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domingo, 6 de agosto de 2017

A Ordem do Progresso (13): resenha de Marcelo de P. Abreu, por Gladson Miranda

Continuidade da transcrição da resenha de Gladson Miranda, desde as postagens anteriores:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/a-ordem-do-progresso-12-resenha-de.html
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Abreu, Marcelo de Paiva (org.):

A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil
2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha 
(...) 

CAPÍTULO 13 - AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO, 1980-1984

Dionísio Dias Carneiro e Eduardo Marco Modiano

Introdução

“A duplicação dos preços do petróleo e a elevação das taxas de juros internacionais no início dos anos 1980 tornaram mais custoso e mais prolongado o processo de ajuste da oferta doméstica iniciado na segunda metade da década anterior”. O presente capítulo tem como escopo a análise da transição no começo do governo de Figueiredo. (pg. 263-264)

1.     Recessão sem Fundo: 1981

A política econômica nos anos de 1981 e 1982 foram dirigidas para a diminuição dos anseios de divisas estrangeiras por meio do controle de absorção interna. (pg. 264)
A economia do Brasil estava sofrendo uma depressão enorme, a qual fez com que o produto industrial reduzisse cerca de 10% no ano de 1981, inclusive, o PIB caiu pela primeira vez após a Segunda Guerra. O capital estrangeiro vinha se tornando cada vez mais insuficiente e isso gerava crescimento das reservas internacionais. (pg. 266)

2.     Da Recessão ao Fundo: 1982

Neste ano as exportações brasileiras foram 3 bilhões de dólares a menos do que no ano de 1981, a “recessão mundial, acentuada pelo comportamento defensivo dos dirigentes das economias centrais e pelo declínio da capacidade de importar de alguns dos novos consumidores de manufaturas brasileiras, frustrara a tentativa de produzir um significativo superávit comercial no segundo ano da nova política econômica”. (pg. 267)
Internamente a situação política ainda estava bastante complexa, não diferente do restante do mundo. O balanço de pagamento teve seu financiamento aprovado para que no ano seguinte iniciasse uma intervenção emergencial contanto com o apoio mexicano. (pg. 268)

3.     O Fundo da Recessão: 1983

Após muito lutar contra, o governo do Brasil resolveu aceitar ajuda do FMI e resolveu apresentar sua primeira carta de intenções. (pg. 270)
“As incertezas quanto aos efeitos líquidos da negociação prolongada com o FMI acerca da medida apropriada para o déficit público, aliado ao conhecimento geral de que a economia operava com reservas cambiais negativas, estimularam a demanda de ativos denominados em dólar durante o ano”. (pg. 273)

4.     Com o Fundo sem Recessão: 1984

No ano de 1984 os Estados Unidos passaram a se estabilizar economicamente, o que melhorou a economia brasileira externa, ficando mais relaxada e favorecendo seu desempenho. (pg. 275)
“A estabilidade das taxas mensais até agosto, em torno de 10% ao mês, reforçava o caráter inercial do processo inflacionário brasileiro e sua relativa invariância ao nível de atividade. A generalização do entendimento do caráter inercial da inflação suscitou o aparecimento de sugestões de políticas visando a redução do nível de indexação da economia brasileira”. (pg. 277)
A economia brasileira começou a ter novas expectativas de crescimento e isso fez com que o padrão dos negócios com o FMI fosse modificado. Entretanto, o Brasil fracassou em conseguir o apoio do FMI com relação ao programa de estabilização. (pg. 279)

5.     Conclusões

A dificuldade em entrar em acordo com o FMI foi característica deste período. “Os desequilíbrios internos, e notadamente as elevadas taxas de inflação, foram tratados em todo esse período com excessiva tolerância ou complacência passiva”. As circunstâncias contrárias ampliaram os custos de reforma e “contribuíram para aumentar os conflitos internos e agravaram os efeitos inflacionários”. (pg. 280)
  
(continua...)

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