Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Identificado o "gabinete da raiva" do Palacio do Planalto: STF vai investigar
O Império se inquieta e indica seus atuais "inimigos" - Novo podcast do Belfer Center da Harvard University
Parece ser o caso dos representantes do mais brilhante establishment de pensamento estratégico (junto com Yale e alguns think tanks de Washington, notadamente o CSIS), o Belfer Center da Universidade de Harvard.
Ele já identificaram os seus inimigos do momento: Rússia, China e Irã.
Não creio que qualquer um desses Estados, duas grandes potências e uma potência média, queira enfrentar o império americano, mas o problema é que o império PRECISA de inimigos, do contrário como viveriam os seus militares paranoicos do Pentágono e agora, também, os novos paranoicos da academia.
Em todo caso, vamos ouvi-los.
Paulo Roberto de Almeida
São Paulo, 31/10/2019
Morgan L. Kaplan
Executive Editor, International Security
IS: Off the Page
Current Episode
01. "Weaponized Interdependence – Economic Networks, Sanctions, and State Coercion"
- Henry Farrell and Abraham Newman, “America’s Misuse of Its Financial Infrastructure,” The National Interest, April 15, 2019.
- Abraham Newman, “US and China are weaponising global trade networks,”Financial Times, September 1, 2019.
- Henry Farrell and Abraham Newman, “Weaponized Globalization: Huawei and the Emerging Battle over 5G Networks,”Global Asia, September 26, 2019.
- Elizabeth Rosenberg and Edoardo Saravalle, “China and the EU Are Growing Sick of U.S. Financial Power,”Foreign Policy, November 16, 2018.
- Howard Berman et al., “Maintaining America’s Coercive Economic Strength: Five Trends to Watch in U.S. Sanctions,” Center for a New American Security, March 27, 2019.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Argentina: a um passo da dolarização? - Mac Margolis (Bloomberg)
Could Dollarization Be Argentina’s Salvation?
Brasil-OCDE: os bloqueios - Vicente Nunes (CB)
Expectativa grande com vinda de técnicos da OCDE ao Brasil
ROSANA HESSEL
A partir de novembro, vários técnicos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estarão a caminho do Brasil para levantamentos de dados dos relatórios anuais. Uma das missões confirmadas para o mês que vem é a que trabalha no combate à corrupção, uma vez que a entidade tem demonstrado preocupação com a piora do país nesse tema. As datas ainda não foram definidas, segundo a assessoria do órgão, mas a expectativa é grande dentro e fora do governo com a visita.
Governo Bolsonaro: a hipocrisia como política externa - Jamil Chade
Numa política externa dogmática, uma ditadura de esquerda é uma ditadura de esquerda. Já uma ditadura de direita é um aliado e um parceiro comercial
Jamil Chade -
A coerência de um líder é, provavelmente, uma de suas maiores virtudes para conquistar credibilidade internacional e respeito. Questionar uma ideologia, sempre que dentro da lei, é legítimo. Preferir um certo caminho econômico, desde que não retire direito fundamentais de seus cidadão, é sempre uma opção.
O que não é uma opção é a hipocrisia. Desde que assumiu o Governo, Jair Bolsonaro colocou Nicolas Maduro e Havana como seus maiores inimigos no hemisfério. Para questionar e tirar qualquer tipo de legitimidade do Governo de Caracas, ele e seu chanceler, Ernesto Araújo, fizeram questão de denunciar o caráter autoritário do regime venezuelano.
Cuba é também uma obsessão do atual Coverno. Com pouca relevância hoje no mundo, a ilha caribenha mereceu espaço nobre no discurso do presidente na Assembleia Geral da ONU. Poucos dias depois, de próprio punho, Araújo mandou instruções a seus diplomatas para que usassem uma reunião das Nações Unidas para atacar Havana. Uma embaixadora chegou a alertar que aquele ataque era desnecessário. Mas ordens são ordens.
Brasília está errada em denunciar as violações em Cuba e Venezuela? Não necessariamente. A própria ONU, desprezada por Bolsonaro, acusa o governo de Maduro de ter montado uma verdadeira máquina de repressão. Antes mesmo da intensificação da crise, a cúpula das Nações Unidas já alertava para o fato de que a democracia estava ameaçada em Caracas.
