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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 12 de abril de 2025

Maduro segue Lula e vai a Moscou para celebração com Putin - O Antagonista

 Já temos o nome de um dos colegas de Lula, Maduro, nas "celebrações" dos 80 anos do final da "Grande Guerra Patriótica" da URSS contra a Alemanha nazista, em 8 de maio de 1945, um evento que "esquece" que foi a própria União Soviética que permitiu o início da guerra de agressão de Hitler contra a Polônia, um dos resultados do pacto Ribbentrop-Molotov de 26 de agosto de 1939, que permitiu a Hitler começar a decepar o país, que também foi atacado a leste pelos soviéticos, sendo que a URSS não teria sobrevivido à Wehrmacht sem a ajuda anglo-americana, quando Hitler decidiu invadir o país comunista.

80 anos depois da derrota nazista, é o Hitler do século XXI, Putin, que faz uma nova guerra de agressão na Europa, desta vez contra a Ucrânia, por onde começou, justamente, a guerra de agressão do Hitler do século XX contra a URSS, em junho de 1941. Lula vai estear em péssima companhia, e NÃO DEVERIA ACEITAR o convite, que envergonha o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

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Maduro segue Lula e vai a Moscou para celebração com Putin
Ditador da Venezuela viaja para Rússia em maio para participar das celebrações pelo Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista
O Antagonista, 12/04/2025
https://oantagonista.com.br/mundo/maduro-segue-lula-e-vai-a-moscou-para-celebracao-com-putin/?utm_campaign=mkt_-_resumo_da_manha_1204&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, vai visitar Moscou em maio para participar das celebrações pelo Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista, comemorado tradicionalmente no dia 9.
A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 11, pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
“O encontro de hoje é uma boa oportunidade para trocar impressões antes da visita do presidente Maduro, que estará conosco em 9 de maio”, afirmou Lavrov durante reunião com o chanceler venezuelano, Yván Gil, durante o Fórum Diplomático de Antália, na Turquia.
O regime venezuelano já havia informado que Maduro planeja visitar a Rússia “em breve” para assinar um acordo bilateral com Vladimir Putin.
No mês passado, Putin convidou formalmente Maduro a visitar Moscou “quando lhe for conveniente”, para firmar um tratado de parceria estratégica entre os dois países e participar da cerimônia pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.
Putin foi um dos primeiros líderes a parabenizar Maduro por sua controversa reeleição nas eleições de 28 de julho de 2024 — resultado rejeitado por países ocidentais, que pediram mais transparência ao sistema eleitoral venezuelano.
Em outubro do ano passado, Maduro já havia visitado a Rússia para participar da cúpula do BRICS, realizada em Kazan. Na ocasião, a Venezuela tentou aderir ao grupo, mas teve o pedido barrado pelo Brasil, que se opôs à entrada do país como membro associado.
Lula e Putin vão matar a saudade
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Secom, confirmou que “está prevista a ida do presidente” Lula para Moscou em 8 de maio, para a comemoração do 80º aniversário do Dia da Vitória.
Será a primeira vez que um presidente brasileiro se encontrará pessoalmente com o ditador russo Vladimir Putin desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Desde o início da guerra, o brasileiro tem dado seguidas declarações favoráveis a Putin e criticando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Quando ainda era candidato, Lula disse em entrevista para a revista Time que Zelensky “quis a guerra“. Um aperto de mão entre os dois chefes de governo quase ocorreu no ano passado, em uma reunião dos Brics em Kazan, mas Lula cancelou a viagem pouco antes por questões de saúde.
Lula assumiu a Presidência do Brasil em janeiro de 2023, quando a guerra já tinha se iniciado.
Após o início da guerra, os governantes das principais democracias do mundo congelaram as relações com Putin e apoiaram as sanções econômicas contra o país.
Putin também foi alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, o TPI.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Porta-voz da Rússia destaca proximidade entre Putin e Lula - O Antagonista

 Porta-voz da Rússia destaca proximidade entre Putin e Lula

Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, foi questionado se o petista é visto como aliado do ditador russo.

Redação O Antagonista, 1/12/2024

Em entrevista à Folha, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, destacou a proximidade entre o ditador Vladimir Putin e o presidente Lula. Questionado se o petista é visto como aliado de Putin, Peskov respondeu:

Nós sabemos que o presidente Lula é a favor do desenvolvimento das nossas relações, e do diálogo sobre temas complexos e difíceis.

