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sábado, 1 de junho de 2019

Brazil desmarca apresentação de credenciais de "embaixadora" da oposição venezuelana: militares determinaram a posição - Anthony Boadle (Reuters)

O jornalista contatou-me quando eu estava em viagem, e só pude responder perfunctoriamente. Em todo caso, ele registrou uma de minhas afirmações, ao final.
O fato é que os diplomatas e cônsules do Brasil na Venezuela têm de, são obrigados a tratar com o governo de fato em Caracas, para todas as providências administrativas de que se necessita numa relação bilateral.
As decisões precipitadas do chanceler no caso da Venezuela nunca foram bem vistas pelos militares, que preferem ser "diplomáticos", ao contrário do chanceler, que estava sendo inclusive anticonstitucional, ou inconstitucional, ao desprezar todas as regras do Direito Internacional, e o artigo 4 da CF-1988, que proibe intervenção nos assuntos internos de outros Estados. Neste caso, o chanceler estava seguindo o aventureirismo eleitoral de Trump, numa demonstração de subserviência política jamais vista nos anais de nossa diplomacia. Os militares, mais sensatos, estão aí para isso mesmo: corrigir os arroubos olavistas, bolsonaristas, tresloucados e aloprados, de uma tropa de amadores em matéria de política externa, todos eles influenciados por um destrambelhado que insiste em empreender uma cruzada contra o globalismo.
Tristes dias de nossa diplomacia...
Paulo Roberto de Almeida

Brazil snubs Venezuelan opposition envoy to avoid escalating border tensions



Venezuela's opposition leader and self-proclaimed interim president Juan Guaido, in Caracas, Venezuela, May 24, 2019.
The Associated Press

Brazil withdrew an invitation to the envoy for Venezuelan opposition leader Juan Guaido to present her diplomatic credentials, she said on Friday, and the government in Brasilia said it would decide later whether to accept them.
Brazilian President Jair Bolsonaro still recognizes Mr. Guaido as the legitimate president of Venezuela, his spokesman said. Mr. Guaido’s envoy, Maria Teresa Belandria, played down the idea that the snub reflected skepticism from Mr. Bolsonaro’s government.
Diplomatic analysts said mounting evidence that a change of government in Venezuela is not imminent may have Mr. Bolsonaro and his aides wondering if they overplayed their support for Mr. Guaido.
Former military officers making up about a third of Brazil’s cabinet have been wary of provoking Venezuelan President Nicolas Maduro, warning against moves that could tip an economic and political crisis into violence across Brazil’s northern border.
Ms. Belandria had been invited to present her credentials at the presidential palace along with ambassadors from other countries next Tuesday, but the government changed its mind.
“I was uninvited,” she told Reuters, but went on to dismiss any suggestion the snub reflected diminished support for Mr. Guaido.
“There will be another opportunity,” she said. “Brazil’s support continues to be strong, solid and decisive. It’s merely a protocol matter.”
Presidential spokesman General Otavio Rego Barros said Ms. Belandria was the representative of Venezuela’s “legitimate president” and denied an invitation had been withdrawn.
“Reception or not of the letters of accreditation will be assessed at a more convenient moment,” he told Reuters.
Brazilian newspapers Folha de S.Paulo and O Globo reported that Mr. Bolsonaro’s government had cancelled her invitation because ex-military aides want to pursue dialogue with Mr. Maduro, who also has an official representative in Brasilia.
“They realize Brazil has to deal with the reality that Maduro is not going anywhere right now and, even if he leaves, Guaido will not be president and a general will likely take his place,” said Oliver Stuenkel, a professor of foreign relations at the Getulio Vargas Foundation in São Paulo.
Mr. Guaido invoked Venezuela’s constitution in January to assume the interim presidency, saying Mr. Maduro’s re-election was not legitimate. Brazil and most Western countries have since backed him as head of state.
However, the Brazilian government has not revoked the credentials of Mr. Maduro’s representatives in Brasilia.
Mr. Guaido’s press team did not immediately respond to a request for comment.
Venezuela recently reopened its border crossing to Brazil after a nearly three-month closure, and Mr. Bolsonaro’s aides are working to restore more regular power supply for the Brazilian state of Roraima, which depends on the Venezuelan grid.
Mr. Bolsonaro, like many heads of state in the region, has been sharply critical of the Maduro government, and advisers to U.S. President Donald Trump have pressed him to take a harder line, raising speculation about positioning U.S. troops in Brazil.
Mr. Bolsonaro’s top security adviser, retired General Augusto Heleno, told Reuters two weeks ago that Venezuela’s armed forces will decide Mr. Maduro’s future and could depose him to lead a transition to democratic elections.
“Recognition of Guaido’s envoy was never agreed to by the military, who vetoed the idea of a U.S. base in Brazil from day one,” said Brazilian diplomat Paulo Roberto de Almeida.

sábado, 28 de novembro de 2015

PIB do Brasil: a Reuters conspira contra o pais, lei de censura nela

Incrível essa agência de informação imperialista: tem a ousadia de anunciar dados negativos em relação a um governo que se esforça para preservar os ganhos e as conquistas sociais, mesmo em face de uma gigangtesca crise internacional que deixou todos os países em situação difícil.
Mas o Brasil resistirá contra tanta desinformação e notícias perversas...
Paulo Roberto de Almeida

REUTERS. 27/11/2015. PESQUISA-PIB do Brasil segue em queda livre no 3º tri, com retração recorde de 4% sobre 2014
Por Silvio Cascione, 27/11/2015

BRASÍLIA (Reuters) - A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta sexta-feira.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2 por cento no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9 por cento entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4 a 0,5 por cento.

Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1 por cento, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1 a 2,1 por cento.

Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.

"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.

"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70 por cento do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.

A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.

Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1 por cento ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.

A disparada do dólar sobre o real --de cerca de 40 por cento neste ano-- pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.

Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.

Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.

O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo --de 4,5 por cento pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos-- tanto em 2015 quanto em 2016.

Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25 por cento ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.

O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre no próximo dia 1º de dezembro.


PORTAL G1. 27/11/2015.  Recessão no Brasil se aprofundou no 3º trimestre, aponta pesquisa. PIB deve ter caído 1,2% no 3º trimestre ante o 2º, segundo Reuters. Na comparação anual, queda chegaria a 4,1%, a maior desde 1996.
Da Reuters

A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters divulgada nesta sexta-feira (27).
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2% no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9% entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4% a 0,5%.
Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1%, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1% a 2,1%.
O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre na próxima terça-feira, 1º de dezembro.
O mercado financeiro projeta uma contração de 3,15% no PIB fechado de 2015, segundo a última pesquisa focus do Banco Central. Para 2016, os economistas das instituições financeiras aumentaram de 2% para 2,01% a expectativa de contração na economia do país.
Emprego em queda
Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.
"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.
"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70% do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.
A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.
Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1% ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.
A disparada do dólar sobre o real (de cerca de 40% neste ano) pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.
Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.
Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.
O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo - de 4,5% pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos - tanto em 2015 quanto em 2016.
Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25% ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.