Uma resenha que tinha ficado inédita durante quase 20 anos:
4656. “A revolução que o PT nunca fez: sua modernização como partido socialdemocrata”, Brasília, 7 maio 2024, 15 p. Retomada do trabalho 1414 (“A revolução no (e do) Partido Trabalhista Britânico”, Brasília, 29-30 mar. 2005, 15 p.) Resumo do livro de Philip Gould: The Unfinished Revolution: how the modernisers saved the Labour Party (Londres: Little, Brown and Company, 1998, 434 p.), introduzindo o lado anacrônico do PT.
Ler a íntegra neste link:
A revolução que o PT nunca fez: sua modernização como partido socialdemocrata
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Introdução:
A história do movimento socialista internacional compõe uma trajetória de vitórias e derrotas. Vitória dos progressos obtidos pelos movimentos sindicais nacionais e dos partidos políticos que, originários em grande medida da primeira Associação Internacional dos trabalhadores (1864), disputada entre Marx e Bakunin, souberam se reciclar na luta política do final do século XIX, dando origem a novos partidos socialistas que, em épocas diversas, ascenderam ao poder político em diversas sociedades – em geral europeias – e lograram transformar pacificamente sociedades aristocráticas, oligárquicas e elitistas, no sentido proposto na última fase do século XIX pela segunda Internacional, que sobrevive até hoje. Trata-se, portanto, de uma trajetória nitidamente vitoriosa.
Uma outra vertente, porém, aquela mais identificada com as ideias de Marx, e mais adiante de Lênin, experimentou derrotas sobre derrotas, ainda que aparentemente vitoriosa durante mais de meio século, com a ascensão ao poder dos bolcheviques liderados por Lênin e seus companheiros do PSODR, a fração maximalista do marxismo revolucionário. A derrota é clara: em nenhum país do capitalismo avançado o socialismo logrou se estabelecer a partir das propostas comunistas de Marx, e só lhe coube tomar o poder – não numa revolução social, mas por um putsch de uma minoria organizada – num dos países mais atrasados da Europa, a Rússia ainda autocrática, mas recém-saída de uma “revolução burguesa” que, durante alguns meses, tentou estabelecer uma “democracia de fachada”, como caracterizou Max Weber o regime presidido de fevereiro a outubro por Kerensky. A derrota também se manifestou na impossibilidade de impulsionar uma revolução proletária nos demais países europeus, ainda que a terceira Internacional, criada por Lênin, tenha logrado dividir diversos partidos socialistas, fracionando suas forças mais radicais nos “partidos comunistas” nacionais, mas cuja designação devia exibir, obrigatoriamente, o caráter de “seção da Internacional Comunista”.
(...)
Resumo do livro:
Philip Gould:
The Unfinished Revolution: how the modernisers saved the Labour Party
Londres: Little, Brown and Company, 1998, 434 p.
Paulo Roberto de Almeida (www.pralmeida.org)
Versão original: 29-30 de março de 2005
Versão revista e ampliada, 4656, 7/05/2024
Comentário de Roberto Freire no X, em 8/04/2024:
“ O PT passou pela grande crise das esquerdas no mundo ,quando da derrota histórica do chamado socialismo real e o fim da URSS e da guerra- fria, impávido como se nada daquilo o atingisse .Eles eram contra o comunismo e expressavam tal posicionamento de forma aguerrida com suas camisetas do sindicato Solidarność ( Solidariedade) polonês liderado por Lech Wałęsa. Rejeitavam liminarmente a ideia da social democracia.
Eram uma esquerda renovada e seu crescimento na sociedade brasileira pós redemocratização parecia lhe dar razão e dai o necessário debate sobre o futuro das esquerdas brasileiras foi relegado e quase interditado. Veio a luz inclusive uma resenha sua sobre a esquerda brasileira -PT e socialdemocracia - que tinha ficado inédita durante quase 20 anos.
O tempo do PT discutir o futuro já esta passando,pois seu passado é cada vez mas presente.”
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