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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Stalin Sem Gulag, em biografia nao autorizada - Agamenon Mendes Pedreira

Desde 2003, conhecedor de alguns meandros dessa turma que eu sempre chamei de "guerrilheiros reciclados", eu o designava, assim por instinto (no más que isto, pois nunca cruzei com o personagem) de Stalin Sem Gulag (ainda bem, do contrário eu não mais estaria aqui, escrevendo para todos vocês), e assim ficou, sendo que o nome era usado por mim de vez em quando, sempre discretamente (vai que cai uma laranja em cima deste modesto escrevinhador). Mas eu não conhecia ainda, e me passou despercebida em 2005, esta biografia não autorizada do personagem, feita por nosso mais desbocado humorista, Agamenon Mendes Pedreira, exclusivo do Globo, um jornal que eu raramente leio, a não ser por acado.
Pois confesso que eu não sabia desse nome, que agora vou também adotar: Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu.
Acho que combina. O resto está ai, tirado do site O Antagonista.
Paulo Roberto de Almeida

Agamenon: Quem é Josef Dirceu?

 O Antagonista, 6/08/2015

*Atenção, meus 17 seguidores e meio (não esqueçam do anão): hoje resolvi postar um artigo publicado no Globo em 2005 pra vocês terem ideia de como o Brasil mudou. Mudou de mal a pior! Mas, pelo menos, a Operação Lava Rato prendeu o Zé Dirceu de novo... Como diz o ditado: “O bom filho da puta a casa torna”. Além do mensalão e do petrolão, Zé Perdeu também está sendo acusado de enriquecimento ilícito. Segundo a Polícia Foderal, José Marília de Dirceu está botando dinheiro pelo ladrão. E o ladrão, no caso, é ele.
 
(O Globo – 04/12/2005)
QUEM É JOSEF DIRCEU? 

Ao contrário do meu bilau e da taxa de juros, que nunca caem, Josef Dirceu caiu! O ex-todo-foderoso homem de Lula agora amarga um doloroso ostracismo político. Mas a pergunta que não quer calar é: quem é Josef Dirceu, o homem, o líder, o minto?
Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu nasceu em Passa-de-Quatro, cidade típica mineira, onde já era conhecido como Menino Maluquinho. Politizado desde a mais tenra infância, ainda criança já se indignava com a desigualdade social na escola: enquanto os meninos ricos levavam pão de queijo para a merenda, o pequeno Dirceuzinho tinha apenas uma mísera paçoca para comer no recreio. E a mesma paçoca tinha que durar o ano inteiro. Nas peladas de rua, só jogava na ponta esquerda.
Indignado com os zeros que carregava no boletim, criou o seu primeiro grupo esquerdista, a VPR, Vanguarda Pré-Primária Revolucionária, que sequestrou a professora e expropriou os doces da cantina da escola. Zé Dirceu acabou expulso da cidade por conta das suas travessuras e do seu sotaque carregado.
Em São Paulo, Dirceu resolveu estudar Direito, que logo trocou pelo Esquerdo. Para não ter que estudar, virou líder estudantil e, com seus discursos inflamados e coquetéis Molotov, incendiava as massas. Com o enrijecimento da ditadura, Dirceu teve que entrar na clandestinidade. Entrou na Clandestinidade e em várias outras companheiras de militância, inclusive, acreditem, na ministra Dilma Roskoff, que naquela época ainda gostava de poder.
Dirceu também organizou o Congresso secretíssimo da UNE em Ibiúna, no sítio do Fernando Henrique Cardoso, o que é considerado a primeira invasão do MST da História. O Congresso só não deu certo porque, no primeiro dia, Zé foi na padaria comprar 3.000 sanduíches de mortadela, o que despertou o apetite e a curiosidade das gulosas forças da repressão. Anos mais tarde, essa piada foi roubada pelo humorista imperialista norte-americano Woody Allen, que a colocou, na mão grande, no seu filme Bananas.
Preso pela ditadura, José Perdeu acabou sendo trocado pelo embaixador americano Ronald Macdonald e um boneco Mug que pertencia ao Chico Buraque de Hollanda. Foi o deputado Fumando Gabeira quem resgatou Zé Dirceu das garras dos militares. Juntos, os dois fugiram para a Jamaica, onde deram início à reforma agrária na terra de Bob Marley fumando milhares de hectares de maconha. Um dia, Zé Dirceu resolveu ir pra Cuba comprar seda para apertar um baseado e nunca mais voltou.
Em Cuba, Zé conheceu o seu ídolo máximo: Fidel Mastro. Rapidamente ficaram amigos inseparáveis: Fidel era o cumandante e Dirceu era o pau-mandado. Formado em guerrilha na Universidade de Havana, Dirceu criou um novo grupo revolucionário, o Buena Bosta Social Club. Em seguida, para voltar ao Brasil clandestino, fez uma operação plástica e uma lipoaspiração. A lipo ele só fez porque estava se achando muito gordo. Com a sua nova identidade de Sylmara, Dirceu se escondeu numa pequena cidade do interior do Paraná. Para não despertar suspeitas naquela pequena e conservadora comunidade interiorana, assumiu um relacionamento lésbico e gravou um disco como cantora eclética de MPB.
Com o final da ditadura, Sylmara, quer dizer, Zé Dirceu, exausto de fazer sexo sem usar o seu bilau, revelou para a patroa sua identidade secreta e voltou para a política, onde arrumou um emprego de presidente do PT. Foi aí que o Zé Dirceu cometeu o seu maior erro político: pagou com um cheque sem fundos do Delúbio Soares a renovação da assinatura de VEJA. A partir daí, a revista semanal passou a persegui-lo implacavelmente, levando o Zé Dirceu à cassação pelo SPC e pelo SERASA.

E ainda dizem que não tem justiça no Brasil! Pelo menos agora, Zé Dirceu, o Chico Bento do PT, vai ver o PSOL nascer quadrado
Agamenon Mendes Pedreira é autobiógrafo não autorizado de Josef Dirceu

terça-feira, 31 de março de 2015

Stalin Sem Gulag: Home Sweet Home (Papuda)

There is no place like home, such a cozy place...
O velho líder estudantil dos anos 60 virou caco mesmo. Entrou num redemoinho sem saída. Articulador do mensalão, envolvido até o pescoço no petrolão, ainda por cima omitiu pagamentos de clientes de sua, hum, "consultoria". Mais dia, menos dia, volta para a Papuda:


O ex-ministro José Dirceu omitiu pagamentos de clientes de sua consultoria nos documentos que entregou à Justiça Federal. O Ministério Público Federal destacou em parecer protocolado na 13ª Vara Federal do Paraná nesta terça-feira que, "pela análise dos documentos juntados, é possível verificar supostas inconsistências entre as condições contratuais de prazo, pagamento e dados bancários".

Na manifestação ao juiz Sérgio Moro, os procuradores da República destacaram as divergências entre o que passou pelas contas bancárias da consultoria de Dirceu, a JD Assessoria, e os contratos entregues pelo ex-ministro à Justiça Federal. Foi examinada superficialmente a situação das empreiteiras acusadas de pagar propina por contratos da Petrobras. Pela análise, os contratos previam pagamentos bem inferiores ao que foi efetivamente desembolsado para o ex-ministro.

