O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador grande depressão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador grande depressão. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A era de "depressao" permanente, ou da Grande Estagnacao? - Robert Romano

Será?
Vamos ver...
Paulo Roberto de Almeida

Is the era of economic growth ending?
By Robert Romano
Americans for Limited Government, February 9, 2016

The economy of Japan has not grown nominally in 20 years, according to data published by the Statistics Bureau of Japan.

Nor has its population aged 15 to 64 —those in the prime working years of their lives — which has declined from 86.9 million in 1995 to 76.7 million today.

Inflation has barely budged, too, averaging just 1.1 percent a year the past 20 years, even with a torrent of monetary expansion by the Bank of Japan.

Interest rates have also declined on a long-term basis, from an average of 3.4 percent in 1995 to just 0.04 percent today. Those may even go negative in the near future, chief bond strategist at Tokai Tokyo Securities Co., Kazuhiko Sano, predicts. Sano accurately called the rate dropping below 0.5 percent, 0.25 percent and 0.1 percent.

Just imagine that. For the privilege of lending money to the Japanese government, it costs banks and investors money. The only way it might pay to buy the bonds is in an outright deflationary environment, prices declined even faster than the interest rates. But even then, keeping cash would seem to be a better deal.

It all coincides with the Bank of Japan charging banks for excess reserves with a negative interest rate.

Is the Bank of Japan forecasting deflation in Japan? Certainly wouldn't be the first time.

But in a broader context, do the rapidly falling interest rates project a no-growth, or slow-growth environment?

Certainly something to question over here in the U.S., where the economy has not grown above 4 percent since 2000, and not above 3 percent since 2005, according to the Bureau of Economic Analysis. As for 2015, it came in at a tepid 2.4 percent growth.

The average annual growth from 2006 to 2015 was 1.41 percent, the worst decade since the Great Depression.

U.S. 10-year treasuries stand at just 1.75 percent.

The consumer price index only increased 0.7 percent in 2015.

The working age population in the U.S. has certainly been slowing, and will be growing at an even slower pace for the next few decades.

The labor force participation rate for 16- to 64-year-olds has not been faring much better, according to data compiled by the Bureau of Labor Statistics. It peaked in 1997 at 77.37 percent and has dropped to 72.61 percent in 2015, accounting for 9.7 million people who otherwise might have been in the labor force since then but are not.

Note that excludes those of retirement age, correcting for drops in labor participation associated with Baby Boomers retiring. Yes, that has reduced the participation rate some, but so has the working age population exodus from the work force too.

What emerges is a spiral of slower growth, less asset price appreciation, lower interest rates and fewer jobs.

What's to like?

But worse still, could this point to a longer trend where the global economy itself is slowing down until, one day, it stops growing all together?

Is the era of growth ending? Never mind the degrowth movement.

Perhaps Japan and Europe, too, which is in a similar stagnation, are just windows into the future.

What is most alarming, however, may be the declines the U.S. is seeing in labor participation. Slower growth might be seen as a benign indicator if it still proportionately produced the same number of jobs.

But it is not, with the 16- to 64-year-old labor participation rate dropping to levels not seen since 1981 when women were still entering the work force. Slower growth has been toxic.

All this, after the U.S. has invested hundreds of billions of dollars in college educations with students with tens of thousands of dollars of debt predicated on the idea that there would be enough jobs for everyone. Well, there aren't, every year it keeps getting worse and we need to start asking ourselves why.

Robert Romano is the senior editor of Americans for Limited Government.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A frase da semana, do mes, do ano: da crise 'a grande depressao - O Antagonista

Bem, não se trata propriamente de crise econômica, no sentido estrito.
Se trata de uma pessoa que é a crise, em pessoa, ou ainda pior: a grande depressão do Brasil:

O Antagonista já dizia que Dilma é a crise. Foi impreciso: Dilma é a nossa Grande Depressão.

Bem, pelo menos assim o Brasil já tem lugar garantido nos livros de história econômica.
Quem disse que só país desenvolvido entrava nos registros de grande depressão?
A Argentina aqui ao lado disputa ferozmente com o Brasil o galardão do retrocesso econômico.
A Venezuela nem entra no concurso, pois é hors concours.
Com ela estão Zimbabue e coisas do gênero.
Termino: vocês ainda vão ter saudades de 2015...
Desculpem o catastrofismo...
Paulo Roberto de Almeida

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Itamaraty: 'a beira de um ataque de nervos, ou em estado depressivo?

Notícias ruins para e sobre o Itamaraty nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
As pessoas vão passar o final de ano com a angústia da dúvida quanto ao futuro funcional, ou poderão esperar algo melhor em 2015?
Pode também acontecer situações ainda mais depressivas, se as atuais já não bastassem...
Paulo Roberto de Almeida

Itamaraty terá novo 'vendedor do Brasil' 
 LISANDRA PARAGUASSU
O Estado de S.Paulo, 15 Dezembro 2014

Luiz Figueiredo deve deixar Ministério por falta de afinidade com comércio exterior

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, está prestes a sair do cargo. Nomeado há apenas um ano e meio para substituir Antonio Patriota, Figueiredo perdeu o lugar com a decisão da presidente Dilma Rousseff, influenciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de fazer o governo brasileiro retomar os caminhos do comércio exterior.
Com um déficit nas contas externas de US$ 4 bilhões, o Brasil precisa voltar, de novo, os olhos para a promoção comercial - uma área com a qual o ministro não tem qualquer familiaridade.
Antônio Patriota (à esq.) transmite o cargo a Luiz Alberto Figueiredo, em Brasília
Fontes ouvidas pelo Estado confirmaram que Figueiredo só não sai se Dilma não conseguir nenhum substituto, o que seria improvável, apesar de nenhum nome forte circular no momento. Mais do que isso, pela primeira vez, desde que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi chanceler do governo de Itamar Franco, o cargo pode voltar às mãos de um político, se vencer a tese que está sendo defendida por Lula, de onde vem a maior pressão pela substituição de Figueiredo sem que haja, no entanto, um forte candidato.
Lula, que tem sido o principal interlocutor de Dilma na montagem do próximo governo, acha que ao ministro faltam iniciativa e preparo para lidar com questões comerciais - avaliação compartilhada por Dilma - e que um nome político forte traria ao Itamaraty o prestígio que hoje lhe falta. Dentro do próprio ministério, essa é uma vertente que ganhou força nos últimos meses. Apesar de há anos defenderem um chanceler de carreira, diplomatas vêm um nome político como uma solução para a falta de voz do ministério no governo de uma presidente que tem pouca vocação internacional.
'Caixeiro-viajante'. O ex-presidente tem afirmado a Dilma que a situação atual é semelhante à de quando ele próprio assumiu o governo, em 2003, sendo necessário mostrar ao mercado a decisão pela estabilidade econômica, como foi feito com a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. E também de compromisso com a indústria brasileira. O ministro das Relações Exteriores precisa ser, segundo o ex-presidente, um "caixeiro-viajante" e retomar a política de "vender o Brasil" da mesma forma como ele e seu chanceler, Celso Amorim, o fizeram. É preciso também, na perspectiva de Lula, retomar cooperações com a África, Oriente Médio e América Central.
A avaliação do ex-presidente é compartilhada com outros setores, especialmente a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra desânimo com a falta de apetite pela promoção comercial, não só no Itamaraty, mas em outros setores do governo. A confederação chegou a se unir à Associação dos Analistas de Comércio Exterior, funcionários de carreira do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) para propor a criação de uma adidância de promoção comercial nas embaixadas brasileiras - ideia já descartada pela presidente por considerá-la "desnecessária".
A contraproposta do governo, até agora, é dar mais peso aos setores de promoção e defesa comerciais das embaixadas com diplomatas experientes.

