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sábado, 18 de novembro de 2017

As companhias estatais brasileiras - Wikipedia

A Wikipedia traz uma lista das estatais brasileiras. Acreditem, é extensa. Abaixo apenas as federais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_empresas_estatais_do_Brasil#Estatais_do_governo_federal

Lista de empresas estatais do Brasil

Estatais do governo federal

Empresas estatais do Governo Federal, conforme o Ministério do Planejamento da República Federativa do Brasil[1][2][3][4][5][6]
Seq Nome da Empresa Sigla Órgão Status Criação Const Tranf
1 5283 Participações Ltda. 5283 PARTICIPAÇÕES Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 25/11/1999 25/11/1999
2 Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. AMAZUL Ministério da Defesa Dependente do Tesouro 01/02/2013 16/08/2013
3 Brasilian American Merchant Bank BAMB Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[7] 05/07/1973 26/02/1974
4 Banco do Brasil Agência Viena/Áustria BB AG Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[8] 28/01/1980 28/01/1980
5 BB Administradora de Cartões de Crédito S.A. BB CARTÕES Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[9] 25/09/1987 29/09/1987
6 BB Administradora de Consórcios S.A. BB CONSÓRCIOS Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[10] 12/12/2003 12/12/2003
7 BB COR Participações S.A. BB COR Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil Seguridade[11] 17/12/2012 20/12/2012
8 BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. BB CORRETORA Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil Seguridade[12] 30/06/1987 30/06/1987
9 BB Gestão de Recursos Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. BB DTVM Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[13] 15/05/1986 04/06/1986
10 BB ELO CARTÕES Participações S.A. BB ELO CARTÕES Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[14] 24/05/2002 24/05/2002
11 BB Banco de Investimento S.A. BB INVESTIMENTOS Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[15] 30/09/1988 03/10/1988
12 BB Leasing S.A. Arrendamento Mercantil BB LAM Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[16] 03/04/1987 17/07/1987
13 BB Leasing Company Limited - Ilhas Cayman BB LEASING Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[17] 17/12/1981 17/12/1981
14 BB Seguridade Participações S.A. BB SEGURIDADE Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil Seguridade[18] 17/12/2012 20/12/2012
15 BB Seguros Participações S.A. BB SEGUROS Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil Seguridade[19] 02/09/2009 02/09/2009
16 Bear Insurance Company Limited BEAR Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[20] 18/04/1997 22/04/1997
17 BESC Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. BESCVAL Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[21] 03/05/1971 03/05/1971 30/08/2000
18 Nossa Caixa Capitalização S.A. BNC CAPITALIZAÇÃO Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[22] 03/08/2004 03/08/2004
19 BNDES Limited Londres/UK BNDES LIMITED Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Grupo BNDES[23] 18/02/2009 02/02/2009
20 BNDES Participações S.A. BNDESPAR Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Grupo BNDES[24] 29/06/1982 30/06/1982
21 Braspetro Oil Services Company BRASOIL Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO[25] 28/01/1977 03/02/1977
22 Brasoil Oil Services Company Nigeria Limited BRASOIL NIGERIA Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO[26] 30/09/1999 30/09/1999
23 Breitener Energética S.A. BREITENER Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 13/12/2001 13/01/2001 12/02/2010
24 Breitener Jaraqui S.A. BREITENER JARAQUI Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 10/05/2005 10/05/2005
25 Breitener Tambaqui S.A. BREITENER TAMBAQUI Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 10/05/2005 10/05/2005
26 Baixada Santista Energia Ltda. BSE Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 23/03/1999 23/03/1999
27 Caixa Participações S.A. CAIXAPAR Ministério da Fazenda Grupo C.E.F.[27] 28/10/2008 31/03/2009
28 Companhia Brasileira de Trens Urbanos CBTU Ministério das Cidades Dependente do Tesouro 22/02/1984 15/03/1984
29 Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. CEITEC Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Dependente do Tesouro 07/11/2008 15/04/2009
30 Cordoba Financial Services GmbH (Viena/Austria[28]) CFS Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 14/12/2005 14/12/2005 25/11/2008
31 Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba CODEVASF Ministério da Integração Nacional Dependente do Tesouro 16/07/1974 22/10/1974
32 Companhia Nacional de Abastecimento CONAB Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Dependente do Tesouro 12/04/1990 19/12/1991
33 Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A. CONCEIÇÃO Ministério da Saúde Dependente do Tesouro 26/07/1960 26/07/1960
