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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 6 de setembro de 2014

Across the Empire, 2014: postagens no blog Diplomatizzando sobre a viagem pelos Estados Unidos (so far...)


Across the Empire, 2014
Postagens no blog Diplomatizzando sobre a viagem pelos Estados Unidos

Paulo Roberto de Almeida

            Uma consolidação da informação já oferecida em “pílulas”, com pequenas postagens a cada dia de viagem, com muitas fotos e algumas ilustrações, relatando o itinerário percorrido desde a saída de Hartford, na costa leste, no final da sexta-feira, dia 29 de agosto, até Portland, em 6/09, quase às margens do Pacífico. Para quem não leu, ou perdeu alguma postagem, remeto aqui aos links dessas postagens improvisadas, geralmente feitas noite adentro, antes de adormecer nos hotéis de etapas.
            Desde Hartford até aqui foram exatamente 3.500 milhas, ou seja, 5.600 km. Temos um pouco mais do que isso até voltar, pois ainda vamos a Vancouver, várias outras localidades no norte dos EUA e vamos terminar por Toronto, ainda no Canadá. Carmen Lícia é minha planejadora de viagens, de visitas, de passeios, mestre em obras artísticas (sobretudo fotografias) e sobretudo controladora deste motorista que escreve...
Paulo Roberto de Almeida
Portland, 6 de setembro de 2014

0) Crossing the Empire (0): segunda viagem através dos EUA: 12,6 mil km em 30 dias: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/crossing-empire-segunda-viagem-atraves.html

1) Across the Empire (1) First day: boring roads, sempre mais do que o planejado...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/across-empire-1-first-day-boring-roads.html

2) Across the Empire (2) Second day: only the road, no more than the road...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/across-empire-2-second-day-only-road-no.html

3) Across the Empire (3): Des Moines, Omaha e o caminho dos pioneiros...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-3-des-moines-omaha-e-o.html

4) Across the Empire (4): de North Platte, Nebraska, a Denver, Colorado: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-4-de-north-platte.html

5) Across the Empire (5): em Denver, num jardim botânico de vidro (Chihuly): http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-5-em-denver-num-jardim.html).


7) Across the Empire (7): de Denver a Cody, leituras no velho Oeste: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-7-leituras-no-velho-oeste.html

8) Across the Empire (8): tinha um Yellowstone no caminho: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-8-tinha-um-yellowstone-no.html

9) Across the Empire (9): de Twin Falls a Portland, pelo Oregon Trail: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-9-de-twin-falls-portland.html

10) Across the Empire (10): em Portland, buscando cultura: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-10-em-portland-buscando.html

Across the Empire (10): em Portland, buscando cultura...

Logo de manhã, Carmen Lícia e eu, passamos algumas horas na Oregon Historical Society, um museu sobre tudo o que faz, existe, se movimenta, pensa e produz em Oregon, e nas imediações, com a história completa da ocupação humana nesta região, desde os antigos habitantes (aborígenes, diriam os antropólogos, mas eles provavelmente não eram originários daqui), passando pelos primeiros exploradores europeus, os pioneiros americanos, até os modernos ocupantes, com toda a diversidade étnica e cultural, inclusive japoneses, que são mais numerosos e foram mais importantes do que eu pensava. Depois de Pearl Harbor, por exemplo, um submarino japonês, em abril de 1942, ainda entrou pela embocadura do rio Columbia, bombardeou as imediações e se foi, impunemente, de volta para o Japão. Foi o único ataque de uma força estrangeira contra os Estados Unidos continental, desde a guerra contra os inglêses, em 1812, que destruiram algumas cidades, inclusive tocando fogo em Washington. Isso eu não sabia, mas é por isso que a gente visita museu.
Um vigilante do museu tirou esta foto minha e de Carmen Lícia, no grande lobby de entrada:
Depois eu tirei esta foto de Carmbem Lícia junto a uma carroça típica dos pioneiros que colonizaram a região.

Oregon tornou-se uma importante região produtora de vinhos, dos melhores aparentemente, similares aos da Califórnia. Só lamentei não ter vinho para comprar no museu: um vinho que tirou nota 9 (sobre 10) num concurso internacional foi um Pinot Noir de 2008. Preciso ir atrás dele...

O aspecto que eu mais valorizo, como todos sabem, é a leitura e a educação. Na seção destinada ao retorno dos GIs locais, os soldados que retornaram da II Guerra Mundial, existe uma informação sobre as caixas de livros que eles recebiam enquanto estavam nas frentes de combates, ou em tarefas de vigilância, e dispondo de tempo morto entre suas missões. Caixas e mais caixas de livros foram expedidas às frentes de guerra.


Na volta, todos os soldados puderam se inscrever em universidades com bolsas federais. Aqui está o que escreveu a respeito o conhecido humorista Art Buchwald, sobre sua inscrição em cursos de terceiro ciclo:

Bem, depois fomos ao bairro chinês, e comemos por lá. Agora vamos sair novamente, e terminar o dia numa das maiories livrarias do mundo: Powell's, um quarteirão inteiro de livros. Parece que tem mais de um milhão. Acho que só vou comprar 3 ou 4, e ver 0,0001% da livraria...
Paulo Roberto de Almeida
Portland, 6 de setembro de 2014

Megacorrupcao atinge os partidos do governo: impressionante a lama dedezenas de politicos (Veja)

Veja, sábado, 6 de setembro de 2014

Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras


• Sergio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras

Rodrigo Rangel - Veja

Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.

