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segunda-feira, 5 de março de 2012

Idiotice politicamente correta faz grandes progressos no Brasil

Juizes, procuradores, desembargadores, rabulas, adevogados de porta de cadeia, consciência moral do País, uní-vos, neste santo combate contra o impoliticamente incorreto, as frases capciosas, os conceitos deletérios, a nega de cabelo duro, o samba do crioulo doido, e todos esses pretos de alma branca, ou brancos de alma preta, que insistem em usar frases perniciosas para nossa correta moral e bons costumes.
Adiante idiotas do politicamente correto, limpai as estantes de livros de Monteiro Lobato, de Lima Barreto, enfim, qualquer coisa que contiver um pingo, um grama, um centímetro dessas coisas que ofendem nossas almas sensíveis e nossos cérebros desertos...
O Brasil é mesmo um país que vai para a frente: a toda velocidade para a mediocridade, para a imbecilização, as loucuras mais idiotas que se possa pensar, graças aos guardiões do ridículo e do irrelevante...
Paulo Roberto de Almeida 



Por Nathalia Goulart, na VEJA Online, 5/03/2012

O dicionário Houaiss vai resistir ao assédio das patrulhas ideológicas. Isso é o que garante Mauro Villar, diretor do Instuto Antônio Houaiss, que edita a obra. Na prática isso significa que o IAH pretende recorrer de eventual decisão judicial que o obrigue a apagar do volume acepções pejorativas de verbetes como cigano. Pode parecer absurdo. Mas, de fato, na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais entrou com uma ação na Justiça pedindo que sejam recolhidos os exemplares do dicionário porque o tal verbete explica que a palavra cigano pode assumir significados - insultuosos, bem destaca a obra - como “trapaceiro, velhaco, burlador”. Isso, na visão embaralhada do MPF, ajuda a disseminar o preconceito contra os ciganos e a intolerância étnica. “Nos solidarizamos com todos os grupos que se sentem vítima de preconceito e discriminação, mas entendo que os dicionários não são palco para lutas dessa natureza”, diz Villar. “Caso ela (a juíza que analisa o caso) decida acatar o pedido do MPF, acionaremos nossos advogados a iremos defender nossa posição na Justiça.” Leia a seguir a entrevista que ele concedeu a VEJA.
Qual a posição do IAH diante da ação do MPF em Minas Gerais?
Em 2010, recebemos uma notificação por intermédio da Editora Objetiva, que publica nosso dicionário. Analisamos a situação e enviamos à editora uma resposta formal, explicando nossa posição de manter o verbete cigano exatamente como está.
O que pesou na decisão?
Não vemos razão para qualquer tipo de supressão. Nos solidarizamos com todos os grupos que se sentem vítimas de preconceito e discriminação, mas entendo que os dicionários não são palco para lutas dessa natureza. Dicionários são um espelho da sociedade. Tudo o que existe de bom e de ruim deve estar registrado ali. Nada pode ir para debaixo do tapete. Tudo o que é pejorativo ou mesmo agressivo precisa estar ali, devidamente esclarecido. É como fazem os dicionários modernos em todo o mundo.
Os verbetes cigano e negro foram retirados da versão on-line do Houaiss. Essa decisão partiu do senhor?
Não. Foi uma decisão tomada dentro do Instituto enquanto eu estava fora do país, na semana passada. Assim que retornei, solicitei que fossem inseridos novamente os verbetes. Não vejo sentido nenhum nessa retirada.
O IAH, em parceira com a Objetiva, já prepara uma nova edição do dicionário. Ela trará mudanças?
Era uma mudança já prevista. Não haverá alterações nas acepções. No entanto, haverá uma observação nos usos pejorativos, com explicações mais aprofundadas e o objetivo de contextualizar determinados usos.
E quanto ao andamento do processo na Justiça?
A notícia que tenho é que a juíza da Justiça Federal de Uberlândia está analisando a ação. Caso ela decida acatar o pedido do MPF, acionaremos nossos advogados a iremos defender nossa posição na Justiça. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A marcha da estupidez no Brasil e no mundo: exemplos eloquentes

Eu nunca tive dúvidas de que a imbecilidade humana é algo bem disseminado e, em vários casos, progride em escala geometrica, crescentemente estendida a vários campos da atividade humana (em vários casos, mais propriamente animal).
Anos atrás escrevi um trabalho sobre essa tendência preocupante:

Está aumentando o número de idiotas no mundo?


