Uma breve avaliação pro domo
Paulo Roberto de Almeida
A diplomacia lulopetista (em parte profissional, ainda hoje) e a “dipromacia” bolsolavista (controlada, numa primeira fase, por lunáticos completos) foram os dois grandes desafios a uma diplomacia de qualidade, pois que deformando o trabalho de profissionais bem preparados.
Foram perdas para o Brasil, e continuam sendo, na fase atual, de retomada parcial de alguns dos grandes equívocos do lulopetismo diplomático do passado.
Ele só não consegue reproduzir todos os equívocos porque o mundo mudou. Mas continuam tentando.
A falta de estadistas esclarecidos tem trazido atrasos inaceitáveis ao Brasil, que continua se arrastando penosamente em direção a um futuro incerto. Por mais que avancemos, um pouco, lentamente, estamos nos atrasando relativamente.
Uma coisa é certa: não existe nenhum problema internacional obstando o nosso desenvolvimento: todos os obstáculos são made in Brazil, desgraças autocriadas, óbices brasilo-brasileiros.
Como já diagnosticou o embaixador Ricupero na conclusão de seu livro sobre A Diplomacia na Construção do Brasil, existe um limite ao que a diplomacia possa fazer na ausência de impulsos adequados vindos do ambiente político interno.
Mas tem sido assim desde 1822, desde que os novos donos bloquearam a extinção imediata do tráfico e a abolição delongada da escravidão. Depois continuou a passos lentíssimos.
Persistiremos, os diplomatas conscientes? Certamente, mas a passos lentos.
Parafraseando Georges Brassens:
“Mourir pour des idées?
D’accord, mais de mort lente,
Mais de mort lente…”
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13/05/2023