Aptidão. Desde o início de seu governo, Dilma deu pouca atenção ao lado diplomático do governo. Desde o início, avisou que não viajaria como o fez Lula. Não deu autonomia a seus chanceleres e tem dificuldade de lidar com os meandros da diplomacia, que, grosso modo, pedem investimentos de longo prazo em relacionamentos.
Sua frase mais conhecida entre os diplomatas, ao tratar de encontros internacionais é "o que nós vamos ganhar com isso". Em seu governo, o Itamaraty, pela primeira vez em mais de uma década, sofre não apenas com a falta de espaço, mas com a falta de recursos até para participar de encontros e negociações internacionais.
==============

ITAMARATY - Esqueceram de Nós
Helena Celestino, 15/12/2014

“Ficamos invisíveis”, diz um embaixador. “Estamos tão desprestigiados que nem fofoca sobre a gente fazem mais”, comenta outro. “Do jeito que as coisas andam, vamos virar departamento da Casa Civil”, ironiza um terceiro. Na agenda do ministro Luiz Alberto Figueiredo, só aparecem reuniões internas ou viagens para acompanhar a presidente.

Os telegramas de Brasília com instruções para embaixadas quase sempre tratam de questões burocráticas. Nesta temporada de formação do governo Dilma 2, especula-se o nome para assumir até o Ministério da Pesca, mas o Itamaraty está fora da dança das cadeiras. O outrora poderoso Ministério das Relações Exteriores saiu da agenda da presidente, e diplomatas assistem impotentes à progressiva diminuição do espaço do Brasil na cena internacional.

Um pequeno exemplo: a “Economist”, na edição especial com prognósticos sobre o mundo em 2015, estampa na capa os personagens escalados para marcar o ano, e da América Latina só a presidente Michelle Bachelet entrou nesta seleção.

Cadê o Brasil? Não está na lista dos assuntos de destaque em 2015. A revista, sabemos, reflete o pensamento do establishment econômico e político; é a mesma que em outros tempos já apostou na decolagem brasileira, ao desenhar o Cristo voando para as alturas. No “Financial Times”, é Marina Silva, e não Dilma, a brasileira selecionada entre as mulheres líderes, combatentes ou lutadoras de 2014.

Pois é, prestígio a gente leva muito tempo para construir, mas perde rapidinho. O emergente da América Latina vem enfileirando notícias ruins — crescimento medíocre, inflação, descontrole das contas públicas — e , agora, a pior de todas: a avalanche de denúncias de corrupção na Petrobras, levando à abertura de processos contra a estatal brasileira nos EUA.

“A sensação é que o Brasil não consegue se viabilizar. O escândalo na Petrobras é um baque para o país”, diz uma advogada especializada na área de petróleo.

Aconteceu com o México, aconteceu com o Brasil. Desperdiçaram o capital de confiança depositado neles por investidores internacionais, o momento agora é de desalento. A presidente, até as pedras sabem, não gosta de política externa, tem pouca ou nenhuma simpatia pelos rituais da diplomacia, cortou em 30% as verbas do Itamaraty, obrigando à redução das viagens e à improvisação para tapar buracos em encontros internacionais.

Tudo isso, claro, é interpretado como desprestígio e, para evitar trombadas com o Planalto, calar-se tem sido a opção de diplomatas treinados para fazer exatamente o contrário: expressar opiniões, pensar o papel do Brasil no mundo, negociar acordos, marcar espaços.

A indefinição sobre o comando do ministério piora as coisas. O mais provável é Figueiredo continuar ministro e o embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, assumir a assessoria internacional da Presidência no lugar de Marco Aurélio Garcia. Há 12 anos no Palácio, ele vem contando a amigos que não quer continuar como interlocutor privilegiado de Dilma para assuntos externos, mas, na bolsa de apostas, Marco Aurélio também é cotado como um possível novo ministro das Relações Exteriores.

Ou o vice, Michel Temer. Nestes dois casos, Figueiredo seria deslocado para a Embaixada de Washington, voltando aos EUA, de onde saiu apressado há apenas 14 meses, para substituir o ex-ministro Antonio Patriota.

Com uma crise política — escalada para piorar com a divulgação dos nomes dos congressistas envolvidos com a corrupção da Petrobras — a preocupação com as relações externas vai, de novo, ficar para mais tarde.

É pouco provável que a presidente Dilma remarque a sua muito adiada visita aos Estados Unidos, e a normalização da relação com a superpotência não vai se concretizar logo. “Tudo isso vem levando o Brasil a não participar das grandes discussões internacionais”, diz um diplomata.

Não é por falta de assunto. O mundo se debate com o extremismo islâmico, a onda sem precedentes de imigrantes e refugiados, a devastadora epidemia de ebola na África, o desmantelamento do Oriente Médio, a tensão crescente entre Rússia e potências ocidentais, todas crises que transcendem as fronteiras e exigem a participação da comunidade internacional. “Sabe a posição do Brasil sobre esses temas? Nem eu”, diz um embaixador top.

Em janeiro, vai voltar ao debate um dos assuntos prediletos da política externa brasileira: a reforma da ONU, defendida a cada discurso presidencial na abertura da Assembleia Geral em Nova York. A organização internacional fará 70 anos e ficou combinado que se retomariam as propostas para a reforma do Conselho de Segurança.