Na educação (no MEC especificamente) e no Ministério Público -- onde existem zelosos guardiões da pureza da nossa cultura e valores morais -- a estupidez se expande com rapidez impressionante, como um desses poderosos virus que contamina a todos e a tudo.
Bem, eu estou longe, por enquanto, e se estivesse perto me espantaria ainda mais, pois no exterior só tenho acesso a poucas notícias do aumento do PIB, ou seja, a nossa Produção Intensa de Bobagens...
Estou quase desistindo de tratar deste assunto aqui, pois o material é tão grande que pode lotar todo o espaço alocado ao besteirol tupiniquim.
Vejam vocês mesmos...
Paulo Roberto de Almeida

MPF alega preconceito e pede fim da circulação do Dicionário Houaiss
27 de fevereiro de 2012  18h57  atualizado às 19h07


O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia (MG) entrou com uma ação contra a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss para a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do Dicionário Houaiss, que contêm expressões pejorativas e preconceituosas relativas aos ciganos. Segundo o MPF, também deverão ser recolhidos todos os exemplares disponíveis em estoque que estejam na mesma situação.
O objetivo da ação é obrigá-los a suprimir do dicionário quaisquer referências preconceituosas contra uma minoria étnica, que, no Brasil, possui hoje mais de 600 mil pessoas. Para o MPF, os significados atribuídos pelo Dicionário Houaiss à palavra "cigano" estão carregados de preconceito, o que, inclusive, pode vir a caracterizar crime. "Ao se ler em um dicionário, por sinal extremamente bem conceituado, que a nomenclatura "cigano" significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gênero, ainda que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação", diz o procurador Cléber Eustáquio Neves.
O procurador explica que "o direito à liberdade de expressão não pode albergar posturas preconceituosas e discriminatórias, sobretudo quando caracterizada como infração penal". Segundo ele, a significação atribuída pelo Houaiss violaria o artigo 20 da Lei 7.716/89, que tipifica o crime de racismo.
O fato de as afirmações serem feitas por uma publicação, que, por sua própria natureza, encerra um sentido de verdade, agrava ainda mais a situação na opinião do procurador. "Trata-se de um dicionário. As pessoas consultam-no para saber o significado de uma palavra. Ninguém duvida da veracidade do que ali encontra. Sequer questiona. Pelo contrário. Aquele sentido, extremamente pejorativo, será internalizado, levando à formação de uma postura interna pré-concebida em relação a uma etnia que deveria, por força de lei, ser respeitada", afirma.
O caso
A ação originou-se de investigação iniciada em 2009, quando o MPF em Uberlândia recebeu representação de um cidadão de origem cigana questionando a prática de discriminação e preconceito pelos dicionários de língua portuguesa contra sua etnia. Para esclarecer os fatos, o procurador enviou ofícios a diversas editoras com pedidos de informações. Após receber as respostas, ele expediu recomendação às editoras para que fosse suprimida das próximas edições qualquer expressão pejorativa ou preconceituosa nos significados atribuídos à palavra "cigano".
As editoras Globo e Melhoramentos atenderam a recomendação. Já a Editora Objetiva recusou-se a cumpri-la, de acordo com o MPF, sob o argumento de que seu dicionário é editado pelo Instituto Houaiss, sendo apenas detentora exclusiva dos direitos de edição.
O MPF declara que a posição da editora e do instituto teria causado dano moral coletivo, na medida em que agrediu de maneira injustificável o patrimônio moral da nação cigana. Por isso, na ação, é também pedida a condenação dos réus ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 200 mil.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Privataria Petista: incompetente, como sempre foram os companheiros...

