Estranho caso de um livro já anunciado, mas ainda não disponível para encomenda:
A Passos Lentos: uma história econômica do Brasil Império - Antonio Correa do Lago, Marcelo de Paiva Abreu, André Arruda Villela
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Estranho caso de um livro já anunciado, mas ainda não disponível para encomenda:
A Passos Lentos: uma história econômica do Brasil Império - Antonio Correa do Lago, Marcelo de Paiva Abreu, André Arruda Villela
Estagnação econômica, dependência exclusiva da exportação de matérias primas agrícolas, uma vasta plantation escravista, governos irremediavelmente deficitários. Estes são alguns dos fatos estilizados que vêm à mente quando se pensa na história econômica do Brasil Império. Com base em ampla evidência estatística e em diálogo permanente com a historiografia clássica e a produção acadêmica contemporânea, este livro confirma que tal espécie de “fatos” costuma ser apenas parcialmente verdadeira. A economia do Império não era imóvel – movia-se, ainda que a passos lentos.
"A Passos Lentos" revisita políticas econômicas adotadas no Brasil Império e explora consequências do escravagismo e de governos deficitários
Resultado da reunião de historiadores renomados, o livro “A Passos Lentos – Uma História Econômica do Brasil Império”, pode ser definido como uma nova referência para estudiosos e curiosos. A leitura é indicada para aqueles que desejam entender a dinâmica de desenvolvimento do país ao longo dos séculos a partir das políticas econômicas adotadas durante o domínio da monarquia.
A Passos Lentos aborda as dinâmicas econômicas da época, baseadas sumariamente no escravagismo, o PIB das regiões habitadas, os dilemas que envolviam a posse e divisão de terras, as relações trabalhistas e como a capital se mantinha. Os historiadores também apresentam a relação entre o Brasil Império e a Economia mundial, destrinchando as políticas de comércio exterior, exportações, importações e dívida externa.
O programa Ponto de Encontro abordou os assuntos do livro em entrevista com um dos autores, o doutor em Economia Luiz Aranha Correa do Lago. Ouça na íntegra:
“Basicamente, a escravidão determinava alguns aspectos que eram elementos de atraso. Um deles, muito claro, é que, obviamente, você tendo uma população escravizada, ela não era uma população que era consumidora importante. Segundo no ponto de vista de mão de obra, no longo prazo, a mão de obra livre é mais produtiva que a mão de obra escravizada. Então aqui temos já um elemento de atraso importante”, comentou Lago.
O especialista explica que a transição para o trabalho livre foi se dando mais facilmente nas regiões do Sul, onde não se havia o predomínio do latifúndio. Nas regiões cafeeiras, por exemplo, de acordo com o censo de 1872, cerca de 15% da população eram pessoas escravizadas, enquanto no Paraná eram 8% e Santa Catarina 9%. Nesses estados do Sul, foi se percebendo que as atividades foram ficando diversificadas por conta da chegada de imigrantes, enquanto nas regiões cafeeiras o trabalho escravo prevaleceu até 1880.
Sinopse
Estagnação econômica, dependência exclusiva da exportação de matérias primas agrícolas, uma vasta plantation escravista, governos irremediavelmente deficitários. Estes são alguns dos fatos estilizados que vêm à mente quando se pensa na história econômica do Brasil Império. Com base em ampla evidência estatística e em diálogo permanente com a historiografia clássica e a produção acadêmica contemporânea, este livro confirma que tal espécie de “fatos” costuma ser apenas parcialmente verdadeira. A economia do Império não era imóvel – movia-se, ainda que a passos lentos.
Marcelo de Paiva Abreu, doutor em Economia pela Universidade de Cambridge e professor titular emérito do Departamento de Economia da PUC-Rio, Luiz Aranha Correa do Lago, doutor em Economia pela Universidade Harvard, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio e ex-diretor do Banco Central (1987-1988), e André Arruda Villela, doutor em História Econômica pela Universidade de Londres e professor adjunto da FGV EPGE, assinam esta obra que nasce como fonte essencial de conhecimento.
