada sozinho, como vi hoje, na hora em que você estava descendo da sua famosa bicicleta elétrica. Dá para dizer qual foi a razão?

    - Dá, eu não escondo nada. Não era riso de satisfação, nem de felicidade. Era uma risada mórbida que deu para me atacar de uns tempos para cá, uma espécie de humor negro. Eu estava me lembrando de um comercial. Não sei do que era, só me lembro da cena. Era um casal fazendo um piquenique romântico na Lagoa à noite, sentadinho com um pano de mesa estendido, luz de velas, cestinha de comida, parecia uma aquarela campestre. Aí eu fiquei pensando e me deu uma crise desse riso mórbido. E, na hora de minha chegada, não sei por que, me lembrei de novo. Sempre que eu lembro, rio novamente, é incoercível. Piquenique na Lagoa é demais, não é, não?

    - Demais como?

    - Você não entendeu? Piquenique na Lagoa, piquenique na Lagoa! Só pode ser Walt Disney, e dos anos 50! Quando o casal tivesse acabado de estender a toalha, já não ia ter mais cestinha, nem garrafinha, nem vela, nem piquenique nenhum! Seja sincero e realista e me responda quantos segundos você daria para um casal começar um piquenique à noite na Lagoa e o piquenique ser todo comido e possivelmente o casal também. Dou 90 segundos, mas ganha quem der um minuto. Aí eu fico pensando no que poderia acontecer a esse casal e o piquenique deles e tenho essas crises de riso, é tudo humor negro mesmo. Uns dois dimenores liquidavam tudo numa boa.

    - Você tem uma birra com os menores, não tem?

    - Eu não, eu só sou contra o que eu vou lhe figurar. Eu sou João Narigolé, traficante que de vez em quando precisa de outros serviços, notadamente os que envolvem dar cabo de alguém. Aí, quem é que eu chamo para fazer o serviço? Vou ao banco de dados de menores pistoleiros… Deve haver vários bancos de dados desse tipo, é capaz até de já ter no Facebook. Vou lá, escolho um, ofereço uma graninha e ele faz a execução. Se for preso, não pega nada e recebe a grana pelo serviço. Se me dedurar, sabe que eu posso mandar outro dimenor para rechear de azeitonas a cabeça dele e assim por diante, é um esquema perfeito. O dimenor é um grande patrimônio da criminalidade nacional.

    - Então você é a favor da diminuição da maioridade penal.

    - Eu não! Não distorça minhas palavras! A favor da diminuição geral, não, cada caso é um caso! Eu só tenho propostas sérias e eficazes, esse negócio de fixar idades com base em invencionices psicológicas não resolve nada. Eu sou a favor de uma coisa muito simples: teve idade para apontar a arma e dar o tiro, tem idade para ir em cana. Não é simples? É a coisa mais óbvia para qualquer um e somente os intelectuais é que não concordam, porque as soluções simples dão desemprego para eles, tudo aqui é em função do emprego.

    - Você não acha que a responsabilidade penal do menor…

    - Ninguém mais é responsável por nada! Isso era antigamente, agora todo mundo é vítima e qualquer sacanagem que apronte recebe um nome artístico, dado pelos psiquiatras! Um nome artístico e uma bolinha e está tudo resolvido, a culpa não é de ninguém, é da síndrome! A culpa não é dele, é das condições socioeconômicas! A culpa não é dela, é dos traumas de infância! Ninguém tem mais culpa de nada, ninguém fica preso, ninguém paga do próprio bolso as multas às empresas, ninguém é responsável por nenhum desastre, todo mundo rouba e mata, há muito tempo que isto é uma esculhambação! O que nós precisamos é de Robespierre! Nada de faxina! Para quem propina, rapina e assassina, o correto é guilhotina! Quero ver isso sair no jornal!