Dirceu é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal pela suspeita de ter recebido parte da propina distribuída por empreiteiras em troca de facilidades em contratos com a Petrobras. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o petista faturou pelo menos 8 milhões de reais por serviços de consultoria prestados a empresas do clube do bilhão.

A defesa de Dirceu apresentou contrato com a Galvão Engenharia para prestação de serviços de "consultoria e assessoramento comercial", assinado em 25 de junho de 2009, segundo o qual ele teria faturamento bruto de 300.000 reais. Mas, de acordo com a análise da movimentação bancária da empresa do ex-ministro, foram pagos 703.875 reais. O contrato com Dirceu foi assinado exatamente uma semana depois de a Petrobras iniciar licitação de obra da Refinaria de Paulínea (Replan), pela qual a Galvão Engenharia foi contratada por 568 milhões de reais e fez o pagamento de propina equivalente a, no mínimo, 1% do valor do contrato, como já denunciado em ação penal contra executivos da empresa.

Também houve divergência entre a movimentação bancária e o valor previsto no contrato apresentado por Dirceu sobre serviços de "assessoria jurídica internacional" para a Engevix Engenharia. O documento entregue à Justiça previa o pagamento total de 300.000 reais. Mas a análise dos dados bancários mostra que a Engevix pagou 900.960 reais para a empresa do ex-ministro. (Veja.com).

domingo, 22 de março de 2015

Ministerio paralelo das Relacoes Exteriores: a promocao comercial da JDassociados

Eis como as relações com a Venezuela eram, e são, absolutamente privilegiadas no governo companheiro: o acesso direto aos donos do dinheiro, ou seja, os dirigentes políticos, era fonte de lucros, legítimos e ilegais, aos envolvidos numa trama suja de decisões arbitrárias. Só recebe que pertence, é associado, ou paga à máfia.
Paulo Roberto de Almeida

Folha Política, quinta-feira, 19 de março de 2015


Construtora arrematou contrato milionário com Chávez após pagamento a Dirceu

Imagem: Reprodução / Redes Sociais
A construtora paranaense Consilux consta da lista de empresas que pagaram pelos serviços da consultoria JD Assessoria, do ex-ministro José Dirceu. Em 2012, a empreiteira pagou 1,04 milhão de reais pelos serviços do petista. Neste mesmo ano, arrematou um contrato de mais de 200 milhões de dólares com o governo de Hugo Chávez para construir 5.000 unidades do programa de moradias populares Misión Vivienda, similar ao Minha Casa Minha Vida.

O site da revista Veja teve acesso a um documento da Receita Federal que analisou a movimentação financeira da empresa de Dirceu, a JD Assessoria. A quebra de sigilo foi determinada pela Justiça em janeiro, após indícios de que empreiteiras citadas na Operação Lava Jato e que participaram do megaesquema de fraudes em contratos com a Petrobras repassaram dinheiro para o ex-ministro. O documento mostra que o petista faturou 29 milhões de reais com a consultoria entre 2006 e 2013 e, deste valor, 8 milhões foram pagos por empresas citadas no petrolão.

A Consilux é uma empresa de porte médio com sede em Curitiba. Contudo, até ganhar seu primeiro contrato na Venezuela, em 2006, suas atividades se restringiam a comercializar radares e lombadas eletrônicas para municípios brasileiros - em especial a capital paranaense. Na esteira dos acordos de cooperação firmados entre o então presidente Lula e Hugo Chávez, em 2005, o governador do Paraná, Roberto Requião, promoveu um encontro bilateral em Caracas entre empresários do Estado e o governo chavista. Dali surgiu a oportunidade para que a construtora diversificasse sua atuação justamente em território estrangeiro. A empresa, que até então não atuava na área da construção civil, arrematou um contrato de 200 milhões de dólares para construir 5.000 moradias do Misión Vivienda.

Até 2011, ano do primeiro pagamento da Consilux a Dirceu, no valor de 87.600 reais, as coisas na Venezuela não iam nada bem. O projeto das 5.000 moradias estava emperrado e quatro loteamentos estavam paralisados. Não bastassem os problemas burocráticos, o governo de Hugo Chávez havia congelado repasses à Consilux e devia cerca de 100 milhões de reais à empresa - os congelamentos chegaram a durar mais de seis meses. Trabalhadores das obras fizeram vigília e greve de fome em frente à Embaixada do Brasil em Caracas, afirmando que salários e benefícios estavam atrasados.

Em 2012, contudo, as coisas começaram a andar. A construtora não só fechou mais um contrato de construção de 5.000 casas para o mesmo programa, também com valor de 200 milhões de dólares, como também foi citada pelo próprio Chávez em um de seus intermináveis discursos em defesa dos programas habitacionais financiados com o dinheiro da petroleira estatal PDVSA. Naquele ano, os pagamentos a Dirceu cresceram para 1,04 milhão de reais. Em 2013, ano em que o mensaleiro foi condenado e preso, os pagamentos da Consilux foram de 100.000 reais.

Representantes da Consilux não foram localizados pela reportagem para comentar os serviços prestados por Dirceu. Contudo, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada em 2012, o executivo brasileiro da empresa em Caracas, Espartano da Fonseca, afirmou que os atrasos nos pagamentos e o risco político não eram necessariamente um problema para a empresa na Venezuela. A mudança de governo, sim."O cenário político só pode intervir se houver mudança do presidente. Caso contrário, não", disse o executivo. Neste contexto, a morte de Hugo Chávez não trouxe grandes sobressaltos. Antes de suceder o caudilho, Nicolás Maduro era chanceler - e uma de suas principais atribuições como tal era "cuidar" dos empresários de países "amigos", como o Brasil, a China, o Irã e outros parceiros.

terça-feira, 3 de março de 2015

Renuncia de Dilma, em lugar de impeachment, para permitir a volta do chefe da quadrilha

Parece que o debate, nas hostes petistas, está saindo do terreno da defesa política da soberana para uma pressão por sua renúncia, de maneira a permitir o retorno do demiurgo.
Pelo menos é assim que interpreto o longo artigo, com longas citações, desse aliado fundamental do lulo-petismo no jornal do chamada chefe da quadrilha, mas que é apenas o subchefe, e que eu chamo de Stalin Sem Gulag (ainda bem, do contrário eu não estaria aqui escrevendo para vocês, mas em algum Gulag tropical).
Enfim, tudo isso tem a ver com o pavor dos petralhas de serem conduzidos à Papuda, e de soçobrar no pântano que eles mesmos criaram, por quadrilheiros, mafiosos, ladravazes.
A renúncia abriria a possibilidade de volta triunfal daquele que já foi chamado de Grande Apedeuta, e que é na verdade o capo di tutti i capi.
Assim vamos, de surpresa em surpresa.
Não deixa de ser interessante...
Paulo Roberto de Almeida 

