Minhas respostas a uma dessas consultas que recebo regularmente de estudantes em busca de algum material para rechear trabalhos escolares, e que costumo responder bilateralmente. Coloco aqui, pois pode interessar outros igualmente.
1) Como você vê a imprensa norte-americana após o 11 de setembro?
Ela foi certamente impactada fortemente pelo episodio, e reagiu como toda a sociedade: indignacao suprema em face de um ataque covarde, criminoso e assassino. Alias, para a imprensa e a sociedade dos EUA os ataques não foram um simples episodio e sim uma reviravolta fundamental na questao da segurança e do terrorismo internacional, que ate entao eram preocupacoes relativamente distantes do americano medio.
2) Você acredita que o povo americano apoia o governo e seus planos?
Imediatamente apos os ataques, a aprovacao do e ao governo subiu a niveis historicos, o que se confirmou ainda durante a invasao do Afeganistao. Posteriormente, com a questao do Iraque, a sociedade e a imprensa se dividiram, mas ainda assim uma maioria aprovava a destituicao de Saddam Husseim, uma vez que estavam convencidos pelas alegacoes da presidencia quanto ao perigo representado pelo Iraque. Posteriormente, com a deterioracao da situacao da segurança no Iraque e as mortes crescentes de soldados americanos, a opiniao voltou-se contra o governo.
3) Você acha que a imprensa norte americana após o atentado, consegue ser IMPARCIAL?
Não existe uma unica imprensa americana, mas diferentes veiculos de comunicacao com conteudos e enfases diversos.
Os grandes canais de TV (com excecao da Fox, resolutamente governista e conservadora) e os grandes jornais de opiniao conseguem ser bastante objetivos na sua cobertura, oferecendo espaco para todos os fatos envolvendo a luta contra o terror, mesmo aqueles mais incomodos para o governo, como podem ser as torturas na prisao de Abu-Graib, a situacao indefinida dos prisioneiros em Guantanamo, os abusos cometidos pelas tropas no Iraque e outros eventos incomodos para o governo.
Não sei se isso significa ser imparcial, pois ela está obviamente comprometida com a luta contra o terrorismo, eximindo-se, por exemplo, de publicar dados que poderiam ser prejudiciais à seguranca dos EUA, mas creio que a grande imprensa dos EUA ainda se mantem bastante objetiva na cobertura desses processos.
Os melhores exemplos sao obviamente os dois grandes jornais, The New York Times e The Washington Post, que fazem uma cobertura honesta de todos os aspectos envolvidos na luta contra o terrorismo. Os grandes canais de TV tambem veiculam trechos importantes das declaracoes dos proprios terroristas, tais como transmitidos por canais como al-Jazira, apenas eliminando as cenas mais degradantes como degola de prisioneiros e outras cenas chocantes.
No computo geral, minha apreciação da imprensa americana é bastante positiva, pois ela consegue ser objetiva e não se subordina aos interesses dos governos de plantão, pensando mais em termos de sociedade e de nação.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 24 de junho de 2006
513) A Embaixada dos EUA em Brasilia: um premio de consolacao?
Trechos finais de matéria do Valor Econômico desta Sexta-Feira 23 de junho de 2006, do correspondente em Washington, Ricardo Balthazar:
O novo embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, "um homem de negócios que fez fortuna com uma empresa de telefonia na internet chamada Net2Phone, levantou mais de US% 400 mil para candidatos do Partido Republicano nos últimos anos. Ele disputou a indicação do partido para concorrer a governador do Estado de Nova Jersey neste ano, mas perdeu a vaga para outro candidato. Anunciada logo depois, sua indicação como embaixador no Brasil foi vista por muitos como um prêmio de consolação".
Se ouso interpretar bem, os US$ 400 mil foram para vários candidatos do Partido Republicano, o que colocaria, digamos assim, a cotação de uma embaixada no Brasil, no ranking de contribuições financeiras, algo abaixo disso...
O novo embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, "um homem de negócios que fez fortuna com uma empresa de telefonia na internet chamada Net2Phone, levantou mais de US% 400 mil para candidatos do Partido Republicano nos últimos anos. Ele disputou a indicação do partido para concorrer a governador do Estado de Nova Jersey neste ano, mas perdeu a vaga para outro candidato. Anunciada logo depois, sua indicação como embaixador no Brasil foi vista por muitos como um prêmio de consolação".
Se ouso interpretar bem, os US$ 400 mil foram para vários candidatos do Partido Republicano, o que colocaria, digamos assim, a cotação de uma embaixada no Brasil, no ranking de contribuições financeiras, algo abaixo disso...
512) Verdureiros do Brasil, uni-vos (na conquista do poder...)
Amanhã eu vou conferir os preços no supermercado perto de casa. Se estiver superafaturado, seria o caso de sugerir uma CPI?