Colaboração: Dielin da Silva / LC – Agência De Comunicação
Marcelo de Paiva Abreu é doutor em Economia pela Universidade de Cambridge e, desde o início da década de 1990, detentor de bolsa de produtividade em pesquisa nível 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Além de professor titular da PUC-Rio, foi professor ou pesquisador visitante nas universidades de Cambridge, Columbia (Rio Branco Chair, 1998), Illinois, em Urbana-Champaign, Modena, Oxford e Veneza. Em 2003-2004 foi Senior Expert in Trade and Integration no Banco Inter-americano de Desenvolvimento em Washington, D.C. Entre 1966 e 1981 trabalhou no IPEA e na Finep, instituição da qual foi diretor para a área científica. Foi membro do Grupo de Pessoas Eminentes da UNCTAD, Genebra, para tratar de assuntos relacionados a barreiras ao comércio. É membro do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e do Conselho Consultivo do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, ambos no Rio de Janeiro, e do Editorial Advisory Panel da Financial History Review. Foi representante do Brasil no Comitê Assessor da Comissão de Comércio, Organização de Estados Americanos, 1994-1996. É Comendador da Ordem de Rio Branco.
Na PUC-Rio, o professor teve papel fundamental no processo de construção institucional do Departamento de Economia e da Universidade como um todo. Entre as muitas funções de administração acadêmica por ele desempenhadas, merecem destaque a de Diretor do Departamento de Economia, por sete anos, de 1990 a 1997, e a de membro da Comissão Central de Carreira Docente, em dois períodos relativamente longos: de 1987 a 1994 e de 2005 a 2011. Nos últimos anos, suas atividades letivas regulares concentraram-se em disciplinas de História Econômica, na pós-graduação, e de Economia Brasileira, na graduação.
O professor tem extensa lista de publicações, envolvendo livros, capítulos de livros e artigos, no Brasil e no exterior, relativos a políticas comerciais e finanças brasileiras, latino-americanas e britânicas, tanto contemporâneas como em perspectiva histórica.
Entre suas publicações, merecem especial destaque “Britain as a debtor: Indian Sterling Balances”, The Economic History Review, 70 (2), maio de 2017; “A ´blank cheque´? Portuguese Second World War sterling balances”, 1940-73, The Economic History Review, 67 (2), maio 2014; “O processo econômico” in A. de C. Gomes (org.), Olhando para dentro 1930-1964, volume 4 de L. M. Schwarcz (dir.), História do Brasil Nação: 1808-2010, Rio de Janeiro: Objetiva/Mapfre, 2013; “Brazil: The resilience of the Brazilian insurance market”, com Felipe Tâmega Fernandes, in P. Borscheid e N.V. Haueter (orgs.), World Insurance: the evolution of a global risk network, Oxford: Oxford University Press, 2012;“The Brazilian economy, 1930-1980”, “The Brazilian economy, 1980-1994” e, com R.L.F. Werneck, “The Brazilian economy form Cardoso to Lula: an interim view” in L. Bethell (org.), The Cambridge History of Latin America, Cambridge: Cambridge University Press, 2008; Comércio Exterior: Interesses do Brasil, Rio de Janeiro: Elsevier, 2007; “Brazil as a debtor, 1824-1931”, The Economic History Review, novembro 2006; “The external context” in V. Bulmer-Thomas, J. H. Coatsworth e R. Cortés-Conde (orgs.), The Cambridge Economic History of Latin America, Volume II. The Long 20th Century, Cambridge: Cambridge University Press, 2006; “The political economy of economic integration in the Americas: Latin American interests” in A. Estevadeordal, D. Rodrik, A. Taylor e A. Velasco (orgs.), The FTAA and beyond: prospects for integration in the Americas, Cambridge (Mass.): Harvard University Press, 2004.
Outras publicações selecionadas incluem: O Brasil e a economia mundial, 1930-1945, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999; “Trade in manufactures: the outcome of the Uruguay Round and developing country interests” in W. Martin e A. Winters (orgs.), The Uruguay Round and the developing countries, Cambridge: Cambridge University Press, 1996; Brazilian Long-term Economic Growth 1930-1994, com Dorte Verner, Paris: OCDE, 1997; ‘Brazil as a Creditor: Sterling Balances, 1940-1952’, The Economic History Review, agosto 1990; ‘Developing countries and the Uruguay Round of trade negotiations’, Proceedings of the World Bank Annual Conference on Development Economics, 1989; A Ordem do Progresso. Cem anos de política econômica republicana, 1889-1989, Rio de Janeiro: Campus, 1990 (org.). Esta última obra, que continua tendo enorme impacto entre estudantes de economia no País, foi objeto de edição revista e aumentada com o título, A Ordem do Progresso. Dois séculos de política econômica no Brasil, Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2014, incluindo novo capítulo de autoria do organizador em colaboração com Luiz Corrêa do Lago: “A economia brasileira no Império: 1822-1889”.
