O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Gladson Miranda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gladson Miranda. Mostrar todas as postagens

domingo, 6 de agosto de 2017

A Ordem do Progresso (17, final): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-16-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-15-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-14-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-13-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-11-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-10-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-9-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-8-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-7-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-6-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-5-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-4-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-3-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-2-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-1-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-0-resenha-de.html


Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil

2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...)


CAPÍTULO 17 - ALTERNÂNCIA POLÍTICA, REDISTRIBUIÇÃO E CRESCIMENTO, 2003-2010

Rogério L. F. Werneck
Inevitavelmente o início do governo de Lula estaria cercado de incertezas econômicas, mas não duraram muito, pois já em 2004 as políticas do novo presidente começaram a ter efeitos positivos para o país. (pg. 357)

Tensões da metamorfose

O governo Lula teve de mudar seus discursos relacionados a economia para poder manter a continuidade do governo anterior, demonstrando-se muito traumático para o PT. “Logo após a vitória de Lula no segundo turno das eleições, previa-se que, sem uma imediata definição dos nomes responsáveis pela condução da política econômica do novo governo, seria muito difícil manter os mercados financeiros sob relativo controle”. (pg. 360)
O PT tinha uma enorme oportunidade em aproveitar a situação para manter a política econômica, fazendo com que a situação do país continuasse a melhorar. Isso levaria o partido a ter de mudar seu discurso, o que foi difícil de ser realizado, mas Lula ganhou confiança e manteve a política econômica, trazendo enormes benefícios. (pg. 361-362)

Colheita rápida

“A reconstrução da confiança foi facilitada pela rápida melhora da balança comercial, na esteira da prolongada depreciação cambial e do aumento da demanda mundial pelas exportações brasileiras. Contas externas mais sólidas e rápida redução da incerteza logo deram lugar a vigorosa apreciação cambial e forte queda nos indicadores de risco-país ao longo do primeiro semestre de 2003”. (pg. 363)

A crise do mensalão e seus desdobramentos

Os anos estavam passando com o aumento da confiança no presidente Lula, até que em 2005 eclodiu uma crise interna, a qual foi denominada como a crise do mensalão. (pg. 364)
O partido veio se desestruturando, com inúmeras renúncias de cargos importantes, como Casa Civil, Ministério da Fazenda, entre outros. “A crise política não havia imposto nenhuma baixa importante na equipe econômica. Mas a cúpula do governo e o comando do partido haviam passado por grandes mudanças”. (pg. 365)

De Palocci a Mantega

A crise obrigou o governo a modificar seu discurso com relação à política econômica. “A ideia era assegurar que a expansão do gasto público passasse a se dar a uma taxa inferior à taxa de crescimento do PIB”. (pg. 366)
A crise foi tamanha que em 2006 Palocci se demitiu do Ministério da Fazenda e Guido Mantega assumiu seu lugar, este fato foi o marco na mudança do discurso do governo no tocante à economia. (pg. 367)

Redistribuição de renda

“A reeleição do presidente Lula não se deveu apenas ao crescimento relativamente rápido da economia a partir de 2004. Boa parte do seu bom desempenho eleitoral, no final de 2006, pode ser atribuído ao sucesso das políticas de redistribuição de renda que haviam sido adotadas no primeiro mandato”. (pg. 369)
O programa do PT sempre foi baseado em políticas distributivas, o Fome Zero abriu portas para o Bolsa Família, que teve seu alcance expandido rapidamente. “O número de famílias beneficiadas saltou de 3,6 milhões, em 2003, para 11 milhões, em 2006, e chegou a 12,8 milhões, em 2010, ao final do segundo mandato do Presidente Lula”. (pg. 369)

Opção por uma estratégia desenvolvimentista, intensiva em recursos fiscais

“Diante de um amplo leque de arranjos possíveis, o governo, recorrentemente, revelava, nas escolhas feitas nas mais diversas áreas, forte preferência por soluções intensivas em recursos públicos, em que caberia ao Estado a responsabilidade por boa parte do investimento ou pela provisão de parcela substancial do financiamento que se fizesse necessário”. (pg. 372)