Quantas voltas o mundo dá.
Nos anos 1980, o eterno presidente Sarney disse que era contra a privatização do sistema telefônico porque a telefonia era "estratégica" para o país, confundindo telefones com arroz e feijão, ou com escola decente para todas as crianças.
Nos anos 1990, os petistas chutavam -- literalmente, com coices, sim -- os participantes de leilões de privatização, porque eram contra a privataria tucana.
Nos anos 2000, amargamos o caos aéreo, porque os companheiros eram contra a privatização dos aeroportos.
Agora, em 2012, enfrentamos as privatizações incompetentes dos companheiros porque são incompetentes também para administrar aeroportos (além de toda a roubalheira, claro).
Gostaria de ver a cara de um desses companheiros que me afrontavam com o epíteto de ser neoliberal porque eu defendia as liberalizações desde os anos 1980, contra Sarney, o PT, a CUT e os idiotas estatizantes.
Eles são exatamente o quê, agora?
Simplesmente idiotas?
Paulo Roberto de Almeida 


Reinaldo Azevedo, 7/02/2012

Eu sou a favor de privatização até de escolinha de jardim da infância, desde que bem-feita. Dilma Rousseff não só é uma notória, como chamar?, retardadora de parcerias com a iniciativa privada como tem em sua carreira um estrondoso insucesso. O seu genial “modelo” de privatização de estradas federais, que levou Elio Gaspari a flertar com a poesia épica, deu com os burros nos buracos. Escrevi bastante a respeito já. Há muita coisa em arquivo. O resumo é este: antes, o usuário enfrentava buracos sem pagar pedágio; agora, enfrenta-os pagando. Bem baratinho!
O setor de aeroportos estava sob o controle de Dilma quando era chefe da Casa Civil. O caos se instalou, e nada de a privatização sair. Saiu. Mas de um jeito, de novo, meio esquisito. Vamos ver. Eu não sou especialista em privatizações, economista, financista ou o que seja. Sou apenas alguém que cuida de alguns aspectos lógicos dos processos. E costumo flagrar algumas incongruências, não devidamente respondidas pelos especialistas. Antes que entre no mérito, uma nota de ironia.
Que coisa, não? Uma das críticas que os petistas, especialmente a sua facção petralha, faziam às privatizações do governo FHC era o financiamento do BNDES. “Então o próprio estado brasileiro vai financiar o capital estrangeiro?”, indagavam, com aquela inteligência peculiar, esquecendo-se que um dos papéis de um banco de fomento é mesmo esse — desde que seja devidamente remunerado. Transformaram a participação do BNDES nas privatizações um crime, o que ajudou a compor a mitologia vigarista da dita “privataria”. Agora, vemos o organismo a financiar nada menos de 80% da operação. Ah, desta vez, estamos diante de uma autêntica obra-prima.
A Folha traz um pequeno e preciso texto na edição desta terça. Leiam. Volto em seguida.
*
Pesos-pesados da administração de aeroportos globais, como os de Cingapura, Frankfurt e Zurique, foram derrotados ontem no leilão dos aeroportos brasileiros de Cumbica, Viracopos e Brasília. Quem levou foram operadores da África e da América Latina, que não administram nenhum dos 30 maiores aeroportos do mundo. Os três grupos vencedores pagarão R$ 24,5 bilhões pela concessão, 347% mais que o lance mínimo. O BNDES financia 80% desse investimento. As concessões serão de 20 anos (Cumbica), 25 anos (Brasília) e 30 anos (Viracopos). A estatal Infraero manterá participação de 49%. Os consórcios são obrigados a manter um investimento mínimo (e mais concentrado) até a Copa-14. A Anac (Agência Nacional de Avião Civil) disse que controlará o reajuste das tarifas.
Os vencedores de Cumbica foram o consórcio formado por 90% da Invepar (sociedade entre a construtora OAS e fundos de pensão Previ, Funcef e Petros) e 10% da sul-africana Acsa. “O fato de ser um país emergente não diminui ninguém porque, senão, teríamos de ter o complexo de vira-lata eterno. Não temos vergonha de ser emergentes”, afirmou o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt. “São atores perfeitamente possíveis de ganhar e ganharam. Pena que os outros não tenham tido tanta ambição.” O maior aeroporto brasileiro, em Guarulhos, com 30 milhões de passageiros/ano, terá como operadora a Acsa, que trabalha, há quase dez anos, com nove unidades da África do Sul, entre elas a de Johannesburgo e a da Cidade do Cabo. Juntas, recebem 35 milhões de passageiros/ano.