34 Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM Ministério de Minas e Energia Dependente do Tesouro 15/08/1969 08/01/1970
35 Companhia de Recuperação Secundária (Incorporada pela Petrobrás[29]) CRSEC Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 01/06/2001 15/06/2012
36 Downstream Participações Ltda. DOWNSTREAM Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[30] 21/11/2000 21/11/2000
37 Empresa Brasil de Comunicação S.A EBC Presidência da República Dependente do Tesouro 24/10/2007 31/10/2007
38 Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares EBSERH Ministério da Educação Dependente do Tesouro 15/12/2011 28/12/2011
39 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Dependente do Tesouro 07/12/1972 14/02/1975
40 Empresa de Pesquisa Energética EPE Ministério de Minas e Energia Dependente do Tesouro 16/08/2004 16/08/2004
41 Petrobras Negócios Eletrônicos S.A. e‐PETRO Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 12/04/2002 12/04/2002
42 Empresa de Planejamento e Logística S.A. EPL Presidência da República Dependente do Tesouro 04/05/2012 08/08/2012
43 Estação Transmissora de Energia S.A. ETE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 10/11/2008 10/11/2008
44 Agência Especial de Financiamento Industrial FINAME Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Grupo BNDES[31] 02/09/1966 21/06/1971
45 Petrobras Gás S.A. GASPETRO Ministério de Minas e Energia Grupo GASPETRO 26/02/1974 24/03/1976
46 Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA Ministério da Educação Dependente do Tesouro 02/09/1970 16/07/1971
47 Indústria Carboquímica Catarinense S.A.(Em Liquidação) ICC (Em Liquidação) Ministério de Minas e Energia Grupo GASPETRO 16/06/1969 04/07/1969
48 Indústria de Material Bélico do Brasil IMBEL Ministério da Defesa Dependente do Tesouro 14/07/1975 21/01/1976
49 Indústrias Nucleares do Brasil S.A. INB Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Dependente do Tesouro 01/12/1971 31/08/1988
50 Innova S.A. INNOVA Ministério de Minas e Energia Vendida pela Petrobrás[32] 28/04/1997 28/04/1997
51 Eólica Mangue Seco 2 Geradora e Comercializadora de Energia Elétrica S.A. MANGUE SECO 2 Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 12/02/2010 12/02/2010
52 Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. NUCLEP Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Dependente do Tesouro 16/12/1975 16/12/1975
53 Petrobras America Inc. (Houston/Texas) PAI Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[33] 17/11/1987 29/12/1987
54 Petrobras Logística de Exploração e Produção S.A. PB‐LOG Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[34] 21/11/2000 21/11/2000
55 Petroleo Brasileiro Nigeria Limited PBN Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[35] 15/10/1997 15/10/1997
56 Petrobras Comercializadora de Energia Ltda. PCEL Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 16/05/2002 16/05/2002
57 Petrobras Bolivia Inversiones y Servicios S.A. PEBIS Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[36] 13/10/2000 13/10/2000
58 Petrobras Colombia Limited PEC Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[37] 02/07/1984 02/07/1984
59 Petrobras Europe Limited PEL Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[38] 04/05/2001 04/05/2001
60 Petrobras Middle East B.V. PEMID Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO[39] 01/07/2004 01/07/2004
61 Petrobras Tanzânia LTD. PETAN Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO[40] 28/05/2004 28/05/2005
62 Petrobras Finance Limited PFL Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[41] 25/10/2001 25/10/2001
63 Petrobras International Braspetro B.V. Sucursal Angola PIB ANG Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO 22/01/2003 22/01/2003
64 Petrobras International Braspetro B.V. Sucursal Colombia PIB COL Ministério de Minas e Energia Grupo BRASPETRO 01/01/2003 01/01/2003
65 Petrobras International Finance Company PIFCo Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[42] 24/09/1997 24/09/1997
66 Petrobras México, S. DE R.L. DE C.V. PM Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[43] 31/03/2005 31/03/2005
67 Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré‐Sal Petróleo S.A. PPSA Ministério de Minas e Energia Vínculos jurídicos com PETROBRAS[44] 01/08/2013 12/11/2013
68 Petrobras Participaciones, S.L. PPSL Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[45] 30/09/2002 30/09/2002
69 Petrobras Singapore Private Limited PSPL Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS[46] 06/04/2006 06/04/2006
70 Telebras Copa S.A. TELEBRÁS COPA Ministério das Comunicações Grupo TELEBRAS[47] 07/11/2012 07/02/2013
71 Termobahia S.A. TERMOBAHIA Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 07/08/1998 07/08/1998
72 Termomacaé Ltda. TERMOMACAÉ Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 15/10/1997 15/10/1997