Vai esquentar também a campanha para a escolha do novo secretário-geral, e muitos defendem que é hora de uma mulher assumir o cargo mais importante da diplomacia mundial. Quem se habilita? O momento não é bom para o Brasil, a presidente não trabalha com a ideia de que o reconhecimento no cenário internacional poderia ajudála a enfrentar a luta contra as nossas persistentes mazelas tipo corrupção, violência policial, injustiça social.

domingo, 27 de julho de 2014

Ainda os mitos do New Deal e do salvamento do capitalismo por Roosevelt - Thomas DiLorenzo

O New Deal ridicularizado (novamente)
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, sexta-feira, 16 de maio de 2008





howcapitalism.gifCriadores de modelos macroeconômicos finalmente descobriram aquilo que Henry Hazlitt e John T. Flynn (entre outros) já sabiam desde os anos 1930: o New Deal de Franklin Delano Roosevelt (FDR) alongou e aprofundou a Grande Depressão. Não passa de mito a tese de que FDR "nos tirou da Depressão" e "salvou o capitalismo de si próprio", como tem sido ensinado a gerações de americanos (e, conseqüentemente, ao resto do mundo) em todas as instituições educacionais estatais.

A descoberta de tal fato da parte dos macroeconomistas vem na forma de um artigo, de agosto de 2004, no Journal of Political Economy intitulado "New Deal Policies and the Persistence of the Great Depression:  A General Equilibrium Analysis", pelos economistas Harold L. Cole e Lee E. Ohanian, ambos da UCLA. E isso é de grande importância, dado que o JPE é tido como o periódico acadêmico mais importante do mundo econômico.
"O produto interno bruto real por adulto, que estava 39 por cento abaixo da média histórica no auge da Depressão em 1933, permaneceu 27 por cento abaixo dessa mesma média histórica em 1939", escrevem os autores. E "De maneira similar, as horas de trabalho na iniciativa privada estavam 27 por cento abaixo da média em 1933 e permaneceram 21 por cento abaixo da média em 1939".
Isso não deve ser nenhuma surpresa para qualquer um que tenha estudado a realidade da Grande Depressão, já que as estatísticas do U.S. Census Bureau mostram que a taxa oficial de desemprego ainda era de 17,2 por cento em 1939, não obstante os sete anos de "salvação econômica" implementados pela administração Roosevelt (a taxa de desemprego normal, antes da Depressão, era de aproximadamente 3 por cento). O PIB per capita era menor em 1939 do que em 1929 ($847 vs. $857), bem como os gastos pessoais em consumo ($67,6 bilhões vs. $78,9 bilhões), tudo de acordo com os dados do Census Bureau. O investimento privado líquido no período de 1930-1940 foi negativo, de -$3,1 bilhões.
Cole e Ohanian escrevem como se estivessem muito surpresos - até mesmo chocados - em descobrir esses fatos; não porque se sentissem enganados pelo Mito do New Deal, mas por causa de sua devoção irrestrita aos "modelos neoclássicos" em oposição ao mero estudo daquilo que verdadeiramente constitui a realidade econômica. Eles consideram "surpreendente" o fato de que a recuperação da Grande Depressão foi "muito fraca" (uma declaração dramaticamente suavizada). E por que é tão surpreendente? Porque "esses dados se contrastam fortemente com a teoria neoclássica . . ."
A teoria neoclássica sobre depressões pode muito bem ser pensada como uma teoria Frankenstein. De acordo com Cole e Ohanian, "Essa fraca recuperação é algo enigmática porque os grandes choques negativos que segundo alguns economistas causaram a recessão de 1929-1933 - incluindo os choques monetários, os choques de produtividade e os choques do sistema bancário - se tornaram positivos após 1933". Assim, de acordo com a teoria neoclássica, a economia durante uma depressão é como se fosse um Frankenstein debilitado, com os economistas atuando no papel dos cientistas loucos que aplicam choques na besta até que ela se torne um ser vivo novamente. Eles fazem isso com várias "injeções" de gastos governamentais e crédito fácil que supostamente irão provocar uma estrondosa recuperação (assim como a besta rejuvenescida urrou quando deixou o laboratório para ir aterrorizar os habitantes da cidade no filme "O Jovem Frankenstein", comédia de Mel Brooks.)
"A base monetária aumentou mais de 100 por cento entre 1933 e 1939", escrevem os autores, argumentando que tal "choque monetário" deveria ter devolvido a economia à sua normalidade. Eles invocam a autoridade de macroeconomistas famosos como Robert Lucas e Leonard Rapping, que certa vez proclamou que "choques monetários positivos deveriam ter produzido uma forte recuperação, e o emprego deveria ter retornado ao seu nível normal até 1936".
Mas como Murray Rothbard mostrou em sua obra America's Great Depression, foram as políticas de crédito fácil do início e meados dos anos 1920 que criaram todos os maus investimentos que provocaram a Grande Depressão. A única atitude correta teria sido permitir a liquidação de centenas de negócios sobrecapitalizados. Ao invés disso, o banco central (Federal Reserve) aumentou a base monetária em 100 por cento em um período de cinco anos, causando mais dos mesmos problemas de sobrecapitalização que foram justamente as causas do problema.
Para complementar tudo isso, praticamente cada uma das políticas do New Deal de FDR apenas piorou as coisas e prolongou ainda mais a Depressão. Os economistas austríacos já sabem disso há décadas, mas ao menos parece que os modeladores neoclássicos finalmente perceberam o óbvio - pelo menos é o que se espera.
Cole e Ohanian aparentemente emergiram daquele rarefeito mundo das modelagens macroeconômicas por um período suficiente para descobrir que o chamado Primeiro New Deal (1933-1934) foi um gigantesco esquema de cartel, pelo meio do qual o governo tentou impor uma cartelização dos preços e uma redução do nível de produção em centenas de indústrias e na agricultura. Obviamente isso já foi bem documentado no livro de John T. Flynn, The Roosevelt Myth, publicado inicialmente em 1948. Henry Hazlitt também já havia escrito sobre isso 15 anos antes. "As políticas de cartelização do New Deal são um fator chave por trás da fraca recuperação, sendo responsáveis por aproximadamente 60 por cento da diferença entre o nível de produção da época e a média histórica", escrevem os autores.