    Dinheiro publico: quando os brasileiros vao aprender? Acho que vai demorar

    Onde tiver dinheiro público, pode ter absoluta certeza: tem um "isperto" que vai conseguir fazer o milagre da multiplicação dos pães, no caso, o desvio do dinheiro público (que na verdade é de todos nós) para suas contas, bolsos, aplicações fraudulentas.
    Quando é que os brasileiros vão aprender que seria melhor fazer as coisas pelas vias normais do mercado, aberto, concorrencial, trannsparente, do que tentar aprovar programas governamentais para qualquer coisa?
    Quando é que eles vão se dar conta de que, fazendo pelo Estado, vai custar o dobro (não raramente o triplo) e vai ficar muito pior do que se fosse feito em condições normais de mercado?
    Acho que vai demorar, e muito...
    As pessoas apenas acham que basta aumentar a fiscalização.
    Aí, como já se gasta um percentual razoável com a intermediação governamental, vai se gastar um pouco mais para burocratizar um pouco mais, para evitar supostos desvios. Eles vão ocorrer, só que a comissão governamental e a taxa de corrupção vão drenar ainda mais recursos nos meios, e os fins receberão proporcionalmente menos.
    Será que os brasileiros vão aprender?
    Duvido...
    Paulo Roberto de Almeida

    Ex-servidores do Ministério das Cidades fraudaram o Minha Casa Minha Vida

    • Grupo criou esquema utilizando construtoras de fachada para obter contratos
    Gabriela Valente
    O Globo,
    
Fachada do número 4.553 da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, endereço da RCA e também da JB Lar
Foto: Eliária Andrade
    Fachada do número 4.553 da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, endereço da RCA e também da JB Lar Eliária Andrade
    BRASÍLIA — Um esquema de empresas de fachada, parte delas registrada no mesmo endereço e controlada por um grupo de ex-funcionários do Ministério das Cidades, abocanha cada vez mais contratos para construção de casas populares destinadas às faixas mais pobres da população. No centro da história está a RCA Assessoria em Controle de Obras e Serviços, empresa com sede em São Paulo e três sócios: Daniel Vital Nolasco, ex-diretor de Produção Habitacional do Ministério das Cidades até 2008 e filiado ao PCdoB; o ex-garçom do ministério José Iran Alves dos Santos; e Carlos Roberto de Luna. A RCA funciona numa sede modesta, mas apresenta números invejáveis para quem está no setor há tão pouco tempo. Alardeia atuar em 24 estados e mil municípios, e garante que entregou 80 mil casas. Hoje, estaria à frente da construção de 24 mil unidades. O faturamento milionário da RCA virou alvo de disputa judicial, que expõe supostas conexões da empresa com o PCdoB. Até a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra tem o nome citado.