73 Termomacaé Comercializadora de Energia Ltda. TERMOMACAÉ COMERCIALIZADORA Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 26/06/2006 26/06/2006
74 Transpetro International B.V. TI B.V. Ministério de Minas e Energia Grupo TRANSPETRO 15/09/2011 15/09/2011
75 Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. TRENSURB Ministério das Cidades Dependente do Tesouro 17/04/1980 25/04/1980
76 VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. VALEC Ministério dos Transportes Dependente do Tesouro 27/02/1987 08/07/1988
77 Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. ABGF Ministério da Fazenda SETOR PRODUTIVO ESTATAL 30/08/2012 01/04/2013
78 ATIVOS S.A. Securitizadora de Créditos Financeiros ATIVOS S.A. Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[48] 31/10/2002 31/10/2002
79 BBTUR Viagens e Turismo Ltda. BB TURISMO Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil[49] 31/03/1982 08/11/1982
80 Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais CASEMG Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento SETOR PRODUTIVO ESTATAL 06/09/1957 06/09/1957 26/05/2000
81 Companhia Docas do Ceará CDC Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 23/07/1964 23/07/1964
82 Companhia Docas do Pará CDP Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 10/02/1967 06/09/1967
83 Companhia Docas do Rio de Janeiro CDRJ Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 28/02/1967 09/07/1973
84 Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo CEAGESP Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento SETOR PRODUTIVO ESTATAL 31/01/1969 31/05/1969 02/01/1998
85 Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. CEASAMINAS Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento SETOR PRODUTIVO ESTATAL 20/10/1970 10/05/1971 26/05/2000
86 Casa da Moeda do Brasil CMB Ministério da Fazenda SETOR PRODUTIVO ESTATAL 19/06/1973 20/09/1973
87 BB Tecnologia e Serviços BBTS Ministério da Fazenda SETOR PRODUTIVO ESTATAL 18/07/1974 18/07/1974
88 Companhia das Docas do Estado da Bahia CODEBA Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 10/07/1975 17/02/1977
89 Companhia Docas do Rio Grande do Norte CODERN Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 27/08/1969 03/02/1970
90 Companhia Docas do Espírito Santo CODESA Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 09/09/1982 21/02/1983
91 Companhia Docas do Estado de São Paulo CODESP Secretaria de Portos SETOR PRODUTIVO ESTATAL 15/09/1980 01/10/1980
92 Companhia Docas do Maranhão CODOMAR Ministério dos Transportes SETOR PRODUTIVO ESTATAL 28/12/1973 04/03/1974
93 Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social DATAPREV Ministério da Previdência Social SETOR PRODUTIVO ESTATAL 04/11/1974 10/03/1975
94 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT Ministério das Comunicações SETOR PRODUTIVO ESTATAL 20/03/1969 20/03/1969
95 Empresa Gestora de Ativos EMGEA Ministério da Fazenda SETOR PRODUTIVO ESTATAL 22/06/2001 26/06/2001
96 Empresa Gerencial de Projetos Navais EMGEPRON Ministério da Defesa SETOR PRODUTIVO ESTATAL 09/06/1982 28/06/1982
97 Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia HEMOBRÁS Ministério da Saúde SETOR PRODUTIVO ESTATAL 02/12/2004 28/03/2005
98 Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária INFRAERO Secretaria de Aviação Civil SETOR PRODUTIVO ESTATAL 12/12/1972 31/05/1973 03/01/2003
99 Serviço Federal de Processamento de Dados SERPRO Ministério da Fazenda SETOR PRODUTIVO ESTATAL 13/10/1970 12/04/1995
100 Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRÁS Ministério das Comunicações Grupo TELEBRAS 11/07/1972 09/11/1972
101 Amazonas Distribuidora de Energia S.A. AmE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 13/11/1997 23/12/1997 04/02/1998
102 Amazonas Geração e Transmissão de Energia S.A. AmGT Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 04/04/2013 04/04/2013
103 Boa Vista Energia S.A. BVENERGIA Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 13/11/1997 23/12/1997 04/02/1998
104 Companhia Energética de Alagoas CEAL Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 08/04/1959 17/08/1960 08/01/1998
105 Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CEPEL Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 25/01/1974 25/01/1974
106 Companhia Energética do Piauí CEPISA Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 01/12/1959 08/08/1962 08/01/1998
107 Centrais Elétricas de Rondônia S.A. CERON Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 04/11/1968 01/12/1969 08/01/1998
108 Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica CGTEE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 26/12/1996 28/07/1997 30/11/1998
109 Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CHESF Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 03/10/1945 15/03/1948
110 Companhia de Eletricidade do Acre ELETROACRE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 20/08/1968 20/08/1968 08/01/1998