Renúncia de Dilma, melhor que impeachment

Correio do Brasil, 2/3/2015 15:00
Por Celso Lungaretti, de São Paulo

Colunista comenta a hipótese de uma renúncia da presidenta Dilma seguida de novas eleições
Colunista comenta a hipótese de uma renúncia da presidenta Dilma seguida de novas eleições
A situação política brasileira assumiu feições de crise grave, no fim-de-semana, com a denúncia do advogado Modesto Carvalhosa, de que a presidenta Dilma e seu governo tentam proteger as empreiteiras envolvidas na corrupção e delitos revelados pela Operação Lava Jato. Quase ao mesmo tempo, o ex-secretário de imprensa durante a presidência de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho no seu blog, num texto virulento pergunta se o governo Dilma está no fundo do poço ou se esse poço é sem fundo, depois de já ter escrito estar o governo Dilma caminhando para a autodestruição. 
Diante desse clima que se deteriora, agravado pela tendência da bancada petista de rejeitar os ajustes fiscais propostos pela presidenta, o sociólogo Demétrio Magnoli se pronuncia contra o impeachment, prejudicial para a imagem do Brasil, e defende uma renúncia da presidenta e do vice-presidente para serem realizadas novas eleições. Seria a oportunidade do retorno de Lula, mesmo porque na atual situação ninguém pode imaginar como se chegará até 2018.
Seguem as apreciações do colunista Celso Lungaretti, do Direto da Redação, o Editor.
Dilma seria levada a renunciar como Jânio?
Dilma seria levada a renunciar como Jânio?
Muito perdem os internautas ditos de esquerda ao desqualificarem, com intolerância extrema, personagens como o jornalista e sociólogo Demétrio Magnoli, que está longe de ser “um dos novos trombones da direita” (como o qualificou a revista IstoÉ), embora defenda posições questionáveis sobre o movimento estudantil e sobre as cotas raciais, por exemplo.
Exigir que todos se verguem a um pensamento único é coisa dos tempos de Stalin e de Hitler. Magnoli também dá estocadas contra a direita, e algumas delas são certeiras. Por que, simplesmente, não refletirmos sobre cada uma de suas posições, aceitando algumas e divergindo das outras?
Seu artigo A hora e a história é um interessante meio-termo entre a pregação direitista do impeachment de Dilma Rousseff e a defesa incondicional de um governo que, salta aos olhos, perdeu o controle da situação e está condenado (condenando-nos) a uma lenta agonia, ou coisa pior.
Ele rechaça o impedimento (“para não transformar o Brasil num imenso Paraguai”, retrocedendo “do estatuto de moderna democracia de massas ao de uma democracia oligárquica latino-americana”, e também porque “na nossa democracia, a hipótese de impeachment só se aplica quando há culpa e dolo”), mas, assim como eu, percebe os perigos que corremos, sendo golpe de estado o maior deles, caso continuemos submetidos ao “dilmismo, essa mistura exótica de arrogância ideológica, incompetência e inoperância”, que “o país não suportará mais quatro anos”.
Como alternativa, Magnoli propõe que, ao invés de pregarem o impeachment, os descontentes lancem a Dilma o repto “Governe para todos — ou renuncie”:
No atual estágio de deterioração de seu governo, a saída realista para Dilma é extrair as consequências do fracasso, desligando-se do lulopetismo e convidando a parcela responsável do Congresso a compor um governo transitório de união nacional. O Brasil precisa enfrentar a crise econômica, definir a moldura de regras para um novo ciclo de investimentos, restaurar a credibilidade da Petrobras, resgatar a administração pública das quadrilhas político-empresariais que a sequestraram. É um programa e tanto, mas também a plataforma de um consenso possível…
…Se a presidente, cega e surda, prefere persistir no erro, resta apontar-lhe, e a seu vice, a alternativa da renúncia, o que abriria as portas à antecipação das eleições.
DILMA-2 ESTÁ SENDO “CENÁRIO DE TERRA ARRASADA”,
AVALIA RICARDO KOTSCHO
Um dos maiores jornalistas brasileiros das últimas décadas, quatro vezes vencedor do Prêmio Esso, Ricardo Kotscho sempre foi identificadíssimo com o PT e com Lula, a quem serviu como secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República.
O jornalista Ricardo Kotscho é amigo de Lula e conhece os bastidores da política
O jornalista Ricardo Kotscho é amigo de Lula e conhece os bastidores da política
Então, só um quadro político de extrema gravidade o levaria a escrever um artigo tão contundente como o que postou no seu blogue neste sábado, 28, vindo ao encontro dos meus alertas no mesmo sentido: desde a redemocratização, o Brasil nunca esteve tão ameaçado de uma volta ao totalitarismo. Leiam e reflitam.
PARA ONDE VAMOS, DILMA: 
FUNDO DO POÇO OU POÇO SEM FUNDO? 
Um clima de fim de feira varre o país de ponta a ponta apenas dois meses após a posse da presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato. Feirantes e fregueses estão igualmente insatisfeitos e cabisbaixos, alternando sentimentos de revolta e desesperança.
Esta é a realidade. Não adianta desligar a televisão e deixar de ler jornais nem ficar blasfemando pelas redes sociais. Estamos todos no mesmo barco e temos que continuar remando para pagar nossas contas e botar comida na mesa.
Nunca antes na história da humanidade um governo se desmanchou tão rápido antes mesmo de ter começado. Para onde vamos, Dilma? Cada vez mais gente acha que já chegamos ao fundo do poço, mas tenho minhas dúvidas se este poço tem fundo.
“O que já está ruim sempre pode piorar”, escrevi aqui mesmo no dia 5 de fevereiro, uma quinta-feira, às 10 horas da manhã, na abertura do texto “Governo Dilma-2 caminha para a autodestruição”.
dilma chateada“Pelo ranger da carruagem desgovernada, a oposição nem precisa perder muito tempo com CPIs e pareceres para detonar o impeachment da presidente da República, que continua recolhida e calada em seus palácios, sem mostrar qualquer reação. O governo Dilma-2 está se acabando sozinho num inimaginável processo de autodestruição”.
Pelas bobagens que tem falado nas suas raras aparições públicas, completamente sem noção do que se passa no país, melhor faria a presidente se continuasse em silêncio, já que não tem mais nada para dizer.
Três semanas somente se passaram e os fatos, infelizmente, confirmaram minhas piores previsões. Profetas de boteco ou sabichões acadêmicos, qualquer um poderia prever que a tendência era tudo só piorar ainda mais.
Basta ver algumas manchetes deste último dia de fevereiro para constatar o descalabro econômico em que nos metemos. Cada uma delas já seria preocupante, mas o conjunto da obra chega a ser assustador:
“Dilma sobe tributo em 150% e empresas preveem demissões”.
“País elimina 82 mil empregos em janeiro, pior resultado desde 2009″.
“Conta da Eletropaulo sobe 40% em março”.
“Bloqueio de caminheiros deixa animais sem ração — Na região sul, aves são sacrificadas em granjas, porcos ficam sem alimento e preço do leite deve subir”.
“Indicadores do ano apontam todos para a recessão”.
“Estudo da indústria calcula impacto de racionamento no PIB — Queda de 10% no abastecimento de gás, energia e água levaria à perda de R$ 28,8 bi”.
 As imagens mostram estradas que continuam bloqueadas por caminheiros, depois de mais de uma semana de protestos, agentes da Força Nacional armados até os dentes avançando sobre os manifestantes, produtores despejando nas ruas toneladas de latões de leite que ficaram sem transporte. O que ainda falta?
Enquanto isso, parece que as principais lideranças políticas do país ainda não se deram conta da gravidade do momento que vivemos, com a ameaça de uma ruptura institucional.
De um lado, o ex-presidente Lula, convoca o “exército do Stédile” e é atacado pelo Clube Militar por “incitar o confronto”; de outro, os principais caciques tucanos, FHC à frente, fazem gracinhas e se divertem no Facebook. Estão todos brincando com fogo sentados sobre um barril de pólvora. É difícil saber o que é pior: o governo ou a oposição. Não temos para onde correr.
A esta altura, só os mais celerados oposicionistas defendem o impeachment de Dilma e pregam abertamente o golpe paraguaio, ainda defendido por alguns dos seus aliados na mídia, que teria um final imprevisível.
O governo Dilma-2 está cavando a sua própria cova desde que resolveu esnobar o PMDB, e não adianta Lula ficar pensando em 2018 porque, do jeito que vamos, o país não aguenta até 2018.
Nem Dilma, em seus piores pesadelos, poderia imaginar este cenário de terra arrasada — ou não teria se candidatado à reeleição, da qual já deve estar profundamente arrependida.
DILMA PROTETORA DAS EMPREITEIRAS?
O advogado Modesto Carvalhosa, 82 anos, esteve sempre ao lado das boas causas, a ponto de haver sido preso três vezes pela ditadura no período 1969/71, como “membro auxiliar” da ALN e VPR.
O advogado Modesto Carvalhosa, 82 anos, militou contra a ditadura militar e foi preso como mem bro da resistência
O advogado Modesto Carvalhosa, 82 anos, militou contra a ditadura militar e foi preso como membro da resistência
Também se destacava por suas posturas e atitudes constestatórias, na linha da contracultura; liderou a primeira greve de professores e funcionários do ensino superior contra o regime militar, em 1977; teve participação destacada nas lutas pela anistia e pela preservação da natureza; e foi o organizador e coordenador d’O livro negro da corrupção (Paz e Terra, 1995 – leia o e-book aqui).
Então, é chocante a acusação frontal que, como especialista em Direito Econômico e mercado de capitais, faz à presidenta Dilma Rousseff, de estar querendo “proteger as empreiteiras” corruptoras cujos delitos vêm sendo devassados pela Operação Lava-Jato.
Quando leio coisas deste tipo, lembro-me da campanha simplista que outrora era feita contra brinquedos inspirados em filmes de bangue-bangue: “Hoje mocinho, amanhã bandido”. Pior ainda, na minha opinião, seria “hoje guerrilheira, amanhã amiguinha das empreiteiras”.
Celso Lungaretti, jornalista e escritor, foi resistente à ditadura militar ainda secundarista e participou da Vanguarda Popular Revolucionária. Preso e processado, escreveu o livro Náufrago da Utopia. Tem um ativo blog com esse mesmo título.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.
 