Do site do Josias de Souza, 21/06/2006
A Presidência vai à feira
Da coluna de Mônica Bergamo (para assinantes da Folha):
A Presidência da República abriu licitação para o fornecimento de hortifrutigranjeiros por seis meses ao Palácio do Planalto. As frutas devem ser "de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvidas e maduras". Não serão permitidas "manchas ou defeitos na casca". As verduras devem ser "frescas", isentas de "odor e sabor estranhos". Bactérias do grupo "coliforme de origem fecal" podem estar presentes "2 x 102/g", de acordo com o edital. Gasto estimado: R$ 27.347,00, ou R$ 4.557 por mês. Confira alguns preços abaixo:
ABACAXI PÉROLA
800 unidades - (R$ 3,90/un) R$ 3.120,00
ALFACE ROXA
50 maços - (R$ 1,30/mç) - R$ 65,00
BANANA PRATA
300 kg - (R$ 1,75/kg) - R$ 525,00
CEBOLA
50 kg- (R$ 1,75/kg) - R$ 87,50
GOIABA
600 kg - (R$ 3,90/kg) - R$ 2.340,00
LARANJA PÊRA
2.500 kg - (R$ 1,45/kg) - R$ 3.625,00
LIMÃO
100 kg - (R$ 2,50/kg) - R$ 250,00
MAÇÃ GALA
600 kg - (R$ 4,50/kg) - R$ 2.700,00
MAMÃO PAPAYA
200 kg - (R$ 2,90/kg) - R$ 580,00
MELANCIA
800 kg - (R$ 1,25/kg) - R$ 1.000,00
OVOS TIPO EXTRA
50 dúzias - (R$ 2,90/dz) - R$ 145
UVA RUBI
362 kg - (R$ 6,90/kg) - R$ 2.497
Escrito por Josias de Souza às 15h51
Do site do Josias de Souza, 21/06/2006
A Presidência vai à feira
Da coluna de Mônica Bergamo (para assinantes da Folha):
A Presidência da República abriu licitação para o fornecimento de hortifrutigranjeiros por seis meses ao Palácio do Planalto. As frutas devem ser "de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvidas e maduras". Não serão permitidas "manchas ou defeitos na casca". As verduras devem ser "frescas", isentas de "odor e sabor estranhos". Bactérias do grupo "coliforme de origem fecal" podem estar presentes "2 x 102/g", de acordo com o edital. Gasto estimado: R$ 27.347,00, ou R$ 4.557 por mês. Confira alguns preços abaixo:
ABACAXI PÉROLA
800 unidades - (R$ 3,90/un) R$ 3.120,00
ALFACE ROXA
50 maços - (R$ 1,30/mç) - R$ 65,00
BANANA PRATA
300 kg - (R$ 1,75/kg) - R$ 525,00
CEBOLA
50 kg- (R$ 1,75/kg) - R$ 87,50
GOIABA
600 kg - (R$ 3,90/kg) - R$ 2.340,00
LARANJA PÊRA
2.500 kg - (R$ 1,45/kg) - R$ 3.625,00
LIMÃO
100 kg - (R$ 2,50/kg) - R$ 250,00
MAÇÃ GALA
600 kg - (R$ 4,50/kg) - R$ 2.700,00
MAMÃO PAPAYA
200 kg - (R$ 2,90/kg) - R$ 580,00
MELANCIA
800 kg - (R$ 1,25/kg) - R$ 1.000,00
OVOS TIPO EXTRA
50 dúzias - (R$ 2,90/dz) - R$ 145
UVA RUBI
362 kg - (R$ 6,90/kg) - R$ 2.497
Escrito por Josias de Souza às 15h51
511) A batalha de Lepanto ainda nao terminou...
Abaixo, uma matéria sobre uma importante pesquisa de opinião pública que confirma o grande abismo existente entre as visões do mundo de povos islâmicos e ocidentais.
Para os que nao sabem ou se esqueceram, a batalha de Lepanto foi uma grande confrontação naval, perto do Tirreno, entre frotas islâmicas (otomanas) e européias, que no seculo XVI conseguiu refrear o ímpeto muçulmano na conquista da Europa. Foi uma espécie de Pirineus naval, ainda que os turcos tenham batido às portas de Viena pouco depois, mas a onda estava contida. Hoje seria preciso enterrar a Lepanto mental que ainda separa as duas grandes comunidades que continuam a se "enfrentar" em torno do Mediterrâneo, mas isso vai demorar mais um pouco...
"Great Divide" Seen in Muslim and Western Opinions
Jim Lobe
WASHINGTON, Jun (IPS) - A "great divide" separates the worldviews of Muslims and Westerners, according to the results of a major new survey which suggests that European Muslims, who held the most tolerant views, could be a bridge between the two groups.
"Many in the West see Muslims as fanatical, violent, and as lacking tolerance," according to an analysis of the survey by the Washington-based Pew Global Attitudes Project. "Muslims in the Middle East and Asia generally see Westerners as selfish, immoral and greedy -- as well as violent and fanatical."
But the survey also found that was less true among European Muslims. "In many ways, the views of Europe's Muslims represent a middle ground between the way Western publics and Muslims in the Middle East and Asia view each other," it said.
The survey and analysis, which were released by Pew here Thursday, found that positive views held by Muslims of al Qaeda leader Osama bin Laden and terror tactics associated with him have declined over the past year, quite substantially in Pakistan and Jordan, where suicide attacks killed more than 50 people in Amman hotels over the last year.
At the same time, the percentage of Muslims who believe that Arabs did not carry out the Sep. 11, 2001, attacks on New York and the Pentagon has increased. Majorities in Indonesia, Turkey, Egypt, Jordan and among the Muslim community in Britain doubt that Arabs had any role.
The survey, which was carried out in 13 countries from the beginning of April until mid-May, found that negative views of Muslims have become especially pronounced in Germany and Spain, where only 36 percent and 29 percent of respondents, respectively, expressed favourable opinions of Muslims. Both marked major declines from the last Pew poll one year ago.
By contrast, nearly two-thirds of French and British citizens said they had favourable views of Muslims. Fifty-six percent of Russians agreed with that opinion, as did 54 percent of U.S. respondents.
Interestingly, British and French respondents were the most upbeat as well about the prospects for democracy in Muslim countries. Six in 10 respondents in France and Britain said democracy can work well there, while only 49 percent of U.S. citizens and an average of four in 10 Spanish and Germans agreed.
More than 60 percent of Indonesians and Jordanians said they had favourable views of Christians, followed by 48 percent of Egyptians.
But only about one in four Pakistanis described their views as favourable, while only about one in seven Turks agreed, a possible reflection of growing anti-European and anti-U.S. opinion resulting from negotiations over Turkey's admission to the European Union and the popular anger there against the U.S. invasion of Iraq.
By contrast, Muslims living in Europe were much more positive about Christians, one of a number of indications in the survey that European Muslims are not only considerably less alienated from the societies in which they reside than many recent analyses have suggested, but also that they could act as a moderating force in the Muslim-Western divide.
Nine out of 10 French Muslims said they had positive views of Christians, followed by eight out of 10 Spanish Muslims (in spite of the strongly anti-Muslim views of most Spanish). Roughly seven out of 10 English and German Muslims also said their views of Christians were favourable.
Of all Muslim populations surveyed, French Muslims were by far the most positive toward Jews -- 71 percent said they had favourable opinions, roughly twice the percentage of Muslims in Britain, Germany and Spain.
Elsewhere in the Muslim world, views of Jews were far more negative: in Indonesia, 17 percent of respondents said they had favourable opinions; in Turkey, 15 percent; in Pakistan six percent; and in the two Arab countries countries surveyed, Egypt and Jordan, only two and one percent, respectively.
As to relations between Muslims and Westerners, majorities in 10 out of 12 countries described them as "generally bad". In Europe, the most negative views were found in Germany (70 percent said "generally bad") and France (66 percent). Fifty-five percent of U.S. respondents described it the same way.