A crise mundial como pretexto

Desde a metade de 2007 o crédito hipotecário norte-americano demonstrava-se preocupante, uma bolha imobiliária estava prestes a explodir. A crise foi se intensificando no ano de 2008 e acabou por estourar no ano de 2009. (pg. 373)
“Em termos de redução do crescimento econômico, o Brasil acabou sendo menos afetado que muitos outros países. O impacto não chegou a ser tão reduzido como a simples “marolinha” que, de início, havia sido antevista pelo Presidente Lula. Mas tampouco foi tão devastador e duradouro como se temia”. (pg. 374)
A crise levou o governo a se aproveitar da mesma para mudar algumas políticas econômicas, usando como pretexto para o Estado influir na economia do país e até mesmo lançar a candidatura da potencial presidente, Dilma Rousseff, no início de 2009. (pg. 375-376)

Gran finale em meio à deterioração do regime fiscal

“As mudanças no regime fiscal ensejadas pela crise deram lugar a rápida deterioração das contas públicas, vertiginosa expansão do crédito estatal, bancada por emissão de dívida pelo Tesouro, e montagem de dispendiosa bateria de programas “pró-negócios”, em Brasília e no Rio de Janeiro, movidos a dinheiro público e envolvendo farta distribuição de favores do Estado”. (pg. 376)
Almejando a restauração do desenvolvimento do país, o governo procurou estabelecer uma estratégia de crescimento intensivo de recursos fiscais, “descolada da dura realidade das contas públicas e pautada por prioridades de investimento equivocadas”. (pg. 379)
Apesar dos problemas ocorridos durante os dois mandatos do governo Lula, a economia cresceu de maneira significativa, o PIB teve índice de 4% de crescimento, bem mais, por exemplo, do que o governo anterior, que foi de 2,3%. (pg. 380)
“O que se anunciou no início de 2011 é que a economia passaria a manter uma expansão “mais moderada” da ordem de 5% ou 6% ao ano. Esse anúncio bem ilustra o descompasso entre as expectativas do novo governo sobre a manutenção do dinamismo da economia e a difícil realidade com que afinal teve de lidar. Na verdade, a taxa média anual de crescimento do PIB nos primeiros três anos do mandato da Presidente Dilma Rousseff mal chegou a 2%. O que não impediu que a taxa oficial de inflação alcançasse a marca de 6,5% em 2011, e se mantivesse pouco abaixo de 6% nos dois anos seguintes”. (pg. 380)
Entusiasta com a ideia desenvolvimentista do governo Lula, Dilma manteve as políticas de expansão. “Levaria algum tempo para que, afinal, se convencesse de que a economia estava restrita pela expansão da oferta, com sérios problemas de escassez de mão de obra, crescimento lento de produtividade, deficiências de infraestrutura, insuficiência generalizada de investimentos, baixa competividade externa e carga tributária excessiva”. (pg. 381)
 
FINAL da resenha-resumo

A Ordem do Progresso (16): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-15-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-14-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-13-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-11-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-10-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-9-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-8-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-7-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-6-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-5-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-4-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-3-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-2-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-1-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-0-resenha-de.html


Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil

2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...)


CAPÍTULO 16 - CONSOLIDAÇÃO DA ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO INSTITUCIONAL, 1995-2002

Rogério L. F. Werneck
Fernando Henrique assumiu a presidência a meio de bastante otimismo, o Plano Real parecia estar dando certo, a inflação estava sendo contida, mas foi em 1995 que pareceu haver uma fragilidade, pois a crise mexicana afetou o quadro externo e surgiu o receio de que a política cambial pudesse atrapalhar a balança comercial. (pg. 331-332)

Política econômica, cisão e ambiguidade

“Com a posse do novo governo, no início de 1995, a condução da política econômica tornou-se uma operação muito mais complexa. Por um lado, a agenda passou a ser bem mais ampla do que era. Já não se tratava mais de concentrar todos os esforços no objetivo maior de pôr fim ao processo de alta inflação. Uma extensa gama de novas questões passou a exigir atenção. Ao mesmo tempo, ainda faltava muito para que o novo regime de baixa inflação pudesse ser considerado consolidado. E a melhor forma de assegurar essa consolidação logo mostrou ser questão altamente controvertida dentro do novo governo”. (pg. 334)