Embora o aeroporto de Johannesburgo seja elogiado pela beleza, o país não primou pela excelência na Copa-10. Jatos executivos lotaram os pátios e voos comerciais tiveram de ser desviados. Houve caso de aviões vindos da Europa que tiveram de retornar em pleno voo. Viracopos, em Campinas, será operado pela Egis, consultoria francesa que administra 11 aeroportos na África (Argélia, Congo, Gabão) e na Polinésia, além do terceiro aeroporto de Paris, o Beauvais, a 55 km da capital francesa. Juntos, têm 13 milhões de passageiros ao ano (menos que Congonhas, que recebe 16,7 milhões). A Egis tem 10% do consórcio, em sociedade com a Triunfo (45%) e a UTC (45%).
Vencedores do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, o consórcio formado pela Infravix (construtora Engevix) e pelo operador aeroportuário argentino Corporación América, foi o mais agressivo no leilão, levando Brasília com 675% de ágio.  Com 40 aeroportos na América do Sul e na Armênia, dos quais 33 na Argentina, a empresa tem uma história conturbada em seu país. Venceu o leilão de privatização nos anos 90 pagando ágio elevadíssimo, mas não conseguiu honrar contratos. Com dívidas de US$ 600 milhões e atrasos no cronograma de investimentos, o grupo conseguiu, em 2007, renegociar o contrato, trocando a dívida por uma participação de 20% do Estado. Com a “reestatização”, deixou de pagar a outorga em troca de um porcentual das receitas para o governo.
Voltei
Como se vê, ninguém tem experiência compatível com o desafio. Vai dar certo? Tomara! Ou estamos lascados. Gigantes não costumam abrir mão de bons negócios, assim, por nada.  Essa conversa do ministro sobre “vira-lata” é só bobagem retórica para tentar transformar inexperiência num elemento de exultação.
O “modelo tucano”, como diriam os petistas, também contemplava a participação dos fundos de pensão (todos dominados pelo PT, note-se) e o financiamento do BNDES. Mas não tinha o governo como sócio — como terá o modelo Dilma, por intermédio da incompetente Infraero. A estatal publica em seu site um longo questionário com perguntas e respostas. Uma delas é esta:
Como fica a situação dos funcionários da Infraero que trabalham nos aeroportos concedidos, eles serão demitidos?
Não. Os empregados não serão demitidos. Aqueles que não quiserem trabalhar nas concessionárias, a seu critério, poderão continuar na Infraero. O governo e os sindicatos estão negociando uma ampla rede de benefícios e garantias aos trabalhadores da empresa de modo que o processo seja vantajoso para todos.
Huuummm… Se a nova administradora do aeroporto não quiser trabalhar com o funcionário “x”, ele fica na Infraero, certo? Mas fazendo exatamente o quê? Nesse caso, quem paga o seu salário? Não será certamente a nova empresa formada pelos investidores e pela estatal. Eu estou enganado, ou, no modelo de privatização do PT, a Infraero, na prática, ficou com todo o passivo trabalhista?
A manutenção de 49% das ações nas mãos da estatal é só o PT acendendo uma vela para o atraso, para marcar a diferença — para pior — na comparação com os tucanos. É claro que as empresas que venceram a disputa poderiam ter oferecido muito mais se soubessem que ficariam com 100% dos rendimentos — não apenas com 51%. De todo modo, notem que o “modelo tucano” não entrega a empresas privadas a administração de um patrimônio público, que é o que vai acontecer no “modelo petista”. Afinal, aqueles 49% que pertencem à Infraero estarão sob gestão privada. Eu dou graças aos céus por isso, confesso. Mas e as esquerdas sempre tão zelosas?
Fim de uma vigarice histórica
O PT venceu três eleições fazendo terrorismo com as privatizações. Em 2002, conseguiu convencer amplas camadas do eleitorado de que as formidavelmente bem-sucedidas privatizações da Telebras e da Vale eram um mal para o país. Em 2006 e 2010, acusou seus adversários de quererem privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Era só terrorismo eleitoral.
Agora, dado o desastre em que se encontra a infraestrutura aeroportuária brasileira, o partido não teve saída e resolveu fazer o óbvio, chegando aonde estavam os adversários que tanto demonizaram, só que com quase 15 anos de atraso. Não obstante, alguns franjas verdadeiramente criminosas do governismo ainda insistem em criar, ora vejam!, a “CPI da Privataria”… É patético!
A privatização dos aeroportos, que é bem-vinda, também é a evidência de uma fraude: a do discurso petista. Vamos torcer para que os aspectos deletérios da operação, como essa Infraero no meio da pista, não comprometam a sua eficiência. Porque seremos nós, como sempre, a pagar o pato.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Conversa mole para boi dormir (e nao acordar mais...)