No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção.

Entre eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.

Paulo Roberto também esmiúça a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo.
Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecidao nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef.

Conheça, nesta edição de VEJA, outros detalhes dos depoimentos que podem jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de proporções semelhantes às do mensalão.
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Caiu a República (coluna Esplanada)

Com informações sigilosas do MP, a Polícia Federal se mobiliza para nova grande operação, a Lava Jato 3, que vai mandar para a cadeia uma penca de assessores, familiares e políticos sem mandato. Na quinta-feira, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Pires abriu o jogo: Pelo menos 70 parlamentares – entre deputados, senadores e um governador – da base aliada receberam propina dele. O caderninho foi entregue e o depoimento gravado em vídeo. Assim que se encerrarem os depoimentos, Pires será solto e livre de processos. Mas por determinação judicial, retido em casa no Rio. Sérgio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros estão entre os citados (
Balanço prévio. O PT e sua base estão indo para o saco mortuário. É o que se depreende não só das pesquisas eleitorais, mas da delação premiada do ex-diretor. Toda a base está envolvida.
Parem as máquinas! Até a imprensa envolvida. A PF teria gravações do encontro de um conhecido jornalista com o doleiro Alberto Yousseff, no qual o editor de um portal recebeu R$ 240 mil.
Urna ferve. A um mês da eleição, a revista VEJA promete para este sábado trazer a lista dos propinados: seriam governadores, deputados, senadores e um ministro.
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sábado, 6 de setembro de 2014


Reunião de emergência no Planalto avalia estrago causado por delator

• Auxiliares de Dilma veem prejuízo na base aliada, mas lembram que Costa mantinha contato com os mais variados partidos

Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O alívio que as recentes pesquisas eleitorais deram à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff foi interrompido nesta sexta-feira, 5, depois que o portal do Estado revelou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa apontou em seu depoimento à Polícia Federal que pelo menos 32 parlamentares, um governador e cinco partidos políticos receberam propina decorrentes de contratos negociados pela estatal com outras empresas.

Assim que desembarcou em Brasília, no final da tarde desta sexta, depois de dias de uma agenda carregada em campanha nos últimos dias, Dilma convocou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada para avaliar o estrago da denúncia. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi o primeiro a se reunir com ela.

À espera. No Alvorada, todos aguardavam a divulgação dos termos e possíveis envolvidos na delação premiada que motivou o depoimento de Costa à Polícia Federal para ter ideia exata do estrago que isso possa ocorrer no governo e na campanha à reeleição.

No círculo próximo à presidente, a primeira avaliação foi a de que até aquele momento as informações com os nomes das pessoas que estavam sendo citadas eram as mesmas que circulavam nos bastidores, como o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e dos deputados André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA). Há preocupação com o que ainda está por vir e qual o tamanho do estrago que isso poderá provocar na campanha dos aliados do governo.

Um dos interlocutores da presidente lembrou que Costa, na Petrobrás, não tinha vínculos apenas com o governo, mas com inúmeros partidos. O problema, portanto, pode se espalhar em várias direções.

Bebes bilingues aprendem mais rapido do que os monoglotas - The Independent

Vejam este link: http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/bebes-bilingues-aprendem-mais-rapido-que-os-demais-bebes/

Estudo

Bebês bilíngues aprendem mais rápido que os demais bebês

Estudo mostra que crescer exposto a duas línguas estimula as habilidades cognitivas e a vontade de adquirir conhecimento

fonte | A A A
Um estudo feito por pesquisadores do National University of Singapore e do Singapore Institute for Clinical Sciences revelou que crescer em um lar bilíngue traz mais benefícios do que se imaginava.
Segundo o estudo, bebês expostos a mais de um idioma desenvolvem mais as habilidades cognitivas do que aqueles expostos a apenas uma língua.
Durante o estudo, os pesquisadores mostraram imagens aos dois tipos de bebês e descobriram que os bilíngues se entediam facilmente quando são expostos a uma imagem repetida, mostrando mais vontade de ver imagens novas do que os demais bebês. Segundo os pesquisadores, isso indica uma grande vontade de adquirir conhecimento, o que contribui para o desenvolvimento do QI.
O estudo foi conduzido com bebês de vários países, o que comprova que tais benefícios abrangem todas as línguas. Os pesquisadores acreditam que esses benefícios são gerados porque bebês bilíngues desenvolvem cedo a habilidade para processar informações. De acordo com o estudo, essas habilidades permanecem pelo resto da vida adulta.

