Crossing the Empire, 2014 (4)
de North Platte, Nebraska,
a Denver, Colorado
Nada de extraordinário na viagem em
si, ou seja, o percurso de estrada, mas sim no início e no final. Começamos por
passar uma excelente noite neste hotel de “beira de estrada”, na verdade o
maior da cidade (pequena) e da região (condado de Lincoln, como existem
dezenas, centenas em todos os estados dos EUA). Carmen Lícia adotou os Quality
Inns, como padrão para etapas de estrada, com razão.
Os Quality Inns têm se revelado uma
excelente surpresa, um preço camarada para uma qualidade excelente, pelo preço,
mas desta vez fizemos um upgrade: uma suite de luxo, com jacuzzi (aliás não
usada, pois não podia ser mais brega, em pleno living, ao lado da cozinha; deve
ser coisa de gays). Pedimos salmão no quarto e duas taças de vinho, pois
estávamos cansados da viagem do dia anterior. A despeito disso fui até de
madrugada, terminando a informação sobre Des Moines e Omaha.
Como não podia deixar de ser, o
Hotel também homenageia o herói da região (junto com John Wayne, nascido bem
perto), Buffalo Bill, por meio deste tapete, junto ao qual também apareço numa
foto tirada por Carmen Lícia.
Pela manhã, fomos à grande atração
da cidade, o Trading Post Fort Cody, que tem tudo para figurar na coleção de
breguices americanas imortalizadas por Umberto Eco no seu Viagens na Irrealidade Cotidiana (que li antes de conhecer os EUA,
e achava que o autor estava exagerando, para depois descobrir que não: o kitsch
é absolutamente normal neste país, e ele vai muito bem de saúde e de vigor,
ainda que com muitos “made in China” em substituição aos antigos “made in
America”).
Na entrada, o painel com o matador
de bisões e de índios (antes que ele se tornasse o primeiro show man americano
e planetário, com seus espetáculos juntando índios, cavalaria e ele próprio,
como o grande desbravador do oeste americano.
Os politicamente corretos que lerem
o que está no cartaz da parte de baixo não vão gostar: o homem se orgulhava de
ter matado 4.280 bisões em oito meses.
Não seja por isso, o interior do
forte, e do trading post, é um pequeno museu em homenagem ao espírito
desbravador dos americanos, com muita coisa de época, inclusive cartas e fotos
do próprio William F. Cody (e de sua mulher, que sobreviveu cinco anos à sua
morte em 1917), e muitas outras maquetes. No interior do forte, em tamanho
real, peças típicas da época, como esta carroça, ilustrada pela presença de
Carmen Lícia.
Eu fiquei ao lado de um bisão
varonil, perfeitamente pintado e resinado para resistir às chuvas que pegamos
ontem, com pedras de gelo e ventania.
Feitas as compras no “trading post”
(cartões, bijouteria, camisetas, magnets, e outros gadgets), saímos para as 260
milhas que nos separavam de Denver, nossa primeira grande parada. Aqui
escolhemos um Residence Inn, da cadeia Marriot, também super confortável, com
cozinha completa e em pleno centro da cidade. Andamos um pouco pela cidade e
passamos num supermercado para as compras da noite: salmão, salada, arroz,
frutas, e mais um vinho francês na loja em frente ao supermercado (que vende
cerveja, mas não vinho). Carmen Lícia preparou um excelente jantar, e depois eu
ainda andei em volta do hotel para espairecer pela noite.
Nesta segunda, Labor Day, tudo
estava fechado, obviamente, menos os sindicatos, protestando em favor de um
mínimo de 15 dólares a hora.
Amanhã, terça-feira, dia 2/09,
começa verdadeiramente nossos passeios pela cidade. Além dos museus mais
famosos, e do túmulo do Buffalo Bill (sacré bonhomme), vamos ao jardim
botânico, mas não para ver plantas, e sim as esculturas em vidro do Chihuly,
artista famoso, com obras em todas as partes, como esta aqui que fotografei no
museu Joslyn, de Omaha.
Boa noite.
Denver, 1
de setembro de 2014