Que tenha demorado tanto para que o "mainstream" da economia neoclássica reconhecesse este fato é realmente assombroso. Por várias gerações seus próprios livros-textos vêm ensinando que cartéis "restringem a produção" para poder aumentar os preços. Também nunca foi nenhum segredo o fato de que a essência do Primeiro New Deal se baseava no uso dos poderes coercivos do governo para se elevar salários e preços através da cartelização de toda a economia.
FDR e seus conselheiros erroneamente acreditavam que a Depressão foi causada por uma queda nos preços; sendo assim, preços mais altos - sustentados por ameaças de violência, coerção e intimidação pelo estado - seriam a "solução". Além do mais, não é nenhum mistério que, se houver menos produção, será necessário um número menor de trabalhadores, o que, consequentemente, levará a uma alta do desemprego. Assim, a teoria econômica neoclássica padrão já deveria há muito ter percebido que o Primeiro New Deal nada mais foi do que um colossal esquema produtor de desemprego.
A triplicação de impostos feita por FDR, sua regulamentação dos negócios, e sua implacável propaganda anti-iniciativa privada também contribuíram para piorar a Grande Depressão, mas nada supera suas políticas trabalhistas, que provavelmente foram as mais danosas para as perspectivas de emprego dos trabalhadores americanos. Sob esse aspecto, a parte mais desapontadora do artigo de Cole e Ohanian é que eles sequer citam o trabalho pioneiro de Richard Vedder e Lowell Gallaway, Out of Work: Unemployment and Government in Twentieth Century America, publicado em 1993.
E é realmente vergonhoso que eles não mencionem esse renomado trabalho ao mesmo tempo em que usam essencialmente os mesmos argumentos de Vedder e Gallaway. Eles recitam muitos dos mesmos fatos sobre política trabalhista: leis do NIRA (National Industrial Recovery Act) que estabeleceram salários mínimos similares tanto para os trabalhadores pouco qualificados como para os de alta qualificação; os empregadores que receberam ordens de negociar coletivamente com os sindicatos, aos quais foram dados uma miríade de vantagens legislativas nos processos de acordos trabalhistas, todos reforçados pela recém criada NLRB (National Labor Relations Board). Todas estas políticas encareceram a mão-de-obra. Conseqüentemente, como a lei econômica da demanda já nos ensinou, o inevitável resultado só poderia ser o aumento do desemprego.
Entre 1936 e 1937, as atividades grevistas dobraram. Em 1936 ocorreram greves equivalentes a uma perda de 14 milhões de dias de trabalho, valor esse que apenas um ano depois dobrou para 28 milhões. E somente em 1937 os salários subiram quase 15 por cento. A diferença salarial entre trabalhadores sindicalizados e não-sindicalizados, que era de 5 por cento em 1933, foi para 23 por cento em 1940. A recém-criada Previdência Social, bem como outros impostos sobre a folha de pagamento criados para bancar o seguro-desemprego, encareceram ainda mais o custo de se empregar alguém. O que tudo isso mostra é que durante um período de fraca e declinante demanda por trabalho, as políticas do governo empurraram significativamente para o alto os custos da mão-de-obra, fazendo com que os empregadores a demandassem cada vez menos.
Vedder e Gallaway conduziram uma avaliação econométrica dessas custosas políticas trabalhistas e concluíram que grande parte do desemprego anormal ocorrido nessa década de 30 não teria ocorrido não fossem essas políticas governamentais. Eles estimaram que em 1940 a taxa de desemprego foi oito pontos percentuais mais alta do que teria sido caso não tivesse havido esse crescimento do sindicalismo, induzido pelas legislações criadas, e caso não houvesse esses custos trabalhistas recém ordenados pelo governo. Eles então concluem que "A Grande Depressão foi significativamente prolongada, tanto em sua duração como em sua magnitude, pelo impacto dos programas do New Deal" (pág. 141).
Cole e Ohanian chegaram exatamente às mesmas conclusões, mas expressaram-nas naquele linguajar tipicamente convoluto que sempre é utilizado nos "principais periódicos econômicos": "As políticas industriais e trabalhistas do New Deal não tiraram a economia da Depressão . . . . Ao contrário, as políticas coligadas de aumento do poder de barganha da mão-de-obra e da articulação de conluios com o pagamento de maiores salários impediram que houvesse uma recuperação normal, criando-se cismas e um ineficiente atrito entre os que estavam dentro dos sindicatos com os que estavam fora, o que levou a um aumento significativo dos salários e a uma restrição do emprego . . . .  o abandono dessas políticas coincidiu com a forte recuperação econômica da década de 1940".
Esta última conclusão - que o abandono das políticas de FDR "coincidiu" com a recuperação dos anos 40 - foi muito bem documentada por um outro autor que também foi ignorado por Cole e Ohanian: Robert Higgs. Em "Regime Uncertainty:  Why the Great Depression Lasted So Long and Why Prosperity Resumed after the War" (Independent Review, 1997), Higgs mostrou que foi a relativa esterilização das políticas do New Deal, junto com uma redução (em dólares absolutos) do orçamento federal de $98,4 bilhões em 1945 para $33 bilhões em 1948, que permitiu a recuperação econômica. A produção do setor privado aumentou quase um terço apenas no ano de 1946, o que fez com que o investimento do capital privado aumentasse pela primeira vez em dezoito anos.
Em resumo: foi o capitalismo que realmente encerrou a Grande Depressão, não a cartelização desmiolada promovida por FDR, seus aumentos salariais, sua sindicalização maciça, e suas políticas de expansão do assistencialismo. É bom ver que o Journal of Political Economy, a Universidade de Chicago e a UCLA estão finalmente abraçando a erudição libertária de Richard Vedder, Lowell Gallaway, Robert Higgs, Jim Powell (autor de FDR's Folly) e os predecessores destes, tais como Henry Hazlitt, John T. Flynn, Murray Rothbard,  F.A. Hayek, William H. Hutt, Benjamin Anderson, e outros associados à Escola Austríaca.
Antes tarde do que nunca.
_________________________________

