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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Stalin Sem Gulag, em biografia nao autorizada - Agamenon Mendes Pedreira

Desde 2003, conhecedor de alguns meandros dessa turma que eu sempre chamei de "guerrilheiros reciclados", eu o designava, assim por instinto (no más que isto, pois nunca cruzei com o personagem) de Stalin Sem Gulag (ainda bem, do contrário eu não mais estaria aqui, escrevendo para todos vocês), e assim ficou, sendo que o nome era usado por mim de vez em quando, sempre discretamente (vai que cai uma laranja em cima deste modesto escrevinhador). Mas eu não conhecia ainda, e me passou despercebida em 2005, esta biografia não autorizada do personagem, feita por nosso mais desbocado humorista, Agamenon Mendes Pedreira, exclusivo do Globo, um jornal que eu raramente leio, a não ser por acado.
Pois confesso que eu não sabia desse nome, que agora vou também adotar: Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu.
Acho que combina. O resto está ai, tirado do site O Antagonista.
Paulo Roberto de Almeida

Agamenon: Quem é Josef Dirceu?

 O Antagonista, 6/08/2015

*Atenção, meus 17 seguidores e meio (não esqueçam do anão): hoje resolvi postar um artigo publicado no Globo em 2005 pra vocês terem ideia de como o Brasil mudou. Mudou de mal a pior! Mas, pelo menos, a Operação Lava Rato prendeu o Zé Dirceu de novo... Como diz o ditado: “O bom filho da puta a casa torna”. Além do mensalão e do petrolão, Zé Perdeu também está sendo acusado de enriquecimento ilícito. Segundo a Polícia Foderal, José Marília de Dirceu está botando dinheiro pelo ladrão. E o ladrão, no caso, é ele.
 
(O Globo – 04/12/2005)
QUEM É JOSEF DIRCEU? 

Ao contrário do meu bilau e da taxa de juros, que nunca caem, Josef Dirceu caiu! O ex-todo-foderoso homem de Lula agora amarga um doloroso ostracismo político. Mas a pergunta que não quer calar é: quem é Josef Dirceu, o homem, o líder, o minto?
Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu nasceu em Passa-de-Quatro, cidade típica mineira, onde já era conhecido como Menino Maluquinho. Politizado desde a mais tenra infância, ainda criança já se indignava com a desigualdade social na escola: enquanto os meninos ricos levavam pão de queijo para a merenda, o pequeno Dirceuzinho tinha apenas uma mísera paçoca para comer no recreio. E a mesma paçoca tinha que durar o ano inteiro. Nas peladas de rua, só jogava na ponta esquerda.
Indignado com os zeros que carregava no boletim, criou o seu primeiro grupo esquerdista, a VPR, Vanguarda Pré-Primária Revolucionária, que sequestrou a professora e expropriou os doces da cantina da escola. Zé Dirceu acabou expulso da cidade por conta das suas travessuras e do seu sotaque carregado.
Em São Paulo, Dirceu resolveu estudar Direito, que logo trocou pelo Esquerdo. Para não ter que estudar, virou líder estudantil e, com seus discursos inflamados e coquetéis Molotov, incendiava as massas. Com o enrijecimento da ditadura, Dirceu teve que entrar na clandestinidade. Entrou na Clandestinidade e em várias outras companheiras de militância, inclusive, acreditem, na ministra Dilma Roskoff, que naquela época ainda gostava de poder.
Dirceu também organizou o Congresso secretíssimo da UNE em Ibiúna, no sítio do Fernando Henrique Cardoso, o que é considerado a primeira invasão do MST da História. O Congresso só não deu certo porque, no primeiro dia, Zé foi na padaria comprar 3.000 sanduíches de mortadela, o que despertou o apetite e a curiosidade das gulosas forças da repressão. Anos mais tarde, essa piada foi roubada pelo humorista imperialista norte-americano Woody Allen, que a colocou, na mão grande, no seu filme Bananas.
Preso pela ditadura, José Perdeu acabou sendo trocado pelo embaixador americano Ronald Macdonald e um boneco Mug que pertencia ao Chico Buraque de Hollanda. Foi o deputado Fumando Gabeira quem resgatou Zé Dirceu das garras dos militares. Juntos, os dois fugiram para a Jamaica, onde deram início à reforma agrária na terra de Bob Marley fumando milhares de hectares de maconha. Um dia, Zé Dirceu resolveu ir pra Cuba comprar seda para apertar um baseado e nunca mais voltou.
Em Cuba, Zé conheceu o seu ídolo máximo: Fidel Mastro. Rapidamente ficaram amigos inseparáveis: Fidel era o cumandante e Dirceu era o pau-mandado. Formado em guerrilha na Universidade de Havana, Dirceu criou um novo grupo revolucionário, o Buena Bosta Social Club. Em seguida, para voltar ao Brasil clandestino, fez uma operação plástica e uma lipoaspiração. A lipo ele só fez porque estava se achando muito gordo. Com a sua nova identidade de Sylmara, Dirceu se escondeu numa pequena cidade do interior do Paraná. Para não despertar suspeitas naquela pequena e conservadora comunidade interiorana, assumiu um relacionamento lésbico e gravou um disco como cantora eclética de MPB.
Com o final da ditadura, Sylmara, quer dizer, Zé Dirceu, exausto de fazer sexo sem usar o seu bilau, revelou para a patroa sua identidade secreta e voltou para a política, onde arrumou um emprego de presidente do PT. Foi aí que o Zé Dirceu cometeu o seu maior erro político: pagou com um cheque sem fundos do Delúbio Soares a renovação da assinatura de VEJA. A partir daí, a revista semanal passou a persegui-lo implacavelmente, levando o Zé Dirceu à cassação pelo SPC e pelo SERASA.

E ainda dizem que não tem justiça no Brasil! Pelo menos agora, Zé Dirceu, o Chico Bento do PT, vai ver o PSOL nascer quadrado
Agamenon Mendes Pedreira é autobiógrafo não autorizado de Josef Dirceu

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