Mas o problema é quando se opta por chamar Maduro de ditador e os cubanos de ameaça, enquanto fecha-se os olhos para afirmar, com orgulho, que temos “afinidades” com um príncipe saudita acusado das piores atrocidades.
Ao desembarcar num dos regimes mais repressores do mundo, a Arábia Saudita, o chanceler publicou comentários nas redes sociais contra o novo governo argentino. Um dos argumentos de seu ataque era de que Alberto Fernandez estaria apoiando ditaduras.
Riad e sua opressão contra a liberdade de imprensa pareciam não constranger os membros do Governo brasileiro. Tampouco parecia ser um problema o papel secundário que se dá à mulher. Ápice da falta de coerência foi ainda o comentário do presidente de que as mulheres desejariam passar uma tarde como o príncipe saudita, como ele fez.
Em junho, estive com Hatice Cengiz, a noiva de Jamal Khashoggi, jornalista saudita morto dentro de um consulado saudita. Ela apelava para que Bolsonaro cobrasse o príncipe Mohamed Bin Salmam pela morte do crítico ao regime. Os elogios do brasileiro ao herdeiro do trono soaram com um solene ato de chancela e um recado: esse assunto não nos incomoda.
Tudo tinha um preço. Ao final do encontro, o Governo anunciou investimentos de 10 bilhões de dólares por parte dos sauditas no Brasil. O silêncio cúmplice sobre mortes, abusos e golpes sobre a dignidade compensavam. Se a oposição simplesmente não tem o direito de existir, talvez essa conversa fique para uma outra ocasião.
Essa não foi a única vez em que o Governo Bolsonaro traçou uma linha para diferenciar entre ditaduras. Há poucas semanas, num comunicado, Brasília criticou o fato de o governo Maduro ter sido eleito para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mas mandou parabenizar regimes como o da Mauritânia, Sudão e outros, também eleitos.
Agora, a turnê de Bolsonaro pelo Oriente Médio reforça necessidade de esclarecimentos urgentes. Para além de suas afinidades com um príncipe acusado de repressão, Bolsonaro precisa explicar o que entende exatamente por “democracia” ou “ditadura”.
Sem uma explicação, temos duas hipóteses.
Na melhor delas, sabemos que somos governados por hipócritas. Um aliado de Donald Trump que seja uma ditadura é um amigo. Uma ditadura que seja adversária da Casa Branca é um governo ilegítimo e que merece nosso desprezo. Numa política externa dogmática, uma ditadura de esquerda é uma ditadura de esquerda. Já uma ditadura de direita é um aliado e um parceiro comercial.
Na pior das hipóteses, porém, o temor é de que tenhamos um chefe-de-estado que considere que, em algumas situações, abolir o estado de direito, os direitos humanos e a democracia sejam atos legítimos.
Numa política externa que supostamente defende valores democráticos e de liberdades individuais, o comportamento do Governo na Arábia Saudita é a comprovação de que a diplomacia nacional é guiada pela hipocrisia típica das ideologias. Hipocrisia essa, porém, incapaz de abafar o insuportável grito das vítimas e de uma dor que não conhece ideologia.
Jamil Chade é correspondente na Europa desde 2000, mestre em relações internacionais pelo Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra e autor do romance O Caminho de Abraão (Planeta) e outros cinco livros.
As promessas quebradas de JB - Deutsche Welle
Como se reconhece um cretino? - Ricardo Bergamini
LULA, O DEGRADADOR DE INSTITUIÇÕES
O papel de um governante, de um chefe de estado, não é lamentar que as instituições sejam assim ou assado: a ele cabe seguir as leis e tomar a iniciativa, se achar conveniente, de propor mudanças. Há caminhos para isso.
“Somos nós, os deputados, os senadores, que vamos fazendo lei, lei, lei, lei. E uma lei vai atropelando a outra, e vai atropelando a outra, e quando a gente tem que xingar alguém, xinga a gente mesmo, que é a gente que vai criando as leis, e vai gerando dificuldade.
