Pessoas totalmente desconectadas do mundo da economia real, dos negócios, e das negociações diplomáticas, resolvem escrever sobre um dos mais badalados equívocos de nossa agenda diplomática companheira, a tal de diplomacia Sul-Sul.
Não tenho nada contra o Brasil fazer cooperação e comércio com quem quer que seja, inclusive no chamado Sul, mas que isso ganhe ares de esperteza diplomática e de excelência econômica, ou seja, que vire prioridade, por vezes com mais input do que output, me parece risível, senão ingênuo.
Em todo caso, como este blog divulga ideias inteligentes e outras menos (para debater justamente) sobre questões vinculadas às relações internacionais do Brasil, vale o aviso.
Sinto que vou enfadar...
Paulo Roberto de Almeida
Em
continuidade à política de edição de e-books para acesso gratuito, a
Cultura Acadêmica, selo editorial da Editora Unesp, lançou, neste ano de
2015, a obra Política externa brasileira: cooperação Sul-Sul e negociações internacionais.
Organizada por Haroldo Ramanzini Jr. e
Luis Fernando Ayerbe, a publicação resulta das atividades do Programa de
Negociações Internacionais (Pronint), do Instituto de Estudos
Econômicos e Internacionais (IEEI), da Unesp. Busca contribuir para o
debate sobre as novas dimensões assumidas pela cooperação Sul-Sul, a
partir dos anos 2000, em um sistema internacional em constantes
transformações. O IEEI é vinculado ao Instituto de Políticas Públicas e
Relações Internacionais da Unesp.
A cooperação Sul-Sul é um dos assuntos de
política externa mais debatidos no Brasil. Uma das razões para o
interesse é que envolve aspectos práticos e normativos da ação
internacional do Estado. O questionamento da centralidade dos Estados
Unidos; a situação política e econômica da União Europeia (e também dos
Estados Unidos), principalmente depois da crise financeira de 2008; a
emergência da China como um país capaz de alterar equilíbrios no sistema
internacional; as mudanças no eixo dinâmico da economia internacional; a
percepção, em vários países, de que os resultados sociais das políticas
econômicas ortodoxas e liberalizantes foram negativos, são alguns dos
elementos que recolocam, em um contexto aparentemente mais favorável, se
comparado com os anos 1980 e 1990, a necessidade de mudanças nas formas
e modalidades de governança internacional.
Os artigos incluídos na obra abordam os seguintes temas: As diferentes dimensões da cooperação Sul-Sul na política externa brasileira; Cooperação para o desenvolvimento e cooperação Sul-Sul: a perspectiva do Brasil; A cooperação brasileira para o desenvolvimento com Angola e Moçambique: uma visão comparada; Política externa brasileira e a coalizão IBAS: comércio e inserção internacional; Brasil, China e a cooperação Sul-Sul; O Brasil, a Turquia e o Irã: dimensões de cooperação estratégica; O Brasil, a América do Sul e a cooperação Sul-Sul; Expertise, disputa política ou solidariedade? Variações sobre o engajamento da sociedade civil brasileira na cooperação Sul-Sul; Comércio,
investimentos e negociações internacionais: uma breve análise das
relações econômicas entre o Brasil e os países em desenvolvimento nas
últimas décadas; Agricultura, comércio internacional e cooperação Sul-Sul: o contencioso do algodão Brasil-EUA.
Haroldo Ramanzini Júnior é Professor
Adjunto de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), onde coordena o Programa de Pós-Graduação em RI. É Pesquisador
do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (CEDEC) e do Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos
(INCT-INEU). Membro do Programa de Negociações Internacionais (PRONINT)
do IEEI e Coordenador do Grupo de Trabalho sobre Integração Regional da
Coordinadora Regional de Investigaciones Económicas y Sociales (CRIES).
Luís Fernando Ayerbe é Professor Titular
de História Geral da Unesp. Atua no Departamento de Economia da
Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Araraquara e no Programa San
Tiago Dantas de Relações Internacionais, da Unesp, Unicamp e PUC-SP. É
Coordenador do IEEI, Membro do Conselho Acadêmico INCT-INEU, da Red de
Integración de América Latina y el Caribe (REDIALC) e Membro Associado
do CEDEC.
O livro pode ser acessado gratuitamente
aqui.
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