Eleicoes 2014: desespero companheiro ve os EUA atras de Marina Silva

Não, Samuel não é um companheiro. Ele só está a serviço dos companheiros, a associação mafiosa mais corrupta que assaltou o poder no Brasil.
Não, ele não é marxista, talvez gramsciano, em todo caso anti-americano, desse anti-imperialismo infantil que a gente só imagina encontrar nis estudantes do PCdoB e do PSOL. 
No caso dele é patético observar como ele vê o dedos dos estadunidenses em tudo. Aliás é ridículo. 
Paulo Roberto de Almeida

Samuel Pinheiro Guimarães: EUA apostam em Marina

Eleição de Marina seria a vitória de um modelo diplomático alinhado aos EUA, similar ao que tivemos nos anos 90, diz embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.


Darío Pignotti (@DarioPignotti)
Agência Brasil

“Os estrategistas dos Estados Unidos seguramente estão de acordo com as diretrizes da política externa defendida pela candidata Marina Silva. Se ela for eleita, será a vitória de um modelo diplomático similar ao que tivemos nos anos 90”, declarou à Carta Maior o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-geral do Itamaraty no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Junto do ex-chanceler Celso Amorim e do assessor Marco Aurélio Garcia, Pinheiro Guimarães integrou a troika responsável por planejar de diplomacia com sotaque nas relações Sul-Sul aplicada entre 2003 e 2010. Premissas que “tiveram continuidade a partir de 2011 durante o mandato da presidenta Dilma Rousseff, que adotou medidas muito corretas sobre o Mercosul e contra a Inteligência norte-americana no escândalo da NSA, e resistiu às pressões para a compra de aviões de guerra norte-americanos”, afirmou Pinheiro Guimarães.

No programa de governo apresentado uma semana atrás por Marina, foram formuladas propostas em alguns casos antagônicas às dos governos de Dilma e Lula, além de formular críticas enredadas ao que define como uma diplomacia “ideologizada” e “partidarizada” durante as três gestões petistas.

Embaixador, estamos diante do risco de serem restaurados princípios diplomáticos que dominaram a segunda metade dos anos 90?

Considero que a candidata Marina Silva encarne a anulação do progresso conquistado nestes 12 anos. Ela e os setores que representa buscam outro modelo de inserção internacional. Um pensamento que se traduz no propósito de enfraquecer o Mercosul com o pretexto de torná-lo aberto ao mundo.

Será o fim de qualquer aspiração de uma diplomacia independente?

Até agora, a única vez que escutei Marina falar de independência foi para mencionar a independência do Banco Central (risos).

Washington aposta em Marina ou Aécio?

Não estou em Washington para dizer o que pensam. Agora, há interesses dos Estados Unidos que foram prejudicados durante os governos de Lula e Dilma, e é claro que o candidato de que mais gostavam era o Aécio.

A Embaixada norte-americana adotou um perfil muito discreto nas eleições, mas isso não deve se confundir com o fato de estarem alheios ao que acontece. Quando o Aécio fica fora do jogo, os Estados Unidos se inclinam para a Marina, por pragmatismo e porque ela representa o oposto ao PT. Além disso, é alguém sem quadros próprios e, segundo dizem, tem bons contatos nos Estados Unidos, e que demonstrou estar aberta para desmontar o Estado, reduzir sua capacidade e autonomia internacional. Interessa aos Estados Unidos que o Mercosul sejam desmontado e que projetos da era tucana sejam retomados, não nos enganemos: nestas eleições, está em jogo a retomada do processo privatizador, parcial ou total, da Petrobras, do Banco do Brasil e do BNDES.

Como a Marina implementaria esse desmantelamento do Mercosul?

Avalio que possa começar com a eliminação da cláusula que obriga os países do Mercosul a negociar conjuntamente acordos de livre comércio com outros blocos. Este ponto, que até agora não conseguiram derrubar, é uma cláusula que vem desde o Tratado de Assunção (assinado em 1991, na formação do Mercosul).

E depois de terminada esta limitação, o que aconteceria? 

Uma vez eliminada essa cláusula, o caminho estará aberto para a assinatura de acordos do Brasil com a União Europeia, sem a participação dos outros quatro integrantes do Mercosul. Mas se a cláusula continuar em pé, seria igualmente perigoso um pacto entre todo o Mercosul e a União Europeia. E essa negociação, que já se iniciou mas avança lentamente, provavelmente será acelerada durante o governo de Marina.

Quais consequências um acordo com a UE traria? 
Muitas, uma delas é a redução considerável das tarifas [de importações] industriais europeias afetando nossas fábricas. Defendo faz tempo que esta aproximação, que agrada os economistas da Marina, é o passo inicial rumo ao fim do Mercosul.

Vou resumir assim: a assinatura de um acordo entre os dois blocos significará uma extraordinária vantagem para empresas europeias que poderão exportar para cá sem que cobremos taxas, enquanto não haverá grandes benefícios para os exportadores sul-americanos.

E acrescento que se este acordo acontecer, afetará outra instituição fundamental do Mercosul, que é a Tarifa Externa Comum, fixada para terceiros países. Se isto acontece, a união aduaneira é pulverizada, qualidade central do Mercosul. E uma vez que chegarmos à hipotética assinatura do pacto de livre comércio com os europeus, os Estados Unidos reaparecerão.

De que maneira?

