Mas o Brasil resistirá contra tanta desinformação e notícias perversas...
Paulo Roberto de Almeida
Por Silvio Cascione, 27/11/2015
BRASÍLIA (Reuters) - A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta sexta-feira.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2 por cento no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9 por cento entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4 a 0,5 por cento.
Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1 por cento, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1 a 2,1 por cento.
Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.
"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.
"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70 por cento do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.
A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.
Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1 por cento ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.
A disparada do dólar sobre o real --de cerca de 40 por cento neste ano-- pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.
Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.
Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.
O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo --de 4,5 por cento pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos-- tanto em 2015 quanto em 2016.
Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25 por cento ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.
O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre no próximo dia 1º de dezembro.
PORTAL G1. 27/11/2015. Recessão no Brasil se aprofundou no 3º trimestre, aponta pesquisa. PIB deve ter caído 1,2% no 3º trimestre ante o 2º, segundo Reuters. Na comparação anual, queda chegaria a 4,1%, a maior desde 1996.
Da Reuters
A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters divulgada nesta sexta-feira (27).
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2% no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9% entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4% a 0,5%.
Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1%, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1% a 2,1%.
O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre na próxima terça-feira, 1º de dezembro.
O mercado financeiro projeta uma contração de 3,15% no PIB fechado de 2015, segundo a última pesquisa focus do Banco Central. Para 2016, os economistas das instituições financeiras aumentaram de 2% para 2,01% a expectativa de contração na economia do país.
Emprego em queda
Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.
"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.
"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70% do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.
A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.
Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1% ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.
A disparada do dólar sobre o real (de cerca de 40% neste ano) pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.
Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.
Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.
O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo - de 4,5% pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos - tanto em 2015 quanto em 2016.
Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25% ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.
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