Turkey was the most negative of the predominantly Muslim nations, with nearly two-thirds opting for "generally bad" -- although 77 percent of Nigerian Muslims made the same assessment -- followed by Egypt (58 percent), Jordan (54 percent), and Indonesia (53 percent). Pakistan, where a slight plurality said that relations were "generally good", was the only exception.
The Pew analysis concluded that Muslims hold "an aggrieved view of the West -- they are much more likely than Americans or Western Europeans to blame Western policies for their own lack of prosperity. For their part Western publics instead point to government corruption, lack of education and Islamic fundamentalism as the biggest obstacles to Muslim prosperity."
Thus, Muslims, particularly in Asia and the Middle East, tended to blame the controversy over the Danish cartoon depictions of Mohammad earlier this year on Western disrespect for Islam. Majorities in the U.S. and Europe, on the other hand, blamed the crisis on Muslim intolerance.
In many respects, the two groups hold mirror images, however. When asked to choose among a list of negative traits Muslim and non-Muslim respondents saw in the other group, the survey found that Muslims in the Middle East and Asia -- often by large majorities -- generally view Westerns as selfish, arrogant, and violent. European Muslims, particularly those in France and Spain, however, tended to be far less damning about the traits of non-Muslims than in predominantly Muslim countries.
At the same time, majorities of non-Muslims in Europe found Muslims to be fanatical and violent, although only minorities in Britain, the U.S. and France subscribed to that view.
The survey's findings suggested that French and Spanish Muslims were the least alienated from their surrounding societies, even if the general public in Spain was found to be the most hostile toward Muslims of any of the European societies covered by the poll.
Four in ten non-Muslim Spaniards said they believe that most or many Muslims in their country support Islamic extremism, but only 12 percent of Spanish Muslims agreed. Of the four minority publics surveyed, British Muslims are the most critical of their country and "come closer to views of Muslims around the world in their opinions of Westerners".
The religious divide was found to be surprisingly sharp in Nigeria, where, for example, nearly three out of four Muslims and Christians ascribed negative traits to the other groups. Nigerian Muslims also constituted a "conspicuous exception" to the trend toward declining confidence in bin Laden in the Muslim world.
More than six in 10 Nigerian Muslims said they have at least some confidence in the al Qaeda leader, up from 44 percent in 2003. In addition, nearly half of Nigeria's Muslims said that suicide bombings could be justified often or sometimes in the defence of Islam.
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This and all "other news" issues can be found at http://soros.c.topica.com/maaeVu6abrvofbRHD37b/
Para os que nao sabem ou se esqueceram, a batalha de Lepanto foi uma grande confrontação naval, perto do Tirreno, entre frotas islâmicas (otomanas) e européias, que no seculo XVI conseguiu refrear o ímpeto muçulmano na conquista da Europa. Foi uma espécie de Pirineus naval, ainda que os turcos tenham batido às portas de Viena pouco depois, mas a onda estava contida. Hoje seria preciso enterrar a Lepanto mental que ainda separa as duas grandes comunidades que continuam a se "enfrentar" em torno do Mediterrâneo, mas isso vai demorar mais um pouco...
"Great Divide" Seen in Muslim and Western Opinions
Jim Lobe
WASHINGTON, Jun (IPS) - A "great divide" separates the worldviews of Muslims and Westerners, according to the results of a major new survey which suggests that European Muslims, who held the most tolerant views, could be a bridge between the two groups.
"Many in the West see Muslims as fanatical, violent, and as lacking tolerance," according to an analysis of the survey by the Washington-based Pew Global Attitudes Project. "Muslims in the Middle East and Asia generally see Westerners as selfish, immoral and greedy -- as well as violent and fanatical."
But the survey also found that was less true among European Muslims. "In many ways, the views of Europe's Muslims represent a middle ground between the way Western publics and Muslims in the Middle East and Asia view each other," it said.
The survey and analysis, which were released by Pew here Thursday, found that positive views held by Muslims of al Qaeda leader Osama bin Laden and terror tactics associated with him have declined over the past year, quite substantially in Pakistan and Jordan, where suicide attacks killed more than 50 people in Amman hotels over the last year.
At the same time, the percentage of Muslims who believe that Arabs did not carry out the Sep. 11, 2001, attacks on New York and the Pentagon has increased. Majorities in Indonesia, Turkey, Egypt, Jordan and among the Muslim community in Britain doubt that Arabs had any role.
The survey, which was carried out in 13 countries from the beginning of April until mid-May, found that negative views of Muslims have become especially pronounced in Germany and Spain, where only 36 percent and 29 percent of respondents, respectively, expressed favourable opinions of Muslims. Both marked major declines from the last Pew poll one year ago.
By contrast, nearly two-thirds of French and British citizens said they had favourable views of Muslims. Fifty-six percent of Russians agreed with that opinion, as did 54 percent of U.S. respondents.
Interestingly, British and French respondents were the most upbeat as well about the prospects for democracy in Muslim countries. Six in 10 respondents in France and Britain said democracy can work well there, while only 49 percent of U.S. citizens and an average of four in 10 Spanish and Germans agreed.
More than 60 percent of Indonesians and Jordanians said they had favourable views of Christians, followed by 48 percent of Egyptians.
But only about one in four Pakistanis described their views as favourable, while only about one in seven Turks agreed, a possible reflection of growing anti-European and anti-U.S. opinion resulting from negotiations over Turkey's admission to the European Union and the popular anger there against the U.S. invasion of Iraq.
By contrast, Muslims living in Europe were much more positive about Christians, one of a number of indications in the survey that European Muslims are not only considerably less alienated from the societies in which they reside than many recent analyses have suggested, but also that they could act as a moderating force in the Muslim-Western divide.
Nine out of 10 French Muslims said they had positive views of Christians, followed by eight out of 10 Spanish Muslims (in spite of the strongly anti-Muslim views of most Spanish). Roughly seven out of 10 English and German Muslims also said their views of Christians were favourable.
Of all Muslim populations surveyed, French Muslims were by far the most positive toward Jews -- 71 percent said they had favourable opinions, roughly twice the percentage of Muslims in Britain, Germany and Spain.
Elsewhere in the Muslim world, views of Jews were far more negative: in Indonesia, 17 percent of respondents said they had favourable opinions; in Turkey, 15 percent; in Pakistan six percent; and in the two Arab countries countries surveyed, Egypt and Jordan, only two and one percent, respectively.
