Amorim assina proposta com a China sobre guerra na Ucrânia
PEQUIM
Brasil e China apresentaram ontem feira uma proposta conjunta para as negociações de paz com a participação de Rússia e Ucrânia. O entendimento foi assinado após reunião em Pequim do assessor especial da Presidência Celso Amorim com o chanceler da China, Wang Yi. É a primeira vez que a China assina um documento desse tipo com um terceiro país sobre o tema.
O principal ponto acordado é que a Rússia não pode ficar de fora de negociações para resolver o conflito. Uma conferência será realizada no próximo mês na Suíça sobre a guerra, mas o Brasil indicou que não deve participar porque a Rússia não foi convidada.
No documento assinado, Brasil e China apelam às partes em conflito que respeitem três princípios para permitir a abertura de negociações: "Expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte."
Segundo comunicado divulgado pela assessoria de Amorim, "as duas partes tiveram uma troca de opiniões aprofundada sobre a defesa de uma solução política para a crise na Ucrânia* 1 , enfatizando que "o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise". Rejeitam, ainda, o uso de armas de destruição em massa e afirmam que todos os esforços devem ser feitos para evitar uma crise nuclear.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, a China tem mantido uma postura de defesa do diálogo, sem jamais condenar Moscou pela violação da soberania do país vizinho. Pela parceria intensa e crescente com o Kremlin, a política de Pequim foi definida por alguns analistas como "neutralidade pró-Rússia".
Amorim chegou na quarta a Pequim para uma visita oficial a convite do governo chinês. A viagem vai até o dia 29 e incluirá, além da capital, as cidades de Xian e Xangai. Hoje, ele visitará em Pequim a gigante de tecnologia Baidu, para conhecer seu projeto de inteligência artificial. Em Xian, Amorim irá a uma instalação da fabricante de carros elétricos BYD. E em Xangai está prevista uma visita ao Banco do Bric, que é chefiado pela ex-presidente Dilma Rousseff.
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