O Brasil é um parceiro comercial e econômico muito importante para nós. Esperamos que a nossa cooperação aumente, apesar de todos os obstáculos e dificuldades existentes.

O que muitas vezes nos une também é uma visão similar do mundo e da essência das relações internacionais.

Putin e Lula se falam bastante, e discutem sobre isso em suas conversas. Por isso estamos juntos em organizações como o Brics.

Nós gostamos muito do Brasil, nós amamos o Brasil. E contamos com a reciprocidade do Brasil.”

Lula tem sido alvo de reiteradas críticas do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por priorizar a “aliança com um agressor”. Recentemente, o petista aliviou para o ditador russodurante sua participação por videoconferência na reunião de cúpula dos Brics.

Em seu discurso, o presidente, ao se referir à guerra na Ucrânia, disse apenas que é preciso “evitar uma escalada e iniciar negociações de paz”.

“No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, afirmou Lula.

“Posição fraca”

Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou Lula por ter permitido que a declaração do G20 refletisse uma “posição fraca” sobre a guerra na Ucrânia, sem mencionar a Rússia. 

A declaração de 24 páginas dos países do G20 fala apenas em soberania e autodeterminação dos povos de maneira geral e, de modo mais específico, para os palestinos. Mas não apresentou qualquer defesa dos ucranianos.

Zelensky afirmou ainda que o Brasil “é um grande país” e agradeceu o apoio da maioria do povo brasileiro à Ucrânia, mas ressaltou que, “infelizmente, a cúpula do G20 decorreu com um apoio muito fraco” a Kiev.

“Essa fraqueza permite a Putin, durante estes eventos globais, quando o G20 se reúne, atacar com novos mísseis, depois de [chanceler alemão Olaf] Scholz lhe ter telefonado. Penso que se houver declarações fortes, apelos fortes, passos fortes, então Putin não se comportará assim.”

Responsabilidade de Lula

Como mostramos, as tensões dominaram as negociações diplomáticas em 17 de novembro, quando os representantes das nações do G20 se depararam com um impasse em relação à declaração conjunta sobre a guerra na Ucrânia.

Após um ataque russo em larga escala, as nações europeias mais críticas à Rússia estavam diante de duas opções: solicitar diretamente a revisão do trecho específico sobre o conflito ou delegar essa decisão ao Brasil. Optaram pela segunda estratégia, transferindo assim a responsabilidade para o governo brasileiro. Lula decidiu não retomar as discussões.

estratégia adotada pelo G7 foi deixar essa responsabilidade nas mãos do Brasil.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou a ausência do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na reunião do G20. Apesar dos esforços do chanceler e de outros líderes para garantir sua presença, a Ucrânia não faz parte do grupo e Zelensky não foi convidado pelos anfitriões brasileiros.

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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Celso Amorim na contramão dos interesses nacionais - Duda Teixeira (O Antagonista)

Celso Amorim na contramão dos interesses nacionais Produção de canhões israelenses beneficiaria a indústria nacional, mas governo Lula está cego pela ideologia Duda Teixeira O Antagonista, 9/10/2024 As declarações do ministro da Defesa José Múcio Monteiro nesta terça, 8, escancaram a diplomacia ideológica petista que vai na contramão dos interesses nacionais, alinha-se com as piores ditaduras do mundo e tem um viés anti-Israel e antiamericano. Não é pouca coisa. Nas negociações para a aquisição de canhões autopropulsados (que ficam em cima de um caminhão blindado) de Israel, a economia brasileira seria beneficiada com a produção local do equipamento. A compra, contudo, foi embargada. "Na licitação, estava prevista transferência tecnológica e a possibilidade de construção futura de um canhão autopropulsado de 150 milímetros sob rodas ATMOS de Israel. É um equipamento de excelência, de grande qualidade, mas que nós estamos barrados por questões ideológicas", diz o historiador Ricardo Cabral, do canal de Youtube História Militar em Debate. "Acredito que essa questão não chega muito no Ministério de Relações Exteriores. O ministro Mauro Vieira não intervém nessas coisas. Essas interferências no Ministério da Defesa vêm diretamente do assessor de Presidência Celso Amorim, que tem outra missão. A missão dele é divulgar a diplomacia presidencial que não está alinhada com os interesses do Brasil, e nem com a segurança nacional", diz Cabral. "Eles não estão vendo as possibilidades econômicas que poderiam vir desse negócio, e nós já temos muitas parcerias com Israel", diz Cabral. Venda de munições para a Alemanha Outra interferência de Amorim, citada por José Múcio Monteiro, foi impedir que o Brasil vendesse munição sem uso para a Alemanha, por temor de que seria usada pela Ucrânia na guerra contra a invasão russa. O Brasil, assim, negou-se a ajudar um país que foi invadido, em flagrante desrepeito à Carta da ONU. O alinhamento de Amorim é com o ditador russo Vladimir Putin. O assessor chegou até a participar de uma reunião do Conselho de Segurança Russo, em São Petersburgo, em abril. Diplomacia antiocidental "O controle da diplomacia brasileira por um personagem notoriamente sectário e alinhado, não aos interesses nacionais brasileiros, mas às posturas antiocidentais da ala mais ignorante do PT, vai causar um mal irremediável à credibilidade internacional do Brasil por tornar a política externa do país caudatária do extremismo antiocidental de ditaduras execráveis", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida. Salta à vista ainda a afirmação de José Múcio Monteiro equivalendo judeus a israelenses. “Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, disse o ministro. Acontece que a população israelense não é composta unicamente por judeus. Cerca de 20% são árabes, e também há drusos e cristãos. Ao retratar todos os israelenses como judeus, José Múcio pode apenas ter cometido um deslize. Ou pode estar reproduzindo de maneira involuntária as conversas que existem no governo Lula. Como escreveu Ricardo Kertzman em O Antagonista, este governo assumiu que não quer negociar com judeus. Se isso é antissemitismo ou não, fica a critério de cada um. Mas certamente é um baita indício do teor das conversas que acontecem nas salas deste governo petista. O Antagonista

