A matéria abaixo é do mês de abril último, quando ainda chovia em Brasilia, mas a postura pró-Putin de Lula e de Amorim só se aprofundou desde então.
26.04.2024 11:33
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Celso Amorim não larga a mão de Putin
O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia. Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados...
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O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia.
Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados com a Rússia participaram.
"Nós estamos experimentando a emergência de fatos perigosos que estão interligados: terrorismo, violação do direito internacional, o uso de armas proibidas, sanções unilaterais e o uso crescente de novas tecnologias para propósitos ilícitos", disse Amorim.
Ora, quem violou o direito internacional foi a Rússia, ao invadir a Ucrânia. Ao ir até São Petersburgo para participar de uma conferência de segurança, organizada pelo Kremlin, o sinal que Amorim envia é exatamente o oposto do discurso que ele prega, pois ele está apoiando o governante que cometeu essa violação.
Quando condena as "sanções unilaterais", Amorim também fica ao lado de Putin, pois essa foi a principal maneira de o Ocidente punir o ditador que iniciou a guerra. Além disso, as sanções buscam enfraquecer a máquina de guerra russa.
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"Nós também estamos vendo o retorno de um sistema de segurança baseado em alianças militares que, no passado, levaram à guerra", afirmou.
Ao invadir a Rússia sem propósito algum em 2022, Putin não consultou ninguém. Dizer, portanto, que o problema do mundo são as alianças militares é ignorar o fato mais importante na área de segurança dos últimos dez anos.
"Amorim aparentemente se esqueceu de mencionar que a Rússia não precisou de nenhuma aliança para fazer a guerra no presente, e ainda o faz", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida. "Mas ele só pode estar se referindo à Otan."
Quando Amorim diz que o problema do mundo são as alianças militares, o brasileiro está fazendo coro com Putin ao condenar, sem citar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan.
Putin culpa a Otan pela sua invasão da Ucrânia, mas a aliança não realizou nenhum ataque que pudesse provocar uma guerra. A iniciativa foi toda de Putin.
A parada de Amorim na capital russa é a segunda desde que Lula tomou posse, há 16 meses.
No ano passado, o diplomata visitou o país e se encontrou com o presidente Putin, para discutir a invasão russa da Ucrânia. A visita, que só foi revelada após o retorno dele ao país, foi vista como um ato de parcialidade do governo de Lula sobre a guerra.
Após várias críticas no Brasil, Amorim foi mandado para Kiev, a capital da Ucrânia.
Ele foi até Bucha, cenário de uma das atrocidades cometidas pelos russos, e olhou uma exposição de fotos em uma igreja da guerra em uma igreja.
"Obviamente, nós somos contra as atrocidades e as mortes em qualquer lugar que ocorram. São imagens fortes, não vou entrar em detalhes. Mas não dá para tirar conclusões totalmente, são fotos", disse Amorim ao jornal Folha de S. Paulo.
Em 2019, Amorim já foi apelidado por um jornalista pró-Rússia de "Lavrov brasileiro", em referência ao chanceler russo Sergey Lavrov.
Aconteça o que acontecer, Celso Amorim não larga a mão de Putin.
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