O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Chapolim Colorado descolora na crise brasileira - Rodolfo Amstalden (Empiricus)

O analista de negócios revela ser um admirador do Chávez, não o aloprado bolivariano, obviamente, mas o simpático heroi mexicano dos fracos e oprimidos.
Pois é: quem poderá nos salvar?
No momento ninguém.
Então vamos rir um pouco, pelo menos dos títulos...
Paulo Roberto de Almeida


Empiricus - Rodolfo Amstalden

00:06 - Quem poderá me defender?

Há quem diga que o pior já passou.

Reforma ministerial de repente é tratada como a solução de todos os problemas da nação.

Isso para mim é um grande mistério.

Será que a troca de ministros seria capaz de animar as expectativas de mercado?

Segundo o Focus publicado pela manhã:

- IPCA esperado 2015 aumentou para 9,32%; é a 17ª semana consecutiva de alta.

- IPCA esperado 2016 aumentou para 5,43%, embora o Bacen ignore essa variável irrelevante.

- PIB em contração de -1,97% em 2015 e zerado em 2016.

Há também um risco gigantesco de que o Brasil vire junk.

E, depois do employment report de sexta, Wall Street passa a ver 56% de probabilidade de juros americanos elevados em setembro.

01:15 - Sigam-me os bons

O contrato DI de janeiro de 2017 disparou 88 pontos na semana passada, em seu maior salto semanal desde o ocasionado pelos protestos de 2013.

Papéis pós-fixados de dez anos rendem em torno de 14% ao ano, a segunda maior taxa de mercados emergentes, perdendo apenas para a Nigéria.

NTN-B (Tesouro IPCA) passou a oferecer juros reais acima de 7,00% ao ano.

Quem é que vai bater essa renda fixa tão gorda?

A Bolsa brasileira precisa ceder um pouco mais para se equiparar às gostosuras do Tesouro Direto.

02:23 - Ninguém tem paciência comigo

Ibovespa começa a semana negociando um pouco acima de 11x os lucros esperados para 2015.

Está suficientemente barato?

A média histórica dos últimos cinco anos descreve um múltiplo de 10x.

Teríamos que nos situar pelo menos em cima dessa média.

Como agravante, a tal média histórica dos últimos cinco anos não competia com juros de 14%.

Logo, teríamos que nos situar pelo menos um pouco abaixo dessa média.

Portanto, 11x lucros não é uma coisa assim que se diga, supimpa, mas que ótimo trabalho! - mas é melhor do que nada.

03:22 - Você me deixa louco

Nossa Bolsa se divide entre o Bom Ibovespa e o Mau Ibovespa.

Quem a considera barata ao valuation de 11x entende que o Mau Ibovespa, por ser cíclico, um dia se recupera.

Afinal, ainda existe muito petróleo e minério de ferro para se extrair do solo brasileiro.

Fico pensando no que isso significa a médio prazo.

No século XIX, a Califórnia se destacava pelas jazidas repletas de toneladas de ouro.

No século XXI, a Califórnia se destaca pelo Vale do Silício, cujo valor independe inclusive de reservas de silício.

A riqueza não se esconde mais debaixo da terra; está na cabeça das pessoas e no uso eficiente de tecnologia.
 
04:26 - Não são pedras, são aerolitos

A Receita Federal publicou novas classes de estatísticas das declarações de imposto de renda - talvez fomentada por demandas pikettyanas.

Descobriu-se o óbvio.

Existe um grupo de contribuintes muito pequeno - de apenas 71 mil pessoas - que ganha mais de 160 salários mínimos por mês.

São pessoas que possuem participação acionária em empresas, recebendo lucros e dividendos “não-tributáveis” (pois já são tributados no âmbito corporativo).

Ao conhecer essa informação, você pode reagir de três formas:

1) Morrer de inveja.

2) Tributar ainda mais essas pessoas, comprometendo empregos e investimentos.

3) Tornar-se uma dessas pessoas.

A terceira alternativa é - de longe - a que me parece mais inteligente.

Nenhum comentário: