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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A volta das politicas alopradas da anacronica "matriz economica"- Felipe Miranda (Empiricus)

Da coluna diária de Felipe Miranda, em 21/08/201   

Caro leitor,
Acabamos de ter a comprovação de mais uma tese econômica.
Foi dado o pontapé no "Terceiro Mandato".
O governo, sem sustentação na Câmara, sem apoio da população e boicotado pela própria base aliada, partiu para o que era a sua última alternativa: a guinada às esquerdas e retomada da agenda da "nova matriz econômica".
Dilma resgatou a política de privilégios concedidos a setores específicos utilizando estatais como instrumento.
O exemplo mais recente é gritante.
A Caixa anunciou concessão de R$ 5 bi em "empréstimos em condições especiais" para a cadeia automotiva, setor altamente estimulado, cujo impacto marginal de novas medidas já provou-se nulo, mas, cuja visibilidade da onda de demissões e sindicalização incomodam.
Mesmo após anos de benefícios fiscais e linhas especiais de Finame/BNDES, a cadeia produtiva de autos roda com retração de -18,5% no primeiro semestre deste ano.
Ou seja, foi tomada mais uma medida que desperta desconforto de ingerência política sobre estatais e com efeito praticamente nulo sobre o setor alvo.
É, novamente, enxugar gelo com dinheiro das estatais, sem ter esse dinheiro em conta.
Repete-se o expediente das pedaladas fiscais.
O brilhante economista Mansueto de Almeida chamou atenção para o mesmo fato.
As pedaladas fiscais que colocam em risco a legitimidade do Governo Dilma continuam sendo feitas em 2015.
Embora a magnitude seja menor este ano, o princípio é o mesmo: Caixa e Banco do Brasil financiando saldos negativos do Tesouro.
Como previsto, a política de ajuste fiscal de Joaquim Levy cedeu ao expediente da chamada nova matriz...
... a mesma que nos colocou em situação de anos consecutivos de recessão, inflação em dois dígitos, dólar a R$ 3,50, Bolsa em dólares próxima do piso de 2008 e rápida deterioração do mercado de trabalho.
Corremos risco moral (e financeiro) ao continuarmos permitindo a maquiagem do superávit primário.
Em breve, as agências de rating serão obrigadas a reconhecer isso em suas notas de crédito, e sofreremos novos rebaixamentos.
A tese foi comprovada.
O alerta, dado há algum tempo.
Dilma partiu para o que era a sua única alternativa.
Agora, é hora de eu e você lidarmos com as consequências.
Felipe Miranda (Empiricus)

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