Os meios e os grupos de interesses brasileiros que se sentirem representados pela Marina só falam de um acordo com a União Europeia por oportunismo, pela boa imagem dos europeus, que seriam maravilhosos, educados, que nos abririam as portas do primeiro mundo. Uma retórica para ocultar que o acordo será prejudicial para nós. Quem quiser saber o que nos espera com esse acordo que pergunte aos gregos e aos espanhóis como a velha Europa é tratada.

Agora tudo isso nos leva ao começo desta conversa, que são os Estados Unidos. Por quê? Porque uma vez assinado o pacto UE-Mercosul, no outro dia, Washington vai querer igualdade de condições comerciais que europeus conquistaram, exigindo de nós um acordo de livre comércio. Os Estados Unidos nunca se esqueceram do espírito da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).

MAR DEL PLATA, NOVEMBRO DE 2005

No começo da década passada, FHC sancionou Pinheiro Guimarães por ter se oposto publicamente à assinatura da ALCA, que seria enterrada durante a Cúpula das Américas, celebrada em novembro de 2005 no balneário argentino de Mar del Plata, graças a uma frente formada pelos presidentes Lula, Néstor Kirchner, Hugo Chávez e Evo Morales, apoiados por outros líderes sul-americanos diante de um atônito George Walker Bush e de seu aliado, o mexicano Vicente Fox, ex-gerente da Coca Cola com um grande bigode.

A tese da ALCA pode ser recriada com outro nome. É possível que a Marina, FHC e a inteligência neoliberal reciclem o projeto?

Tudo me leva a pensar que o projeto norte-americano de integração hemisférica comercial, de eliminação de barreiras, de sanção de um sistema de leis que privilegiam suas multinacionais etc continua em vigor. É preciso prestar atenção na Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile).

Entendo que os Estados Unidos se preparem para retomar essa proposta em caso de a Marina ganhar. Porque suas posições sobre política externa refletem as aspirações se setores empresariais, de banqueiros e grandes meios de comunicação que demonstraram certa saudade da dependência colonial.

Com Marina voltaremos ao passado anterior ao encontro de Mar del Plata?

A candidata parece estar muito aberta a essas ideias. Mas o interessante é que ela não está sozinha.

No seu entorno, se expressa esse espírito anterior à reunião de Mar del Plata. Eu me refiro ao professor André Lara Rasende, ao professor Eduardo Giannetti da Fonseca, à senhora Maria Alice Setúbal (Banco Itaú). Além disso, me parece natural que depois do primeiro turno (5 de outubro) se somem outras pessoas com pensamento similar e que hoje estão junto do candidato Aécio. Estou falando o professor Armínio Fraga, do professor Pedro Malán.

DILMA REELEITA

O senhor acredita que, apesar da subida de Dilma, a Marina será a futura presidenta?

Não, pelo contrário, acredito que, apesar de toda esta comoção, a presidenta Dilma será reeleita. Acredito que, ao longo destes dois meses, as ideias da ex-senadora vão ficar em evidência.

Neste caso, quais seriam os objetivos de sua política externa em um segundo mandato?

Em primeiro lugar, deve-se mencionar que sua política externa não teve diferenças coma de Lula, apesar de Dilma não ter o mesmo estilo de fazer política externa. Trabalho para reforçar os BRICS, impulsionou o banco dos BRICS, foi firme a favor da entrada da Venezuela no Mercosul, apesar de os Estados Unidos terem manifestado abertamente seu interesse em substituir o governo venezuelano, postura que encontra eco na grande imprensa brasileira, no FHC e nos dirigentes tucanos

No segundo mandato, a presidenta deveria ter como objetivo reduzir a vulnerabilidade externa do país, a dependência de capitais especulativos para o pagamento da dívida e tudo isto cria um círculo vicioso que aumenta as taxas de juros. É falso, é um mito que as taxas sobem para combater a inflação.

Ou seja, as alianças diplomáticas devem continuar, mas são necessárias mudanças na estratégia econômica internacional?

Sim, e está completo o comentário dizendo que em um segundo governo a presidenta Dilma terá que trabalhar para diversificar nosso comércio exterior, para reduzir nossa vulnerabilidade comercial devido ao crescimento das exportações de produtos primários cujos preços não somos nós quem decidimos. Quando digo diversificar penso em base para reforçar exportações industriais porque o Brasil corre o risco de seguir rumo a uma especialização regressiva na produção agropecuária e mineral, acompanhada de uma contração do setor industrial, aliada a uma atrofia de sua capacidade tecnológica.

Educacao piora, como era de se esperar sob os companheiros

Eles não são responsáveis por tudo o que acontece de ruim na educação brasileira, obviamente, só pelo que acontece de pior, pois a metodologia companheira, o conjunto da obra, vai sempre nos levar cada vez mais para o fundo.
Paulo Roberto de Almeida 
Por Bianca Bibiano e Jadyr Pavão Júnior
VEJA.com, 5/09/2014

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou na tarde desta sexta-feira os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. O Ideb mede a qualidade do ensino nos ciclos fundamental (1º a 9º ano) e médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.

