segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

1319) Ainda um momento de humor: La vem o Chavez, Chavez, Chavez...

Acredito mesmo que a cópia saiu melhor que o original.
Simplesmente hilariante, inebriante, inesperado, impagável, indescritível, incomparável...
(O post eu retirei do excelente site-blog do Jefferson Tolentino, neste link)

Twitter é uma arma terrorista, diz Chávez
Posted on 8 February 2010

Um momento de descontração, se me permitem.

Camarada Chávez consegue me fazer rir tanto quanto seu homônimo do SBT.

Depois de uma intensa manifestação virtual no Twitter, onde vários internautas pediram a renúncia do presidente, com liberdade de imprensa e opinião, Hugo Chávez, solicitou aos deputados da Assembléia Nacional que preparem uma lei para controlar a internet.

Até aí normal…

Mas Chávez afirmou que o Twitter poderia ser declarado como um “instrumento de terrorismo” e “a favor del bienestar del pueblo“, e imprescindível eliminar “las amenazas terroristas que suponen las redes sociales”.

Rede sociais e armas terroristas.. Cháves está vendo muito Sci-fi ou Duro de Matar 4.0…

Link

==========

Com o personagem em questão podemos ficar absolutamente seguros: todo dia tem novidade.
Infelizmente, nem sempre tão hilariante...

1318) Ainda bem que o Brasil tem leis...

Deve ser chato viver num país que não possui uma tal profusão de leis, como o Brasil, leis que garantem nossa segurança física e nosso conforto espiritual:


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.199, DE 14 DE JANEIRO DE 2010.

Institui o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, a ser comemorado anualmente no dia 28 de agosto.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de janeiro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Gomes Temporão

PS.: Definição de escalpelamento (segundo Beto e Silva): "Comportamento individual que se processa quando o indivíduo recebe o contra-cheque e contas à pagar. Esse é o único que conheço."

=============

Poder Legislativo - Lei n. 12.206/2010, de 20/01/2010.
LEI Nº 12.206, DE 19 DE JANEIRO DE 2010 -
DOU 20.01.2010

Institui o Dia Nacional da Baiana de Acarajé.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído, no calendário das efemérides nacionais, o Dia Nacional da Baiana de Acarajé, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de novembro.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de janeiro de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ranufo Alfredo Manevy de Pereira Mendes

==========

Ufa! Eu me sinto mais aliviado, assim...
(PS.: Mas eu me pergunto como, exatamente, combater o escalpelamento? Isso a lei não diz. OK, fico só com o acarajé, mas para mim com pouca pimenta, por favor...)

1317) A ideia politicamente ingenua da abolicao da arma nuclear

Op-Ed Columnist
The Dream of Zero
By ROSS DOUTHAT
The New York Times, February 7, 2010

MUNICH
In many ways, Barack Obama has taken a more cold-eyed approach to foreign affairs than George W. Bush. He’s emphasized realism over human rights, negotiation over regime change, the national interest over the promotion of democracy.

But there’s been one great exception to this realpolitik revival: the realm of nuclear strategy.

There Obama has been all about idealism. His speeches have committed the U.S. to the pursuit of a “world without nuclear weapons,” and linked the fight against proliferation to the goal of total nuclear abolition. His policy priorities have included a new arms control agreement with the Russians, the ratification of the Comprehensive Test Ban Treaty and a Nuclear Posture Review, to be released next month, that may limit both the size of the American arsenal and the circumstances it which it could be used. Two decades after the end of the cold war, Obama has put the dream of disarmament back on America’s agenda.

The world has noticed. Last week in Paris, the antinuclear “Global Zero” movement staged its coming-out party, with a summit meeting and keynote speech by George Shultz, the former U.S. secretary of state and a late-in-life convert to the cause of abolition. And over the weekend, the Munich Security Conference, an annual gathering of global power players, convened a panel on the question, “Is Zero Possible?” The panelists, who included former defense officials from Russia, India and Germany, as well as Senator John Kerry, answered unanimously in the affirmative.

It’s doubtful that they all believed it. But the fact that they felt obliged to offer lip service to the ideal of disarmament marks an important victory for Obama, and for the antinuclear cause.

The only question is whether this is good news for global security.

Certainly the United States has room to reduce its nuclear arsenal. As an aspirational flourish amid our negotiations with the Russians, a nod toward the dream of a nuclear-free world may be harmless enough.

But the argument for chasing “Global Zero” can also turn dangerously naïve. This is particularly true of the conceit, touted by Obama, that by reducing or eliminating our nuclear stockpiles, we can dissuade other nations from pursuing nuclear weapons of their own.

