Fazendo uma coisa que nunca fiz antes: recomendar voto em alguém...
Uma modesta sugestão aos eleitores de São
Paulo: Tabata Amaral
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Sou paulistano, mas pouco votei em São Paulo ou por São Paulo.
Lembro-me, ainda muito criança, ter acompanhado meu pai no voto para presidente em 1960, o que se imaginava ser a grande esperança de luta contra a corrupção e a inflação (já crescente), e que foi uma grande frustração alguns meses depois. Lembro-me, igualmente, de que na crise da renúncia (sobre a qual eu não entendia literalmente nada), minha mãe foi nos buscar na escola, quando normalmente eu e meu irmão voltávamos a pé para casa, por temer não sei qual tipo de confusão (talvez como no suicídio do Getúlio, quando meus pais já eram adultos, embora em SP não tenha havido o impacto que teve no Rio de Janeiro).
Depois, por causa do golpe militar e da ditadura que se seguiu, não votamos mais, por longos anos, sequer para prefeitos das capitais.
Acabei saindo do Brasil em 1970, sem jamais ter exercido o direito cidadão do voto, para qualquer cargo em qualquer nível, e assim permaneci sete longos anos no exterior, refazendo a graduação incompleta (deixei Ciências Sociais na USP no segundo ano), com um mestrado terminado e um doutoramento iniciado. Não tenho certeza de ter justificado inadimplência eleitoral no consulado do Brasil em Antuérpia, onde residi por algum tempo.
Quando voltei ao Brasil, em meados de 1977, sequer tive tempo ou oportunidade, de votar pela primeira vez, pois que logo incorporei-me ao serviço diplomático e acabei saindo do Brasil pouco tempo depois, dois anos e meio após ter voltado. Apenas relato, como parte de meus registros político-eleitorais, que voltei a lutar pela redemocratização, tendo auxiliado na campanha do candidato da oposição a presidente da República em 1978, e por mesmo isso fui fichado pelo SNI como “ diplomata subversivo”, conforme verifiquei anos depois no diretório do órgão no Arquivo Nacional de Brasília. Devo ter votado uma única vez em Brasília, mas com meu título de SP, apenas em nível federal. Passaram-se várias eleições, na quais votei ou não, dependendo do lugar do mundo em que houvesse votação consular, sendo que eu mesmo organizei as eleições presidenciais de 2014 para o pessoal brasileiro inscrito no Consulado em Hartford, nos EUA, onde estava lotado naquele ano.
Neste ano de 2024, Brasília não tem eleições, mas acompanhei a movimentação em algumas capitais a partir do noticiário da mídia, com especial atenção para as tribulações dos candidatos em São Paulo. Confesso que fiquei estarrecido com o desempenho dos três primeiros colocados na disputa municipal e é esta a razão que me induz a escrever um pedido, uma sugestão, um apelo a todos os meus amigos, conhecidos e desconhecidos, que por acaso acessem minhas redes sociais como eleitores paulistanos ou residentes e inscritos em alguma circunscrição eleitoral da cidade.
Considero que a única candidata digna de voto na maior cidade do país, no terceiro maior orçamento da federação – após o próprio orçamento da União e o do estado de SP –, é a paulista Tabata Amaral, parlamentar federal e lutadora pela educação no Brasil.
Repito: considero ser esta candidata a única digna do voto dos eleitores e cidadãos de São Paulo capital, por dezenas de razões que não julgo necessário expor aqui.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5/10/2024
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