Reformas, abertura e privatização

A crise mexicana abriu os olhos dos economistas para possíveis cautelas a serem observadas, pois em razão da “necessidade de financiamento externo da economia teria que ser mantida em níveis bem mais moderados do que se imaginava possível, encurtara-se o tempo disponível para levar à frente as reformas econômicas requeridas para viabilizar o ajuste estrutural do setor público que se fazia necessário”. (pg. 339)
Durante a década de 1990, algumas privatizações tiveram mais importância, como a Vale do Rio Doce. A liberação comercial sofreu uma reversão durante o governo FHC, ainda que estivesse havendo um imenso esforço com a substituição do plano de estabilização pelo Plano Real. O Brasil vinha procurando reforço nas relações com a OMC. (pg. 343)

O projeto da reeleição

O ano de 1996 girou praticamente em torno da mobilização do Congresso para aprovar uma emenda que possibilitasse a reeleição de FHC – aprovada no ano de 1997 –, sendo que sua popularidade vinha em constante crescimento. (pg. 344)
“Expectativas de que, tendo conseguido a aprovação da emenda da reeleição, o governo estaria afinal disposto a mobilizar seus recursos políticos para reverter a deterioração das contas públicas e fazer avançar a agenda de reformas, logo se mostraram infundadas. Na verdade, o Planalto continuou incapaz de mostrar convicção acerca da importância do ajuste fiscal, até nos aspectos mais elementares”. (pg. 346)

Choques externos e crise cambial

No ano de 1997 estourou a Crise Asiática, o que, juntamente com a vulnerabilidade econômica brasileira, trouxe enormes preocupações. A situação foi devidamente controlada em 1998, mas a “inconsistência macroeconômica ainda não tinha sido resolvida”. (pg. 347)
“Em gritante contraste com que o governo contemplava, o abandono do crawling peg deflagrou um processo descontrolado de desvalorização, com efeitos de desestabilização devastadores que perduraram pela maior parte do primeiro bimestre de 1999. Os danos acabaram sendo amplificados por dois fatores. De um lado, como a mudança da política cambial implicava sério rompimento do acordo que acabara de ser firmado com FMI, o país perdeu o apoio das instituições multilaterais e do G-7. De outro, o Banco Central permaneceu precariamente tripulado durante a pior parte da crise, exatamente quando sua atuação se fazia mais necessária”. (pg. 349)

Novo arcabouço de política econômica

A crise precisava ser resolvida e o presidente chegou a conclusão que precisaria mudar sua equipe econômica. Nesse sentido, resolveu nomear Arminio Fraga para a presidência do Banco Central, o que possibilitou novas renegociações de acordos com o FMI e a futura melhora na economia. (pg. 349)

Círculo virtuoso e crise energética

“No início de 2000 a economia parecia bem mais sólida do que um ano antes. A turbulência deflagrada pela desvalorização havia sido superada. A inflação estava sob controle. E havia um programa impressionante de consolidação fiscal em andamento. O ano 2000 estava fadado a ser o melhor ano do segundo mandato de FHC”. (pg. 351)
Internamente, o Brasil vinha sofrendo com incertezas no quadro político e acerca da evolução econômica. Foi então que o país percebeu que o desastre da gestão ocasionou uma exigência descomedida de energia elétrica, sendo que o país estava prestes a encarar uma escassez de energia, causando enorme vulnerabilidade da economia. (pg. 352)

Alternância política e desestabilização

Com queda da popularidade do governo no poder à época e o aumento da popularidade dos candidatos da oposição, o PT, foi feita uma tentativa de renegociação do acordo com o FMI para a estabilização da economia. O acordo sofria resistência, mas ao final acabou sendo realizado, dado o comprometimento em cumpri-lo realizado pelo potencial presidente, Lula. (pg. 355)
“O término do segundo mandato de FHC testemunhou outra mudança da maior importância. Não havia dúvida de que o país tinha feito uma travessia muito difícil em 2002. Mas ao fim e ao cabo dessa travessia, uma mudança política crucial tinha ocorrido. Depois de ter sido derrotado três vezes, o PT tinha finalmente vencido a eleição presidencial. Mas o vencedor teve de se desfazer de boa parte de suas velhas e arraigadas crenças e deixar de lado o discurso radical, para se deslocar rapidamente para o centro do espectro político e adotar como sua a política macroeconômica do governo que chegara ao fim. Não foi uma mudança menor. O que parecia ser um abismo intransponível entre governo e oposição tinha dado lugar a um amplo conjunto de ideias sensatas compartilhadas por governo e oposição”. (pg. 356)