As to relations between Muslims and Westerners, majorities in 10 out of 12 countries described them as "generally bad". In Europe, the most negative views were found in Germany (70 percent said "generally bad") and France (66 percent). Fifty-five percent of U.S. respondents described it the same way.
Turkey was the most negative of the predominantly Muslim nations, with nearly two-thirds opting for "generally bad" -- although 77 percent of Nigerian Muslims made the same assessment -- followed by Egypt (58 percent), Jordan (54 percent), and Indonesia (53 percent). Pakistan, where a slight plurality said that relations were "generally good", was the only exception.
The Pew analysis concluded that Muslims hold "an aggrieved view of the West -- they are much more likely than Americans or Western Europeans to blame Western policies for their own lack of prosperity. For their part Western publics instead point to government corruption, lack of education and Islamic fundamentalism as the biggest obstacles to Muslim prosperity."
Thus, Muslims, particularly in Asia and the Middle East, tended to blame the controversy over the Danish cartoon depictions of Mohammad earlier this year on Western disrespect for Islam. Majorities in the U.S. and Europe, on the other hand, blamed the crisis on Muslim intolerance.
In many respects, the two groups hold mirror images, however. When asked to choose among a list of negative traits Muslim and non-Muslim respondents saw in the other group, the survey found that Muslims in the Middle East and Asia -- often by large majorities -- generally view Westerns as selfish, arrogant, and violent. European Muslims, particularly those in France and Spain, however, tended to be far less damning about the traits of non-Muslims than in predominantly Muslim countries.
At the same time, majorities of non-Muslims in Europe found Muslims to be fanatical and violent, although only minorities in Britain, the U.S. and France subscribed to that view.
The survey's findings suggested that French and Spanish Muslims were the least alienated from their surrounding societies, even if the general public in Spain was found to be the most hostile toward Muslims of any of the European societies covered by the poll.
Four in ten non-Muslim Spaniards said they believe that most or many Muslims in their country support Islamic extremism, but only 12 percent of Spanish Muslims agreed. Of the four minority publics surveyed, British Muslims are the most critical of their country and "come closer to views of Muslims around the world in their opinions of Westerners".
The religious divide was found to be surprisingly sharp in Nigeria, where, for example, nearly three out of four Muslims and Christians ascribed negative traits to the other groups. Nigerian Muslims also constituted a "conspicuous exception" to the trend toward declining confidence in bin Laden in the Muslim world.
More than six in 10 Nigerian Muslims said they have at least some confidence in the al Qaeda leader, up from 44 percent in 2003. In addition, nearly half of Nigeria's Muslims said that suicide bombings could be justified often or sometimes in the defence of Islam.
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This and all "other news" issues can be found at http://soros.c.topica.com/maaeVu6abrvofbRHD37b/
sexta-feira, 23 de junho de 2006
510) Assim marcha a integracao (ou não...)
Brasil inicia ofensiva diplomática para acalmar Uruguai e Paraguai
Jornal Valor Econômico, 23/062006
O objetivo é tentar reagir ao descontentamento de Uruguai e Paraguai com o Mercosul
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, chegou na noite desta quinta-feira a Montevidéu acompanhado de funcionários de vários ministérios, órgãos governamentais e do BNDES, além de empresários. No domingo e na segunda o mesmo grupo estará em Assunção.
Amorim terá hoje reuniões com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e com os principais ministros de seu gabinete.
Paralelamente, acontece em Montevidéu um seminário empresarial em que o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, explicará as possibilidades de aceder a financiamentos do banco.
Também está em estudo a formalização de um convênio entre a instituição de crédito brasileira e o uruguaio Banco de la República para financiar projetos uruguaios que demandem a aquisição de bens e serviços brasileiros.
O objetivo da viagem é tentar dar uma resposta prática às queixas de uruguaios e paraguaios, que reclamam que o Mercosul não tem sido capaz de melhorar suas possibilidades de desenvolvimento e inserção internacional, atuando, muitas vezes, como uma trava.
O próprio Amorim disse recentemente que o Brasil deveria esforçar-se mais para ajudar o desenvolvimento dos sócios menores.
"O mea culpa oficial do Brasil pelo seu destrato comercial ao Uruguai e a promessa de corrigi-lo é uma boa notícia se desta vez isso se cumprir", afirmou em editorial o jornal " El Observador ".
O texto diz que a viagem de Amorim é uma "esperança", mas que essa esperança tem de se traduzir em fatos concretos.
A crise no Mercosul se agravou com o conflito entre Uruguai e Argentina por causa da instalação de duas fábricas de polpa de celulose no lado uruguaio da fronteira.
Manifestantes argentinos bloquearam durante vários meses o trânsito entre os países, causando prejuízos ao Uruguai e violando um dos princípios do Mercosul, a livre circulação.
Na esteira do conflito, o Uruguai ressuscitou a idéia de buscar acordos comerciais fora do bloco, possibilidade que Brasil e Argentina rejeitam.
"Temos que demonstrar que, num processo de integração, somos capazes de ajudar aos sócios menores", disse Amorim na semana passada, durante visita a Buenos Aires.
Essa ajuda viria com a melhoria das condições de acesso dos produtos provenientes dos países pequenos ao mercado brasileiro e por meio da participação do Brasil em projetos locais de energia e infraestrutura.
Para isso, viajam com o chanceler funcionários dos ministérios do Desenvolvimento, Minas e Energia, Agricultura e de organismos de certificação como o Inmetro.
Até julho, a presidência pro-tempore do bloco será ocupada pela Argentina, e o cargo irá depois para o Brasil.
Uma das queixas uruguaias é que o governo de Buenos Aires usou sua posição para evitar que o Mercosul tratasse da questão das fábricas de celulose.
O Brasil apóia o argumento argentino de que o conflito, no que diz respeito à possível contaminação que as fábricas venham a causar, tem de ser resolvido de maneira bilateral, de acordo com a decisão da Corte Internacional de Haia, onde o caso está sendo discutido.
Mas o Brasil admite levar para um tribunal arbitral do Mercosul a queixa uruguaia em relação aos prejuízos causados pelos bloqueios. (Paulo Braga)
Jornal Valor Econômico, 23/062006
O objetivo é tentar reagir ao descontentamento de Uruguai e Paraguai com o Mercosul
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, chegou na noite desta quinta-feira a Montevidéu acompanhado de funcionários de vários ministérios, órgãos governamentais e do BNDES, além de empresários. No domingo e na segunda o mesmo grupo estará em Assunção.