    A RCA dá consultoria a prefeituras e beneficiários, e atua como correspondente bancário de sete pequenas instituições financeiras autorizadas a repassar verbas federais nos programas de casas populares para cidades com menos de 50 mil habitantes. Atuou no Programa Social de Habitação (PSH) e agora opera no seu sucessor, o Minha Casa. Até aí, tudo dentro da normalidade. Mas a RCA faz mais: consegue ao mesmo tempo ser representante do agente financeiro, tocar construções e também medi-las e fiscalizá-las. Para isso, usa uma rede de empresas que os sócios e os funcionários registraram em seus nomes e cujos endereços ou são na sede da RCA, em São Paulo, ou na casa de parentes.
    O site da empresa dava o exemplo de como a RCA frauda o processo de seleção de construtoras que vão executar obras financiadas com recursos federais e encomendadas por prefeituras. Para contratar uma construtora responsável pela execução de obras no Espírito Santo, lançou um edital de convocação em dezembro de 2012. O site convocou os interessados e dias depois divulgou os vencedores. Duas foram selecionadas. Uma delas é a JB Lar. Tudo como manda o figurino. Não fosse um detalhe: o endereço da JB Lar é o mesmo da RCA, a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio 4.553. A JB Lar foi habilitada para construção de 95 casas no Espírito Santo. Na sexta-feira, após ser procurada pelo GLOBO, a RCA tirou do ar o link “Editais” do seu site.
    Disputa pelo faturamento da empresa
    O esquema de empresas de fachada está narrado numa ação na Justiça de São Paulo. Nela, Fernando Lopes Borges — outro ex-servidor do Ministério das Cidades, que seguiu na Secretaria Nacional de Programas Urbanos até ser exonerado por abandono do cargo em 2010 — apresenta-se como sócio oculto da RCA. Ele era representado no negócio pelo irmão Ivo, já falecido. E a disputa pelo faturamento da empresa começou justamente após a morte de Ivo.
    Num acordo prejudicial, Fernando chegou a receber pouco mais de R$ 1 milhão da RCA. Mas quer mais e briga na Justiça. Na ação, afirma, sem apresentar provas, que o desvio de recursos do Minha Casa Minha Vida teria começado com Erenice Guerra. Ela teria articulado a entrada de bancos privados na operação do programa em pequenos municípios. Segundo o denunciante, teria direito a R$ 200 por casa construída. Fernando sustenta na ação que o negócio chegaria a render R$ 12 milhões.
    Ele diz que o PCdoB desde 2005 receberia dinheiro desviado para a construção de casas populares do Programa de Subsídio Habitacional (PSH), que foi absorvido pelo Minha Casa Minha Vida. Procurado, Fernando sustentou que a RCA está envolvida em irregularidades nos programas federais do Ministério da Cidades, mas não quis confirmar as denúncias contra Erenice e o PCdoB. No processo, Fernando mostra uma troca de e-mails entre Carlos Luna, da RCA, e o escritório Trajano & Silva, que foi fundado por Erenice. Eles tratam da retirada do sócio Ivo e do valor que deveria ser pago a Fernando.
    O esquema incluiria a construtora Souza e Lima Engenharia, que pertence ao ex-engenheiro e ao ex-gerente-geral da própria RCA. Essa empresa fez casas no Maranhão para o Minha Casa Minha Vida em contratos geridos pela RCA. Outra empresa de pessoas próximas prestou o mesmo serviço. A Martins MA Engenharia — que hoje pertence ao cunhado de Daniel Vital Nolasco — também construiu casa para a RCA.
    Na ação, Fernando reclama a sociedade nas empresas de assessoria cadastral Artifício, Setorial, Sigma e Marketplan. Todas seriam do grupo RCA. As três primeiras têm Nolasco como sócio. José Iran é um dos donos da última. O grupo tem participação em outras empresas. Carlos Luna e José Iran são donos da Superdata. Luna é um dos sócios da LL Engenharia. Fernando relata no processo que há contratos com a DJC/Naza Engenharia, que seria responsável pela construção de oito mil casas. Essa empresa seria de Divaildo, irmão de Celma Casado Silva. Ela foi exonerada em fevereiro deste ano da Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades. Segundo o órgão, ela foi exonerada a pedido.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/ex-servidores-do-ministerio-das-cidades-fraudaram-minha-casa-minha-vida-8107417#ixzz2QUHahKK7
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    Livro de poesias do Embaixador Geraldo Holanda Cavalcanti - Rio, 16/04/2013

    O autor é diplomata aposentado e membro da Academia Brasileira de Letras.

    Confesso que continuo nao entendendo...

    Será, será, será possível que um dia eu venha a entender certas frases, cujas circunvoluções, circunlóquios, interlúdios e outras cobrinhas mais continuam dando voltas em minha cabeça, tentando entender o significado dessas poucas palavras, em apenas três linhas, e não conseguido entender?
    Será que um dia eu conseguirei?
    Não tenho certeza. Mas vou continuar tentando...
    Paulo Roberto de Almeida

    “Tem muita gente que fica dizendo por aí que nós temos de reduzir, reduzir o emprego, porque isso é perigoso: ´ah, tem de desempregar´. Tem muita gente falando isso. Muita também não é, é pouca, mas faz barulho.”

    Tem mais esta também:

    É muito importante num país como o Brasil que nós ataquemos com educação todas as faixas etárias”. 

    Será que conseguiremos sobreviver?

    Um cacete bem dado no ex-ministro da (in)Justica... (so' imaginando, claro...)