Os dados revelam que há estagnação nas duas etapas. Nos anos finais do fundamental e no médio, todos os indicadores gerais ficaram abaixo das metas previstas: isso inclui as médias nacional e das redes públicas (estaduais e municipais) e privadas. A exceção foi registrada nos anos iniciais do ensino fundamental, em que a única constatação negativa ficou na rede privada, que não atingiu a meta estabelecida (confira os dados nos gráficos abaixo).
O Ideb tem dupla função. Por um lado, avalia (em uma escala de 0 a 10) a qualidade da educação que já é oferecida. Por outro, propõe metas que escolas e redes de ensino devem atingir até 2021. As metas, contudo, são modestíssimas. O Ideb prevê, por exemplo, que o conceito médio nos primeiros anos do ensino fundamental atinja só em 2021 a nota 6 — correspondente, segundo cálculo do Inep, à média alcançada em 2003 pelos alunos de nações desenvolvidas noPisa, mais importante avaliação educacional do planeta. Ou seja, se o brasileiro médio chegar a esse patamar em 2021, estará quase duas décadas atrasado.
Dentro das limitações desse cenário, o Ideb 2013 confirmou tendências dos anos anteriores. Na média, o ensino avança vagarosamente, em geral atingindo metas propostas ao país e redes de ensino. Outra tendência clara é o rebaixamento das médias a cada ciclo escolar. Assim, as notas do 5º ano são superiores às do 9º, que, por sua vez, superam as do ensino médio. “De maneira geral, o Brasil está se organizando no ensino primário. Depois disso, no segundo ciclo, quando exige-se mais sofisticação, professores mais preparados, estamos patinando”, diz Ilona Becskeházy, mestre e consultora em educação, sobre a tendência já delineada em anos anteriores.
“A melhora nas notas do ensino fundamental se deve, em primeiro lugar, à própria existência do índice. As escolas estão cada vez mais conscientes da importância das avaliações nacionais e preocupadas em não ter uma pontuação ruim. Há Estados como Minas Gerais em que a nota é divulgada na porta da escola: ninguém quer passar vergonha”, diz Claudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. “Se observarmos os dados detalhadamente, contudo, veremos que as iniciativas para melhorar a qualidade do ensino e aumentar a aprovação são pulverizadas. Ou seja, nem todo mundo está avançando.”
Atraso nas notas
Neste ano, a divulgação dos dados do Ideb demorou mais do que em edições anteriores. Em 2010, os dados relativos a 2009 foram publicados no dia 1º de julho; em 2012, os números relativos a 2011 saíram no dia 14 de agosto.

Reportagem do jornal O Globo publicada na quarta-feira afirmou que o governo federal havia retido os dados na Casa Civil por razões eleitorais: um eventual resultado ruim no Ideb poderia afetar campanhas aliadas. MEC, Inep e Casa Civil se pronunciaram sobre a reportagem. Por meio de notas de conteúdo semelhante, negaram que a divulgação dos dados tivesse sido retardada deliberadamente.
O ministro da Educação, José Henrique Paim, afirmou que o atraso na divulgação dos dados foi provocado pelo aumento no número de recursos apresentados por Estados e municípios — que pediam revisão de suas notas. “Tivemos um conjunto muito grande de recursos, 30% a mais (do que em 2012). Nós queremos ter toda a segurança para divulgar esses números”, disse.
IDEB 1
iDEB 2iDEB 3

Eleicoes 2014: os mafiosos se mobilizam contra quem pode tira-los do poder - Reinaldo Azevedo