Amorim terá hoje reuniões com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e com os principais ministros de seu gabinete.
Paralelamente, acontece em Montevidéu um seminário empresarial em que o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, explicará as possibilidades de aceder a financiamentos do banco.
Também está em estudo a formalização de um convênio entre a instituição de crédito brasileira e o uruguaio Banco de la República para financiar projetos uruguaios que demandem a aquisição de bens e serviços brasileiros.
O objetivo da viagem é tentar dar uma resposta prática às queixas de uruguaios e paraguaios, que reclamam que o Mercosul não tem sido capaz de melhorar suas possibilidades de desenvolvimento e inserção internacional, atuando, muitas vezes, como uma trava.
O próprio Amorim disse recentemente que o Brasil deveria esforçar-se mais para ajudar o desenvolvimento dos sócios menores.
"O mea culpa oficial do Brasil pelo seu destrato comercial ao Uruguai e a promessa de corrigi-lo é uma boa notícia se desta vez isso se cumprir", afirmou em editorial o jornal " El Observador ".
O texto diz que a viagem de Amorim é uma "esperança", mas que essa esperança tem de se traduzir em fatos concretos.
A crise no Mercosul se agravou com o conflito entre Uruguai e Argentina por causa da instalação de duas fábricas de polpa de celulose no lado uruguaio da fronteira.
Manifestantes argentinos bloquearam durante vários meses o trânsito entre os países, causando prejuízos ao Uruguai e violando um dos princípios do Mercosul, a livre circulação.
Na esteira do conflito, o Uruguai ressuscitou a idéia de buscar acordos comerciais fora do bloco, possibilidade que Brasil e Argentina rejeitam.
"Temos que demonstrar que, num processo de integração, somos capazes de ajudar aos sócios menores", disse Amorim na semana passada, durante visita a Buenos Aires.
Essa ajuda viria com a melhoria das condições de acesso dos produtos provenientes dos países pequenos ao mercado brasileiro e por meio da participação do Brasil em projetos locais de energia e infraestrutura.
Para isso, viajam com o chanceler funcionários dos ministérios do Desenvolvimento, Minas e Energia, Agricultura e de organismos de certificação como o Inmetro.
Até julho, a presidência pro-tempore do bloco será ocupada pela Argentina, e o cargo irá depois para o Brasil.
Uma das queixas uruguaias é que o governo de Buenos Aires usou sua posição para evitar que o Mercosul tratasse da questão das fábricas de celulose.
O Brasil apóia o argumento argentino de que o conflito, no que diz respeito à possível contaminação que as fábricas venham a causar, tem de ser resolvido de maneira bilateral, de acordo com a decisão da Corte Internacional de Haia, onde o caso está sendo discutido.
Mas o Brasil admite levar para um tribunal arbitral do Mercosul a queixa uruguaia em relação aos prejuízos causados pelos bloqueios. (Paulo Braga)
509) De volta ao tema dos EUA como poder imperial
O biógrafo de Keynes e autor de um "much acclaimed" The Road from Serfdom, Lord Skidelsky, volta ao tema dos EUA enquanto novo império.
Ver o artigo completo neste link. Abaixo um resumo.
Hot, Cold & Imperial
By Robert Skidelsky
The question of how the world should be run, and America's part in its running, is the subject of much academic and political discussion in Washington these days. The factual questions are: Is the United States on the road to becoming an empire like the Roman and British Empires before it? What are the prospects for such an enterprise in today's world? More speculatively, does globalization require an imperial underpinning? There are also questions of value: Is imperialism a good or bad thing? Should the United States sacrifice its republican institutions in order to fulfil an imperial vocation?
Para ler o artigo completo, follow the link.
Ver o artigo completo neste link. Abaixo um resumo.
Hot, Cold & Imperial
By Robert Skidelsky
The question of how the world should be run, and America's part in its running, is the subject of much academic and political discussion in Washington these days. The factual questions are: Is the United States on the road to becoming an empire like the Roman and British Empires before it? What are the prospects for such an enterprise in today's world? More speculatively, does globalization require an imperial underpinning? There are also questions of value: Is imperialism a good or bad thing? Should the United States sacrifice its republican institutions in order to fulfil an imperial vocation?
Para ler o artigo completo, follow the link.
508) Um embaixador do barulho?
Serviço público de informação. Da coluna diária de Cesar Maia (23/06/2006):
EDIÇÃO ESPECIAL E EXCLUSIVA!
O EMBAIXADOR-AGENTE DO SNI QUE DENUNCIAVA, PRENDIA E COMPRAVA TRAIDORES!
Todos aqueles que lutaram por um regime democrático não podem ficar calados frente a um fato gravíssimo que é um governo - de partido do qual participam tantos que lutaram pela mesma causa, que foram presos e aviltados- indenizar e promover um embaixador que se prestou aos papéis mais sórdidos no período ditatorial. Tantos democratas que lutaram -pagando com sua saúde, sua vida, seu futuro- se encontram hoje em atividades profissionais as mais diversas e em partidos políticos distintos, em situações diferentes. Mas esse passado nos faz convergir.
Sou daqueles que entende que anistia é anistia, e para todos os lados. Mas indenizar um servidor público que em condição de mando ocultou sua identidade de agente de espionagem e delação, na carreira diplomática, e agora -inacreditavelmente- promovê-lo na aposentadoria, a embaixador da Guiné, como prêmio especial e reparo do que fez, é inaceitável. É escandaloso. O próprio processo que refez a decisão da comissão dirigida pelo embaixador Ricúpero, o indenizou e lhe concedeu direitos, deveria ser revisto a bem da moralidade pública e da integridade democrática.
Tive ocasião -uns poucos anos atrás- contar em artigo na imprensa (clique no final), o que se fez na embaixada brasileira em Santiago cujos "porões” serviram para reunião preparatória dos golpistas no dia 7 de setembro, no aniversário de nossa Pátria. A repercussão no Chile foi enorme. Aqui -a investigação que pedi- não foi feita. E tudo em defesa da história do Itamaraty, que orgulha a todos nós brasileiros como padrão de serviço público. Se este ato for consumado, o Itamaraty estará sendo tão seviciado quanto foram os atingidos pelas sevícias praticadas ou estimuladas pelo embaixador-agente. Não vou fazer história para trás, sobre a segunda guerra mundial e as origens nazistas dele, pois não posso transferir responsabilidades por gerações. Mas os arquivos franceses podem contar. Mas não descarto que por educação ou por dna se possa explicar muito.
