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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Frente Brasileira de Informação denunciou a ditadura militar - Boletins disponíveis no CEDEM da Unesp

 Durante meus anos de autoexílio na Europa, entre 1971 e 1977, participei dos esforços da oposição ao regime militar, denunciando os crimes da ditadura, no contexto da Frente Brasileira de Informações. Muitas reuniões, em vários países europeus, para organizar esse esforço de denúncia e de combate à ditadura.

Paulo Roberto de Almeida


Frente Brasileira de Informação denunciou a ditadura militar

Boletim foi editado em nove países; CEDEM dispõe de exemplares em cinco idiomas

Assessoria de Comunicação do CEDEM, da Unesp, 21/05/2024

https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/665/frente-brasileira-de-informacao-denunciou-a-ditadura-militar

Nos anos duros da ditadura civil-militar, os brasileiros exilados criaram uma rede de comunicação para denunciar crimes praticados pelo Estado, como tortura e censura. Eles também discutiam temas como a desigualdade social, a questão indígena, o desmatamento na Amazônia, denúncias de obras públicas superfaturadas e outros problemas que o país enfrentava naquele momento.

O boletim Frente Brasileira de Informações (FBI) foi um dos informativos que circulou entre os exilados, enquanto uma ferramenta de combate e resistência à ditadura civil-militar.  Por meio dele é possível constatar que a resistência à ditadura não se deu apenas internamente no Brasil. Ocorreu também no exílio e é parte importante desse período histórico.

O FBI foi fundado, dirigido e editado pelo ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, em 1969, durante o período em que viveu exilado na Argélia. Com a visibilidade, o boletim passou a ser produzido também na Alemanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Itália, Suécia, Suíça e Chile, por brasileiros de diferentes tendências políticas. O Centro de Documentação e Memória (CEDEM) possui exemplares do boletim em cinco idiomas: português, inglês, espanhol, francês e italiano. Alguns estão digitalizados e disponíveis para pesquisa virtual.

Cada núcleo internacional possuía um grupo de exilados que organizava a produção, traduzindo os textos para o idioma correspondente e incorporando novos escritos de acordo com a realidade local. Além disso, exemplares eram enviados para militantes que viviam no Brasil, o que fazia sentido, pois o boletim publicava no exterior as notícias censuras no país. Também era enviado para Cuba e União Soviética.

Na edição do março de 1971, o comitê de denúncia da repressão no Brasil, sediado no Chile escreveu a seguinte: “Este Boletim representa uma iniciativa de romper com o bloqueio imposto pela ditadura brasileira à divulgação dos fatos que ocorrem no país. Fazer circular estas notícias, reproduzi-las ou qualquer outra forma de solidariedade significa uma efetiva contribuição à luta do povo brasileiro contra o regime militar que o oprime, desconsiderando cotidianamente os mais elementares direitos humanos”.

Anônimo, o impresso tinha como público-alvo jornalistas, acadêmicos, sindicalistas, religiosos, estudantes e membros de partidos políticos que solicitavam os exemplares. As atividades foram encerradas em 1973 por divergências políticas entre os participantes.

Onde pesquisar:

CEDEM
On-line: www.cedem.unesp.br
Presencial: Sede do Centro de Documentação e Memória (CEDEM), da Unesp
Praça da Sé, 108, 1 andar – São Paulo (SP)
E-mail: pesquisa.cedem@unesp.br
Tel.: 11-3116-1706 
        11-3116-1712         
        11-3116-1713


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