  (continua, para o final)

A Ordem do Progresso (15): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-14-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-13-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-11-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-10-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-9-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-8-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-7-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-6-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-5-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-4-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-3-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-2-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-1-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-0-resenha-de.html


Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil

2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...)




CAPÍTULO 15 - ESTABILIZAÇÃO, ABERTURA E PRIVATIZAÇÃO, 1990-1994

Marcelo de Paiva Abreu e Rogério L. F. Werneck
Em 1990 foi a vez de Fernando Collor assumir como presidente, o país experimentava índices da inflação em 80% ao mês, o que obrigou ao novo presidente a instituir seu programa de estabilização no primeiro dia. “Mas seu programa econômico incluiu também reformas estruturais centradas na abertura comercial, na redução do papel do Estado como produtor de bens e serviços e na reorganização da administração pública federal”. (pg. 313)
Collor sofreu impeachment antes do término do ano de 1992, então Itamar Franco, vice-presidente à época assumiu e passou por algumas inconstâncias, principalmente com a nomeação de quatro ministros para a Fazenda durante apenas sete meses. “No mandato de Itamar Franco continuaram avançando as reformas relativas à abertura comercial e à privatização”. (pg. 313-314)

Fracasso do Plano Collor

Não é possível atribuir a culpa pelo fracasso no âmbito econômico inteiramente para o presidente, pois os problemas já vinham de antes, principalmente no que diz respeito à inflação, que estava altíssima. (pg. 314)
O governo estava tentando de várias formas, procurou obstar a evasão de títulos públicos, tentou limitar a área de recomposição de carteiras de investimento, o que gerou uma enorme contração da liquidez. (pg. 314)
Encontrou ainda muita complexidade ao controlar os salários e os preços, grande parte em razão dos erros gravíssimos de efetivação. O plano inicial foi por água abaixo e em 1991 já estava sendo anunciado um novo programa. (pg. 316)

Alta inflação, corrupção e impeachment

Quase em meados do ano de 1991, grande parcela da equipe que Collor escolheu inicialmente para tratar da economia havia deixado o governo. O problema da inflação estava bastante delicado, o panorama fiscal estava em ampla degeneração, a economia demonstrava alta instabilidade. (pg. 317)
No ano de 1992 a situação havia melhorado um pouco, mas a inflação ainda preocupada. “A grande fonte de incerteza passara a ser a tensa evolução do quadro político. A eleição de Collor, à margem dos grandes partidos, havia dado lugar a um governo com base parlamentar extremamente precária”. Em maio deste ano foram descobertas evidências da ligação do presidente com atos de corrupção, sendo este afastado do cargo em outubro e em dezembro veio a renunciar. (pg. 318-319)

Concepção e implementação do Plano Real

“De início, como substituto interino de Fernando Collor e, a partir de 29 de dezembro de 1992, em caráter definitivo, Itamar Franco ocupou a presidência por quase 27 meses. No exercício do cargo, confirmaria com cores vivas sua reputação de político histriônico e mercurial. Revelou-se especialmente volúvel na seleção dos responsáveis pela área econômica do governo”. (pg. 319)
 A implementação de um plano de estabilização que funcionasse estava sendo complicada, mas em 1993 foi instituída uma estratégia e o plano teria três momentos. “Primeiro, um ajuste fiscal significativo seria negociado com o Congresso. Depois seria criada a Unidade Real de Valor (URV), unidade de conta, com reajuste diário, que conviveria temporariamente com o cruzeiro real. Finalmente, uma reforma monetária extinguiria o cruzeiro real, substituindo-o pelo real, o que equivaleria a simplesmente conferir à URV a função de meio de pagamento”. (pg. 322)