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Economist: Great Depression, entao e agora - licoes da Historia

Economic history
What can we learn from the Depression?
The Economist, November 8th 2013, by C.R. | LONDON

SINCE the start of what some now call the “Great Recession” in 2007, economists have been unable to avoid comparing it with the Depression of the early 1930s. For some, the comparisons are explicit. Economists like Paul Krugman and Barry Eichengreen have drawn parallels between the two slumps. Olivier Blanchard, chief economist of the International Monetary Fund (IMF), warned several times over the last few years that the world risked falling into a new “Great Depression”. Economic historians themselves have had an unprecedented role in policy making during the recent crisis. Ben Bernanke at the Federal Reserve and Obama-administration advisors like Christina Romer all have academic backgrounds in the discipline.
Can economic historians give policy-makers advice on the basis of what they believed caused the Great Depression? A discussion of this topic by Britain’s top economic historians in a lecture at Cambridge University on November 4th suggested the question is more complex than it first appears. Although there are similarities between this crisis and that of the 1930s, much else—including technology, geopolitics, and the role of the state—has changed dramatically in the intervening period. Financial markets and credit systems now work in different ways than back then. Exotic derivatives like CDOs and CDSs only became widely used in the 1990s. Global economic institutions like the IMF and the World Bank did not exist, and Europe was dominated by the Treaty of Versailles rather than the European Union.
But what has made producing lessons more difficult is that many traditional views about the causes of the Depression have been overturned by academics in recent decades.
Take, for example, the view that the rise of protectionism, such as the Smoot-Hawley Tariffs of 1930, “caused” the Depression. According to research by Paul Bairoch, tariff rates in fact fell in the period immediately before the calamity. He found that average annual customs rates of countries in continental Europe remained broadly flat between 1913 and 1927—only rising from 24.6% to 24.9% in those fourteen years. European tariff rates continued to hold flat until 1930, well after the Depression had begun. Outside Europe, average tariff rates actually fell in the 1927-29 period as the result of the success of the International Economic Conference in 1927, at which countries around the world agreed to reduce barriers to trade.
Although the rise of protectionism increased the velocity and depth of the depression when tariffs started rising in 1930, they were still only responsible for part of the fall in world GDP during the Depression. Since American exports only accounted for 7% of GDP in 1929, falling trade volumes can only explain part of the 29.5% reduction in real GDP it experienced between 1929 and 1933.
The idea that the Wall Street crash caused the depression has also gone out of favour in recent years. This perception was popularised by the Harvard economist J. K. Galbraith, who in the 1950s emphasised the importance of the stock-market crash in sparking off the Great Depression.
However, historians in other parts of the world have pointed out that the global economy was already on a downward path before stock prices in New York started falling. American house prices peaked by the mid-1920s and the construction industry had gone into a tailspin by 1929. Industrial production in Germany and Britain, Europe’s largest economies, was already falling by mid-1928. The redirection of capital towards the overheating stock market in America exacerbated credit shortages elsewhere in the world before the crash. Businesses in Europe and Latin America were already facing a credit crunch by the start of 1929. As with the rise of protectionism, it seems that the Wall Street crash was a symptom of problems in the global economy, rather than the underlying cause of them.
Economic historians now focus on a different candidate to take the blame for the sudden economic collapse of the 1930s: the structure of the world financial system before 1929. In particular, the work of the economic historians such as Mr Eichengreen and Peter Temin has recently stressed the importance of the malfunctioning of the gold standard currency system as the cause of the Depression, as well as its severity.
From the mid-19th century most countries pegged their currencies to a fixed value of gold, an arrangement that became known as the “gold standard”. This system worked whilst countries helped each other with loans to solve periodic balance-of-payments crises (and while gold discoveries made for gentle price-level trends) but World War One disrupted this system. The result was that many countries found themselves with currencies fixed at an inappropriate rate of exchange to those of other countries. While France and America initially gained in the 1920s from holding their currencies at too low a value, countries like Britain and Germany suffered from recurrent balance-of-payments problems as the result their overvalued currencies.
This system came to a head when the global economy started what, at first, seemed to be a very ordinary business cycle downturn in the late-1920s. When the drop in global demand caused balance-of-payments crises in countries around the world due to gold outflows, they were forced to use fiscal and monetary means to deflate their economies to protect the fixed value of their currencies (they also resorted to tariffs).
This amplified the recession into a depression. According to some monetarist historians, the four waves of banking crises in the 1930-33 period that bankrupted half of America’s banks were caused by the Federal Reserve tightening monetary policy in response to gold outflows. Similar effects were seen in Europe too. Austerity in Germany and Austria lead to a wave of bank failures in 1931, plunging the central European economy into its most severe period of contraction. According to research by Mr Eichengreen, countries that escaped the gold standard and changed to floating exchange rates first, such as Britain in 1931 and America in 1933, tended to recover earlier and far faster. The critique of monetary policy as a conduit of Depression dates back to Milton Friedman and Anna Schwartz's "Monetary History of the United States", first published in 1963.
Policy-makers have drawn some lessons from the 1930s. Unlike in the Depression, central banks in Britain and America avoided unnecessary monetary tightening. Instead, they slashed interest rates and used unconventional monetary stimulus such as quantitative easing in an effort to fend off deflation (a scourge of the Depression). The role of banking crises in turning a normal recession into a deep depression has also been recognised. Governments pulled out the stops to prevent the Lehman failure from generating a global financial meltdown, keenly aware of the role of financial contagion in the 1930s. 
However, lessons from the Great Depression for Europe's current problems may be more difficult to discern than one might assume. The euro zone is a fixed-exchange-rate system, with elements similar to those of the gold standard. But the political and economic constraints holding back policy-makers are different from those that prevailed in the 1930s. Economists now say that the higher level of financial integration in Europe today makes leaving the euro-zone a much riskier prospect than was leaving the gold standard was back in the 1930s. And the euro zone has a central bank that can print euros—something the gold-standard system lacked.
Perhaps economic historians can make a better contribution by ensuring the past is not abused in debates about modern-day crises. For instance, putting all the blame on Wall Street for the Great Depression—or on bankers in the current crisis—does not stand up to historical scrutiny. The responsibility may more properly lie in a complex combination of factors, like how global financial systems are structured. But this still needs be interpreted from modern day evidence rather than in over-simplistic “lessons” from the past. As the Irish economic historian Cormac Ó Gráda once wrote, “shattering dangerous myths about the past is the historian’s social responsibility”. Such sentiments should apply to the Great Depression as much as they do any other episode in history.

Suggested reading:
Bairoch, P., (1993). Economics & World History: Myths and Paradoxes. Chicago: University of Chicago Press.
Bernanke, B. S., (2000). Essays on the Great Depression. Princeton: Princeton University Press.
Crafts, N.,and Fearon, P. (eds.), (2013). The Great Depression of the 1930s: Lessons for Today. Oxford: Oxford University Press.
Eichengreen, B., (1992). Golden Fetters: The Gold Standard and the Great Depression, 1919-1939. Oxford: Oxford University Press. 
Eichengreen, B., and Temin, P., (1997). “The Gold Standard and the Great Depression”. NBER Working Paper 6060.
Friedman, M., and Schwartz, A. J., (1963). A Monetary History of the United States 1867-1960. Princeton: Princeton University Press.
Galbraith, J. K., (1954). The Great Crash, 1929. New York: Time Incorporated.