    Seria interessante o cenário final, em que um dos passantes sairia com um olho bem roxo, merecido, por criminoso e amigo de ditaduras.
    Paulo Roberto de Almeida

    Na madrugada deste domingo, o pugilista deportado por Tarso Genro nocauteou a ditadura cubana e seus sabujos brasileirosAugusto Nunes,
    Direto ao Ponto, 14/04/2013

    O que se viu num ringue em Nova York, na madrugada deste domingo, foi muito mais que um grande combate pela unificação do título mundial da categoria supergalos. Quem assistiu à luta no Radio City Music Hall em que o cubano Guillermo Rigondeaux derrotou o filipino Nonito Donaire testemunhou, sobretudo, o triunfo de um homem livre sobre a ditadura dos irmãos Castro e seus sabujos em ação no Brasil. Ao fim de 12 assaltos, Donaire perdeu por pontos. Tarso Genro e o governo Lula foram nocauteados mais uma vez

    Em agosto de 2007, depois de fugirem do alojamento dos atletas cubanos que participavam dos Jogos Panamericanos do Rio, Rigondeaux e o também pugilista Erislandy Lara tentavam alcançar a Alemanha e a liberdade quando descobriram que o ministro da Justiça do Brasil era um capitão-do-mato a serviço de Fidel Castro. Capturados pela Polícia Federal, ambos foram devolvidos à ilha-presídio a bordo de um avião militar venezuelano.

    “Eles quiseram voltar”, mentiu Tarso Genro. A falácia abençoada pelo presidente Lula foi implodida em janeiro de 2009 pela segunda e bem sucedida fuga das duas vítimas da política externa da canalhice. “Enquanto ficamos na polícia, fomos proibidos de conversar com jornalistas ou advogados”, disse Erislandy Lara ao finalmente desembarcar na Alemanha. Até a chegada do avião emprestado por Hugo Chávez, os carcereiros procuraram alquebrar moralmente os cativos com informações aflitivas e promessas falsas.

    Souberam, por exemplo, que Fidel Castro os havia rebaixado a “traidores da pátria”, que alguns parentes já tinham sido demitidos e que seus amigos estavam sitiados por ameaças de morte. Mas o ditador colérico agiria com magnanimidade, e revogaria todos os castigos, caso voltassem para Cuba em silêncio, ressalvaram os mensageiros de Tarso Genro. Outra cilada: já no aeroporto de Havana foram informados de que nunca mais voltariam a lutar.

    Três anos depois da deportação dos cubanos insatisfeitos com a democracia proclamada por Fidel em 1959, o ministro da Justiça impediu que o terrorista em recesso Cesare Battisti fosse extraditado para a Itália e ali cumprisse a pena de prisão perpétua aplicada ao matador de quatro “inimigos do proletariado”. Para livrá-lo da ditadura italiana que só bandidos ou vigaristas enxergam, Tarso promoveu o amigo comunista a  “asilado político” e concedeu-lhe a cidadania brasileira.

    Hoje com 32 anos, Rigondeaux só não onseguiu ganhar mais cedo o título que o eternizará na história do boxe porque foi vencido em 2007 pelo supergalo gaúcho que ganhou uma vaga na história universal da infâmia. Tarso gosta de passear em Nova York, lembrei na madrugada deste domingo. E, enquanto erguia um brinde ao vitorioso, não resisti à tentação de imaginá-lo cruzando com Rigondeaux em alguma esquina de Manhattan.

    Se isso acontecer, pensei, tomara que o campeão reconheça o homem que o derrotou num duelo repulsivamente desigual. E decida que a hora da revanche chegou.

    Coreia do Norte: o pais mais surrealista do planeta, de toda a historia das civilizacoes... - Claudia Trevisan (OESP)

    Pyongyang, capital de uma bolha nuclear
    CLÁUDIA TREVISAN
    O Estado de S.Paulo, 14/04/2013

    A Coreia do Sul está mergulhada em pobreza e violações brutais de direitos humanos, os moradores de Nova York têm de sair às ruas com colete à prova de balas para se proteger da violência e a ideologia juche criada por Kim Il-sung é estudada de maneira fervorosa ao redor do planeta. O retrato do mundo e da Coreia do Norte apresentado nos jornais, rádios e TVs oficiais do país é um exercício de permanente glorificação da dinastia Kim.

