O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador chefe da quadrilha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador chefe da quadrilha. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um contrato exemplar, um trabalhador exemplar, uma hipocrisia excepcional, do Stalin Sem Gulag...

O Stalin Sem Gulag está zombando da sociedade brasileira: faria o mesmo em uma prisão em regime fechado?
PRA

JOSÉ DIRCEU JÁ ASSINOU CONTRATO PARA SER GERENTE DE HOTEL POR R$ 20 MIL 
Luiz Orlando Carneiro 
Jornal do Brasil, 26/11/2013

O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu – condenado na ação penal do mensalão a 10 anos e 10 meses de prisão, mas já cumprindo no regime semiaberto a pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa – conseguiu um contrato de trabalho, cuja cópia já foi enviada ao ministro Joaquim Barbosa, relator da AP 470. O contrato com o Hotel Saint Peter, no centro de Brasília – que depende da aprovação do juiz da Vara de Execução Penal do Distrito Federal para ser cumprido durante o dia – prevê um salário de R$ 20 mil para a prestação de serviços como gerente administrativo. O horário de trabalho é das 8h às 17h, com uma hora de intervalo de almoço. 
Na petição enviada ao Supremo Tribunal Federal, o advogado de José Dirceu, José Oliveira Lima, lê-se: “No contrato de trabalho (...), o St. Peter Hotel ainda faz constar a informação de que ‘tem plena ciência e anui com as condições do empregado, no sentido de cumprir a atividade laboral, seja no tocante a horário, seja por outra exigência a qualquer título, relativamente ao regime profissional semiaberto ou outro a que seja determinado pelo poder judiciário para cumprimento da pena a que foi submetido em razão da condenação na Ação Penal 470, em trâmite perante o STF”. 

O contrato 
O contrato apensado aos autos do processo tem a assinatura da gerente geral do hotel, Valéria Linhares. Documentos em anexo informam que a gerente foi contratada em agosto de 2012 com salário de “R$ 1.800”; que o hotel é de propriedade de Paulo Masci de Abreu e de uma empresado Panamá, a Truston International Inc. O contrato tem vigência inicial de 45 dias, prorrogáveis pelo mesmo tempo. 
Numa ficha preenchida por José Dirceu, anexada à petição, lê-se – além dos nomes dos pais e outros dados pessoais – que ele é “católico”, gosta de fazer caminhadas, assistir a filmes e de viajar. 

À pergunta de por que gostaria de trabalhar em hotel, o réu do mensalão respondeu: “Necessidade e por apreciar hotelaria e a área administrativa”.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Companheiros chantagistas se chantageiam reciprocamente (enfim, tudo normal)

Dirceu pressionou Lula a defender petistas presos

A amigos que o visitaram na cadeia, ex-ministro fez queixas sobre a forma como ex-presidente administrou o escândalo do mensalão