Os comentários às matérias e artigos aqui publicados não são de responsabilidade do Correio do Brasil nem refletem a opinião do jornal.

domingo, 21 de setembro de 2014

Fascismo tributario tem pequeno contratempo, em funcao do direito e do absurdo surrealista...

O Correio do Brasil é um jornal mentiroso. Aliás não só isso: é um jornal stalinista, que está a serviço do chefe da quadrilha, aquele que funcionou durante anos como homem de confiança da ditadura castrista no Brasil, e no partido totalitário, e também (e isso é importante) como manipulador de um aparelho secreto dentro do aparelho clandestino stalinista que ele criou dentro do partido totalitário, para fazer todas as suas falcatruas, patifarias, manipulações, tudo isso envolto em várias camadas, com muitos laranjas inocentes, mas ainda mais agentes seus, mercenários a soldo, homens de confiança, tipo Ramón Mercader (vocês sabem de quem estou falando), pessoas dispostas a tudo para a causa, ou seja, para o poder do agente stalinista do partido totalitário, o próprio Stalin sem Gulag, o homem que fez da cadeia um resort de luxo, e continuou a mandar, com base no dinheiro, nas ameaças, no seu charme discreto de mafioso sem glamour, só poder e só ameaças. Acho que me fiz entender.
Pois o jornaleco do Stalin Sem Gulag, o pasquim mentiroso que responde pelo nome de Correio do Brasil, publica, neste sábado, uma matéria que não vi refletida na grande imprensa, naqueles jornalões que fazem parte do PIG, o Partido da Mídia Golpista, vocês sabem de quem estou falando, dos inimigos dos companheiros, aqueles que impedem que eles implantem o bolivarianismo no Brasil.
Todas as matérias desse jornaleco são mentirosas, mas de vez em quando eles se permitem apenas prestar uma informação, geralmente sobre decisões da Justiça que contrariem os desejos e a vontade dos companheiros totalitários, sempre ligado a dinheiro, de uma ou outra forma. Eles, que são a burguesia do capital alheio, como já disse um jornalista, detestam ficar sem uma fonte de arrecadação, detestam extorquir menos dinheiro da sociedade, dos burgueses e capitalistas, dizem eles, esquecendo que quem paga tudo, ao final, é mesmo o cidadão comum, os milhões de trabalhadores brasileiros, que sustentam os vagabundos parasitários que assaltaram o poder no Brasil.
Pois não é que eles estão tristinhos porque o STF simplesmente aplicou a lei, e os princípios do direito, acabando com um dos maiores absurdos anticonstitucionais do Brasil?
Vejamos: ICMS, como todo mundo sabe é um imposto sobre o consumo, nominalmente chamado de imposto sobre a circulação de mercadorias. Normalmente, ele deveria incidir apenas sobre os bens produzidos no Brasil e vendidos aqui, devendo idealmente ser isento na produção para a exportação, o que nunca é feito devidamente pelo ogro famélico que representa o Estado extrator no Brasil, e seu órgão fascista por excelência, a Receita Federal.
O ICMS se aplica igualmente às importações, o que me parece um absurdo, mas pode ser justificado pelo conceito de "circulação de mercadorias", muito embora esse imposto tenha sido concebido como sendo uma espécie de TVA, ou VAT, ou seja, um imposto sobre o valor agregado, que existe em toda a União Europeia, e que no Brasil ficou sob competência dos estados. A União, esse ogro famélico, para não perder receita, instituiu o IPI, que é portante reincidente, e em cascata, pois taxa mais ou menos a mesma coisa. O Brasil é obviamente um absurdo tributário.
Acima disso, o governo Lula, sempre voraz em matéria de imposto, instituiu, em 2003, o PIS-COFINS sobre as importações, o absurdo dos absurdos, e por isso explico. Quando a nossa Constituição esquizofrênica criou todos os direitos possíveis, e fez todas as bondades a todos e a cada um, o Estado federal não teve outra maneira senão buscar no bolso dos brasileiros, e no caixa das empresas, os recursos para pagar todas as prestações sociais que estavam sendo criadas ou reforçadas pela esquizofrenia econômica da Constituição. O PIS já existia, e vinha da ditadura militar: era mais uma forma de aumentar a carga fiscal, dando um fim aparentemente nobre, o tal programa de integração social, ou seja, o governo cobra das empresas, e supostamente repassa aos trabalhos uns trocadinhos todo ano, numa das maiores mistificações a que já assistimos, e que continuo existindo.
Pois bem, quando a Constituição criou todas aquelas maravilhas, inclusive aposentadoria garantida a todos, contribuintes ou não do INSS, o governo se viu obrigado a introduzir um novo imposto. Para não ter de dividir com os estados, chamou de Contribuição, que supostamente seria para o Financiamento da Seguridade Social (como também tinha sido para a saúde a tal CPMF, que depois virou para qualquer coisa). Pois bem, juntaram os dois, e virou o PIS-Cofins, cobrados de todas as empresas, sem distinção (depois criaram o Super Simples, para micro e pequena empresa, que é outra empulhação).
Agora me pergunto: o que os produtos importados têm a ver com o financiamento da seguridade social? Absolutamente nada, obviamente, o que não impediu esse governo maluco de introduzir um imposto abertamente inconstitucional, pois é evidente que produtos importados não foram feitos por trabalhadores brasileiros, e portanto não tem que financiar nenhuma seguridade social. Como é que esse Congresso castrado foi aprovar um absurdo desses eu não sei, e por que o STF -- ou algum órgão ou comissão que deveria controlar a constitucionalidade das leis malucas que são aprovados pelo Congresso e sancionadas pela PR -- deixou passar esse absurdo, eu também não sei. E por que os capitalistas castrados do Brasil não introduziram imediatamente uma medida tipo ADIN, eu também não sei. Foi preciso que alguns importadores frustrados com esse absurdo entrassem com uma ação -- julgada quase DEZ ANOS depois -- para que o STF, esse bando de tiranetes togados, que estão sempre tungando os brasileiros, finalmente se decidisse a declarar o que era evidente desde o primeiro momento: PIS-Cofins sobre importações é ilegal.