111 Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. ELETROBRAS Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 25/04/1961 13/06/1962
112 Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. ELETRONORTE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 30/07/1973 20/06/1973
113 Eletrobras Termonuclear S.A. ELETRONUCLEAR Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 18/12/1975 18/12/1975
114 Eletrobras Participações S.A. ELETROPAR Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 29/01/1996 29/01/1996
115 ELETROSUL Centrais Elétricas S.A. ELETROSUL Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 23/04/1969 23/12/1968
116 FURNAS Centrais Elétricas S.A. FURNAS Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 28/02/1957 28/02/1957
117 Transmissora Sul Brasileira de Energia S.A. TSBE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROSUL[50] 19/12/2011 19/12/2011
118 Transmissora Sul Litorânea de Energia S.A. TSLE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS[51] 20/06/2012 20/06/2012
119 Uirapuru Transmissora de Energia S.A. UIRAPURU Ministério de Minas e Energia Grupo ELETROBRAS 27/10/2004 11/11/2004
120 Araucária Nitrogenados S.A. ARAUCÁRIA Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 13/09/2010 13/09/2010
121 Arembepe Energia S.A. AREMBEPE Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 23/01/2007 23/01/2007
122 Petrobras Distribuidora S.A. BR Ministério de Minas e Energia Grupo BR Distribuidora 27/07/1971 12/11/1971
123 Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco CITEPE Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 14/07/2006 14/07/2006
124 Energética Camaçari Muricy I S.A. ECM 1 Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 22/01/2007 22/01/2007
125 Fronape International Company FIC Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 10/04/1996 11/09/1998
126 Gás Brasiliano Distribuidora S.A. GÁS BRASILIANO GBD Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 09/03/1999 09/03/1999
127 Liquigás Distribuidora S.A. LIQUIGÁS Ministério de Minas e Energia Grupo BR Distribuidora 21/12/2004 21/12/2004
128 Petrobras Biocombustível S.A. PBIO Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 03/03/2008 16/06/2008
129 Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 03/10/1953 02/04/1954
130 Companhia Petroquímica de Pernambuco PETROQUÍMICASUAPE Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 11/04/2006 11/04/2006
131 Petrobras International Braspetro B.V. PIB BV Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 27/08/2002 05/09/2002
132 Petrobras Netherlands B.V. PNBV Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 07/05/2001 07/05/2001
133 Stratura Asfaltos S.A. STRATURA ASFALTOS Ministério de Minas e Energia Grupo BR Distribuidora[52] 03/06/1972 13/06/1972
134 Transportadora Associada de Gás S.A. TAG Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 15/01/2002 15/01/2002
135 Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia‐Brasil S.A. TBG Ministério de Minas e Energia Grupo GASPETRO[53] 18/04/1997 18/04/1997
136 Petrobras Transporte S.A. TRANSPETRO Ministério de Minas e Energia Grupo TRANSPETRO 12/06/1998 30/06/1998
137 Banco da Amazônia S.A. BASA Ministério da Fazenda Setor Financeiro 09/07/1942 01/08/1942
138 Banco do Brasil S.A. BB Ministério da Fazenda Grupo Banco do Brasil 12/10/1808 12/10/1808
139 Banco do Nordeste do Brasil S.A. BNB Ministério da Fazenda Setor Financeiro 19/07/1952 18/01/1954
140 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Setor Financeiro 20/06/1952 21/06/1971
141 Caixa Econômica Federal CAIXA Ministério da Fazenda Grupo C.E.F. 12/1/1861 12/08/1969
142 Financiadora de Estudos e Projetos FINEP Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Setor Financeiro 24/07/1967 24/07/1967
143 Rio Branco Transmissora de Energia S.A. RBTE Ministério de Minas e Energia Grupo ELETRONORTE[54] ??? 21/07/2009 28/02/2011
144 Refinaria Abreu e Lima S.A. RNEST Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS ??? ??? ???
145 SFE - Sociedade Fluminense de Energia Ltda. SFE Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS 19/08/1998 ??? ???
146 Companhia Locadora de Equipamentos Petrolíferos (Incorporada pela Petrobras[55]) CLEP Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS ??? ??? ???
147 Termoaçu S.A. (Incorporada pela Petrobras[56]) TERMOAÇU Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS ??? ??? ???
148 Termoceará Ltda. (Incorporada pela Petrobras[57]) TERMOCEARÁ Ministério de Minas e Energia Grupo PETROBRAS ??? ??? ???
Empresas binacionais como o Alcântara Cyclone Space e a Usina Hidrelétrica de Itaipu não estão nesta lista, mas estão debaixo da responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério de Minas e Energia respectivamente, e ambas estão sob supervisão do Ministério das Relações Exteriores.
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Rubens Ricupero: video sobre A Diplomacia na Construcao do Brasil - YouTube