As notas abaixo são encaminhadas para leitura dos senhores senadores e para o próprio presidente da república e seu ministro de relações exteriores. Reflitam e não maculem a democracia e a diplomacia, brasileiras. Não se pede revanche. De forma alguma. Pede-se respeito. Respeito apenas.
DESRESPEITO AO SENADO !
Pensando que ainda estava na ditadura e que o Senado ainda era casa de simples ratificações dos atos do executivo, o embaixador dedo-duro, já tomava decisões como se o Senado fosse apenas uma formalidade, um passeio !
20/ 04/ 2006 Editor da UnB.
Embaixador quer UnB na Guiné
Mais nova representação brasileira no exterior pretende desenvolver trabalho de combate à Aids com ajuda da universidade
O embaixador do Brasil na Guiné, Jacques Fernandes Vieira Guilbauld, tem uma grande missão pela frente. É o responsável por implantar a representação brasileira no país e, antes mesmo de embarcar, já tem projetos a realizar. Uma de suas primeiras iniciativas visa a ajudar a Guiné a combater a epidemia de Aids, que já atinge 80% dos pouco mais de nove milhões de habitantes. Para concretizar seu plano, pretende levar uma equipe da Universidade de Brasília (UnB) para lá. Guilbauld fez o pedido diretamente ao reitor da instituição, Timothy Mulholland, em encontro realizado na tarde de quinta-feira, 20 de abril.
O CASO DO EMBAIXADOR AGENTE DO SNI !
MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES ENCAMINHOU O PEDIDO DE AGREMENT E OCULTOU, (OU FOI CÚMPLICE?), A EXPULSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E SEU PASSADO TENEBROSO! É CASO DE AFASTAMENTO DO MINISTRO POR OMITIR INFORMAÇÃO RELEVANTE AO SENADO!
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Palácio Itamaraty
Nota nº 259 - 26/04/2006
Distribuição 22
Concessão de "agrément" ao Embaixador do Brasil na República da Guiné
O Governo da República da Guiné concedeu "agrément" ao Embaixador Jacques Claude François Michel Fernandes Vieira Guilbaud como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil naquele país.
MAIS HISTÓRIAS DO EMBAIXADOR DEDO DURO !
ISTOÉ de 10 de setembro de 2003.
Chile
Foi na condição de “araponga” que o diplomata Jacques Guilbaud serviu no Chile. Cumprida a “tarefa” de espionar exilados, ele seguiu para Portugal em 1977. “Minha missão seria a de apurar, isto é, confirmar o envolvimento de diplomatas brasileiros com os soviéticos (KGB)”, escreveu Guilbaud ao advogado Francisco Arrais Rosal, referindo-se à polícia secreta da extinta União Soviética. Apesar de ter desempenhado um papel pouco nobre no período, Guilbaud conquistou do governo federal, no fim do ano passado, uma pensão mensal vitalícia de R$ 8.500, além de uma indenização de R$ 955 mil, como se tivesse sido vítima de perseguição pela ditadura brasileira.
Pelos registros do Itamaraty, o diplomata foi demitido em 1980, por abandono de emprego, quando servia no Consulado de Toronto, no Canadá. O embaixador Rubens Ricupero, hoje secretário-geral de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad), em Genebra, na Suíça, presidiu a comissão que se deslocou para Toronto para apurar os motivos da ausência do diplomata. Como Guilbaud não atendia o telefone, um funcionário foi enviado a sua casa, mas ele se recusou a assinar uma citação. De uma segunda vez, quem atendeu foi a empregada, que ficou de chamar Guilbaud. “Passou um certo tempo e a rua foi invadida por carros de polícia, que prenderam nosso representante. Guilbaud chamara a polícia dizendo que éramos do esquadrão da morte e íamos exterminá-lo”, relata Ricupero. Curiosamente, o secretário-geral não foi ouvido pela Comissão de Anistia que decidiu pela indenização de Guilbaud.
O MACABRO CASO DO EMBAIXADOR DEDO-DURO !
Já em 2004 era denunciado !
CartaCapital, 14/7/04
“A LEI NÃO É PARA QUEM VENCEU”
Suzana Lisbôa, representante de familiares de desaparecidos e mortos, discorda de critérios e valores de indenizações. Desde a primeira Lei de Anistia, há 25 anos, a gaúcha Suzana Lisbôa está engajada na luta pelos direitos dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura.
CC: A quem cabe a decisão final quanto aos valores?
Ou aquele diplomata, Jacques Guilbaud, que prestava serviço para a ditadura. Se ele foi demitido injustamente, deve ser reintegrado ao Itamaraty, mas nunca pela Lei de Anistia, porque jamais teve participação política contra a ditadura. Essa lei não foi feita para quem venceu, e sim para quem perdeu aquela guerra. Mas, pelos critérios que essa comissão está julgando, vai acabar aprovando o pedido do Cabo Anselmo também, o que é um escárnio. (O Cabo Anselmo, informante da repressão, levou à morte dezenas de antigos companheiros. Deu entrada no pedido de indenização em 1º de abril deste ano.)
MAIS NOTÍCIAS DE CONACRI !
Quando se conhece a vida pregressa do Embaixador Jacques Guilbaud se fica ainda mais estarrecido. Ele prestava serviços ao SEDOC (Serviço de Documentação), do Itamaraty, que usava esse nome fantasia para encobrir suas relações diretas com o SNI. Dois funcionários estão vivos e serviram nesse serviço e poderão depor a respeito na Comissão de Relações Exteriores do Senado: os Ministros Murilo de Miranda Basto Filho e Agildo Sellos de Moura. Ambos residem em Brasília.
O Embaixador Francisco Soares Alvim, na Costa Rica, poderá contar como sua casa em Paris foi invadida por elementos daquele serviço, capitaneados pelo diplomata Paulo Sérgio Nery. Foi um ato de barbárie, cometido num território estrangeiro. As razões para sua reintegração à Carreira e, agora, para sua designação para um posto diplomático são falsas. Trabalhava com total independência, num canal próprio de comunicações com o SEDOC e o SNI. Nem o Embaixador, General Fontoura (ex-Chefe do SNI) sabia o que ele fazia. Comentava-se na época,no Itamaraty,que ele teria participado do recrutamento do Cabo Anselmo e do Almirante Aragão, que se venderam em troca de uma "pro labore" mensal.
MAIS E MAIS DA PERIGOSA CARREIRA DE AGENTE DO SNI !
