Paulo Roberto de Almeida
Dez dicas simples para fazer de 2015 um ano de mais liberdade
Por Fabio Ostermann
Instituto Liberal, em 30/12/2014
Diretor de Relações Institucionais do IL
Formado
em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde
também estudou Economia. Graduado em Liderança para a Competitividade
Global pela Georgetown University (EUA) e em Política e Sociedade Civil
pela International Academy for Leadership (Alemanha). Mestre em Ciências
Sociais/Ciência Política na Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS). É Diretor de Relações Institucionais do Instituto
Liberal.
Instituto Liberal, em 30/12/2014
Recebo diariamente mensagens de
pessoas interessadas nas ideias liberais e com interesse em fazer mais
pela sua promoção e divulgação no Brasil. Não existe uma resposta pronta
para essa pergunta, pois cada indivíduo é um universo em si mesmo,
dotado de preferências, ambições e aptidões. Em outras palavras, as
pessoas são diferentes e buscam coisas diferentes nas suas vidas.
Existem,
no entanto, regras simples de convivência e civilidade que devem ser
levadas em conta ao fazermos, no nosso dia-a-dia, o papel de
divulgadores e defensores das ideias liberais. Lawrence Reed,
Presidente da Foundation For Economic Education (uma das mais tradicionais instituições em defesa da liberdade no mundo, fundada em 1946), compilou dez regrinhas básicas para a defesa das ideias da liberdade. Todas
são extremamente úteis e valem muito a reflexão. Será que você está
fazendo a sua parte? Leia abaixo (traduzidas e adaptadas):
A
liberdade é mais que uma feliz coincidência. É um imperativo moral,
digno de cada grama de paixão que as pessoas boas possam reunir. Não se
trata somente de ficar animado em ano eleitoral ou de responder a uma
questão política do dia. É a diferença entre escolha e coerção, entre
viver sua vida ou outros viverem-na por você (e às suas custas). Se a
liberdade é perdida, pode não ser recuperada na sua geração ou na de
seus filhos e netos. Para resolver problemas, evitar conflitos e agregar
pessoas não existe caminho pior do que política e força, e não há
melhor estrada do que a liberdade para trocas pacíficas e cooperação
floresçam.
2. APRENDA
Mais
precisamente, nunca pare de aprender! Para ser persuasivo de verdade,
não há nada melhor do que dominar os fatos e as bases das ideias.
Conheça suas ideias de trás pra frente. Ler e ouvir sobre economia,
história ou filosofia nunca é demais. Deixe o outro lado usar frases de
para-choques. Venha armado com substância em oposição a chavões e
slogans.
3. SEJA OTIMISTA
É
cansativo e desencorajador ouvir derrotistas falarem assim: “Acabou.
Nossa democracia está perdida. Não tem volta. A vaca foi pro brejo.
Estou indo embora do país.”. Qual o objetivo desse papo? Certamente não é
inspirar. O pessimismo é uma profecia autorrealizável. Pessimistas
desarmam a si mesmos e desanimam aos outros; não há nada a ser ganho com
isso. Se você realmente acredita que tudo está perdido, a melhor coisa a
se fazer é cogitar a possibilidade de que você esteja errado e permitir
que os otimistas liderem a caminhada.
4. USE O HUMOR
Mesmo
as questões mais sérias precisam de seus momentos de leveza. Temperar
seus argumentos com humor torna-os mais atrativos e mais humanos. Se
você não consegue sorrir ao defender a causa da liberdade – se você não
consegue fazer seu interlocutor sorrir ou gargalhar – então você está a
caminho de perder a batalha. O humor quebra o gelo e facilita o
convencimento.
5. FAÇA PERGUNTAS
Você
não tem que dar uma palestra para cada potencial convertido às suas
ideias. Aprenda a usar o método Socrático, especialmente quando você
estiver conversando com algum ideólogo estatista mais rígido. Na maioria
das vezes essas pessoas têm suas visões não porque eles estejam bem
familiarizados com o pensamento liberal e rejeitem-no, mas porque eles
simplesmente não conhecem o nosso lado. Uma linha habilidosa de
questionamento pode, com frequência, levar uma pessoa a pensar sobre
suas premissas de formas que nunca havia pensado antes.