Coordenei a feitura de um vídeo, com fundo musical  (Bachianas Brasileiras n. 7, de Heitor Villa Lobos), contendo imagens e frases do livro de Rubens Ricupero: A Diplomacia na Construção do Brasil, 1750-2016 (Rio de Janeiro: Versal Editores, 2017), elaborado por Maria Luisa dos Anjos (IPRI), sob a coordenação de Paulo Roberto de Almeida, Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE.
Disponível neste link do meu canal no YouTube: https://youtu.be/R3Ijz2KDkEU
Disponível neste link do canal do IPRI no YouTube: https://youtu.be/y3SsC0v_i5Q





O gigantismo estatal no Brasil e o masoquismo brasileiro - Percival Puggina

O Brasil padece sob o peso do Estado, que consome recursos sem fim dos cidadãos contribuintes compulsórios e das empresas assacadas, apenas em benefício dos políticos e dos próprios funcionários. Mas o brasileiro é contra as privatizações: ele ama o Estado, quer mais Estado, clama por políticas públicas e exige serviços estatais de qualidade. Ainda não chegamos na idade da razão, os brasileiros ainda não se deram conta de que são masoquistas econômicos, e de que são eleitores sádicos, que querem infligir o maior mal aos demais, sem se dar conta de que faz mal a si mesmo.
O link referido neste artigo é este aqui:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_empresas_estatais_do_Brasil#Estatais_do_governo_federal
Paulo Roberto de Almeida

UM SOCIALISTA NO ARMÁRIO

por Percival Puggina. Artigo publicado em

 Pretendia contar o número de empresas, institutos e fundações estatais existentes no Brasil, considerando União, Estados e municípios. Comecei com determinação, mas desisti. Levei um susto! Quem quiser sentir a pujança do estatismo nacional vá à página da Wikipedia que tem a lista. Estamos falando de muitas centenas, senão de milhares desses entes. O Brasil é um país socialista, que muitos, sacudindo bandeiras vermelhas, se esforçam para tirar do armário. Armário cheio de esqueletos.
 A União tem 148 empresas estatais! Trinta por cento, segundo editorial de O Globo do dia 19 de agosto de 2016, criadas durante os governos petistas. Anos de gritaria contra privatizações e discursos de que "Estão vendendo tudo!" me levaram, ingenuamente, a crer que de fato estivessem. Mas era berreiro na sala, para distrair, enquanto a cozinha produzia novas iguarias para o cardápio político. A mesma matéria de O Globo conta que entre o fatídico ano de 2003 e 2015, esses filhotes do amor petista pelo Estado pagaram R$ 5,5 bi em salários e totalizaram um prejuízo de R$ 8 bi. A mais engenhosa das novas estatais foi concebida no PAC 2. É a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que absorveria a tecnologia do trem-bala e executaria o projeto da ligação de alta velocidade entre Rio e São Paulo. A empresa, descarrilada desde sua criação em 2008, é totalmente dependente do Tesouro.
 O formidável e assustador conjunto das "nossas" estatais é parte ponderável dos problemas do Brasil. No entanto, o Instituto Paraná Pesquisas revelou, há três meses, que 61% dos brasileiros são contra privatizações feitas pelo setor privado. Pelo jeito, preferem as "privatizações" caseiras, as notórias apropriações, por partidos, sindicatos e líderes políticos, de tudo que for estatal. Se é para ser abusado que seja pelos de sempre. Trata-se de um vício do nosso presidencialismo. Quem governa comanda a administração e chefia o Estado, estendendo as mãos sobre o que puder alcançar em suas instituições.
É nos estofados desses grandes gabinetes, que a "privatização" do Estado proporciona os melhores orgasmos do poder. Em outras palavras: a experiência política e administrativa nos evidencia que empresas estatais realmente devotadas ao interesse público são fenômeno incomum. Como regra, resultam submetidas às conveniências privadas que descrevi acima. São nichos de usufruto e poder que pouco têm a ver com o bem nacional. Dentro desses domínios nascem as maiores reações a qualquer transferência que conduza ao desabrigo do Tesouro e às aflições do livre mercado. A ninguém entusiasma a ideia de remover o acento da poltrona e alinhá-lo à reta da competitividade.
A doutrinação socialista cumpre seu papel, ensinando que estatal é sinônimo de público, de social, e imune a interesses privados. Empresas estatais seriam como santuários de desprendimento e abnegação. Sim, claro. O Mensalão não existiu e a Lava Jato, você sabe, foi criada para impedir a alma mais honesta do Brasil de retornar à presidência.
E quando um partido sai, vem o outro para fazer a mesma coisa? - perguntará um leitor estrangeiro. Nem sempre, prezado visitante. Se o serviço for bem feito, a privatização partidária de um ente estatal pode ser anterior e se perpetuar além do governo desse partido. Quem duvida olhe para o Ministério de Educação e para as universidades públicas. Ali se educa a nação para amaldiçoar a iniciativa privada, amar o Estado, abrir o armário, e fornecer, nos ambicionados concursos públicos, respostas de acordo com o que pensa a banca.
_______________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Eleicoes presidenciais na Franca em 2002 e no Brasil em 2018: alguma similaridade? - Paulo Roberto de Almeida