Análise da justificativa apresentada pelo ministro das relações exteriores -dizem que assinada por ele e preparara pelo Sargento Garcia,( o Marco Aurélio, é claro). Menciona-se que, em 1974, ele fora nomeado Assistente e Subchefe da Assessoria de Documentação de Política Exterior - nome fantasia do órgão do Itamaraty que fazia interface com o SNI. Em seguida, já treinado,ele foi designado para as Embaixadas em Santiago do Chile e em Lisboa. De ambas foi expulso pelos respectivos Embaixadores, Espedito Rezende e Carlos Alberto da Fontoura. Isso consta por certo dos assentamentos funcionais dele. Não se menciona que o Sr. Guilbaud fora demitido do quadro de funcionários diplomáticos do Ministério das Relações Exteriores em 21/08/1980, "a bem do serviço público", com base nos itens 2, 3 e 4 do artigo 20, combinado com o artigo 209, do Estatuto do Funcionalismo Público Civil da União, por ter incorrido em "abandono de cargo, incontinência pública escandalosa e insubordinação grave em serviço".
Isso é grave, pois se quer induzir os Senadores a um erro de avaliação. Mais adiante, consta a promoção dele a Primeiro Secretário e a Ministro de Primeira Classe - sem passar pelos escalões de Conselheiro e Ministro de Segunda Classe. Os membros da Comissão de Relações Exteriores deveriam ouvir alguns diplomatas que acompanharam de perto as atividades de araponga do Sr. Guilbaud (Embaixador Cláudio Sotero Caio, Ministro Agildo Sellos de Moura, Conselheiro Murilo de Miranda Basto, todos eles aposentados e residentes em Brasília). Não se pode criar constrangimentos aos diplomatas da ativa.
SOBRE O EMBAIXADOR ARAPONGA ?
O Embaixador Claudio Sotero Caio tem um longo dossiê sobre o caso. Deve ser ouvido e ele está disposto a depor.
AQUI O ARTIGO CITADO NA INICIAL !
http://geocities.yahoo.com.br/blogdocm/artigojb.pdf
___________________________________
Pesquisa e Edição : JCM
Para indicar um amigo : http://cesarmaia.blogspot.com/
EDIÇÃO ESPECIAL E EXCLUSIVA!
O EMBAIXADOR-AGENTE DO SNI QUE DENUNCIAVA, PRENDIA E COMPRAVA TRAIDORES!
Todos aqueles que lutaram por um regime democrático não podem ficar calados frente a um fato gravíssimo que é um governo - de partido do qual participam tantos que lutaram pela mesma causa, que foram presos e aviltados- indenizar e promover um embaixador que se prestou aos papéis mais sórdidos no período ditatorial. Tantos democratas que lutaram -pagando com sua saúde, sua vida, seu futuro- se encontram hoje em atividades profissionais as mais diversas e em partidos políticos distintos, em situações diferentes. Mas esse passado nos faz convergir.
Sou daqueles que entende que anistia é anistia, e para todos os lados. Mas indenizar um servidor público que em condição de mando ocultou sua identidade de agente de espionagem e delação, na carreira diplomática, e agora -inacreditavelmente- promovê-lo na aposentadoria, a embaixador da Guiné, como prêmio especial e reparo do que fez, é inaceitável. É escandaloso. O próprio processo que refez a decisão da comissão dirigida pelo embaixador Ricúpero, o indenizou e lhe concedeu direitos, deveria ser revisto a bem da moralidade pública e da integridade democrática.
Tive ocasião -uns poucos anos atrás- contar em artigo na imprensa (clique no final), o que se fez na embaixada brasileira em Santiago cujos "porões” serviram para reunião preparatória dos golpistas no dia 7 de setembro, no aniversário de nossa Pátria. A repercussão no Chile foi enorme. Aqui -a investigação que pedi- não foi feita. E tudo em defesa da história do Itamaraty, que orgulha a todos nós brasileiros como padrão de serviço público. Se este ato for consumado, o Itamaraty estará sendo tão seviciado quanto foram os atingidos pelas sevícias praticadas ou estimuladas pelo embaixador-agente. Não vou fazer história para trás, sobre a segunda guerra mundial e as origens nazistas dele, pois não posso transferir responsabilidades por gerações. Mas os arquivos franceses podem contar. Mas não descarto que por educação ou por dna se possa explicar muito.
As notas abaixo são encaminhadas para leitura dos senhores senadores e para o próprio presidente da república e seu ministro de relações exteriores. Reflitam e não maculem a democracia e a diplomacia, brasileiras. Não se pede revanche. De forma alguma. Pede-se respeito. Respeito apenas.
DESRESPEITO AO SENADO !
Pensando que ainda estava na ditadura e que o Senado ainda era casa de simples ratificações dos atos do executivo, o embaixador dedo-duro, já tomava decisões como se o Senado fosse apenas uma formalidade, um passeio !
20/ 04/ 2006 Editor da UnB.
Embaixador quer UnB na Guiné
Mais nova representação brasileira no exterior pretende desenvolver trabalho de combate à Aids com ajuda da universidade
O embaixador do Brasil na Guiné, Jacques Fernandes Vieira Guilbauld, tem uma grande missão pela frente. É o responsável por implantar a representação brasileira no país e, antes mesmo de embarcar, já tem projetos a realizar. Uma de suas primeiras iniciativas visa a ajudar a Guiné a combater a epidemia de Aids, que já atinge 80% dos pouco mais de nove milhões de habitantes. Para concretizar seu plano, pretende levar uma equipe da Universidade de Brasília (UnB) para lá. Guilbauld fez o pedido diretamente ao reitor da instituição, Timothy Mulholland, em encontro realizado na tarde de quinta-feira, 20 de abril.
O CASO DO EMBAIXADOR AGENTE DO SNI !
MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES ENCAMINHOU O PEDIDO DE AGREMENT E OCULTOU, (OU FOI CÚMPLICE?), A EXPULSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E SEU PASSADO TENEBROSO! É CASO DE AFASTAMENTO DO MINISTRO POR OMITIR INFORMAÇÃO RELEVANTE AO SENADO!
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Palácio Itamaraty
Nota nº 259 - 26/04/2006
Distribuição 22
Concessão de "agrément" ao Embaixador do Brasil na República da Guiné
O Governo da República da Guiné concedeu "agrément" ao Embaixador Jacques Claude François Michel Fernandes Vieira Guilbaud como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil naquele país.