In reality, the reverse is likely true. The American nuclear arsenal doesn’t encourage local arms races; it forestalls them. Remove our nuclear umbrella from the North Pacific, and South Korea and Japan would feel compelled to go nuclear in a hurry. If Iran gets the bomb, the protections afforded by American missiles may be the only way to prevent nuclearization in Saudi Arabia, Egypt and Turkey. (In the panel immediately following the “Is Zero Possible?” colloquy, the Turkish foreign minister declared that his country has no need of nuclear arms — because, he quickly added, “we are part of the NATO umbrella, so that is sufficient.”)

The notion that lesser powers only want nuclear weapons because the United States has so many reflects a peculiar kind of American provincialism. In reality, nuclearization is usually driven by regional concerns — from India’s rivalry with Pakistan to Israel’s fear of Middle Eastern encirclement. So is disarmament, when it happens: South Africa gave up its nuclear capability only after it gave up apartheid, and Brazil and Argentina dropped their nascent programs as part of a broader march toward regional détente.

Moreover, even when the fear of American power is a factor in a country’s quest for W.M.D., the fear of our nuclear weapons usually isn’t. Saddam Hussein wasn’t chasing fissile material because he thought the United States would drop an ICBM on Baghdad. For rogue states, the bomb is an obvious way to offset America’s enormous conventional military advantage — and this will hold true no matter how low our nuclear stockpiles go.

This doesn’t mean that America shouldn’t enter into reasonable arms control agreements. But linking the antiproliferation agenda to the dream of universal abolition makes an already difficult problem even harder to solve.

It’s precisely because the proliferation problem is so difficult, though, that the “Global Zero” movement can feel superficially appealing. The Munich nuclear-abolition panel took place just 24 hours before Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad, ordered his scientists to forge ahead with uranium enrichment. Faced with yet another round of Iranian brinkmanship, you can understand why Western leaders might prefer to talk about a world without nuclear weapons. By making the issue bigger, more long-term and more theoretical, they can almost make it seem to go away.

But when it comes to containing Tehran’s nuclear ambitions, the existing American arsenal simply isn’t part of the problem. And if Iran does acquire the bomb, our nuclear deterrent will quickly become an important part of the solution.

1316) Solidariedade e atencao: gestos apreciados

Agradecimento, conciso, mas sincero

Antes de encerrar mais uma jornada de trabalho intelectual, antecipando a retomada de uma dura semana de atividades profissionais, gostaria de agradecer os gestos de atenção, gentileza e solidariedade com que fui agraciado hoje, e nos últimos dias, com várias mensagens -- diretamente ou em comentários neste blog, pessoalmente ou anonimamente -- o de fato representa um estímulo para continuar meu trabalho de leituras, reflexões e de "escrevinhação" sobre temas que me são caros e que, visivelmente, interessam igualmente um círculo maior de leitores e visitantes em meus blogs e site.
Muito obrigado a todos, sinceramente.

Paulo Roberto de Almeida (8.02.2010)

1315) Colecao Brasilianista na Biblioteca Nacional de Brasilia

Brasilianistas: Call to Donate Your Works to the Biblioteca Nacional de Brasília
************************

Coleção Brasilianista

The Biblioteca Nacional de Brasília, part of the complex of the Museu da República where the opening ceremony of BRASA X will take place on July 22nd, has created a space for a collection of works on Brazil by “brasilianistas.” The following link gives some background information on the library and its initiatives in Brasília: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/15/materia.2006-12-15.2960437908/view

The library’s director Antonio Lisboa Carvalho de Miranda, a member of the Academia de Letras do Distrito Federal, has requested copies of scholarly books from BRASA members to inaugurate this special collection. BRASA Past President Ken Serbin, current President Peggy Sharpe and Vice President Randal Johnson visited the library in June 2009, saw the site for the new collection, and discussed a contribution of works by BRASA members with Prof. Miranda at that time.

BRASA invites all members to send copies of their published works for this special collection at the Biblioteca Nacional de Brasília. Books, DVDs and other scholarly materials should be received by the BRASA Secretariat before March 30, 2010. Please
mail materials to: BRASA, Vanderbilt University, VU Station B 350031, 2301 Vanderbilt Place, Nashville, TN 37235-0031. The Secretariat will arrange for shipment of the materials to Brazil in April.