Abertura comercial e Mercosul

Pode-se dizer que esta abertura ocorreu em três momentos, o primeiro foi em 1988 a 1989 ao extinguir as abundâncias, segundo foi de 1990 a 1993, momento no qual foram reduzidas as barreiras não tarifárias e a exclusão dos impedimentos na importação. Por fim, foram realizados pactos tarifários para determinar sujeição mais severa aos preços internos. (pg. 324-325)
“As importações provenientes do Mercosul cresceram mais lentamente do que as exportações, alcançando 13,7% do total em 1994. Mas, tal como as originárias dos Estados Unidos (22,9% do total) e das CE (22,6%), ficaram realçadas pela redução da importância do petróleo nas importações totais, cuja participação caiu de mais de 50%, no início dos 1980, para 22,9%, em 1990, e 12,3%, em 1994”. (pg. 327)

Privatização

O governo Collor teve alguns momentos desastrosos, mas quando diz respeito ao programa de privatização tomou-se muito cuidado para não gerar um recuo inoportuno. (pg. 327)
As privatizações antes do ano de 1989 foram basicamente em pequenas empresas que estavam falindo. A partir de Collor iniciaram-se a privatização de empresas maiores e mais importantes, o que gerou uma receita boa para o país. (pg. 328)

Dívida externa

“A proposta brasileira de renegociação da dívida externa, apresentada em outubro de 1990, incluía a securitização da dívida por meio de bônus de 45 anos sem garantia e um empréstimo-ponte para permitir o pagamento de atrasados. Cerca de 10% da dívida total, correspondendo à dívida privada, seria excluída do acordo. Tal proposta foi recusada pelos credores. Medidas temporárias, em 1991, incluíram o pagamento de 30% dos juros devidos, a exclusão da dívida das grandes estatais da dívida pendente e um acordo para pagamento de atrasados, sendo parte em dinheiro e parte por meio de um empréstimo-ponte com um cardápio diversificado de opções”. (pg. 329)

As eleições de 1994

A procura por estabilidade econômica foi um sucesso e gerou repercussões importantes na política brasileira. A estabilização da inflação fez com que o Plano Real fosse bem aceito e isso ocasionou a vitória de Fernando Henrique nas eleições para presidente em 1994. (pg. 330)

(continua...)

A Ordem do Progresso (14): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-13-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-11-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-10-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-9-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-8-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-7-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-6-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-5-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-4-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-3-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-2-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-1-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-0-resenha-de.html


Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil
2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha  (...)

CAPÍTULO 14 - A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS, 1985-1990

Eduardo Marco Modiano

1.     Introdução

Da metade para o final da década de 80, os objetivos da economia brasileira era conter a inflação. Os projetos realizados durante a primeira metade da década foram responsáveis apenas em ajustar externamente a economia, mas não foram capazes de impedir o crescimento da inflação. (pg. 281)

2.     Inflação inercial e conflito distributivo

“A concepção dos programas de estabilização para a economia brasileira, adotados a partir de fevereiro de 1986, favoreceu a interpretação de que a inflação brasileira era predominantemente inercial. A inércia inflacionária resultaria dos mecanismos de indexação, para a correção monetária dos preços, salários, taxa de câmbio e ativos financeiros, que tenderiam a propagar a inflação passada para o futuro”. (pg. 281)
“A mudança do patamar inflacionário que tem origem no conflito distributivo de rendas pode ser explicada através de um modelo simples de uma economia com uma função de produção agregada utilizando apenas dois insumos: trabalho e um agregado composto de capital, produtos primários e bens intermediários importados”. (pg. 284)

3.     O fracasso do gradualismo: março 1985-fevereiro 1986

Em 1985 a Nova República foi estabelecida em seguida a 21 anos de regime militar. O recém empossado presidente iniciou o governo com a intenção a princípio de estabelecer políticas de austeridade monetária e fiscal. (pg. 285)
Logo após ser anunciada a política econômica a ser seguida, a inflação teve uma queda muito importante, chegando ao percentual de 7,2. (pg. 286)
Entretanto, não houve sucesso duradouro com relação a manutenção da inflação em níveis baixos, tendo assim finalizada o momento político-econômico da Nova República. (pg. 290)

4.     Plano Cruzado: principais ingredientes

O Brasil vinha tentando se reestabilizar quando resolveu modificar o padrão monetário e estabeleceu o cruzeiro como moeda em 1986. A taxa inicialm de conversão era de 1000 cruzeiros por cruzado. (pg. 290)
“O Plano Cruzado não estabeleceu regras ou metas para as políticas monetária e fiscal para complementar o programa de estabilização. A atuação das políticas monetária e fiscal foi relegada ao discernimento dos responsáveis pela política econômica”. (pg. 292)

5.     Plano Cruzado: principais resultados

“A análise dos resultados do Plano Cruzado está dividida em três períodos. O primeiro período, que vai de março a junho de 1986, é caracterizado por uma queda substancial da inflação e também pelos primeiros indícios da existência de excesso de demanda na economia. O segundo período, que vai de julho a outubro de 1986, pode ser identificado pela total imobilidade do governo ante o agravamento da escassez de produtos e à deterioração das contas externas. Finalmente, o terceiro período, que vai de novembro de 1986 a junho de 1987, ratificou o fracasso do Plano Cruzado, com o retorno das altas taxas de inflação”. (pg. 293)
Durante o primeiro período o governo teve noção do tamanho do desequilíbrio que o âmbito fiscal vinha sofrendo. Já no segundo período, pode-se notar que a inflação se manteve baixa, apenas apresentou uma pequena inclinação progressiva. (pg. 294-295)

6.     Plano Bresser: ingredientes

“O Plano Bresser de 12 de junho de 1987 foi apresentado à população como um programa de estabilização híbrido, que incluía elementos tanto ortodoxos quanto heterodoxos para o combate à inflação. Em contraste com o Plano Cruzado original, o novo programa não tinha como meta a “inflação zero”, nem tencionava eliminar a indexação da economia”. (pg. 297)
O referido plano diferia do Plano Cruzado, entre outras coisas, no tocante a forma de adotar a política fiscal e monetária, sendo que naquele seria ativa. O pequeno período do governo neste plano faria praticar taxas de juros positivas reais com a intenção de coibir a conjectura com consumo de bens duráveis e estoques. (pg. 298-299)

7.     Plano Bresser: resultados

“A evolução da política econômica, após o lançamento do segundo programa de estabilização, pode ser dividida em dois períodos. O primeiro período, que vai de julho a dezembro de 1987, inclui as fases de congelamento e flexibilização do Plano Bresser, configurando o sucesso inicial e o fracasso posterior desta segunda tentativa. O segundo período, que vai de janeiro a dezembro de 1988, é caracterizado por um renascimento da ortodoxia e por uma retomada do gradualismo no combate à inflação. No final de 1988 a economia parecia novamente se encontrar no limiar da hiperinflação”. (pg. 299)

8.     Plano Verão: ingredientes

O referido plano instituiu uma nova reforma monetária, estabelecendo como moeda nacional o cruzado novo. Esse ato também foi entendido como um projeto de estabilização complexo. (pg. 304-305)
O cruzado novo estava muito desvalorizado perante o dólar americano, chegando a índices de 18% de desvalorização. (pg. 306)

9.     Plano Verão: resultados

“A execução do Plano Verão pretendia produzir dois ou três meses de taxas de inflação baixas com a economia desindexada e, assim, induzir os agentes econômicos a ampliar as periodicidades dos reajustes nas negociações sobre as regras futuras de indexação. Nesta fase seria também aprofundado o ajuste fiscal. As taxas de juros elevadas promoveriam uma recessão suave a curto prazo, o que facilitaria a eliminação gradual do congelamento”. (pg. 307)
O dólar se manteve estável nos primeiros meses do plano verão. Mas a principal conquista deste plano foi manter a inflação estável, sem qualquer aumento desenfreado. Neste período o PIB chegou a crescer 3,2% e contrariou as expectativas negativas. (pg. 310)

10.  Conclusões

A despeito do principal objetivo da política econômica ser o combate à inflação, esta teve índices altíssimos no período de 1985 a 1989, chegando a quadriplicar. (pg. 310)
O governo não conseguiu se manter equilibrado, a economia brasileira teve dificuldades em crescer. “Ironicamente, a falta de uma solução para os desequilíbrios internos, herdados do início dos anos 1980, ao não permitir uma retomada vigorosa do crescimento econômico, reforçou e prolongou o ajuste recessivo do desequilíbrio externo, que caracterizou a política econômica da primeira metade da década”. (pg. 312)

(continua...)