MAIS HISTÓRIAS DO EMBAIXADOR DEDO DURO !
ISTOÉ de 10 de setembro de 2003.
Chile
Foi na condição de “araponga” que o diplomata Jacques Guilbaud serviu no Chile. Cumprida a “tarefa” de espionar exilados, ele seguiu para Portugal em 1977. “Minha missão seria a de apurar, isto é, confirmar o envolvimento de diplomatas brasileiros com os soviéticos (KGB)”, escreveu Guilbaud ao advogado Francisco Arrais Rosal, referindo-se à polícia secreta da extinta União Soviética. Apesar de ter desempenhado um papel pouco nobre no período, Guilbaud conquistou do governo federal, no fim do ano passado, uma pensão mensal vitalícia de R$ 8.500, além de uma indenização de R$ 955 mil, como se tivesse sido vítima de perseguição pela ditadura brasileira.
Pelos registros do Itamaraty, o diplomata foi demitido em 1980, por abandono de emprego, quando servia no Consulado de Toronto, no Canadá. O embaixador Rubens Ricupero, hoje secretário-geral de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad), em Genebra, na Suíça, presidiu a comissão que se deslocou para Toronto para apurar os motivos da ausência do diplomata. Como Guilbaud não atendia o telefone, um funcionário foi enviado a sua casa, mas ele se recusou a assinar uma citação. De uma segunda vez, quem atendeu foi a empregada, que ficou de chamar Guilbaud. “Passou um certo tempo e a rua foi invadida por carros de polícia, que prenderam nosso representante. Guilbaud chamara a polícia dizendo que éramos do esquadrão da morte e íamos exterminá-lo”, relata Ricupero. Curiosamente, o secretário-geral não foi ouvido pela Comissão de Anistia que decidiu pela indenização de Guilbaud.
O MACABRO CASO DO EMBAIXADOR DEDO-DURO !
Já em 2004 era denunciado !
CartaCapital, 14/7/04
“A LEI NÃO É PARA QUEM VENCEU”
Suzana Lisbôa, representante de familiares de desaparecidos e mortos, discorda de critérios e valores de indenizações. Desde a primeira Lei de Anistia, há 25 anos, a gaúcha Suzana Lisbôa está engajada na luta pelos direitos dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura.
CC: A quem cabe a decisão final quanto aos valores?
Ou aquele diplomata, Jacques Guilbaud, que prestava serviço para a ditadura. Se ele foi demitido injustamente, deve ser reintegrado ao Itamaraty, mas nunca pela Lei de Anistia, porque jamais teve participação política contra a ditadura. Essa lei não foi feita para quem venceu, e sim para quem perdeu aquela guerra. Mas, pelos critérios que essa comissão está julgando, vai acabar aprovando o pedido do Cabo Anselmo também, o que é um escárnio. (O Cabo Anselmo, informante da repressão, levou à morte dezenas de antigos companheiros. Deu entrada no pedido de indenização em 1º de abril deste ano.)
MAIS NOTÍCIAS DE CONACRI !
Quando se conhece a vida pregressa do Embaixador Jacques Guilbaud se fica ainda mais estarrecido. Ele prestava serviços ao SEDOC (Serviço de Documentação), do Itamaraty, que usava esse nome fantasia para encobrir suas relações diretas com o SNI. Dois funcionários estão vivos e serviram nesse serviço e poderão depor a respeito na Comissão de Relações Exteriores do Senado: os Ministros Murilo de Miranda Basto Filho e Agildo Sellos de Moura. Ambos residem em Brasília.
O Embaixador Francisco Soares Alvim, na Costa Rica, poderá contar como sua casa em Paris foi invadida por elementos daquele serviço, capitaneados pelo diplomata Paulo Sérgio Nery. Foi um ato de barbárie, cometido num território estrangeiro. As razões para sua reintegração à Carreira e, agora, para sua designação para um posto diplomático são falsas. Trabalhava com total independência, num canal próprio de comunicações com o SEDOC e o SNI. Nem o Embaixador, General Fontoura (ex-Chefe do SNI) sabia o que ele fazia. Comentava-se na época,no Itamaraty,que ele teria participado do recrutamento do Cabo Anselmo e do Almirante Aragão, que se venderam em troca de uma "pro labore" mensal.
MAIS E MAIS DA PERIGOSA CARREIRA DE AGENTE DO SNI !
Análise da justificativa apresentada pelo ministro das relações exteriores -dizem que assinada por ele e preparara pelo Sargento Garcia,( o Marco Aurélio, é claro). Menciona-se que, em 1974, ele fora nomeado Assistente e Subchefe da Assessoria de Documentação de Política Exterior - nome fantasia do órgão do Itamaraty que fazia interface com o SNI. Em seguida, já treinado,ele foi designado para as Embaixadas em Santiago do Chile e em Lisboa. De ambas foi expulso pelos respectivos Embaixadores, Espedito Rezende e Carlos Alberto da Fontoura. Isso consta por certo dos assentamentos funcionais dele. Não se menciona que o Sr. Guilbaud fora demitido do quadro de funcionários diplomáticos do Ministério das Relações Exteriores em 21/08/1980, "a bem do serviço público", com base nos itens 2, 3 e 4 do artigo 20, combinado com o artigo 209, do Estatuto do Funcionalismo Público Civil da União, por ter incorrido em "abandono de cargo, incontinência pública escandalosa e insubordinação grave em serviço".
Isso é grave, pois se quer induzir os Senadores a um erro de avaliação. Mais adiante, consta a promoção dele a Primeiro Secretário e a Ministro de Primeira Classe - sem passar pelos escalões de Conselheiro e Ministro de Segunda Classe. Os membros da Comissão de Relações Exteriores deveriam ouvir alguns diplomatas que acompanharam de perto as atividades de araponga do Sr. Guilbaud (Embaixador Cláudio Sotero Caio, Ministro Agildo Sellos de Moura, Conselheiro Murilo de Miranda Basto, todos eles aposentados e residentes em Brasília). Não se pode criar constrangimentos aos diplomatas da ativa.
SOBRE O EMBAIXADOR ARAPONGA ?
O Embaixador Claudio Sotero Caio tem um longo dossiê sobre o caso. Deve ser ouvido e ele está disposto a depor.
AQUI O ARTIGO CITADO NA INICIAL !
http://geocities.yahoo.com.br/blogdocm/artigojb.pdf
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