6. MOSTRE QUE VOCÊ SE IMPORTA
Diz-se
que as pessoas não se importam com o que você sabe se elas não souberem
que você se importa. Foque em pessoas reais para argumentar em favor da
liberdade. Leis e políticas contrárias à liberdade produzem bem mais
que apenas maus números, elas esmagam os sonhos de pessoas reais que
querem melhorar suas vidas e as vidas daqueles que elas amam. Cite
exemplos de como o governo atravancou o caminho de pessoas reais, mas
não fique também só no lado negativo: cite muitos casos de pessoas que
alcançaram muito ao terem a liberdade para tentar.
7. ASSUMA A SUPERIORIDADE MORAL
A
liberdade é um arranjo socioeconômico que demanda um alto padrão moral.
Ela não sobrevive se as pessoas são em sua maioria desonestas,
impacientes, arrogantes, irresponsáveis, focadas somente no curto prazo e
sem respeito pelas vidas, direitos e propriedades dos outros. Isso diz
muito sobre a superioridade moral da liberdade sobre todas as outros
“sistemas”. A humanidade é composta de indivíduos únicos, não é um
coletivo amorfo e disforme a ser comandado por pessoas elitistas que se
acham nossos mestres e planejadores. Qualquer arranjo que coloque nossas
distintas vidas em um liquidificador coletivista é uma ofensa moral.
Utilize este argumento para atacar o cerne do argumento de qualquer
adversário.
8. DESENVOLVA UMA PERSONALIDADE ATRAENTE
Um
liberal que conhece todos os fatos e teorias pode ser ineficaz e
repulsivo se ele for esnobe, recalcado, grosseiro, bruto, hipócrita ou
ficar sempre na defensiva. É por isso que clássico de Dale Carnegie,
“Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, deve estar na lista de
leitura de todos os liberais. Você quer mudar o mundo ou apenas bater no
peito e dizer que está certo? Você quer conversar com outras pessoas ou
só consigo mesmo?
E
pegue leve na negatividade! Alguns liberais falam só de más notícias.
São aqueles que não veem nada de bom acontecendo em lugar algum. Esta
atitude faz parecer que eles estão lhe dizendo: “Pare de se divertir. A
única boa notícia é que não há nenhuma boa notícia. Se você acha que há
uma boa notícia, vamos lhe dizer por que não é.” Essa atitude pega mal e
raramente converte alguém. Heróis e histórias heróicas estão à nossa
volta, não ignore-os fixando-se sempre nos canalhas e nas decepções.
9. NÃO EXIJA ACEITAÇÃO TOTAL E IMEDIATA
Você
já se deparou com um liberal para o qual você é um pária se você não
confessar todos os seus pecados intelectuais e se arrepender na hora? A
história do progresso nas idéias nos dá poucos exemplos de pessoas que
estavam erradas sobre tudo e passaram, de uma hora para outra, a estarem
certas sobre tudo. Devemos ser pacientes, convidativos e compreensivos.
Saiba quando as rachaduras estão aparecendo na parede de um oponente e
lhe dê espaço para que ele mesmo a derrube. Lembre-se de que todos nós
hoje pensamos diferente do que pensávamos no passado. Nenhum de nós saiu
da barriga da mãe com uma cópia de “O Caminho da Servidão” nas mãos.
10. FAÇA ALIADOS, NÃO INIMIGOS
Uma
meia dúzia de liberais solitários e ineficazes – mas muito barulhentos –
consideram-se juízes da fé. Eles agem como se o maior inimigo não fosse
aquele que não abraça nenhum dos preceitos liberais, mas aquele que
abraça alguns dos nossos preceitos, mas não todos. Então, quando eles
encontram um colega liberal que já teve uma visão diferente, ou que se
distancia da ortodoxia em uma questão ou outra, eles começam a atacá-lo.
Isso os faz se sentir bem, mas prejudica a causa maior. Se queremos
fazer do mundo um lugar melhor e mais liberal, não podemos fazer com que
seja doloroso para alguém trilhar o caminho do descobrimento das nossas
ideias. Precisamos ajudar mais e mais pessoas a se moverem na direção
certa.
Que tenhamos todos um excelente 2015 e que as ideias liberais sigam prosperando Brasil afora!