A Ordem do Progresso (13): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-11-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-10-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-9-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-8-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-7-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-6-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-5-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-4-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-3-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-2-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-1-resenha-de.html
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-0-resenha-de.html


Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil
2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...) 

CAPÍTULO 13 - AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO, 1980-1984

Dionísio Dias Carneiro e Eduardo Marco Modiano

Introdução

“A duplicação dos preços do petróleo e a elevação das taxas de juros internacionais no início dos anos 1980 tornaram mais custoso e mais prolongado o processo de ajuste da oferta doméstica iniciado na segunda metade da década anterior”. O presente capítulo tem como escopo a análise da transição no começo do governo de Figueiredo. (pg. 263-264)

1.     Recessão sem Fundo: 1981

A política econômica nos anos de 1981 e 1982 foram dirigidas para a diminuição dos anseios de divisas estrangeiras por meio do controle de absorção interna. (pg. 264)
A economia do Brasil estava sofrendo uma depressão enorme, a qual fez com que o produto industrial reduzisse cerca de 10% no ano de 1981, inclusive, o PIB caiu pela primeira vez após a Segunda Guerra. O capital estrangeiro vinha se tornando cada vez mais insuficiente e isso gerava crescimento das reservas internacionais. (pg. 266)

2.     Da Recessão ao Fundo: 1982

Neste ano as exportações brasileiras foram 3 bilhões de dólares a menos do que no ano de 1981, a “recessão mundial, acentuada pelo comportamento defensivo dos dirigentes das economias centrais e pelo declínio da capacidade de importar de alguns dos novos consumidores de manufaturas brasileiras, frustrara a tentativa de produzir um significativo superávit comercial no segundo ano da nova política econômica”. (pg. 267)
Internamente a situação política ainda estava bastante complexa, não diferente do restante do mundo. O balanço de pagamento teve seu financiamento aprovado para que no ano seguinte iniciasse uma intervenção emergencial contanto com o apoio mexicano. (pg. 268)

3.     O Fundo da Recessão: 1983

Após muito lutar contra, o governo do Brasil resolveu aceitar ajuda do FMI e resolveu apresentar sua primeira carta de intenções. (pg. 270)
“As incertezas quanto aos efeitos líquidos da negociação prolongada com o FMI acerca da medida apropriada para o déficit público, aliado ao conhecimento geral de que a economia operava com reservas cambiais negativas, estimularam a demanda de ativos denominados em dólar durante o ano”. (pg. 273)

4.     Com o Fundo sem Recessão: 1984

No ano de 1984 os Estados Unidos passaram a se estabilizar economicamente, o que melhorou a economia brasileira externa, ficando mais relaxada e favorecendo seu desempenho. (pg. 275)
“A estabilidade das taxas mensais até agosto, em torno de 10% ao mês, reforçava o caráter inercial do processo inflacionário brasileiro e sua relativa invariância ao nível de atividade. A generalização do entendimento do caráter inercial da inflação suscitou o aparecimento de sugestões de políticas visando a redução do nível de indexação da economia brasileira”. (pg. 277)
A economia brasileira começou a ter novas expectativas de crescimento e isso fez com que o padrão dos negócios com o FMI fosse modificado. Entretanto, o Brasil fracassou em conseguir o apoio do FMI com relação ao programa de estabilização. (pg. 279)

5.     Conclusões

A dificuldade em entrar em acordo com o FMI foi característica deste período. “Os desequilíbrios internos, e notadamente as elevadas taxas de inflação, foram tratados em todo esse período com excessiva tolerância ou complacência passiva”. As circunstâncias contrárias ampliaram os custos de reforma e “contribuíram para aumentar os conflitos internos e agravaram os efeitos inflacionários”. (pg. 280)
  
(continua...)