    Notícias internacionais são escassas e costumam dar destaque a catástrofes naturais, como tufões e terremotos, e ao impacto negativo da intervenção dos EUA em crises internacionais. O sistema apela permanentemente para a demonização dos “imperialistas” americanos e seus “fantoches” sul-coreanos e exalta o militarismo e a suposta superioridade da peculiar versão local do socialismo.

    As experiências de Iugoslávia, Iraque e Líbia são usadas para demonstrar o que pode ocorrer com países desprovidos de armas poderosas e servem para jutificar a defesa da construção de um arsenal nuclear pela Coreia do Norte. A propaganda oficial sustenta que, sem ele, o país poderá ser invadido e dominado pelos americanos. O risco de um conflito armado é sempre apresentado como iminente, o que é usado para justificar o investimento militar num dos mais pobres países do mundo.

    Também é o álibi para explicar a ausência de acesso à informação fora dos canais oficiais de propaganda, apresentada como uma maneira de proteger a população da influência inimiga. Norte-coreanos não têm internet, não usam e-mails e não têm ideia do que sejam Facebook e Twitter.

    Na primavera, os meios oficiais trazem textos quase diários sobre exposições das flores em vários países. No universo em que habitam, a kimilsungia é a flor mais sagrada do mundo e kimjongilia, a mais famosa – homenagens aos dois primeiros ditadores. Segundo a máquina de propaganda de Pyongyang, a kimjongilia floresce nos cinco continentes e “atrai a admiração da humanidade com seu charme”.

    Os representantes das três gerações de líderes da família Kim são apresentados como estadistas respeitados. Na quarta-feira, a agência oficial de notícias KCNA disse que “todo o mundo” enviou “calorosas congratulações” a Kim Jong-un pelo aniversário de um ano da nomeação como primeiro-secretário do Partido dos Trabalhadores e primeiro-presidente da Comissão de Defesa Nacional “Mais de 12 mil veículos de comunicação de todo o mundo competiram entre si para dar ampla publicidade a suas incessantes inspeções do front e orientações práticas nas mais diferentes áreas”, declarou o texto.

    Na mitologia construída pela propaganda oficial, Kim Il-sung (1912-1994), seu filho Kim Jong-il (1941-2011) e o neto Kim Jong-un, de 30 anos, são apresentados como líderes que guiam os norte-corea-nos em tarefas tão distintas como a plantação de batatas e a fabricação de foguetes.

    O ponto alto da visita a qualquer instituição ou empresa é a relação das orientações escritas recebidas de cada um dos Kim e o registro das datas em que visitaram o local pessoalmente. Em todos os lugares há quadros, mosaicos ou fotos e de Kim Il-sung e Kim Jong-il, que também aparecem nos broches levados do lado esquerdo do peito.

    A glorificação da Coreia do Norte e da dinastia Kim é acompanhada pela apresentação sombria do mundo exterior, em especial dos EUA e da Coreia do Sul. Sob o título O pior deserto de direitos humanos, os veículos oficiais divulgaram em março relatório que apontou a situação “medonha” em que vivem, os vizinhos do Sul. “Mais de 7 milhões de famílias, que representam 45% do total, estão vivendo uma existência da mão para a boca, sem moradia permanente, e inúmeras enfrentam uma vida de privações em lugares que dificilmente podem ser chamados de lares”, sustentou a propaganda norte-coreana.

    Os dois lados da península foram separados em 1945 em uma zona de influência socialista no Norte e outra capitalista no Sul. A Coreia do Sul é um dos países mais avançados tecnologicamente e tem um PIB per capital de US$ 31 mil, quando calculado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPP), que leva em conta os preços domésticos. A Coreia do Norte não divulga estatísticas econômicas, mas a cifra é estimada em US$ 1.800.

    Kim Jong-il acreditava que a diluição ideológica havia sido a principal razão para o fim da União Soviética e decidiu intensificar a doutrinação para sustentar o regime. Mas o contato com o mundo exterior começa a abrir brechas na propaganda monolítica, com a entrada clandestina de DVDs sul-coreanos e chineses.