Mas o absurdo no Brasil não termina aí: a Receita Federal, esse órgão facista mais fascistóide que existe, costuma cobrar em cascata e de forma reincidente. Ou seja, ela começa a cobrar os muitos impostos sobre os produtos importados, mas não o faz sobre a fatura de compra, ou seja, o bill of landing, a declaração de importação, com o preço líquido. Não, isso não. Ela pega a fatura e começa a aplicar um a um todos os impostos, e os impostos são aplicados sobre outros impostos: tarifa de importação (que deveria ser a única sobre produtos importados), ICMS, PIS-Cofins, taxas disso e daquilo, contribuições disso e mais aquilo, de repente, um produto que custava 10 dólares a preço CIF (cost, insurance e freight) passa a valer 20 dólares, ou mais, com todos os impostos. No final, se paga um absurdo, ao ogro famélico.
Pois é isso que esse jornaleco stalinista está reclamando que ocorreu no Brasil: ou seja, o STF acabou com um, dentre muitos, dos imensos absurdos tributários desse Brasil varonil (e extorquido pelo fascismo tributário); mas ele o fez unicamente ao vetar o ICMS na base de cálculo do PIS-Cofins, que continua a ser cobrado nas importações .
Vejam o que escreve esse jornaleco, se contradizendo ele mesmo:
"Por incidir sobre o faturamento das empresas, o PIS e a Cofins estão diretamente relacionados ao consumo."
 Ou seja, se é sobre o consumo, ele deve incidir sobre os fatores de produção que contribuiram para esse consumo, o que implica eletricidade, infraestrutura, comunicações, regulação, enfim, todas as coisas que o Estado benefactor faz de bondades para permitir a produção e o consumo de produtos made in Brazil. Sendo um produto importado, ele normalmente não exige quase nada, ou pouco desses serviços, e se tiver de pagar algo ele já paga tarifa de importação -- que é um imposto contra o cidadão consumidor, pois ele não é pago pelo exportador, certo? -- e paga o ICMS, o que já acho um absurdo. Mas seria uma irracionalidade completa o produto importado pagar por PIS-Cofins, concordam?
O que diz ainda o jornaleco stalinista?: "Conforme a Receita, ao considerar apenas as mercadorias importadas, a arrecadação do PIS e da Cofins apenas das mercadorias importadas caiu R$ 5,5 bilhões neste ano, descontado o IPCA."
Ou seja, eles estão reclamando que o STF acabou com a festa deles, fascistas tributários que são.
O Brasil vive um manicômio tributário poucas vezes visto em qualquer outro país do mundo.
Como os capitalistas, e os congressistas permitem esses absurdos, e até o Judiciário -- quando não provocado pelos prejudicados -- é um mistério que eu não consigo desvendar.
O Brasil é o país mais irracional em termos tributários que eu consigo imaginar.
Quando isso vai acabar? No que depender dos fascistas no poder (e todos eles são em se tratando de arrecadação) nunca.
É por isso que eu vivo preconizando uma fronda empresarial: os empresários precisam, em primeiro lugar, deixar de dar dinheiro para políticos irracionais, e para partidos totalitários. Depois, precisam se revoltar contra o manicômio tributário, simplesmente ingressando com ações na justiça para barrar a voracidade tributário do ogro famélico que se chama Estado brasileiro.
Quando isso vai acontecer? Pelo que observo, vai demorar um bocado, pois as pessoas são incapazes até de fazer um julgamento de mérito sobre os absurdos que ocorrem no Brasil.
Por essas e outras eu não acredito em reforma tributária...
Paulo Roberto de Almeida
Toronto, 21 de setembro de 2014

Decisão do STF afeta arrecadação do PIS e da Cofins
Correio do Brasil, 20/9/2014
Por Redação, com ABr - de Brasília
O julgamento do Mensalão no STF o transformou
O STF votou pela retirada do ICMS da base de cálculo do PIS

Uma decisão judicial do ano passado está trazendo impacto sobre o caixa federal em 2014. A retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) está reduzindo a arrecadação dos dois tributos neste ano.
A sentença do Supremo Tribunal Federal (STF), de março do ano passado, vale apenas para as mercadorias importadas, mas beneficiava apenas as empresas que entraram na Justiça. Em outubro do ano passado, no entanto, o governo admitiu a derrota e estendeu a redução da base de cálculo aos demais bens e serviços importados, ampliando o impacto sobre a arrecadação.
Segundo os dados mais recentes da Receita Federal, a arrecadação do PIS e da Cofins caiu 3,35% de janeiro a julho, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em valores corrigidos pela inflação, a queda chega a R$ 4,9 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. Os dois tributos foram os que registraram a maior perda real de receita em 2014.
Por incidir sobre o faturamento das empresas, o PIS e a Cofins estão diretamente relacionados ao consumo. Mesmo com o menor número de dias úteis durante a Copa do Mundo, o volume de vendas subiu 3,5% no acumulado de 2014, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a estabilidade no consumo não se refletiu em melhoria nas receitas dos dois tributos por causa da decisão judicial.
Conforme a Receita, ao considerar apenas as mercadorias importadas, a arrecadação do PIS e da Cofins apenas das mercadorias importadas caiu R$ 5,5 bilhões neste ano, descontado o IPCA. Se fossem levadas em conta apenas as mercadorias produzidas no país, a receita dos dois tributos teria subido R$ 2,45 bilhões em valores reais, alta de 2,19% acima da inflação oficial.
Também contribuiu para a queda na receita do PIS e da Cofins um depósito judicial extraordinário de R$ 1 bilhão feito por uma mineradora em maio de 2013. Como a operação não se repetiu em 2014, a arrecadação dos dois tributos relacionada a depósitos judiciais, administrativos e acréscimos legais caiu R$ 1,85 bilhão de um ano para outro, explicando a queda total de R$ 4,9 bilhões.
Até o ano passado, o ICMS das mercadorias importadas incidia na base de cálculo dos dois tributos. Sobre o preço final, no qual estava incluído o ICMS, era aplicada a alíquota de 9,25%. As importadoras, no entanto, alegaram na Justiça por décadas que esse modelo implicava bitributação – cobrança de imposto duas vezes. Somente no ano passado, o Supremo deu ganho de causa às empresas. Em relação às mercadorias produzidas no país, o ICMS, tributo de responsabilidade dos estados, continua a fazer parte da base de cálculo do PIS e da Cofins.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O Stalin sem Gulag volta ao Comite Central: da Papuda para o mundo...