Escrevi este artigo logo depois do primeiro turno das eleições presidenciais na França de 2002, que viram o ex-primeiro ministro, líder do Partido Socialista, Lionel Jospin, ser rechaçado em favor do candidato de extrema direita, Jean-Marie Le Pen. O segundo turno foi ganho, como se sabe, pelo candidato da direita, gaullista, já presidente, Jacques Chirac, mas não é isso que importa. O importante é refletir sobre essas polarizações, e especular, como eu fiz em 2002, sobre o sentido das eleições para a esquerda brasileira. A esquerda venceu no Brasil em outubro, como se sabe, mas atualmente, em previsão das eleições de 2018, a mesma polarização direita-esquerda, e sobretudo a rejeição dos políticos tradicionais, pode trazer resultados inesperados.
A ver...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 18 de novembro de 2017


A esquerda francesa e a esquerda brasileira:
eleições “didáticas” para políticos tradicionais

Paulo Roberto de Almeida
Publicada em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 12, Maio de 2002, link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/35907/21066).

O primeiro turno das eleições presidenciais franceses, realizadas em 21 de abril de 2002, provocou, como é sabido, um terremoto político inesperado, num país conhecido, há várias décadas, pela tradicional divisão entre esquerda e direita. No dia 5 de maio, data do segundo turno, os franceses estão convidados a escolher entre um candidato de direita, o atual presidente Jacques Chirac, e um de extrema direita, o líder da Frente Nacional Jean-Marie Le Pen.
A eliminação do candidato socialista, o primeiro-ministro Lionel Jospin, trouxe enorme comoção, e não apenas entre os socialistas franceses. No Brasil, igualmente, sua derrota surpresa foi claramente ressentida nos meios de esquerda, cujo principal candidato às eleições presidenciais de outubro próximo, Lula, do PT, procurou ressaltar os perigos da divisão da esquerda, em lugar de expressar sua opinião sobre o pífio resultado do candidato socialista, que tinha recebido sua visita poucas semanas antes.
Mas o que representa, de fato, o resultado das eleições na França e que lições poderia ele apresentar para a esquerda brasileira, que se defronta com dilemas, senão similares, provavelmente equivalentes? Descartemos, em primeiro lugar, as explicações simplistas que redundam em explicar o sucesso do candidato direitista por tendências xenófobas que estariam latentes na população francesa e que teriam sido habilmente exploradas por Jean-Marie Le Pen. Certamente a população francesa não foi acometida por nenhum surto repentino de racismo, nem pretenderia fazer com que o próximo presidente, qualquer que seja ele, promova ou dê início a um processo sistemático de expulsão de estrangeiros, em primeiro lugar as centenas de milhares de magrebinos ou outros imigrantes islâmicos presentes no Hexágono. Não é isso exatamente que estava em causa nessas eleições, ou pelo menos não se trata, em primeiro lugar, de uma repentina impulsão anti-estrangeira por parte do eleitorado francês que teria emergido como um raio no céu azul da política gaulesa. O eleitorado francês mandou um recado aos políticos tradicionais, de esquerda e de direita, deixando de votar ou expressando um apoio de certa forma circunstancial ao candidato de extrema direita, que foi o único a tocar com alguma sinceridade nas questões que o preocupam em primeiro lugar: garantia de emprego e violência urbana.
Os resultados do escrutínio, estrito senso, são menos espetaculares do que suas consequências psicológicas. Uma totalização dos resultados obtidos pelos candidatos no primeiro turno das eleições presidenciais revela, com efeito, que a esquerda e a direita conservam, grosso modo, uma presença quase que estável no panorama eleitoral francês. Vejamos, em primeiro lugar, os números dos dezesseis candidatos e façamos, em seguida, os agrupamentos que uma lógica primária “esquerda-direita” poderia permitir.