Apareceram evidências de que o programa de governo de Marina Silva faz uma espécie de colagem de discursos da própria candidata, de alguns trabalhos acadêmicos e, como se viu, até de um decreto de FHC. Para quem se orgulha de uma tal “rede” de colaboradores, que seria formada por especialistas e pessoas particularmente dedicadas a causas de interesse coletivo, não deixa de ser um vexame e de denotar certo improviso. Mais: o programa, na área do agronegócio, acena com a revisão de índices de produtividade para efeitos de liberação de terras para a reforma agrária, o que levaria o setor mais eficiente da economia brasileira ao colapso — além de elevar, se aplicada a proposta, a tensão do campo a níveis inéditos. Eu mesmo já apontei que o tal Eixo Um do programa do PSB apela a formas de democracia direta que poderiam degenerar em autoritarismo ou bagunça.
É absolutamente legítimo debater tudo isso. Cabe, sim, ao PT, ao PSDB e a outros chamar a atenção para o que está malparado no programa do PSB, especialmente porque, é evidente, Marina pode ser a presidente da República. Segundo as pesquisas, se a eleição ocorresse amanhã, a eleita seria ela. Assim, nada mais urgente e relevante do que abordar esses temas.
Mas vamos com cuidado aí. Leio que a Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT, vai organizar um ato em defesa do pré-sal. É mesmo? Ele está sendo ameaçado por quem? Conversa mole! Trata-se apenas de um braço do PT, que se alimenta do imposto sindical, a atuar contra a candidatura de Marina, que a petista Dilma Rousseff acusa de não dar o devido valor à área de petróleo. “Não podemos fazer como a Marina, que desdenha essa riqueza”, diz José Maria Rangel, dirigente da entidade.
É uma confissão de politicagem. Por que a FUP não se manifestou e não se manifesta sobre os reiterados escândalos na Petrobras? Cadê a FUP para protestar contra a desastrada compra da refinaria de Pasadena? Cadê a FUP para mobilizar seus filiados contra a queda de 50% do valor de mercado da estatal?
Os bate-paus do petismo que estão no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal também se juntam ao PT para acusar Marina de propor o enfraquecimento dos bancos públicos, com o objetivo de privatizá-los depois. É pistolagem política. É mentira. Não há nada disso no programa de Marina. No passado, foram acusados da mesma coisa os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. Se Aécio estivesse em segundo lugar nas pesquisas, o alvo seria ele.
Ora vejam… Os supostamente independentes João Pedro Stedile, chefão do MST, e Guilherme Boulos, proprietário do MTST — dois promotores contumazes de invasões de propriedades públicas e privadas —, também vieram a público para atacar Marina e defender o seu partido de coração e, quem sabe?, de carteirinha: o PT. Os dois querem a continuidade do atual governo porque sabem que podem impor as suas vontades, promover ilegalidades e sair impunes — contando com as prebendas que seus respectivos movimentos recebem do poder público.
O debate político é uma obrigação e uma necessidade. A ação contra Marina do corporativismo dos sindicalistas de estatais e dos esquerdistas chapas-brancas não passa de pistolagem política. No momento, seu alvo é Marina. Seria qualquer outro que disputasse a eleição com um petista. Essa gente toda, de algum modo, está mamando nas tetas do dinheiro público e tem medo de perder privilégios.

O Mega-Mensalao dos companheiros: Petrobras a servico dos totalitarios - Reinaldo Azevedo

Eu sempre achei que a compra de Pasadena não tinha sido um "erro de gestão". Sempre afirmei aqui que foi um grande negócio, um excelente meio para atingir fins previamente determinados. Ou seja: foi um sucesso. Pena que a ambição de alguns comprometa agora o projeto de poder do partido totalitário. Pena, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 
Paulo Roberto conta como funcionava o propinoduto que atuava na Petrobras e dá os nomes
Paulo Roberto conta como funcionava o propinoduto que atuava na Petrobras e dá os nomes
Entre 2004 e 2012, Paulo Roberto Costa foi diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras. Ocupou, portanto, esse cargo, em sete dos oito anos do governo Lula e em quase dois do governo Dilma. Ao longo desse tempo, comandou o que pode ser chamado de “Petrolão” — ou o mensalão da Petrobras. As empreiteiras que faziam negócio com a estatal pagavam propina ao esquema e o dinheiro era repassado a políticos. A quais? Paulo Roberto já entregou à Polícia Federal e ao Ministério Público, num acordo de delação premiada, os nomes de três governadores, de um ministro de estado, de um ex-ministro, de seis senadores, de 25 deputados e de um secretário de finanças de um partido. Segundo o engenheiro, Lula sempre soube de tudo. E, até onde se pode perceber por seu depoimento, talvez a presidente Dilma — que era a chefona da área de energia do governo Lula e presidente do Conselho da Petrobras — não vivesse na ignorância. Paulo Roberto diz que a compra da refinaria de Pasadena foi, sim, fraudulenta e serviu para alimentar o esquema.