Esses 2.000 reais mensais que o advogado amigão vai pagar ao chefe da quadrilha não são bem uma despesa, eles são mais um investimento com retorno garantido, algo assim como uma debênture da firma semi-clandestina e de menu variado, mais conhecida como Patifarias Ilimitadas, mas se trata, obviamente de uma modalidade de negócios sob a forma de Companhia Limitada (embora o escopo seja realmente ilimitado).
Paulo Roberto de Almeida 

Mensalão

O novo escritório de Dirceu fora da cadeia

Ex-chefe do mensalão deixará a prisão pela primeira vez desde novembro do ano passado para trabalhar em um escritório de advocacia em Brasília

Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com, 2/07/2014
O ex-ministro José Dirceu no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Brasília, nesta quarta-feira (02)
NOVA ROTINA – O ex-ministro José Dirceu é transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Brasília, nesta quarta-feira (2) (Ed Ferreira/Estadão Conteúdo)
Nesta quinta-feira, às 8 horas, o detento 95.413 deverá deixar o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Distrito Federal, pela primeira vez para trabalhar do lado de fora do presídio desde que se entregou no dia 15 de novembro de 2013. O ex-ministro José Dirceucomeçará a prestar serviço no escritório do advogado e amigo José Gerardo Grossi, em Brasília. No local, ficará em uma sala isolada dos demais advogados e visitantes, sem acesso à internet nem telefonemas. Foram essas as garantias que Grossi deu à Justiça para empregar o chefe do mensalão como auxiliar administrativo e salário de 2.100 reais mensais.

"Não é possível ele ter acesso à internet porque ele não pode. Telefonemas livres também não estão autorizados. Nada disso pode", disse Grossi ao site de VEJA. "Se um deputado, um senador ou um ministro quiser visitar, peça à juíza da Vara de Execução para fazer essa visita, e a juíza dá ou não dá. Se alguém aparecer sem autorização, não vai ser recebida."
Na véspera da chegada de Dirceu, Grossi diz que já está tudo pronto para recebê-lo e afasta a tese do ex-relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, segundo quem o emprego ao petista é uma mera "action de complaisance entre copains" – uma camaradagem entre velhos companheiros.
Com vista para o prédio do Banco Central, Dirceu terá uma sala própria, com piso de madeira e janela ampla no escritório, localizado no nono andar de um edifício no Setor Bancário Sul, na região central de Brasília. Segundo Grossi, sua tarefa será colocar em ordem o fichário – ainda não digitalizado – do criminalista e fará uma espécie de inventário do acervo de cerca de 2.000 livros. As tarefas ainda não estão completamente definidas. “Vou conversar com ele e ver o que é mais prático para fazer”, disse Grossi.
“Temos livros espalhados em várias salas. Não há uma biblioteca, mas várias prateleiras de livros em vários lugares. Ele vai ter que conferir. Quando chegar um livro, ele vai pegar um fichário que eu tenho, que ainda é manual, e fazer uma conferência sobre se o que está catalogado no fichário corresponde à realidade de todos os livros do escritório. Depois deve colocar no sistema de computação”, afirmou Grossi. 
Autointitulado “amigo há mais de 20 anos” do petista, Grossi visitou Dirceu na prisão no começo do ano para lhe oferecer emprego. Antes, o ex-ministro havia apresentado uma proposta de trabalho para ganhar 20.000 reais mensais como gerente de um hotel em Brasília – desistiu, depois da revelação que o hotel estava em nome de um laranja. Dirceu aceitou a proposta de Grossi. Além de passar pelo menos oito horas longe da cela de segunda a sexta-feira, poderá abater um dia de pena a cada três de trabalho, conforme determina a Lei de Execução Penal. Mas esbarrava, até a semana passada, na resistência do então relator do mensalão e presidente do Supremo,. Joaquim Barbosa, que deixou o caso neste mês. Com a saída de Barbosa da relatoria, o caso foi analisado pelo plenário da corte, que decidiu autorizar os condenados em regime semiaberto, como Dirceu, a trabalhar antes de cumprir um sexto da pena.
Advogado há cerca de 60 anos, o novo patrão de Dirceu afirma que a atuação do mensaleiro como auxiliar no escritório deverá ser “discreta, discretíssima”. “Não é a minha ideia deixar livre acesso a todos no escritório. Pretendo que seja uma coisa muito discreta”, afirmou. “Pelo menos agora eu prefiro que ele não se intrometa em nada que diga respeito diretamente ao exercício da advocacia. Somos cinco advogados aqui e isso basta. Ele vai atuar na área administrativa."
Grossi participou de palestras na Vara de Execuções Penais (VEP) sobre como empregar um condenado e já avisou que Dirceu terá de se revezar com os demais integrantes do escritório nas duas horas disponíveis para almoço. O mensaleiro deixará o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), para onde foi transferido nesta quarta-feira, pouco antes das 8 horas da manhã e retornará para dormir na cadeia após o fim do expediente, às 18 horas.
No início do ano, o analista judiciário e psicólogo Vicente Moragas e o assistente social Alexandre Pereira fizeram uma vistoria, a pedido da Vara de Execuções Penais, no escritório de Grossi. Observaram as salas no nono andar do prédio, mas não houve questionamentos sobre a segurança do edifício. Em sua cela na prisão, Dirceu recebeu diversas visitas de políticos e petistas. A romaria foi classificada como privilégio pelo Ministério Público. Nesta quarta-feira, Grossi foi assertivo sobre o tema: "Se uma pessoa for ao escritório falar com o Dirceu, qualquer pessoa do escritório está orientada a dizer ‘não, peça autorização para a juíza da Vara para vir aqui e ter essa conversa’". É o que a Justiça espera.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Escandalos da Petrobras: o Stalin Sem Gulag por tras das roubalheiras?- Polibio Braga

Da coluna diária do jornalista Políbio Braga, 28/05/2014

Gorentzvaig diz que Zé Dirceu está por trás de negócios bilionários suspeitos na Petrobrás

O ex-ministro José Dirceu, preso em Brasília pelo mensalão, seria o homem por trás de negócios bilionários suspeitos na Petrobras. A acusação é de um empresário do setor petroquímico que se diz vítima do esquema. Caio Gorentzvaig já foi um dos grandes empresários do setor petroquímico no Brasil. Ele e a família eram sócios da Petroquímica Triunfo, no Rio Grande do Sul, junto com a Petrobras. Por causa dos negócios, ele ia semanalmente a Brasília e teve uma visão privilegiada de como se desenrolou um dos mais polêmicos negócios da Petrobras no país: a compra da petroquímica Suzano.