Tabela 1

Resultados das eleições presidenciais da França

1º Turno, 21.04.02
Inscritos
40 251 881
Votantes
29 129 595
Votos válidos
28 141 988
Abstenções
27,63 %
Candidatos
Número votos
%
Jacques Chirac (presidente atual, RPR, direita)
5 664 263
19.87
Jean-Marie Le Pen (Front national, extrema direita)
4 804 385
16.86
Lionel Jospin (primeiro ministro socialista)
4 609 428
16.17
François Bayrou (centro, UDF)
1 948 535
6.83
Arlette Laguiller (trotsquista, LO)
1 629 977
5.72
Jean-Pierre Chevènement (soberanista, MDC)
1 518 633
5.32
Noël Mamère (ecologista, Verdes)
1 495 673
5.24
Olivier Besancenot (trotsquista, LCR)
1 210 505
4.24
Jean Saint-Josse (caçadores, direita, CPNT)
1 202 731
4.22
Alain Madelin (direita liberal, DL) 
1 113 428
3.90
Robert Hue (comunista, PCF)
960 703
3.37
Bruno Mégret (extrema direita, MNR)
666 979
2.34
Christiane Taubira (esquerda, PRG)
660 372
2.31
Corinne Lepage (ecologista, direita, CAP 21)
535 783
1.88
Christine Boutin (direita, FRS)
341 185
1.19
Daniel Gluckstein (trotsquista, PT)
132 712
0.46
Fonte: França: Ministère de l’Intérieur (Justiça)


Tabela 2

Resultados segundo a dicotomia esquerda-direita (em %)

Direita (Chirac, Saint-Josse, Madelin, Lepage, Boutin)
31,06
Extrema Direita (Le Pen, Mégret)
19,20
Esquerda (Jospin, Chevènement, Hue, Taubira,)
27,17
Extrema Esquerda (Laguiller, Besancenot, Gluckstein)
10,42
Centro (Bayrou, Mamère)
12,07