Please direct any questions about this initiative to Peggy Sharpe at psharpe@fsu.edu or Marshall Eakin at marshall.c.eakin@vanderbilt.edu

domingo, 7 de fevereiro de 2010

1314) Breve reflexão sobre o colonialismo

Breve reflexão sobre o colonialismo

Muito se menciona, e se condena, em certos meios, com suporte no horror gestual e o devido repúdio no plano verbal, a adoção, supostamente acrítica e subserviente, de idéias, políticas e modismos estrangeiros, importados e disseminados no país a partir de fontes tidas como mais avançadas e como se esses elementos estrangeiros – vale o destaque – fossem, para os “importadores”, o nec plus ultra do aggiornamento cultural e dos processos de modernização material.
Chama-se a essa tendência, sempre vista da perspectiva severa do nacionalismo chauvinista, de colonialismo, uma chaga certamente reprovável. Muitos falam inclusive de colonialismo mental, como uma espécie de lepra intelectual, de tara política, ou uma atitude de simples renúncia a uma solução “nacional” aos problemas nacionais. Como se, consoante a “teoria da jabuticaba” – sobre a qual já escrevi alguma coisa –, só pudéssemos recorrer à inteligência nacional para resolver esses problemas, que só poderiam encontrar a justa solução com nossos próprios recursos e nossa própria sapiência.
Como justificativa à suposta independência de pensamento encontrar-se-ia a vontade secreta de potências estrangeiras de dominar e submeter a nação, posto que o mundo se caracterizaria por uma extraordinária concentração de poder: poder econômico, político, financeiro, tecnológico, militar e, mais que tudo, poder ideológico, o mais insidioso e perigoso de todos. Cabe, portanto, aos defensores da soberania e da autonomia nacionais velar pela independência da pátria, evitar qualquer manifestação de colonialismo material e mental, numa exacerbação do nacionalismo xenófobo que daria prazer ao major Policarpo Quaresma.
Pouco se fala, no entanto, de um outro tipo de colonialismo, que é uma espécie de prisão mental em suas próprias idéias e conceitos do passado, uma subserviência a velhas crenças, que no entanto são consideradas como válidas e suscetíveis de resolver os problemas de hoje com as soluções de antigamente. Esse tipo de sujeição ao dejà vu, às supostas glórias de princípios imorredouros, é tido como defesa dos valores nacionais, mesmo quando visivelmente inadequados aos problemas do presente.
Sem mencionar o fato de que a xenofobia e a autarquia nunca foram de fato soluções a quaisquer tipos de problemas – posto que, mesmo quantitativamente, patentes mundiais sempre representarão um melhor leque de escolhas do que a limitação forçada à tecnologia proprietária exclusivamente nacional – não se sabe bem por que as soluções nacionais sempre seriam superiores às sugestões e reflexões obtidas a partir da importação de idéias e conceitos do exterior.
O colonialismo interno, de tipo vertical, ou seja, aquele que opera um retorno na flecha do tempo em direção a um passado impoluto, quando éramos “pobres, mas autênticos”, é um tipo de autolimitação cuja lógica me parece difícil de compreender no contexto do mundo globalizado. Inclusive porque também representa um tipo de importação acrítica, não do repudiado exterior, mas do amado país da inocência infantil. Abertura de espírito, em qualquer direção, me parece um comportamento correto e condizente com os dados da ciência. Inclusive porque, se ainda estamos discutindo esse tipo de “problema”, é porque algo fizemos de errado no passado que nos impediu, até agora, de alcançar o estágio avançado dos “colonizadores” e dos “dominadores”. Se não fosse por certo complexo de inferioridade mental, não precisaríamos estar discutindo essa bobagem de “colonialismo”...

Paulo Roberto de Almeida (7.02.2010)

1313) Pequena reflexao sobre o poder

(Suprema ironia que este post se inscreva na série sob o número 1313; juro que foi pelo mais puro acaso...)

Pequena reflexão sobre o poder
(à maneira de um hai-kai)

Certo, certo, tem aquela coisa do Lord Acton:
"O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente"

Isso é conhecido, é velho como a Babilônia (Estado, quero dizer).
Mas tem também um fator presente em todas as situações:
O poder inebria, ensandece e dissolve o raciocínio correto.

Pessoas que passam a dispor de poder, de qualquer poder, mesmo o mais ridículo
(que é sempre o poder de mandar em outras pessoas)
se embriagam (súbita ou gradualmente, não importa) com essa nova capacidade.

Elas passam a achar que dispõem realmente de poder.
Outras pessoas passam a abrir portas na frente delas.
Outras carregam as malas, e trazem os papéis. Que satisfação!

Elas até acreditam, que dominando assim a vida de outras pessoas,
passam a dominar inclusive as mentes dessas pessoas, fazendo-as pensar como elas.
Acredito que seja ilusão, embora alguns se submetam voluntariamente a isso.

Na verdade, muitos, ou maioria se submete a isso, pois aqueles que detem momentaneamente o poder
Podem transformar suas vidas, para o bem e para o mal.
Apenas os rebeldes naturais ou independentes de espírito escapam a essa fatalidade.
Ao seu risco e perigo, como diriam alguns...

Paulo Roberto de Almeida (7.02.2010)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...