    Educacao nos EUA: Universidades endividadas, desclassificadas

    Struggling to Stay Afloat
    By JEFFREY J. SELINGO
    The New York Times, April 12, 2013

    STUDENTS piling on debt to go to college might attract all the attention, but colleges have been on a borrowing spree as well, nearly doubling the amount of debt they’ve taken on in the last decade to fix aging campuses, keep up with competitors and lure students with lavish amenities.

    In January, Moody’s Investors Service put a negative outlook on the entire higher education sector, even at major research universities, which had been spared in previous forecasts. And that came after a year in which the agency downgraded the credit ratings of 22 colleges, including Alabama A&M, Wellesley College and Morehouse College. At the same time, Standard & Poor’s Ratings Service downgraded 13 institutions, including Amherst College, Tulane University and Yeshiva University. Combined, both agencies upgraded only eight colleges in 2012.

    Bond ratings aren’t scoured like the U.S. News and World Report rankings. But if you’re a parent preparing to start the college search with your son or daughter, the negative financial outlook raises plenty of questions to ask the college tour guide: Will outdated buildings be renovated? Will more part-time instructors replace retiring professors? Will classes get bigger or will students end up in partly online courses? Will the school even be in business by the time your child graduates in four years?

    “There is a major problem in that the industry has an inability to grow revenue in a way they have for the last 20 years,” says John C. Nelson, managing director of the higher education and health care practice at Moody’s, which examines the finances of more than 500 colleges and universities that issue bonds through public markets.

    A handful of colleges have closed, merged or been bought by for-profit colleges in recent years — mostly small, tuition-dependent private colleges, which remain at most risk. While few financial experts foresee mass closings in the years ahead, only 500 or so of the 4,000-plus colleges and universities in the United States seem to have stable enough finances to be truly safe. The remaining colleges, where a vast majority of Americans attend, can no longer hold off the technological, demographic and economic forces quickly bearing down on them.

    One-third of all colleges and universities in the United States face financial statements significantly weaker than before the recession and, according to an analysis released last July, are on an unsustainable fiscal path. Another quarter find themselves at serious risk of joining them.

    “Expenses are growing at such a pace that colleges don’t have the cash or the revenue to cover them for much longer,” says Jeff Denneen, head of the higher education practice at Bain & Company, the global consulting firm that, along with the private-equity firm Sterling Partners, performed the analysis. “A growing number of colleges are in real financial trouble.”

    Other forecasts are equally pessimistic. The number of higher education institutions on a Department of Education watch list, for instance, has grown by more than a third since 2007 to include institutions like Long Island University and Pace University.

    “We’re seeing prolonged, serious stress,” says Karen Kedem, an analyst at Moody’s. What is significant about the negative outlook is that Moody’s typically rates only colleges and universities with strong balance sheets to begin with.

    Reading a college’s bond-rating report is like reading a person’s credit report: it is a financial checkup that gives insight into strengths and weaknesses that you will never find in any college guidebook, but probably should.

    Take this line from a Moody’s report when it downgraded Drew University in New Jersey in 2012: “The rating is based on persistent operating deficits and thin cash-flow driven by a decline in enrollment and net tuition per student coupled with rising debt service payments and transition of several key members of university leadership.”

    Translation: the private college is operating in a hole (though, Moody’s also notes, it’s helped by having an endowment); it is discounting tuition too much, and it is not attracting enough students, especially those who will pay more in tuition.

    Michael Groener, Drew’s vice president of finance and business affairs, who arrived on campus last fall, says the financial decline is largely the result of discounting the $42,000 sticker price too often and too much — sometimes by 50 percent. “That is pushing it about as far as we can go,” Mr. Groener says. In the years ahead, he says, Drew needs to bolster revenue through other means, mostly fund-raising, and look more closely at expenses by prioritizing what really matters in a good liberal-arts education.

    In recent years, net tuition revenue — what’s left after grant aid is subtracted — has either been flat or falling at 73 percent of colleges. But most colleges and universities, particularly private ones, lack the market power to raise their prices significantly in a down economy. Business and law schools are no longer the cash cows they once were for their parent institutions. Meanwhile, employees expect raises and other costs continue to rise.

    “This is a perfect storm, where you have a number of challenges at the same time over a long period of time,” says Ms. Kedem, the Moody’s analyst.

