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sábado, 22 de agosto de 2015

Crise entre poderes e aprofundamento da estagnacao na economia brasileira - Leandro Mazzini

Uma comédia de erros, como se diz: os keynesianos de botequim do primeiro mandato não poderiam ter feito demagogia barata, desonerando apenas alguns setores e não toda a indústria, ou toda a economia. Quiseram ganhar votos em setores com dificuldades de competição interna (já nem digo externa, pois isso já se foi) e fizeram essas medidas meia-boca.
O atual ministro,  preocupado apenas com o ajuste fiscal, tenciona retroceder nos "privilégios", acordados, retirando os benefícios, e aumentando a taxação sobre o valor agregado da produção -- em lugar das contribuições sobre a folha de pagamentos -- dos atuais 1% para 2,5%, o que é, como todo mundo pode reconhecer, uma "traição" tremenda sobre o que tinha sido combinado. Então os setores fazem um esforço de passar de um sistema a outro, sem saber exatamente qual planilha de cálculos estava envolvida nas simulações do governo -- e sem saber, eles mesmos, qual dos dois sistemas, o das contribuições laborais ou o da taxa sobre o valor agregado era o mais favorável, ou será agora, com esse aumento de 150% sobre o peso combinado -- e agora se deparam com mais uma extorsão do governo?
Isso não é governo. É governar por puxadinhos e improvisações, e o ministro Levy está apenas olhando a arrecadação, sem se preocupar em dar início a um processo de reformas estruturais que deveriam, necessariamente, redundar numa diminuição do peso do Estado na economia. Ele apenas quer manter o Estado funcionando, voltando aos mesmos níveis de arrecadação de antes dos puxadinhos dos keynesianos de botequim.
Estamos no limiar de uma crise depressiva sem precedentes, pois dois poderes, a Fazenda e a Câmara dos Deputados, estão atuando em direções diametralmente opostas, o que vai aprofundar a estagnação da economia brasileira.
Está na hora de começar tudo de novo, e de revisar profundamente a Constituição brasileira.
Paulo Roberto de Almeida

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Ministro Joaquim Levy e vice-presidente Michel Temer (Fonte: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Coluna Esplanada

O ‘não’ de Levy para Temer

Em viva-voz, ministro da Fazenda disse um baita ‘não’ a um pedido do vice-presidente, que recebia dez senadores no Palácio do Jaburu na última quarta

por Leandro Mazzini
Um episódio constrangedor para o vice-presidente Michel Temer, na última quarta, revela o poder dos empresários de transporte coletivo e o esforço descomunal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo ajuste fiscal. Em viva-voz, Levy disse um baita ‘não’ a um pedido de Temer, que recebia dez senadores no Palácio do Jaburu. Os senadores queriam que o Governo mantivesse a desoneração das alíquotas da folha de pagamento para transportes. Temer ligou na hora para Levy, e ouviu o ‘fora’.
 Saída elegante
 Constrangido e vermelho de raiva, o vice-presidente desligou e afirmou que enviaria uma MP de desoneração do setor para a Câmara.
Rifado 
 Não foi preciso. O Senado aprovou na mesma noite a proposta da Câmara, mantendo a desoneração para o setor. Mas o episódio marcou como Levy tem sido rifado.
 Balela 
 Os senadores, pressionados pelos donos de empresas de ônibus, alegam que a oneração da folha pode aumentar o preço da passagem. Puro ‘terrorismo’.

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