Será que em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, no Brasil, na América Latina, no mundo, ainda existem pessoas que acreditam nesse tipo de baboseira de que fala o governador daquele estado brasileiro?
Existem idiotas a esse ponto?
Acho que sim...
Como diria um bookmaker inglês, desses que aceitam aposta para tudo, ou quase tudo: NUNCA, alguém perdeu dinheiro apostando na estupidez das pessoas...
Paulo Roberto de Almeida 
(sem comentários, por favor...; poupem a dignidade do cargo, se é que existe alguma em quem devolveu asilados cubanos para a ilha-prisão, e aceitou um assassino comum como refugiado político...)



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Grandes idiotas estao a solta, e abusando da idiotice

Conjunturas de crises econômicas são estações particularmente propícias para o florescimento de grandes idiotas. Imannuel Wallerstein -- que já foi razoável em outras épocas -- e Noam Chomsky -- que só foi razoável quando ele não fazia política e tentava ser apenas linguista -- são dois dos maiores idiotas da contemporaneidade, anti-imperialistas (e antiamericanos) de carteirinha, que estão sempre espreitando para antecipar a próxima crise do capitalismo, e quando ela acontece, ficam super-excitados esperando a derrocada final do seu maior inimigo: aquele mesmo que garante seus empregos em universidades de prestígio, onde eles --e vários outros -- podem, impunemente -- como muitos professores brasileiros, aliás -- usar e abusar de alunos passivos e complacentes com as bobagens e idiotices que repetem continuamente.
Abaixo, mais um exemplo da idiotice repetiva, transcrita por idiotas tupiniquins.


Vocês podem estar se perguntando por que um blog que pretende expor e discutir ideias inteligentes, se permite postar coisas idiotas como esta.
Bem, é porque também aprendemos combatendo ideias idiotas e, para os mais jovens, isto representa uma espécie de teste: como encontrar ideias idiotas e saber se defender delas, quando um outro professor idiota repetir as mesmas bobagens em sua aula (se tiver coragem, claro).
Paulo Roberto de Almeida 