Kindleberger, C. P., (1973). The World in Depression, 1929-39. Berkeley: University of California Press.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Economistas esquecem, inclusive Paul Krugman

Aos que apreciam Paul Krugman, o artigo abaixo serve para retificar algumas de suas ligeirezas. Depois que ele deixou de ser economista, para ser colunista do NYTimes, ele perdeu sua habitual presteza com os dados, e talvez até a honestidade intelectual.
Paulo Roberto de Almeida 



Krugman and British Austerity
by Sean Rosenthal on March 7, 2012

In a recent New York Times op-ed piece called "The Austerity Debacle," columnist Paul Krugman notes how policies in Britain have failed to bring about an economic recovery. In doing so, he contends that the British government's decision to "slash spending" has led to a slower economic recovery as measured by real GDP growth than during the Great Depression. However, as will be shown, the present British government has implemented insignificant spending reductions and continues to run large budget deficits while the British government of the Great Depression followed "austerity" measures much more closely than the present government. Therefore, so far as unrelated historical events provide any evidence, the historical evidence in Britain supports the view that spending cuts bring about larger economic recoveries than deficit spending does.
For Krugman, austerity measures represent the source of serious economic problems in Britain. As a consequence, Krugman remarks,
It turns out that by one important measure — changes in real GDP since the recession began — Britain is doing worse this time than it did during the Great Depression. Four years into the Depression, British GDP had regained its previous peak; four years after the Great Recession began, Britain is nowhere close to regaining its lost ground.… Yes, there are some caveats and complications. But this nonetheless represents a stunning failure of policy. And it's a failure, in particular, of the austerity doctrine that has dominated elite policy discussion both in Europe and, to a large extent, in the United States for the past two years.
Based on a combination of economic problems in Britain and an assertion that austerity caused or exacerbated these problems, Krugman believes he has empirical support for his view that, during recessions, deficit spending promotes economic growth and cutting spending exacerbates economic downturns.
Interestingly, Krugman neglects to provide any data on British government actions. In particular, although he asserts that British policies have simply been to "slash spending," he neglects that Britain ignored the advice of free-market supporters by increasing tax rates significantly, such as raising the top marginal income-tax rate to 50 percent, the capital-gains-tax rate to 28 percent, and the value-added-tax rate to 20 percent. More damaging to his view, as can be seen on tables 25 and 27 of this Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) document, British spending has experienced no significant cuts and still represents a sharp increase compared to prerecession levels.
Although British spending as a percent of GDP fell mildly from 51.1 percent in 2009 to 49.8 percent in 2011, this level still signifies a massive increase in spending from 2007 levels of 43.9 percent of GDP. Similarly, although the British deficit as a percent of GDP fell from 11 percent in 2009 to 9.4 percent in 2011, this deficit still amounts to a huge surge compared to the 2007 level of only 2.8 percent and, with the exception of this recession, exceeds all other deficits in Britain since World War II. Though certainly Keynesians can look at these minor cuts in the scope of government spending as compatible with their theories of how reducing deficits affects the economy, they should emphasize for the sake of honesty that they believe a government that represents half of all the spending in an economy with an essentially record post–World War II deficit of more than 9 percent of GDP is being "austere" so that people who haven't looked at the data can make their own judgments on the merits of the claim.
Although critics of spending cuts can legitimately interpret British data to fit their theories, they cannot gain further evidence through the historical comparison made by Krugman to the Great Depression. As stated above, Krugman believes that British austerity measures have caused the recovery in Britain to be slower than during the Great Depression. In making this claim, he fails to consider the actual fiscal policy of Britain during the Great Depression. After leaving the gold standard in 1931, the British government balanced its budget and reduced spending as a percent of GNP every year until 1935, reducing government spending from a high of 28.8 percent in 1931 to 24.4 percent in 1935.[1] Although not ideal — because part of the reduction included tax increases — this policy succeeded in creating small budget surpluses every year from 1929 through 1936 (except for an irrelevant 0.2 percent deficit in 1932) — leading as Krugman mentioned to a faster recovery than the current British policy of a 9 percent-plus deficit as a percent of GDP.[2]
Comparing the real cuts in 1931 to the 2010 "cuts," which entailed an increase in spending in real terms, it's clear that a historical comparison would better support proponents of spending cuts than Keynesian deficit spending.[3] It is truly a strange state of affairs when economists find it reasonable to use the word "austerity" to describe both Britain's balanced budgets and spending reductions in the 1930s and its extremely large deficits without any real spending cuts in 2010. It's also unfortunate that, in making this comparison, they neglect to mention that the balanced-budget economy experienced a stronger recovery.
In reflecting on British stagnation, Krugman laments that economic policy has failed to learn the lesson of the Great Depression. In particular, he states,
Surpassing the track record of the 1930s shouldn't be a tough challenge. Haven't we learned a lot about economic management over the last 80 years?… I'm sorry to say, many economists decided, largely for political reasons, to forget what they used to know. And millions of workers are paying the price for their willful amnesia.
Indeed, it is truly sad that many economists have advocated bad policies, and Britain and other governments have continued to raise taxes and run large budget deficits despite experience that cutting spending in Britain worked better. It's also truly sad that some economists in describing this history have experienced "willful amnesia." For instance, Krugman says that he has read Lionel Robbins's The Great Depression (1934), but he apparently forgot (or ignored) Robbins's contention that Britain balanced its budget in 1931 — that is, before the economic recovery.[4]
In ignoring the lessons from 80 years ago, the New York Times columnist advocates for less effective policies than those performed at the time, resulting in a slower recovery in the present. Although historical comparisons offer inconclusive evidence at best, Krugman chose to make this specific comparison to bolster his point when, in fact, the historical comparison between Britain during the Great Depression and contemporary Britain conflicts with Krugman's interpretation. Rather than advancing the Keynesian hypothesis, the comparison of British policies over time better supports the view that true spending cuts lead to more robust economic recoveries than the allegedly "austere" policies of Britain today.

Sean Rosenthal is a graduate of Georgetown University. As an avid reader of liberty, he considers his main intellectual inspirations to be Frederic Bastiat, F.A. Hayek, Henry Hazlitt, Rose Wilder Lane, Ludwig von Mises, Robert Nozick, and Murray Rothbard. He will be attending law school in the fall. Send him mail. See Sean Rosenthal's article archives.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Stimulus and the Depression: The Untold Story - Wall Street Journal

Stimulus and Depression: The Untold Story
By HAROLD L. COLE AND LEE E. OHANIAN

The Wall Street Journal, September 26, 2011


We need a policy turnaround like the one in the late 1930s

The U.S. doesn't need another war to revive the economy. 