Paulo Roberto começou a prestar seu depoimento no dia 29 de agosto. Já gravou 42 horas de conversa. E, tudo indica, está apenas no começo. O Ministério Público Federal e o STF acompanham a operação, já que a denúncia envolve uma penca de autoridades com direito a foro especial. O esquema que ele denuncia é gigantesco. Ainda voltaremos muitas vezes a esse tema. Mas notem como é ridícula toda aquela conversa sobre financiamento público de campanha. Ainda que isso existisse, o mecanismo não serviria para impedir que máquinas criminosas se instalassem em estatais. Se o Brasil quer acabar com boa parte da roubalheira, deve começar privatizando as empresas públicas. Quais? Todas!
VEJA teve acesso a parte do depoimento de Paulo Roberto e traz reportagens exclusivas na edição desta semana, com a lista dos nomes citados por Paulo Roberto. Entre eles, estão cabeças coroadas da política brasileira, como o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu numa acidente aéreo no dia 13 de agosto, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão em sua lista os presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
PT, PMDB e PP seriam os três beneficiários do esquema, que teria também como contemplados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados petistas João Pizzolatti (SC) e Candido Vaccarezza (SP), que já havia aparecido como um dos políticos envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, que era quem viabilizava as operações de distribuição de dinheiro. Mas há muitos outros, como vocês poderão constatar nas reportagens de VEJA, como Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, do PP da Bahia.
O esquema começou no governo dele, que, segundo Paulo Roberto, sabia de tudo...
O esquema começou no governo dele, que, segundo Paulo Roberto, sabia de tudo…
...e continuou no governo dela. Será que não sabia? O engenheiro está magoado a presidente...
…e continuou no governo dela. Será que não sabia? O engenheiro está magoado a presidente…
Lula e Dilma não quiseram se pronunciar a respeito. Os demais negam envolvimento com Paulo Roberto. Alves, o presidente da Câmara, chega a dizer ao repudiar a acusação: “A Petrobras é petista”. Que o PT estivesse no centro do esquema, isso parece inegável. Um dos nomes da lista feita pelo engenheiro é João Vaccari Neto, o homem que cuida do dinheiro do PT. É secretário de Finanças do partido. Ele é, vejam a ironia da coisa, o substituto de Delúbio Soares. Não é a primeira fez que seu nome frequenta o rol de envolvidos em escândalos.
Paulo Roberto tem noção da gravidade de suas acusações. Tanto é que, quando ainda hesitava em fazer a delação premiada, cravou a frase: “Se eu falar, não vai ter eleição”.
E por que falou? A interlocutores, ele diz que não quer acabar como Marcos Valério, que ficará por muitos anos na cadeia, enquanto os chefões políticos do mensalão já se preparam para viver dias felizes fora do xadrez. O homem também está muito magoado com a presidente Dilma. Até agora, ele não fez nenhuma acusação direta à candidata do PT à reeleição — Lula não escapou —, mas deixa claro que ela foi, sim, politicamente beneficiada pelo propinoduto, que mantinha feliz a base aliada.
Qual vai ser o desdobramento político disso? Vamos ver. Uma coisa é certa: as revelações de Paulo Roberto atingem em cheio as duas candidatas que lideram a disputa pela Presidência da República: Dilma, por razões óbvias, e Marina, por razões menos óbvias, mas ainda assim evidentes. Ela é a atual candidata do PSB à Presidência. Confirmadas as acusações de Paulo Roberto, é de se supor que o esquema ajudou a financiar as ambições políticas de Campos, de que ela se tornou a herdeira.
A situação de Dilma, obviamente, é mais grave: afinal, ela era a czarina do setor energético, ao qual pertence a Petrobras. Presidia também o seu conselho. Deu um empregão para Nestor Cerveró, o homem que ajudou a viabilizar a compra de Pasadena, que Paulo Roberto agora diz ter sido fraudulenta. O chefão das finanças de seu partido é um dos implicados no esquema.
Paulo Roberto ainda está preso. Ele se comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou em razão do esquema fraudulento e a pagar uma multa. As pessoas que atuam na investigação têm agora de confrontar suas informações com outras provas colhidas, com o objetivo de verificar se suas informações são procedentes. Se forem e se ele realmente ajudar a desbaratar um esquema de falcatruas bilionárias, pode ser até ganhar a liberdade.
A República treme.