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Celso Amorim não larga a mão de Putin - Duda Teixeira (O Antagonista)

A matéria abaixo é do mês de abril último, quando ainda chovia em Brasilia, mas a postura pró-Putin de Lula e de Amorim só se aprofundou desde então. 26.04.2024 11:33 4 minutos de leitura Celso Amorim não larga a mão de Putin O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia. Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados... Crusoé O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia. Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados com a Rússia participaram. "Nós estamos experimentando a emergência de fatos perigosos que estão interligados: terrorismo, violação do direito internacional, o uso de armas proibidas, sanções unilaterais e o uso crescente de novas tecnologias para propósitos ilícitos", disse Amorim. Ora, quem violou o direito internacional foi a Rússia, ao invadir a Ucrânia. Ao ir até São Petersburgo para participar de uma conferência de segurança, organizada pelo Kremlin, o sinal que Amorim envia é exatamente o oposto do discurso que ele prega, pois ele está apoiando o governante que cometeu essa violação. Quando condena as "sanções unilaterais", Amorim também fica ao lado de Putin, pois essa foi a principal maneira de o Ocidente punir o ditador que iniciou a guerra. Além disso, as sanções buscam enfraquecer a máquina de guerra russa. Leia também na Crusoé: Putin quer você "Nós também estamos vendo o retorno de um sistema de segurança baseado em alianças militares que, no passado, levaram à guerra", afirmou. Ao invadir a Rússia sem propósito algum em 2022, Putin não consultou ninguém. Dizer, portanto, que o problema do mundo são as alianças militares é ignorar o fato mais importante na área de segurança dos últimos dez anos. "Amorim aparentemente se esqueceu de mencionar que a Rússia não precisou de nenhuma aliança para fazer a guerra no presente, e ainda o faz", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida. "Mas ele só pode estar se referindo à Otan." Quando Amorim diz que o problema do mundo são as alianças militares, o brasileiro está fazendo coro com Putin ao condenar, sem citar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan. Putin culpa a Otan pela sua invasão da Ucrânia, mas a aliança não realizou nenhum ataque que pudesse provocar uma guerra. A iniciativa foi toda de Putin. A parada de Amorim na capital russa é a segunda desde que Lula tomou posse, há 16 meses. No ano passado, o diplomata visitou o país e se encontrou com o presidente Putin, para discutir a invasão russa da Ucrânia. A visita, que só foi revelada após o retorno dele ao país, foi vista como um ato de parcialidade do governo de Lula sobre a guerra. Após várias críticas no Brasil, Amorim foi mandado para Kiev, a capital da Ucrânia. Ele foi até Bucha, cenário de uma das atrocidades cometidas pelos russos, e olhou uma exposição de fotos em uma igreja da guerra em uma igreja. "Obviamente, nós somos contra as atrocidades e as mortes em qualquer lugar que ocorram. São imagens fortes, não vou entrar em detalhes. Mas não dá para tirar conclusões totalmente, são fotos", disse Amorim ao jornal Folha de S. Paulo. Em 2019, Amorim já foi apelidado por um jornalista pró-Rússia de "Lavrov brasileiro", em referência ao chanceler russo Sergey Lavrov. Aconteça o que acontecer, Celso Amorim não larga a mão de Putin. Leia também na Crusoé: Veja as fotos que não comoveram Celso Amorim em Bucha