 

About one-half of President Obama's proposed $447 billion American Jobs Act consists of payroll tax holidays designed to boost spending and increase hiring. But these temporary policies will do little to jump-start the economy, much as earlier temporary economic Band-Aids, such as the 2009 stimulus, did little to improve the economy.
Proponents justify stimulus spending in part based on the widely held view that government-fueled increases in "aggregate demand" during FDR's New Deal ended the Great Depression and brought recovery. Christina Romer, former chairwoman of Obama's Council of Economic Advisers, has argued in op-eds that government should continue to spend for this reason. And in a 2002 speech as a Federal Reserve governor, current Fed Chairman Ben Bernanke claimed that monetary expansion and the turnaround from the deflation of 1932 to inflation in 1934 was a key reason that output expanded.
But boosting aggregate demand did not end the Great Depression. After the initial stock market crash of 1929 and subsequent economic plunge, a recovery began in the summer of 1932, well before the New Deal. The Federal Reserve Board's Index of Industrial production rose nearly 50% between the Depression's trough of July 1932 and June 1933. This was a period of significant deflation. Inflation began after June 1933, following the demise of the gold standard. Despite higher aggregate demand, industrial production was roughly flat over the following year.
The growth that followed the low point of the Depression was primarily due to productivity. Productivity is considered a supply-side factor by many economists: It is determined by the technology and regulatory structure of the economy and therefore is largely independent of spending policies.
The growth rate of real per capita output is the sum of the growth rate of per capita labor input and productivity growth. Increasing aggregate demand is supposed to increase output growth by increasing labor input. But between 1932 and 1934, the period that Mr. Bernanke cited in his speech, per capita real gross domestic product (GDP) growth was entirely due to productivity growth, as per capita total hours worked—a standard measure of labor input—was actually, according to our research, lower in 1934 than it was in 1932.
One reason that many believe higher aggregate demand brought about by government spending programs and monetary expansion created recovery is because unemployment did decline between 1933 and 1937. But declining unemployment reflected significant work-sharing in New Deal policies that began in 1933 with the President's Reemployment Agreement and continued with the National Industrial Recovery Act of 1933 and the Fair Labor Standards Act of 1938.
Work-sharing increased employment by spreading jobs across more people. Spreading scarce jobs was probably desirable. But the key point is that higher aggregate demand didn't significantly expand the amount of work that was done.
Productivity growth continued to be the major factor for the rest of the 1930s, accounting for about three-quarters of the growth in real per capita output that occurred between 1932 and 1939. But despite rapid productivity growth, the economy remained well below trend because labor input failed to recover. In 1939, labor input as measured by total hours worked per adult was more than 20% below the 1929 level.
Per capita real GDP was about 27% below trend in 1939, with more than three-quarters of this shortfall due to the continuing depression in labor. Our research indicates that New Deal industrial and labor policies, such as the National Industrial Recovery Act and the Wagner Act (the National Labor Relations Act), were the main reasons. The NIRA, for example, fostered monopoly and raised wages well above underlying worker productivity by a quid pro quo arrangement of relaxing antitrust enforcement in exchange for industry paying substantially higher wages.

The Wagner Act substantially increased unionization and union power. This, in conjunction with government's toleration of sit-down strikes, in which union workers forcibly seized factories to stop production, increased wages further.

In the absence of these policies, we estimate that labor input would have been about 20% higher than it was at the end of the 1930s and would have returned the economy to trend by that time.
Productivity growth is overlooked today. But as in the case of the Great Depression, economic growth since the trough of the Great Recession in June 2009 has been largely accounted for by productivity growth rather than the restoration of jobs. Following the recession's June 2009 trough, about 80% of real per capita GDP growth is due to growth in output per hour worked. And GDP growth is slowing now because productivity is no longer growing.
The economy began to recover following the New Deal because policy changed for the better. In a 1938 speech President Roosevelt acknowledged that some administration policies were retarding recovery. Economic policy shifted considerably around this time, and the economy boomed. Antitrust enforcement resumed. The fiercely controversial undistributed profits tax, which was retarding investment, was drastically reduced and then eliminated in 1939. The sit-down strike was declared illegal, and employers could fire sit-down strikers.
The policy changes in the late 1930s benefited the economy by increasing competition, by bringing wages more in line with productivity, and by improving the incentives for investing. Many assume that World War II spending singlehandedly brought the economy out of the Depression, but nearly half of the increase in nonmilitary hours worked between 1939 and the peak of the war already had occurred by 1941, well before the major wartime spending took place.
Policy can also improve today. The bipartisan Joint Select Committee on Deficit Reduction will make a recommendation by Nov. 23 to deal with future deficits. It has an outstanding opportunity to initiate broad-based tax reform that adopts the recommendations of most bipartisan tax reform commissions of the last 20 years: a simpler tax code that improves the incentives to hire and invest, broadens the tax base, lowers the corporate income tax, and also eliminates loopholes to equalize tax treatment of capital income. Sensibly addressing our long-run challenges will do more for the economy than continuing the stop-gap measures that have dominated policy-making for the last three years.

Mr. Cole is professor of economics at the University of Pennsylvania. Mr. Ohanian is professor of Economics at UCLA and a senior fellow at the Hoover Institution. They are authors of "New Deal Policies and the Persistence of the Great Depression: A General Equilibrium Analysis" (Journal of Political Economy, 2004).


sábado, 2 de julho de 2011

Mais uma reunião de cúpula vazia no Mercosul - Raquel Landim (OESP)

Confesso que não sei se vale os bits and bytes gastos nesta postagem, e até o meu trabalho de ler e postar. Acho que não vale o esforço, nem a leitura...
Paulo Roberto de Almeida

Mais uma reunião de cúpula vazia no Mercosul
Raquel Landim
Blog do Estadão, 1 de julho de 2011 | 16h43

A presidente Dilma Rousseff participou essa semana de sua primeira reunião de cúpula do Mercosul. Foi a 41ª reunião oficial do bloco e era para ser um momento especial, porque o Mercosul completa duas décadas este ano. O encontro, no entanto, não resultou em nada de concreto – uma triste realidade que já se transformou em regra.

No extenso comunicado de 43 parágrafos divulgado ao final da reunião, os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se limitaram a distribuir felicitações entre si e a comemorar avanços de iniciativas já divulgadas, como a intenção de acabar com a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) até o início do próximo ano.

Durante o encontro, nenhuma palavra sobre as barreiras protecionistas que impedem a livre circulação de produtos no bloco, aplicadas principalmente pela Argentina. O Brasil contra-atacou, inpondo licenças não-automáticas para a importação de carros. Uma reunião ministerial entre os dois países baixou a poeira do conflito, mas os empresários relatam que o problema não foi resolvido.

É compreensível que os diplomatas queiram esvaziar os encontros de cúpula de questões negativas, mas não se pode ignorar um problema como esse. Principalmente quando não se tem nada para colocar no lugar. Aliás, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sequer foi a reunião, alegando que se recupera de um pequeno acidente sofrido em Buenos Aires.