    For public universities, the big challenge is that states are getting out of the business of higher education. In 1987, states kicked in about three quarters of what public colleges spent on education; now they contribute about half. The rest has to come from tuition.

    By some measures, state taxpayer support for higher education hasn’t been this low since 1965, when there were 16 million fewer students in the system. As a result, public colleges have joined with cash-strapped private colleges on the hunt for more students who can pay full freight. That has led many schools to recruit foreign students and caused public colleges to look across state lines for students, who pay about twice as much as their in-state counterparts.

    But the pool of students able to pay higher prices shows signs of running dry. The economic crisis has left the median American family with no more wealth than it had in the early 1990s. Experts predict a drop in the number of affluent, well-prepared high school graduates — the type that every college is after. One analysis conducted by a small private college in the Northeast found that of the 4.3 million 18-year-olds in 2009, only 996 had above-average SAT scores, family incomes over $200,000 a year, and had indicated that they wanted to attend a small, private college in the mid-Atlantic or Northeast regions. Of course, hundreds of colleges are going after those same students.

    Despite evidence to the contrary, some colleges still think the tough times are a temporary inconvenience — that eventually they will again be able to pass on their additional costs to students or get more money from the state and federal governments. But the most informed and realistic of higher education leaders realize they are now living in a new normal.

    The collapse of higher education’s business model has been predicted many times before. Yet more colleges have opened their doors than closed them in the past 50 years. Perhaps the continued financial struggles indicate that there are just too many colleges for the marketplace — or at least too many that, with their climbing walls, lazy rivers and five-star dormitories, look too much alike in the battle for prestige, and have lost sense of their mission. A thinning of the ranks might be long overdue.

    Just because we believe that colleges are a public trust and shouldn’t fail doesn’t mean they won’t.

    Jeffrey J. Selingo is editor at large at The Chronicle of Higher Education. This essay is adapted from “College (Un)Bound: The Future of Higher Education and What It Means for Students,” to be published May 7 by New Harvest.

    Contra Margareth Thatcher: o mau gosto britanico - Le Monde

    Pronto, para não dizer que sou unilateral nos elogios a Margareth Thatcher (o que aliás nunca fiz, apenas tentando oferecer um depoimento sincero, e postagens inteligentes sobre sua obra e seu legado), coloco aqui, agora, uma matéria do Le Monde, que sintetiza todo o mau humor britânico contra a controvertida personagem.
    Que fique bem claro: o lado positivo de sua gestão excede em muito, imensamente, os erros que ela possa ter cometido. Eu conheci, diretamente, as duas "Grã-Bretanhas": a de antes, decadente, suja, paralisada pelas máfias sindicais, e a que sucedeu: não perfeita, mas muito melhor, sem chantagem de lobistas irresponsáveis, novamente dinâmica.
    Mas existe todo um público disposto a cuspir na tomba dela: são os ignorantes, os fundamentalistas, os intolerantes. Eles devem gostar de alguns dos links abaixo.
    Paulo Roberto de Almeida
    PS.: Seguir o link do Le Monde para ver as outras músicas anti-Thatcher.