domingo, 4 de agosto de 2024

Governo Lula não é mediador na Venezuela, é cúmplice - O Antagonista

Governo Lula não é mediador na Venezuela, é cúmplice

O Antagonista, 3 agosto 2024

Há pouco mais de um ano, Lula sugeriu a Maduro criar uma narrativa contra o que considerava críticas injustas ao regime venezuelano. O ditador diz hoje que o “Golias Elon Musk” hackeou a eleição. Será que cola, Lula?

O isolamento progressivo de Nicolás Maduro após a farsa eleitoral de 28 de julho tem levado a análises curiosas sobre o papel do governo Lula na crise.


Especialistas em política externa se aventuram a destacar o papel de mediação do Brasil, único aliado relevante que restou no mundo democrático para o regime venezuelano. Há quem fale até em "estratégia" diplomática ao mencionar o histórico do Itamaraty para analisar a postura de Lula e de seu assessor Celso Amorim na questão. Não faz sentido.


Carlos Graieb já disse em Lula, sócio majoritário da tragédia venezuelana, assim como Ricardo Kertzman em Celso Amorim é mais que “observador” da farsa eleitoral de Maduro, e eu repito nesta análise: o governo Lula faz parte da tragédia venezuelana. Não é mediador, é cúmplice.


Se o Palácio do Planalto não reconhece a vitória do opositor Edmundo González Urrutia, como fizeram Estados Unidos, Argentina e Uruguaientre outros, não é por calcular uma estratégia para a saída da crise, mas porque faz parte dela. 

E a narrativa?


No momento em que admitir que Maduro fraudou a eleição, o governo Lula reconhecerá automaticamente o que já deveria ter reconhecido há meses: não há democracia na Venezuela, e não é de hoje, não é desde 28 de julho, quando a oposição foi impedida de acompanhar a apuração dos votos.


Faz bem mais de uma década que a Venezuela não sabe o que é democracia, mas Lula recebeu Maduro com pompas de chefe de Estado em maio de 2023, há pouco mais de um ano, e lhe deu uma dica pública de como lidar com o que ele considerava críticas injustas aos desmandos do regime.


"Companheiro Maduro, é preciso que você saiba a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo”, disse Lula ao lado de Maduro, em entrevista coletiva, completando: "É preciso que você [Maduro] construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor“.


A narrativa que Maduro encontrou para explicar a fraude eleitoral é que o “Golias Elon Musk” foi responsável pelo “primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade”. Será que cola, Lula?

Chanceler paralelo


É por ser cúmplice de Maduro que o chanceler paralelo Amorim se vê forçado a manter um discurso cândido de confiança nas instituições venezuelanas. "Não há dúvidas [de] que, como outros, nós estamos decepcionados com a demora do Conselho Nacional Eleitoral em publicar os dados", lamentou Amorim, como se o CNE não tivesse feito parte da farsa, ao inabilitar opositoras como María Corina Machado para a disputa eleitoral.


Esse discurso de confiança nas instituições da Venezuela, dominadas há décadas pelo chavismo, é de um cinismo constrangedor. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, pediu investigação sobre três opositores do regime, entre eles Corina Machado e Leopoldo López, por um alegado "ataque cibernético" durante a contagem dos votos. Mesmo sem a existência de qualquer prova, o procurador-geral apresentou denúncia contra todos no dia seguinte.


Diante de tudo isso, é preciso deixar claro que qualquer benefício da alegada mediação brasileira na crise venezuelana ocorrerá por fruto de golpes de sorte. O governo Lula não está nessa condição por se comportar de forma imparcial ou fazer cálculos diplomáticos, mas por ter um lado bem claro nessa história.


É por isso que o Brasil toma conta hoje das embaixadas da Argentina e do Peru na Venezuela, após a expulsão dos representantes desses países, entre outros que ousaram questionar de fato a "vitória" de Maduro. Não é uma questão de solidariedade, mas de responsabilidade pelo que está acontecendo na Venezuela neste momento.