Vera Rosa e Wilson Tosta 
O Estado de S. Paulo, 24 de novembro de 2013 | 19h 26

Preso em uma cela de seis metros quadrados, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou Luiz Inácio Lula da Silva pela forma como ele administrou até agora a crise do mensalão. A insatisfação com o ex-presidente foi manifestada por Dirceu a pelo menos três amigos que o visitaram, nos últimos dias, no Complexo Penitenciário da Papuda.
Irritado com o silêncio do Planalto, Dirceu perguntou: "E o Lula não vai falar nada?". Era a senha para a urgência de um pronunciamento, que deveria ser feito o quanto antes, no diagnóstico do ex-ministro, sob pena de grande abalo na imagem do PT, com potencial de interferir na campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
Três dias depois de receber o recado, Lula fez o mais veemente discurso desde que os petistas foram condenados. Sugeriu, na quinta-feira passada, que o rigor da lei só vale para o PT e dirigiu ataques ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Em meio a protestos contra as "arbitrariedades" na execução das sentenças, Lula e dirigentes petistas também decidiram promover um desagravo a Dirceu, ao ex-presidente do PT José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares na abertura do 5.º Congresso da sigla, de 12 a 14 de dezembro, em Brasília.
A contrariedade de Dirceu com Lula, porém, não vem de hoje. Interlocutores do ex-ministro contaram ao Estado que ele sempre reprovou a forma "conciliatória" como o então presidente conduziu o caso desde que o escândalo estourou, em junho de 2005.
Em conversas mantidas no cárcere, Dirceu tem dito que Lula errou ao não fazer o "enfrentamento" necessário para não deixar a denúncia de corrupção virar uma espada permanente sobre o PT e o governo.
Para Genoino, os réus do PT não têm escapatória, mesmo se conseguirem reduzir suas penas, pois perderam a batalha da comunicação. "Estamos marcados como gado", resumiu ele a um amigo.
Na avaliação de Dirceu, Lula deixou a CPI dos Correios prosperar, em 2005, quando ainda teria condições de barrá-la. Por esse raciocínio, ao não politizar a denúncia da compra de votos no Congresso, Lula abriu caminho para a "criminalização" do PT. O partido até hoje insiste que nunca corrompeu deputados em troca de apoio e só admite a prática do caixa dois.
Nomeação. Arquiteto da campanha que levou o PT ao Palácio do Planalto em 2003, Dirceu revelou que Lula chegou a consultá-lo sobre a nomeação de Luiz Fux para ministro do Supremo.
"Se você está dizendo que sim, quem sou eu para dizer que não?", afirmou Dirceu, segundo relato de amigos, antes de ser procurado por Fux, que pediu sua ajuda para conquistar o cargo. Fux acabou nomeado em 2011 por Dilma. Petistas juram que ele prometeu "matar no peito" a acusação, em sinal de que absolveria os réus. Quando saiu o voto pela condenação, o espanto no governo e no PT foi generalizado.
Num café da manhã com Dirceu, em novembro de 2010, Lula prometeu a ele que, quando estivesse fora do Planalto, desmontaria a "farsa do mensalão". A promessa não foi cumprida sob a alegação de que era preciso blindar o primeiro ano do governo Dilma. Depois vieram as disputas municipais de 2012 e agora o ano é pré-eleitoral.
Para o líder da bancada petista no Senado, Wellington Dias (PI), o PT não soube construir uma narrativa para reagir à ofensiva da oposição e da mídia. "Sob intenso cerco político, nós acabamos permitindo que as versões da compra de votos florescessem", avaliou Dias.
A estratégia do governo e do PT, agora, é usar o escudo da "legalidade" e o discurso de que há "dois pesos e duas medidas" na Justiça para impedir que o mensalão contamine a campanha de Dilma em 2014.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O Stalin sem Gulag encontra seu gulaguizinho: a Papuda (mas nao deixa de ser Stalin)

E não deixa de ser irônico: o mais totalitário do partido dos totalitários, continua seu totalitarismo sobre os companheiros, que provavelmente só gostariam de dormir, descansar, ler gibi, assistir novela, e ficam tendo de seguir as ordens desse Stalin tropical (ainda bem que sem Gulag, do contrário eu não estaria mais aqui).
Vai ser Stalin assim lá na...terra dos stalinistas cubanos e norte-coreanos...
Paulo Roberto de Almeida

A Tarde (Salvador), 21/11/2013

A costumado a dar ordens, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu impõe a disciplina na prisão. Levanta bem cedo, faz ginástica, organiza temas para "debates" e virou o "rei da cela". É ele o mandachuva que passa as tarefas para os companheiros e decreta a hora de fazer exercícios, de ler, de caminhar e de jogar conversa fora.
Na manhã desta quinta-feira, 21, antes da saída do deputado e ex-presidente do PT José Genoino - que passou mal e foi hospitalizado -, Dirceu deu voz de comando a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido. Maníaco por limpeza, ele pegou um balde de água, sabão e vassoura e puxou Delúbio para ajudá-lo na faxina na cela "S 13", número do PT.
"A gente chega lá e sai triste com a situação, mas também motivado, porque meu pai não se entrega. É um guerreiro", afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro.
Quem vai visitar Dirceu e seus companheiros tem a impressão de que está num quartel. A sala de visitas é modesta, com mesa e cadeiras, e todos vestem roupas brancas. No Centro Penitenciário da Papuda, a cela que abriga os condenados do PT foi a cantina do presídio, hoje reformada.
Até esta quinta-feira, era Dirceu - hipocondríaco de carteirinha - quem cuidava do horário dos remédios de Genoino, conferia se ele se alimentava direito e procurava animá-lo. "A Dilma defendeu você", disse ao deputado, na noite de quarta-feira, numa referência à entrevista na qual a presidente Dilma Rousseff afirmou estar preocupada com a saúde do amigo petista.

No manual de autoajuda de Dirceu, o importante é manter "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo". Para se distrair no cárcere, o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula lê O Capital e suas Metamorfoses, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo. "O ensaio é uma tentativa de resgatar Karl Marx como pensador da prisão a que ele foi submetido ao longo do século 20", definiu o autor. Depois de ler, Dirceu gosta de saber a opinião dos colegas de cela - como Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (hoje PR) e Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB - sobre as eleições de 2014 e os rumos da política.