Os Estados Unidos contra todos

Immanuel Wallerstein sustenta: giro estratégico de Washington rumo à Ásia parece precocemente comprometido. País coleciona série impressionante de fracassos diplomáticos
Por Immanuel Wallerstein* | Tradução: Daniela Frabasile
Houve um tempo em que Estados Unidos tinham muitos amigos, ou pelo menos seguidores relativamente obedientes. Hoje em dia, parece que não têm nada além de adversários, de todas as cores políticas. E parece que o país não vai muito bem na disputa com seus antagonistas.
Veja o que aconteceu em novembro de 2011 e tem acontecido na primeira metade de dezembro. O país sustentou divergências com a China, Paquistão, Arábia Saudita, Israel, Irã, Alemanha e América Latina. E não se pode dizer que deu-se bem em nenhuma das controvérsias.
O mundo interpretou a presença e os anúncios do presidente Barack Obama na Austrália como um desafio aberto à China. Ele disse ao Parlamento australiano que os Estados Unidos estão determinados a “alocar os recursos necessários para manter nossa forte presença militar na região”. Para finalizar, Washington está instalando 250 marines na base aérea australiana em Darwin — no futuro, possivelmente poderá aumentar o número para 2.500.
Essa é apenas uma de muitas jogadas similares que se executam no tabuleiro da exibição militar. Enquanto os Estados Unidos saem (ou são forçados a sair) do Oriente Médio, por razões tanto políticas como financeiras, estendem seus músculos em direção à região da Ásia-Pacífico. A estratégia seria viável, diante da urgente demanda por redução os gastos — mesmo com o exército — e da crescente relutância dos norte-americanos em relação ao envolvimento do país em questões externas? Até agora, a “resposta” da China tem sido virtualmente a não-resposta. É como se os governantes chineses soubessem que o tempo está ao lado de seu país — mesmo em suas relações com os Estados Unidos, ou especialmente nas suas relações com os Estados Unidos.
Há, também, o Paquistão. Os Estados Unidos lançaram os desafios: Islamabad deve acabar com os movimentos islâmicos. Deve parar de tentar sabotar o governo de Hamid Karzai, no Afeganistão. Deve parar de ameaçar a Índia com ações militares na Caxemira. Se não… o quê? Eis o problema. Ao que parece, pelos documentos que vazaram, os Estados Unidos acreditavam que o último amigo que lhe sobrou no Paquistão — o atual presidente Asif Ali Zardari —poderia demitir o líder do exército, o General Ashfaq Parvez Kayani. Como resposta, o General Kayani articulou para que Zardari realizasse tratamento médico em Dubai, nos Emirados Árabes. O potencial golpe arranjado pelos Estados Unidos falhou. E, se Washington tentar retaliar a manobra paquistanesa cortando ajuda financeira, sempre haverá a China, para tomar seu lugar.
No Oriente Médio, o que Obama mais quer é que nada dramático aconteça entre Israel e os palestinos até, pelo menos, sua reeleição. Isso não satisfaz realmente as necessidade da Arábia Saudita ou do primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu. Por isso, do ponto de vista norte-americano, ambos estão procedendo de maneira fazer marola. E os Estados Unidos estão muito mais numa posição de implorar a judeus e sauditas do que comandá-los ou controlá-los.
Ainda na Ásia, há o Irã, supostamente a principal preocupação imediata dos Estados Unidos — e também da Arábia Saudita e Israel. Washington está usando seus aviões supersecretos não-tripulados (os chamados drones) para espionar os iranianos. Nada surpreendente, exceto pelo fato de que, ao que parece, e de algum modo, um desses drones pousou no Irã — eu digo “pousou” porque a questão crucial é como e por que pousou.
A CIA, dona do avião, diz de maneira pouco convincente que o incidente deveu-se a alguma falha mecânica. Os iranianos, por sua vez, insinuam que derrubaram o drone com um ataque cibernético. Os Estados Unidos garantem que não, que seria “impossível” — mas Debka, a voz da internet israelense, diz que é verdade. Eu acredito que seja provável. Além disso, agora que os iranianos têm o avião, estão trabalhando em desvendar todos seus segredos técnicos. Quem sabe? Eles podem publicar esses segredos para que o mundo todo saiba. E então, quão secretos serão os drones supersecretos?
Ah, sim, a Alemanha. Como todos sabem, existe uma “crise” na zona do euro. E a chanceler alemã Angela Merkel tem trabalhado duro para que os países da zona do euro comprem uma “solução” que irá funcionar para ela — tanto politicamente, dentro da Alemanha, quanto economicamente, na Europa. Merkel tem pressionado um novo Tratado Europeu que iria impor automaticamente sanções aos países signatários que violem suas disposições.
Os Estados Unidos pensaram que essa seria uma abordagem equivocada. Para Washington, trata-se de uma ação de médio prazo que não resolveria imediatamente o problema financeiro da Europa. Obama enviou ao Velho Continente seu secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a fim de insistir em suas sugestões alternativas. Os detalhes não importam, nem qual é a melhor opção. O importante é notar que Geithner foi totalmente ignorado e os alemães conseguiram o que queriam.
E, finalmente, os países da América Latina e do Caribe se encontraram na Venezuela para estabelecer uma nova organização: a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Todos os países americanos assinaram o tratado, exceto os dois que não foram convidados — Estados Unidos e Canadá. A CELAC foi desenhada para suplantar a Organização dos Estados Americanos (OEA), que inclui os Estados Unidos e o Canadá, e que suspendeu Cuba. Pode levar algum tempo até que a OEA desapareça e que somente a CELAC permaneça. Ainda assim, não é exatamente algo que Washington esteja celebrando.
 (*) Immanuel Wallerstein é professor-sênior do Departamento de Sociologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Seu saite é www.iwallerstein.com