    "Ding Dong ! The witch is dead" au hit-parade après la mort de Thatcher

    Le Monde.fr avec AFP | • Mis à jour le
    Le groupe audio-visuel BBC a finalement décidé vendredi 12 avril, après beaucoup d'hésitations, de diffuser un court extrait de "Ding Dong ! The witch is dead" (La sorcière est morte), une chanson tiré du Magicien d'Oz devenue un tube sur internet après le décès de Margaret Thatcher, dans le cadre de son hit parade hebdomadaire sur Radio 1.
    Une campagne menée par des opposants à l'ancienne première ministre britannique, décédée à 87 ans, a propulsé le titre en 3e position de l'Official Charts, organisme qui certifie les ventes de l'industrie musicale. Elle est devancée de 12 000 exemplaires par le numéro 1, mais gagne le droit à être émise sur la BBC.
    Plus grand diffuseur de radio-télévision du monde, cette dernière a indiqué qu'elle jouerait dimanche un bref extrait sur Radio 1, dans l'émission The Official charts show, après les plaintes de personnes estimant que la chanson était agressive et manquait de goût. Le régulateur de la chaîne, Ben Cooper, a déclaré qu'il s'était senti coincé "entre le marteau et l'enclume" : "personne à Radio 1 ne souhaite causer d'offense, mais je crois aussi que nous ne pouvons pas ignorer la chanson dans notre émission".
    LA LIBERTÉ DE PAROLE
    "Personnellement, je crois qu'elle est déplaisante et déplacée, a ajouté le nouveau PDG de la BBC Tony Hall. Néanmoins, je crois vraiment qu'il ne serait pas bien d'interdire une chanson, car la liberté de parole est un principe important et que l'interdiction ne ferait que lui donner plus de publicité". "Nous avons convenu que nous ne jouerions pas la chanson en entier, mais que nous la traiterions plutôt comme une information d'actualité et que nous en diffuserions un court extrait pour la remettre dans son contexte", a-t-il dit.


    "Brûle en enfer Maggie", dit ce graffiti du centre de Londres.
    Le tube s'est écoulé à 20 000 exemplaires selon l'Official Charts. "C'est une tentative de manipulation des hit-parades par des personnes qui essaient de faire passer un message politique. Beaucoup de gens vont trouver cela choquant et violent, et pour ces raisons, il serait mieux que la BBC s'abstienne de la jouer", avait déclaré au Daily Mail John Whittingale, président conservateur de la commission pour la culture, les médias et le sport au Parlement britannique.
    Charles Moore, biographe officiel de l'ancienne première ministre a donné sa lecture du phénomène, dans une interview à la BBC : "Ce qui se passe, c'est que les médias – et en particulier la BBC qui a essayé pendant 24 heures d'être sympathique envers Mme Thatcher, mais n'a pas pu le supporter plus longtemps – promeuvent jour après jour l'idée que Mme Thatcher est une figure qui divise, et que les gens salissent sa réputation en célébrant sa mort". L'élue conservatrice a toujours reproché à la BBC un parti pris gauchisant.
    CHANTEURS RÉJOUIS
    Nombre de musiciens vedettes des années 1980 se sont ouvertement réjouis de sa mort. Bobby Gillespie, le chanteur du groupe écossais Primal Scream, s'est déclaré "heureux", dans une interview à l'AFP jeudi à Paris. Morrissey, leader des Smiths et auteur en 1988 de la chanson "Margaret on the guillotine", a condamné l'action de cette dernière, précisant qu'"aucune personnalité politique britannique n'a jamais été aussi méprisée par les Britanniques que Margaret Thatcher" dans un communiqué mardi.
    Des "protest songs" des années 1980 ont par ailleurs été remis au goût du jour à l'approche des funérailles, mercredi à Londres. C'est le cas d'un fameux 33 tours "Tramp the dirt down" (Piétinez la tombe) sorti en 1989. "Quand enfin on te mettra en terre/ Je me tiendrai sur ta tombe et la piétinerai", y chante Elvis Costello.
    Le tube fait partie de la playlist créée par le site Red Pepper, qui se présente comme "un magazine de révolte et de dissidence politique". Au programme : "Maggie Maggie Maggie (out out out)" du groupe The Larks, "The day that Thatcher dies" (le jour où Thatcher mourra) par Hefner, qui comprend ces paroles : "Nous rirons le jour où Thatcher mourra/Même si nous savons que ce n'est pas bien/ Nous danserons et chanterons toute la nuit". Le blog cite aussi "Kick out the Tories" (dégage les Conservateurs) de Newtown Neurotics et "Maggie's last party" de V.I.M.
    Le premier ministre David Cameron et le chef de l'opposition Ed Miliband, se sont l'un et l'autre élevés contre les diverses manifestations "déplacées" à l'occasion du décès de Mme Thatcher.
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    Margaret Thatcher durant une conférence du parti conservateur à Brighton, en 1981.

    Le pouvoir hypnotique de Margaret Thatcher8

    L'écrivain britannique Ian McEwan se souvient : "Nous nous demandions si la réalité n'avait pas accouché d'un personnage au-delà de notre imagination."