Portland, Oregon: dicas para o turista frugal (NYT)

Acabo de chegar a Portland, e como sempre, leio meu boletim diário do New York Times. Encontro esta matéria, para viajantes econômicos. No meu caso, venho pelas novidades gastronômicas, que são as carrocinhas gourmet de comida, algumas com chef...
Paulo Roberto de Almeida 

Portland, Ore., Meals for $8 or Under

Setk Kugel, Frugal Traveler
The New York Times, September 4, 2014

Portland, Ore. — bike-friendly and, to this New Yorker, shockingly affordable — might also be the most delicious small city in America. So, finding myself there with about 30 hours to spare at the end of a West Coast trip earlier this week, I didn’t have to think too hard about a plan: rent a bike and look for a few cheap meals around the city.
Make that really cheap meals. And even avoiding the food carts and trucks that have been famous around town (and are old news for Frugal Traveler readers), my options were seemingly unlimited. I zoomed around on a rental from Everybody’s Bike Rentals ($25 flat, since there’s no Oregon sales tax), roaming about 40 miles and having (tastes of) 15 meals or meal-size dishes, all recommended by friends and colleagues. All were $8 or less, not including tip, and were as satisfying as they were eclectic.
I’d no sooner try to define the “best” cheap meals in Portland than I would chime in on the city’s much-commented-on process of gentrification, in which the Portland food scene is very much entwined. So instead of a “best of” ranking, here’s just a plain old list of eight high-value examples of the city’s uniquely energetic frugal food scene.
(Lest I look like more of a pig than I actually am, note that I only ate portions of each meal, giving the rest away to Portland’s homeless when I could find them, and friends when I could not.)
The Maple at Meat Cheese Bread, $7.50
This breakfast item boggles the mind. Two half-inch slices of maple bread pudding are slapped on the griddle and then served sandwiching a hand-formed pork sausage patty, melted chipotle Cheddar and a heap of fresh fennel. I’m ruined for life, at least until this place opens a branch in New York. Within two blocks of my apartment. How about it, guys? I’ll guarantee you a regular client base. Then again, the price would probably double.
The Chatfield at Pine State Biscuits, $7
The other breakfast sandwich among my picks, the Chatfield is a just-baked buttermilk biscuit (barely) sandwiching a crisp, seasoned and juicy hunk of fried chicken, along with thick-cut bacon, melted Cheddar cheese and a smothering of apple butter. That’s just automatically delicious, if more a full brunch than something a sane person would eat every day. Most Portlanders who urged me to go to Pine State (and several did) prefer the Reggie, which substitutes their popular house gravies for apple butter. But as long as you’re going for buttery-juicy-salty-meaty-cheesy you might as well go for broke by adding sweet.
Tacos de canasta at Uno Más, four for $6
There are plenty of good Mexican places in Portland, although for some reason most are judged by the quality of their burritos. (You crazy West Coasters.) At Uno Más, tacos rule, and a lunch-only special of tacos de canasta (“basket tacos”) are not necessarily better than their excellent traditional tacos but are certainly more interesting. To make a taco de canasta, the tortilla is briefly fried on a griddle with guajillo peppers, giving it a red tinge, then filled and folded and put in the steamer. The result is a texture that is soggy, but not unpleasantly so — and explains why the dish is also called “tacos sudados,” or sweaty tacos. There are four choices — I suggest doubling up on the chicken mole and the requesón and red chile. The tacos are tiny, so after eating four you may need “uno más,” and luckily, with $2 to spare you can have a popular taco al pastor, with well-spiced pork and bits of pineapple.
Meatballs and polenta at 24th and Meatballs, $8
At this mini-restaurant whose seating area looks like a porch tacked onto the side of Uno Más, meatballs and polenta was the only dish I tried, but it was the right call. You chose among several kinds of meatballs (traditional, pork, veggie, specials) and select a sauce (I went with tomato basil, which worked perfectly). The portion was easily hefty enough for a meal — the accompanying polenta is as creamy as advertised and fills you up fast. If you aren’t sticking to an $8 budget, go next door to the Pie Spot for the ridiculously awesome s’more “pie hole,” $3.75.
Choose your own and pay by weight at the Roman Russian Market
Categorize this deal, at a market with a separate seating area, under “volume and variety.” A friend joined me for this (and a few other) visits; we ordered a beef-filled samsa pastry (huge); a half-pound of herring salad, or shuba; sweet farmers’ cheese pancakes called syrniki, served hot under cool sour cream; a couple of little oreshki, walnut shaped butter cookies filled with caramel. We even splurged on two disgustingly sweet Russian sodas (I had the neon-red barberry flavor, whatever that is) and still spent only $15.50 total.
Chèvre cheeseburger and truffle fries at Little Big Burger, $7
I was wowed by the lack of a regular trash receptacle (the four bins are labeled compost, compost, compost and cans), but most come to this casual spot for the burgers, not the waste disposal system. The $4.25 cheeseburger looks small, but it’s a quarter-pound of meat, and if that’s good enough for McDonald’s customers, it’s good enough for ... O.K., maybe skip that comparison. Unlike that ubiquitous chain, Little Big Burger serves their burgers, made with good local beef, on a brioche bun, offers several cheese options and (like just about every other burger place in this local-sourcing-obsessed town) local ketchup. (In this case, Camden’s Catsup.) The truffle fries are, conveniently, $2.75.
Runner-up: the $7.50 lamb burger at Foster Burger — add pickled beet for 50 cents. But you don’t get fries.
Kao-Pune soup at Mekong Bistro, $8
At first glance, it seems just your “everyday” Cambodian sports bar — perfect for any U.S. Open fan who suddenly gets a craving for nom buhn jok. But the kitchen also dabbles in Laotian food — not a stretch considering much of the Mekong River is as Laotian as it is Cambodian. I was urged by a local restaurateur to try the Laotian style vermicelli red curry soup topped with crumbled ground pork and vegetables, in which Thai chiles and chile oil in the broth make the ingredients pop with enough heat to hit the sweet spot — lingering but not painful. It was a terrible dish to encounter at the end of the day, when all I could manage was a few slurps of a portion that would make a huge meal for one person.
Farmers’ market quesadilla at Mi Mero Mole, $7.50
Most menu items at this spot specializing in Mexico City “guisados” (which they describe as “stews and stir-fries”) are over $8. But several vegetarian options make the cut-off. Though the memela with rajas (a thick tortilla covered in roasted green chiles, cream and black beans) was a bargain at $6.75, the more interesting choice was the very Portland-meets-Mexico farmers’ market quesadilla. It’s served on a fresh, nutty-tasting tortilla house-made with fresh nixtamalized corn dough from La Milpa, a tortilleria outside of town. Ingredients shift, but on my visit included leeks, corn, hen of the wood mushrooms, squash blossoms and dried cherry tomatoes. (Check their Facebook page for the latest iteration.)
Honorable mentions: Tabor Bread served me a very tasty $7.50 sandwich of their homemade tomato-onion jam, sheep’s milk feta and sprouts on their European-style dark rye, but it’s not a permanent menu item. And at the Sichuan restaurant Lucky Strike I could easily have made a meal of two smallish dishes: spicy dan dan noodles with ground peanuts, and the tender pork and cabbage jiaozi dumplings in spicy, delectably oily sauce. Together they’re $8, but only during happy hour.
Correction: September 5, 2014 
An earlier version of this article misstated the price of the truffle fries at Little Big Burger and, thus, the total price of the meal at the restaurant. The fries are $2.75, not $3.75, which makes the meal of the cheeseburger and fries $7 not $8.