(…)
Você tinha um exército de execução falido, mal-remunerado e desmotivado, e você tinha uma baita de uma máquina de fiscalização, bem remunerada. É só ver quanto ganha um engenheiro no Tribunal de Contas [da União] e ver quanto ganha um engenheiro numa obra aqui no Ceará (…) E quando a gente pensa que está tudo pronto, a gente visita uma obra, a oposição fala: é política.”
terça-feira, 29 de outubro de 2019
Falta um chanceler ao Brasil - Josias de Souza
Deu no que deu: o chanceler acidental se esforça para agradar a Bolsofamiglia e exacerba as grandes bobagens diplomáticas que o capitão e seus acólitos não cessam de cometer.
Não hesito em dizer, é aliás o subtítulo de meu livro: a destruição da inteligência no Itamaraty.
Josias de Souza reflete alguns desses impasses no artigo abaixo. Eu tenho dezenas de outros exemplo da nossa atual Miséria da Diplomacia, o título de meu livro, livremente disponível em meu blog.
Paulo Roberto de Almeida
Bolsonaro briga com a lógica e o povo argentino
Bolsodiplomacia: ganhe perdendo
Quer dar uma de Trump e bancar embaixada do Brasil em Jerusalém; não consegue e ainda irrita os árabes
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Atacar os deputados do PSL que visitaram a China "comunista"
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Tentar derrubar Maduro e não conseguir
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Assinar acordo Mercosul-UE azeitado pela diplomacia do governo Temer
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Deixar o fogo comer solto na Amazônia e demitir diretor do INPE [😬Mercosul-UE]
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Mandar Angela Merkel enfiar a verba de ajuda à Amazônia no... nas florestas da Alemanha [😬Mercosul-UE]
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Mandar Noruega usar verba de ajuda à Amazônia para reflorestar Alemanha [😬Mercosul-UE]
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Cancelar reunião com chanceler francês pra cortar cabelo [😬Mercosul-UE]
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Brigar com Macron e xingar a mulher dele [💣Mercosul-UE]
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Agredir a memória do pai de Michelle Bachelet [😬ONU 💣Chile]
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Fazer discurso virulento e anacrônico na ONU [ 💣ONU]
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Tentar tornar filho chapeiro diplomata nos EUA
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EUA recomendam Argentina e Romênia pra OCDE, sequer mencionam Brasil [😫]
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Filho chapeiro, Chancelouco e Robespirralho vão até Trump pra tentar reverter decisão sobre OCDE, saem da reunião com cara de bosta
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Filho chapeiro sem chances de ser diplomata nos EUA
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"Irmão" Netanyahu não consegue formar governo em Israel
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Visitar China, que não é mais "comunista"
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Em Abu Dhabi, agora os árabes são "irmãos"; levou até Hélio Negão na comitiva, só não levou diplomata tradutor de árabe
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Esnobar jantar oferecido pelo imperador japonês, diz por aí que prefere comer Miojo
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Seu "amigo" Piñera está em maus lençóis no Chile [😬Guedes]
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Ameaça isolar a Argentina no Mercosul se Fernandéz vencer
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Reclama da vitória de Fernandéz na Argentina e diz que não vai cumprimentá-lo
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EUA dizem estar dispostos a trabalhar com Fernández, e que têm uma relação longa com a Argentina, "marcada pelo respeito mútuo" [🙈]
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Resultado: 120⬆ e 420⬇ = 300⬇
Dia Nacional do Livro (esses maltratados): 29 de outubro
No dia 29 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Livro. A data foi escolhida por fazer alusão à Biblioteca Nacional do Livro, primeira biblioteca brasileira, fundada em 1810 no Rio de Janeiro pela coroa portuguesa. Os livros são, há milhares de anos, um dos principais meios de comunicação e propagação do conhecimento da sociedade.
Atualmente, com o mundo digital, os livros mudaram de formato, mas não perderam a importância nem a majestade. Os livros online ou e-books ganharam grande adesão nos últimos anos, tornando o acesso à leitura mais democrático. É bom lembrar que os livros tradicionais, com aquele cheirinho de novo e capas detalhadas ou os antigos e cheios de anotações nunca deixarão de existir.
Não importa o formato, os livros sempre serão a ponte para um novo e mágico mundo, no qual todas as possibilidades existem, onde há drama, romance, comédia ou qualquer que seja seu gênero preferido.
Leia mais, leia sempre!
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