Há ainda publicações mais recentes, que não podem deixar de ser mencionadas: o livro eletrônico Da Gávea - Ensaios sobre o Brasil e a economia mundial, 1995-2016, Rio de Janeiro: Departamento de Economia, PUC-Rio, 2017, em que foram reunidos quase 500 artigos publicados pelo professor, desde 1995, no jornal O Estado de São Paulo; os capítulos de livro “Obsessão autárquica: visão a longo prazo do Brasil na economia mundial”, em José Carlos Carvalho, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, Pedro S. Malan e Regis Bonelli (orgs.), De Belíndia ao Real: Ensaios em homenagem a Edmar Bacha, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018; “Autarquia e novo papel do Estado”, em Edmar Bacha, José Murilo de Carvalho, Joaquim Falcão, Marcelo Trindade, Pedro Malan e Simon Schwartzman (orgs), 130 anos: Em busca da República, Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2019; “De Vargas a Vargas” (em coautoria com Pedro Malan). em Edmar Bacha, José Murilo de Carvalho, Joaquim Falcão, Marcelo Trindade, Pedro Malan e Simon Schwartzman (orgs), 130 anos: Em busca da República, Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2019.
A fertilidade do programa de pesquisa do professor continua evidenciada por vários Textos para Discussão mais recentes circulados pelo Departamento de Economia como “A dívida externa dos estados brasileiros, 1881-1943” TD n. 663, 27/12/2017 e “O Brasil Império e a economia mundial” TD n. 662, 12/12/2017.
Especialmente importante é “Whose ‘pound of flesh’? Egyptian sterling balances, 1939-1958”, TD n. 661, 11/12/2017, que dá seguimento a uma linha de pesquisa na qual o professor vem persistindo há muitos anos. E que, ao complementar a tríade de seus artigos sobre sterling balances acumulados no Reino Unido por distintos países durante a Segunda Guerra Mundial, propicia rica contraposição dos diferentes formatos que a liquidação desses passivos externos britânicos assumiu em cada caso. Como mencionado acima, três desses artigos – “Brazil as a Creditor: Sterling balances, 1940-1952”, “A ´blank cheque´? Portuguese Second World War sterling balances, 1940-73” e “Britain as a debtor: Indian Sterling Balances, 1940-1953” – já mereceram publicação na conceituada The Economic History Review, em 1990, 2014 e 2017.
Por fim, é importante mencionar Brasil: patrimonialismo e autarquia. Rio de Janeiro: Editora Águas Férreas, 2020, em dois volumes, livro recente de ensaios, diversos deles inéditos em português, que reúne publicações diversas do professor em revistas nacionais e internacionais, bem como em capítulos de livros. No primeiro volume estão incluídos artigos gerais sobre a economia brasileira e suas relações com a economia mundial. No segundo, ensaios com foco em temas financeiros e comerciais.
Na sequência da postagem anterior, as mesma informações para esta obra excepcional na historiografia econômica brasileira, por um dos maiores, senão o maior historiador econômico do Brasil, completando a informação relativa aos dois volumes. Primeiro a ficha catalográfica do 2o. volume, pois o ISBN é específico a cada volume:
Acabo de receber um presente excepcional do autor: os melhores ensaios de história econômica do economista historiador (ou historiador econômico, ele escolhe), Marcelo de Paiva Abreu, professor na PUC-Rio, reunidos pelo autor, traduzidos em Português, aqueles originalmente publicados em Inglês, e enfim divulgados ao público brasileiro. Durante anos andei à cata de todos esses artigos, dispersos numa dúzia ou mais de publicações diversas, agora finalmente compilados nos dois volumes que apresentarei aqui, nos jpgs abaixo.
Primeiro a ficha catalográfica, para os que desejarem adquirir imediatamente:
Agora, nesta primeira postagem, a capa do primeiro volume, ilustrada, tanto quanto a contracapa, in fine, e as mesmas ilustrações para o segundo volume, com documentos da época (títulos da dívida e outros), depois o índice e a apresentação deste primeiro volume, que permitem conhecer exatamente o conteúdo, as datas e locais de publicações originais e outras informações pertinentes. Em postagem subsequente, colocarei os mesmos arquivos relativos ao segundo volume.
Vou poder agora, finalmente, terminar meu segundo volume da história da diplomacia econômica do Brasil, na década final do século XIX e na primeira metade do século XX, pois tendo já coletado material do Arquivo Histórico Diplomático do Itamaraty no Rio de Janeiro, faltavam-me alguns dados primários que se encontram dispersos em diferentes fontes e bases de dados historiográficas, e que agora passam a estar reunidas nestes dois volumes de utilíssimas compilações.