Do ponto de vista comercial, o único ponto importante que surgiu foi a cobrança da Dilma para que os países avaliem uma proposta do Brasil. O País quer permissão para elevar tarifas de importação de alguns produtos, por um tempo definido, para proteger seu mercado. Hoje é preciso conseguir que todos os países do bloco façam o mesmo ou incluir o produto na lista de exceção da TEC.

Na avaliação do governo brasileiro, o forte crescimento da economia local está atraindo muitos produtos importados e uma medida como essa seria necessária excepcionalmente. Confesso que ainda não tenho clareza de como isso vai funcionar. À primeira vista, parece mais uma maneira de ferir a já combalida TEC e causar mais distorções no bloco.

Também durante o encontro houveram declarações sobre incluir a Bolívia e o Equador no Mercosul, mas sem qualquer compromisso com prazos. A Venezuela, do polêmico presidente Hugo Chávez, ainda aguarda o aval do Congresso do Paraguai. Aliás, como é possível falar em aumentar o bloco com tantos problemas internos?

O Mercosul tem sido importante para o Brasil, principalmente para absorver as exportações de produtos manufaturados. É uma pena que o projeto esteja tão abandonado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Grande Depressao: tudo o que voce sempre quis saber sobre ela...

...e nunca teve a quem perguntar.
Agora já tem, no site da Library of Congress, dos EUA, como abaixo.
Pois é, cada vez que eu preciso saber alguma coisa, qualquer coisa, sobre algum livro, ou algum autor, quando tenho dúvidas sobre quando foi a primeira edição de algum livro, que eu sei, mas ficou naquele neurônio meio fraquinho lá no canto do cérebro, não tenho dúvidas, vou direto para a:

Library of Congress: www.loc.gov

simplesmente o maior site de referências do mundo para qualquer coisas, talvez até para receitas de bolo (mas eu nunca tentei essa linha de pesquisas).
Quando eu morava em Washington, eu era um usuário compulsivo da LoC, lá encontrando livros brasileiros ou sobre o Brasil que eu não achava em nenhuma biblioteca de Brasília. Fui muito feliz, eu e a LOC, durante os quatro anos que morei em Washington, tanto que doei alguns livros meus para sua coleção.

Pois bem, eu estava tranquilo no meu canto quando foi a LoC que me contatou, não o contrário. Fui consultado por uma equipe da LoC que se ocupa de "memória virtual", em cooperação com a Biblioteca Nacional, para guardar alguma coisa sobre as eleições brasileiras. Eles me contataram nestes termos:

A Fundação Biblioteca Nacional e a Biblioteca do Congresso Americano selecionou o seu website para inclusão no acervo histórico das matérias relacionadas com a Internet para a eleição presidencial do Brasil em 2010. Em um projeto conjunto das duas bibliotecas nacionais, esta iniciativa permitirá que os estudiosos atuais e do futuro estudem o processo eleitoral em detalhe.

Trata-se de um blog meu sobre as eleições presidenciais de 2010 (eu já tinha feito um sobre as eleições de 2006). Enfim, isso não importa.
Aproveitando a deixa de autorizá-los a reproduzir material do meu blog, fui consultar novamente o site da LoC (o que quase nunca faço, pois sempre vou para o sistema de obras do catálogo).
Encontrei muita coisa boa e selecionei apenas uma, pois acho que pode interessar muitos dos leitores deste blog, ou de minhas listas, que se interessam pela atual crise financeira e seus fundamentos históricos.
Pois a LoC tem uma assemblagem enorme de materiais sobre a Grande Depressão, simplesmente a maior crise, e depressão, já conhecida na história do capitalismo.
Aproveitem (pelo menos alguns dos 371 itens):

You Searched For: the great depression
Results 1 - 20 of 371 Previous | 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ... | Next

Recommended Links:
* America From the Great Depression to World War II: Photographs from the FSA-OWI, 1935-1945
* New Deal Programs: Selected Library of Congress Resources
* Great Depression: Teacher Resources

Selecting a result will open a new browser window or tab.

1. The great depression
( p2005 ) ( Audio )
Source: Library of Congress Online Catalog
2. The great depression & the new deal
( 1996 ) ( Film, Video )
Source: Library of Congress Online Catalog
3. The Great Depression. Arsenal of democracy
( 1993 ) ( Film, Video )
Source: Library of Congress Online Catalog
4. The Great depression
( 1969] ) ( Book, Periodical, Manuscript )
Source: Library of Congress Online Catalog
5. The Great Depression. To be somebody
( 1993 ) ( Film, Video )
Source: Library of Congress Online Catalog
6. The Great Depression and the 1990s-Student Resources
( web page )
7. The Great Depression and the 1990s-Bibliography
( web page )
8. Introduction: The Great Depression and the New Deal
( web page )
"The Great Depression and the New Deal Page 1 of 16 Next Page [Tuskeegee, Alabama.] Photographer unknown. Photograph, 1936. Courtesy of the National Archives.
9. The Great Depression
( c2001 ) ( Book, Periodical, Manuscript )
10. Americans React to the Great Depression
( web page )
"The Library of Congress home Overview Documents "Hooverville,"Central Ohio, 1938. America from the Great Depression to World War II, 1935-1945 The Great Depression began in 1929 when, in a period of ten weeks, …"
11. Figuring Somepin 'Bout the Great Depression: Lesson One
( web page )
12. The great depression
Humphries, Charles ( [c1968] ) ( Book, Periodical, Manuscript )
13. Exhibitions and Presentations - The Great Depression - Themed Resources - For Teachers
( web page )
14. The great depression
Singer, Barnett ( [1974] ) ( Book, Periodical, Manuscript )
15. The great depression
D M X ( p2001 ) ( Audio )
16. Search Terms - The Great Depression - For Teachers (Library of Congress)
( web page )
17. The Great Depression and the 1990s-Lesson Two
( web page )
18. The Great Depression
Yass, Marion ( 1970 ) ( Book, Periodical, Manuscript )
Source: Library of Congress Online Catalog
19. For Students - The Great Depression - Themed Resources - For Teachers (Library of Congress)
( web page )
20. Lesson Plans - The Great Depression - Themed Resources - For Teachers (Library of Congress)
( web page )
"A compilation of Great Depression related lesson plans from across the Library's Web site"
Source: Library of Congress Web site

You Searched For: the great depression
Results 1 - 20 of 371 Previous | 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ... | Next

Bem, acho que vocês já têm divertimento pelo resto do dia (e toda a noite)...

Paulo Roberto de Almeida