. A empresa, da família Feffer, era avaliada em bolsa em R$ 1,2 bilhão e ainda tinha uma dívida de R$ 1,4 bilhão. Mesmo assim, a Petrobras resolveu comprar a empresa por R$ 2,7 bilhões e assumiu a dívida. O total da transação foi de mais de R$ 4 bilhões.

. Para convencer a Petrobras a comprar a petroquímica Suzano, um de seus donos, o empresário David Feffer, contou com o apoio de pessoas de peso.

CLIQUE AQUI para examinar a reportagem de ontem da Band TV, Jornal da Band. O texto acima é do site da Band TV. 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Stalin Sem Gulag, mas com blog e internet; quadrilheiro ainda nao desceu da estratosfera mafiosa...

Parece que vai demorar um pouco para cair a ficha, mas ela acaba caindo.
Vamos supor aquelas cenas de filmes de Hollywood: o bacana acaba de inaugurar a cela, e logo que entra começa a dar ordens, a torto e a direita, com o dedo apontado para os novos "companheiros".
Aí, sente uma cutucada no ombro, por trás.
A camera se move lentamente no sentido contrário, e o Stalin Sem Gulag se defronta com um negão daqueles (com perdão da expressão deliberadamente racista, mas nos filmes de Hollywood só funciona a surpresa, se for uma daqueles negões bem grandes, 2 metros de altura, braços de estivador, ou de arremessador de martelo), e seu sorriso fica repentinamente amarelo.
O negão pergunta:
-- Ô meu chapa, quem você pensa que é aqui? Pegue aquela vassoura e vá varrer o chão; depois você limpa a privada, está bem assim, ou vai querer que eu ensine a fazer?

Corta, corta, estou divagando.
O Stalin Sem Gulag ainda não desceu da estratosfera, e o pessoal de Hollywood ainda não se apresentou.
Mas, em matéria de negão, acho que na Papuda tá cheio.
Paulo Roberto de Almeida

Augusto Nunes, 6/12/2013

Depois de nomear-se xerife de cadeia, o presidiário José Dirceu promoveu o comparsa Delúbio Soares a diretor de faxina e deu uma geral na cela S 13 da Papuda. “Nem parece prisão!”, entusiasmou-se um parente. “Ficou um brinco!”, admirou-se uma amiga. Foi provavelmente por isso que Lula achou melhor não dar as caras por lá. Ele achou tão aconchegante uma UPA em Pernambuco que lhe bateu a vontade de ficar doente. Se visitar a atual moradia de Dirceu, pode sucumbir ao desejo de ser preso.
Animado com o sucesso de crítica, Dirceu parece ter confundido cela com casa ─ e desistiu do emprego de gerente de hotel para exercer o ofício de blogueiro num escritório instalado onde hoje fica a sala de visitas. Cancelou o contrato com o St. Peter e, no mesmo dia, solicitou permissão judicial para dirigir da cadeia o blog em que assina artigos escritos por outros. Por enquanto, reivindica apenas um computador com acesso à internet, assinaturas gratuitas dos principais jornais (que os carcereiros devem trazer com o café da manhã) e o direito de conceder entrevistas quando bem entender.
Caso consiga tapear o juiz, Dirceu decerto incluirá num segundo lote de pedidos a troca da única mesa por outra mais espaçosa, um banheiro padrão Fifa, um novo jogo de cadeiras, a suspensão das visitas diárias de Eduardo Suplicy, a substituição de beliches por camas de casal e, como a Copa vem aí, um telão para cada hóspede da S 13. Então, Dilma Rousseff será convidada para inaugurar, ao lado do antigo camarada de armas, a primeira unidade do Minha Cela, Minha Vida.

Se o governo conferir ao programa o status de prioridade do PAC, e se aparecer o dinheiro que anda faltando no mundaréu de canteiros de obras desertos, meio mundo para vai querer transferir-se para a Papuda. É com esse tipo de cela que sonham todos os presidiários do mundo.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Stalin Sem Gulag e seu laranja panamenho: cobertura para lavagem de dinheiro do narcotrafico?

Esse tipo de investimento, descrito na matéria do Jornal Nacional transcrita na postagem do jornalista, costuma ser usado por criminosos, para lavar dinheiro. Seja que o dinheiro é oriundo do narcotráfico -- o que é bem provável -- seja que ele venha de algum capitalista brasileiro que não quer revelar sua fortuna, em qualquer hipótese a atividade e o próprio funcionamento do hotel parecem fazer parte de um empreendimento criminoso.
Acho que combina com o chefe da quadrilha, o Stalin Sem Gulag -- e agora talvez sem emprego no hotel-lavanderia -- já que ele sempre foi chegado a essas montagens misteriosas, que costumam ter as quatro patas afundadas no pântano da ilegalidade, quando não da criminalidade.
Aprendeu com os cubanos, certamente, que devem ter dado um curso completo daquilo que os americanos da NSA e da CIA chamam de deception.
Não que seja uma decepção para nós que conhecemos a história do Stalin mineiro: ele vem se revelando uma decepção como quadrilheiro que era; agora é só um bandido preso, sem emprego aparente...
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 3/12/2013