Uma análise preliminar desses resultados indicaria, portanto, que a esquerda, em seu conjunto, logrou preservar seu capital eleitoral (admitindo-se contar o “gaullista de esquerda” Chevènement entre suas fileiras), ainda que o candidato socialista tenha perdido muitos votos (cerca de 2,5 milhões) e que o comunista tenha sido propriamente “lapidado” (passou de 2,6 milhões em 1995 para cerca de 960 mil em 2002). A esquerda tradicional, em relação a 1995, perdeu pouco mais de 1,5 milhão de votos (mas apenas cerca de 300 mil votos, se excluídos os comunistas e os ecologistas), o que corresponde aproximadamente aos ganhos da extrema esquerda. De fato, foi a direita quem perdeu relativamente mais votos, em parte transferidos para a extrema direita representada pelos “irmãos inimigos” Le Pen e Mégret (este, um “trânsfuga” do Front National). A direita dita governamental (na qual poderia ser colocada igualmente o centro) perdeu, no total, quase 4 milhões de votos, sem que isso tenha ido beneficiar a extrema direita, que agregou menos de um milhão de votos adicionais aos resultados de 1995. Os votos faltantes na direita, portanto, foram os daqueles que se abstiveram, os verdadeiros vilões desta eleição de 2002, na qual a “participação” dos ausentes passou de 21 % em 1995 a quase 28 % agora.
Em outros termos, os resultados das eleições francesas não foram dramáticos para o conjunto da esquerda, mas é verdade que alguns dos candidatos da esquerda tradicional foram exemplarmente castigados, da mesma forma, aliás, que outros candidatos da direita governamental. A extrema direita deve ser considerada, para todos os efeitos práticos, como um agrupamento antissistema e de fato seu discurso político ataca tanto a esquerda como os representantes da direita e do centro conservador, considerados como pouco confiáveis na defesa dos “interesses do povo francês”.
No Brasil, cuja classe  política seguiu com atenção esses resultados, o candidato do PT, Lula, chamou a atenção, como vimos, para os perigos da divisão no seio da esquerda, algo tão tradicional como a multiplicação de seitas religiosas. De fato, Jospin deixou de figurar no segundo turno porque alguns dos tradicionais opositores da direita também quiseram mandar um sinal de descontentamento aos socialistas votando pelos candidatos da extrema esquerda. Mas, isso também ocorreu com os eleitores da direita tradicional. Quais seriam, portanto, os verdadeiros ensinamentos a serem tirados dessas eleições francesas?
Parece claro, em primeiro lugar, que o eleitorado francês – como eventualmente o brasileiro também poderá fazer dentro de alguns meses – mandou um sinal de nítido descontentamento em relação à classe política em seu conjunto, muito embora o castigo tenha penalizado mais claramente os candidatos tradicionais, de esquerda ou direita. Em segundo lugar, esse descontentamento se prende a razões bem específicas, que explicam o relativo sucesso da extrema direita: se trata da insegurança, tanto econômica quanto pessoal. A primeira fonte de insegurança se refere às ameaças ao emprego, representadas pelos perigos difusos da globalização – que os franceses, por atavismo antiamericano, chamam de mundialização – enquanto a segunda está diretamente ligada às ameaças bem reais de delinquência e de violência urbanas. Em terceiro lugar, no Brasil, esse tipo de sinalização seria mais suscetível de atingir os candidatos da esquerda, que são os mais identificados com uma certa leniência em relação às fontes de insegurança social.
O que, em termos mais simples, os eleitores franceses disseram aos políticos foi mais ou menos o seguinte: quero meu emprego de volta e quero que sejam eliminadas radicalmente as fontes de delinquência nos subúrbios das grandes cidades (as que são identificadas, certa ou erradamente, com a população imigrada, em primeiro lugar de origem árabe). Tudo isso tem muito pouco a ver com as diatribes anti-comunitárias do candidato Le Pen e suas ameaças de retirar a França da UE e da moeda única, mas deve provavelmente incitar o candidato Chirac a reforçar sua defesa dos esquemas “generosos” de redistribuição de recursos a grupos de interesses, entre os quais se conta a absurda (e absolutamente nefasta para os interesses brasileiros) Política Agrícola Comum.
No Brasil, igualmente, desemprego e violência serão os dois grandes temas das próximas campanhas presidenciais e não está ainda muito claro quem, da situação ou da oposição, poderá apresentar programas de governo dotados de um pouco mais de credibilidade nesses dois fortes vetores sociais. Se o candidato tradicional da esquerda parece mais propenso a defender o emprego dos já empregados, não é certo que ele seja visto como capaz de criar novas fontes de trabalho para os milhões de jovens (e outros nem tão jovens) que sobrevivem no mercado informal ou no subemprego. Por outro lado, a esquerda é vista, habitualmente, como mais leniente em relação ao “tratamento” a ser aplicado aos delinquentes, o que retira muito do apoio que lhe poderia ser concedido pela classe média ou mesmo pelas camadas ditas populares. O candidato governista, por sua vez, não terá uma campanha muito confortável nessas duas áreas, uma vez que o taxa média de desemprego tendeu a crescer no período (ainda que não dramaticamente) e que, segundo o senso comum, a violência parece ter aumentado exponencialmente.
Em que pese a crença de muitos militantes de esquerda, o eleitorado, qualquer que seja ele, tende a votar de maneira não ideológica, privilegiando mais suas preocupações do momento do que grandes programas de transformação geral da situação econômica ou política. O eleitor quer em geral que o político resolva o seu problema de emprego e de insegurança pessoal, todo o resto vindo depois, inclusive a peroração contra as políticas neoliberais e as privatizações.
Os detalhes e demandas específicas em termos de políticas setoriais surgem durante a campanha, e nesse campo a estabilidade econômica continua a ser valorizada potencialmente (ainda que seja pouco provável que ela constitua o “cabo eleitoral” que foi em 1994 e em 1998). Em todo caso, o candidato do PT não parece dispor, nesse particular, de uma boa base de partida, tendo em algum momento do passado deixado a entender que um “pouquinho” de inflação seria uma troca aceitável por um pouco mais de crescimento econômico e de criação de empregos. Em síntese, no Brasil como na França, o embate não se dará entre a esquerda e a direita, mas entre candidatos que saberão inspirar maior ou menor confiança em termos de preocupações imediatas dos cidadãos, em primeiro lugar em relação às fontes de insegurança pessoal e social. Políticos acomodados, de direita ou de esquerda: preparem-se para algumas surpresas!

Paulo Roberto de Almeida
895: 26/04/2002
revisão em 29/04/2002