Reportagem do Jornal Nacional que acaba de ir ao ar, de autoria de Vladimir Netto, indica que há algo de profundamente errado com o tal hotel St. Peter, que resolveu “empregar” José Dirceu, com salário de R$ 20 mil. A dona da empresa seria uma “empresa” do Panamá chamada “Truston International Inc.”. Seu presidente é José Eugenio Silva Ritter, um panamenho pobre, que não tem um gato para puxar pelo rabo. Ele admite ser sócio de centenas de empresas porque é funcionário de uma empresa chamada “Morgan y Morgan”. Leiam o que vai Portal G1. Volto mais tarde.
*
O Jornal Nacional localizou em uma área pobre do Panamá o homem que seria o presidente da empresa que administra o hotel Saint Peter, em Brasília, onde o ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, pretende trabalhar.
Dirceu está preso na Penitenciária da Papuda, onde cumpre pena em regime semiaberto, que permite a ele trabalhar durante o dia e voltar à noite para a prisão, para dormir. Ele recebeu uma oferta de trabalho do Saint Peter, hotel no centro de Brasília, que fica em um prédio de 15 andares e 424 apartamentos. O Saint Peter pretende pagar ao ex-ministro R$ 20 mil por mês para que ele exerça o cargo de gerente administrativo.
O homem que preside a empresa administradora do hotel mora numa área pobre da Cidade do Panamá, capital do Panamá, país da América Central, e trabalha como auxiliar de escritório numa empresa de advocacia. Um dos sócios do hotel, Paulo Masci de Abreu, é irmão de José Masci de Abreu, presidente do PTN (Partido Trabalhista Nacional), que em 2010 apoiou a eleição da presidente Dilma Rousseff. Mas ele é sócio minoritário. Tem uma cota, no valor de R$ 1, como mostra o contrato social da empresa.
Todas as outras cotas, que somam R$ 499.999,00, pertencem a uma empresa estrangeira, a Truston International Inc, com sede na Cidade do Panamá. A Truston está inscrita no registro público do Panamá e tem como presidente um cidadão panamenho, José Eugenio Silva Ritter. O nome dele, abreviado, aparece , junto a outros dois nomes: Marta de Saavedra, tesoureira, e Dianeth Ospino, secretária. José Eugênio Silva Ritter também aparece ligado a mais de mil empresas em um site criado por um ativista anticorrupção. O procurador da Truston no Brasil, como mostra o contrato do hotel Saint Peter, é Raul de Abreu, filho de Paulo Masci de Abreu.
Por telefone, Paulo de Abreu e o advogado de Raul de Abreu disseram que José Eugenio Silva Ritter é um empresário estrangeiro apresentado por meio de um advogado. Também afirmaram que a empresa presta contas a José Eugenio regularmente. O repórter Vladimir Netto, da TV Globo, travou o seguinte diálogo por telefone com Paulo de Abreu:
- Vladimir Netto: Quem é o seu sócio majoritário?
- Paulo de Abreu: É a Truston. É uma empresa que investe em hotéis.
- Vladimir Netto: Quem é o dono da Ttruston?
- Paulo de Abreu: Ah, tem vários acionistas, né? Precisa ver, até porque as ações, como são vendidas constantemente, né?
- Vladimir Netto: Quem é José Eugenio Silva Ritter?
- Paulo de Abreu: É o presidente.
- Advogado: É o presidente da empresa.
- Vladimir Netto: mas vocês o conhecem?
- Paulo de Abreu: Uma vez nós já tivemos… em reunião.
- Vladimir Netto: Ele veio ao Brasil, dr. Paulo?
- Paulo de Abreu: não, eu estive lá em Miami.
- Vladimir Netto: Isso foi quando? Foi quando os senhores resolveram fazer uma sociedade pra administrar o Saint Peter?
- Paulo de Abreu: É, quando formalizamos a parceria. De lá pra cá, a gente manda as informações pra lá e ele se dá por satisfeito, enfim, ou pergunta alguma coisa, mas houve essa reunião em miami quando da formalização do entendimento.
O Jornal Nacional foi ao Panamá para tentar entrevistar o presidente da empresa que administra o hotel Saint Peter. Jose Eugenio Silva Ritter mora em uma rua em um bairro pobre na periferia da cidade do panamá. Quando o repórter chegou, ele estava lavando o carro na porta de casa. Ritter disse que trabalha num escritório de advocacia, o Morgan y Morgan, há mais de 30 anos. E reconheceu que aparece mesmo como sócio de muitas empresas mundo afora. “Trabalho na Morgan y Morgan e eles se dedicam a isso”, afirmou.
Ele disse que não lembra da Truston International Inc, que administra o hotel Saint Peter, empresa da qual ele é o presidente. “Eu sequer sei se é o nome de uma sociedade de várias pessoas. Você, por favor, vá lá na Morgan y Morgan, lá com um advogado e tudo, aí eu posso te dar a informação que você precisa. Se me autorizam, se posso falar, te dar as respostas, porque pode botar em perigo meu emprego”, afirmou.
No órgão que regulamenta e fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos consta que José Eugenio Silva Ritter é auxiliar de escritório do Morgan y Morgan. A Morgan y Morgan fica em um prédio no centro financeiro da Cidade do Panamá. É uma firma que ajuda na fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá. A legislação do país permite que ações de companhias sejam transferidas de um empresário para outro sem que seja necessário informar as autoridades. Isso faz com que seja muito difícil saber quem é o verdadeiro dono de empresas como a Truston International Inc, proprietária do hotel Saint Peter.
“Esses países percebem como uma estratégia econômica de trazer recursos para aquele país, justamente flexibilizar as regras sobre tributação, sobre identificação. Então, esses países acabam diminuindo essas exigências de identificação de documentação pra atrair capitais, pra atrair ativos pra fomentar a propria riqueza do país”, afirmou Pierpaolo Bottini, professor de direito penal da Universidade de São Paulo (USP).

O Jornal Nacional procurou Morgan y Morgan para perguntar sobre a propriedade da administradora do hotel Saint Peter, mas ninguém quis atender. A advogada de Paulo Masci de Abreu, Rosane Ribeiro, revelou que a sócia majoritária da Truston International é a nora dele, a empresária lara Severino Vargas. E que a nora vendeu a Paulo de Abreu o controle acionário do hotel Saint Peter. A advogada lembrou também que o cliente é dono de 60% do prédio onde funciona o hotel Saint Peter. Os outros 40%, segundo a advogada, pertencem ao empresário Paulo Naya.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Chefe da quadrilha esta acima de qualquer poder (ou pensa que esta)

O Stalin sem Gulag continua zombando do STF e dos brasileiros.
Paulo Roberto de Almeida

Mensalão

Mensaleiros voltam a receber visitas na Papuda

José Dirceu e Jacinto Lamas receberam visitas nesta sexta-feira, apesar de decisão contrária da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal

Gabriel Castro, de Brasília
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Simone Vasconcelos e Kátia Rabelo (de chapéu claro) andam no 19 do Batalhão da Polícia Militar do DF, que é parte do complexo do presídio da Papuda
Simone Vasconcelos e Kátia Rabelo (de chapéu claro) andam no 19 do Batalhão da Polícia Militar do DF, que é parte do complexo do presídio da Papuda - Daniel Vorley/Frame/Folhapress
Apesar da determinação da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para que os mensaleiros presos recebam o mesmo tratamento dos outros condenados, pelo menos dois deles receberam visitas nesta sexta-feira no Complexo Penitenciário da Papuda: José Dirceu e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL.
A informação de que Dirceu recebeu visitas foi confirmada por funcionários do presídio, mas os nomes não foram divulgados. No caso de Lamas, entre os visitantes, um deles era um padre da congregação religiosa Legionários de Cristo.
Nesta quinta-feira, a Vara de Execuções Penais atendeu a um pedido do Ministério Público e decretou o fim de qualquer tratamento diferenciado aos mensaleiros. Os privilégios teriam causado, segundo a decisão, "clima de instabilidade e insatisfação" no presídio. 
A decisão significa que os parentes e amigos de criminosos como Dirceu e Marcos Valério teriam de comparecer no complexo prisional às quartas e quintas-feiras e se submeter aos mesmos procedimentos dos outros visitantes – o que inclui uma longa fila e a passagem por uma revista individual.
A direção do sistema penitenciário informa que não há privilégios, e diz que o tratamento diferenciado é uma forma de proteger a vida dos presos mais conhecidos e de suas famílias. Mas, pela decisão judicial, as autoridades do governo local estão sujeitas a punição por desrespeitarem a isonomia entre os detentos.
Após a constatação do desrespeito à determinação judicial, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal informou ao site de VEJA que cabe ao Ministério Público informar a Vara de Execuções Penais sobre possíveis irregularidades no tratamento aos presos. As seis promotoras que redigiram a recomendação confirmada pela Justiça ainda não se pronunciaram sobre o episódio.